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Está em análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado um projeto que acaba com a cota de candidaturas nas eleições proporcionais de acordo com o sexo. O texto (PL 1.256/2019), que ainda pode receber emendas na comissão, foi apresentado por Angelo Coronel (PSD-BA).

O senador alega que constatou-se que alguns partidos compelem mulheres a entrar no processo eleitoral apenas para assegurar o percentual mínimo exigido de 30% de candidaturas femininas, prática chamada de “candidaturas laranjas”.

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“É preciso reconhecer que desvios podem ocorrer por parte de quem só quer se beneficiar do sistema. Mas o projeto mantém que ao menos 5% dos recursos do Fundo Partidário serão destinados a programas de promoção e difusão da participação feminina na política”, explica Coronel na justificativa do projeto.

Participação feminina

O senador lembra ainda que a lei atual (Lei 9.504, de 1997) impede, “a rigor”, que um partido possa lançar mais de 70% de candidaturas de mulheres, se essa for a sua disposição. “A proposta consagra, portanto, a liberdade. Os partidos podem ter até 100% de participação feminina, se assim o desejarem”, argumenta.

Coronel afirma ainda que as cotas não têm alcançado o efeito desejado. Para ele, a ainda pequena participação de mulheres na política é resultado de questões históricas muito mais complexas que a simples disposição financeira. Portanto, “uma medida forçada se mostra vazia de efeitos, como se tem percebido. As causas são muito mais complexas do que esta participação partidária”, conclui.

*Da Agência Senado

Após um longo e acalorado debate, a Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle (CTFC) do Senado aprovou nesta terça-feira (19), por seis votos favoráveis e cinco contrários, um requerimento convidando o ex-ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno, exonerado nessa segunda (18), a dar explicações sobre o caso das supostas candidaturas laranjas em 2018. Inicialmente a ideia era pedir a convocação de Bebianno, mas depois da saída do governo, ele não pode mais ser obrigado a falar no Senado. 

A data da audiência com Bebianno será definida caso ele aceite o convite. 

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“A melhor forma do senhor Bebianno se redimir pelos seus malfeitos é comparecer ao Senado e abrir o jogo, sem permitir que sua exoneração sirva pra varrer a sujeira para debaixo do tapete”, defendeu o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que protocolou o requerimento. 

Bebianno, presidente do PSL na época da campanha eleitoral, é suspeito de irregularidades no repasse de recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha para candidatas do partido. Ele nega participação nas irregularidades.

Questionamento

O líder do PSL, partido de Bebiano, Major Olímpio (SP), questionou a competência da comissão para interrogar o ex-ministro, tendo em vista que à época que ocorreram os fatos que estão sendo apurados, Bebianno não era ministro de governo. Para tentar impedir o convite, Olímpio fez um apelo aos senadores insistindo que o caso está sendo apurado tanto pela Justiça Eleitoral como pela Justiça Federal.

“Como membro do PSL de São Paulo, tenho todo interesse que seja esclarecida qualquer eventual prática de crime. O que estamos dileberando é a competência desta comissão em relação à atos do Executivo”, explicou.

Também sem sucesso, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) chegou a pedir a postergação da deliberação do requerimento, sob o argumento de esperar o andamento da apuração da Justiça Eleitoral e do Ministério Público. O emedebista acusou senadores de oposição de tentar desviar o foco da Casa da discussão de reformas, como a da Previdência que será enviada amanhã ao Congresso.

“A agenda é a reforma da Previdência e parece que estamos querendo amplificar uma crise para impedir a discussão de reformas. O ministro Sergio Moro vem hoje a essa casa [entregar a proposta de Lei Anticrime], essas são matérias que a sociedade quer o nosso envolvimento, o nosso debate. Eu não vejo onde a presença de um ex- ministro vai contribuir com essa pauta”, criticou Bezerra.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, afirmou nesta quinta-feira (14) que as suspeitas de que, nas últimas eleições, o PSL repassou recursos eleitorais a candidatos "laranjas" são investigadas. Segundo ele, a apuração foi determinada pelo presidente da República e disse que as responsabilidades serão definidas.

"O presidente Jair Bolsonaro proferiu uma determinação e ela está sendo cumprida. Os fatos vão ser apurados e, após as investigações, eventuais responsabilidades vão ser definidas", disse o ministro após participar, em Brasília, de evento organizado pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam).

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De acordo com informações publicadas na imprensa, o PSL é suspeito de repassar recursos públicos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) a candidaturas de “laranjas”.

Em entrevista concedida à TV Record, Bolsonaro disse que apoia a investigação sobre filiados ao PSL, legenda do presidente, por suspeita de terem atuado de forma irregular.

O presidente reiterou que é uma “minoria” dentro do partido que está sob suspeita e que a Polícia Federal foi encarregada de acompanhar o caso. “O partido tem de ter consciência. Não são todos, é uma minoria. Logo depois da minha eleição, eu dei carta branca para apurar qualquer tipo de crime de corrupção e lavagem de dinheiro”, disse.

Deputado federal mais votado em Minas Gerais, o ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio (PSL) comandou um esquema de candidaturas laranjas para desviar recursos da eleição. A informação é do jornal Folha de São Paulo.

De acordo com a matéria, a direção nacional do PSL, após indicação da direção do partido em Minas - presidido na época pelo ministro - repassou R$ 279 mil para quatro candidaturas de mulheres no Estado. Contudo, mesmo estando entre as 20 que mais receberam recursos do partidos, elas juntas conquistaram pouco mais de 2 mil votos. O que indica que as postulações foram de fachada, ou como se denomina popularmente, candidatas laranjas.

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O texto detalha que dos R$ 279 mil repassados, pelo menos R$ 85 mil foram repassados oficialmente para quatro empresas que são de assessores, parentes ou sócios de assessores do hoje ministro de Bolsonaro.

Um dos casos apresentados pela reportagem é da então candidata a deputada estadual em Governador Valadares, Lilian Bernardino. Segundo o jornal, ela é próxima a Haissander Souza da Paulo, que foi assessor de Álvaro Antônio de dezembro de 2017 até o início deste ano. Lilian recebeu do PSL R$ 65 mil, declarou ter gasto todo o valor, mas recebeu apenas 196 votos. Dias depois de receber a verba, ela repassou uma parcela do valor a quatro empresas ligadas ao ministro do Turismo.

--> Eleição teve 9 mil mulheres, mas todas foram realmente candidatas?

Outra candidata, desta vez a deputada federal, foi Mila Fernandes. Ela teve 334 votos e disse à Justiça Eleitoral ter gasto dos R$ 72 mil que recebeu do PSL. Entre os fornecedores para a sua campanha, está Mateus Von Rondon, hoje assessor especial do Ministério do Turismo.

À Folha, o ministro Marcelo Álvaro disse, por meio da assessoria de imprensa, que " a dsitribuição do fundo partidário do PSL de Minas Gerais cumpriiu rigorosamente o que determina a lei" e que "refutava veementemente a suposição com base em premissas falsas de que houve simulação de campanha com laranjas no partido".

"Fazer ilações sobre o valor gasto por qualquer candidato e a quantidade de votos que o mesmo conquistou é, no mínimo, subestimar a democracia e o poder de análise dos eleitores", afirmou.  

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