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O Papa Francisco autorizou nesta sexta-feira (5) a canonização de João Paulo II (1978-2005) e de João XXIII (1958-1963), anunciou a secretaria de imprensa do Vaticano. O pontífice argentino assinou o decreto no qual reconhece a atribuição de um milagre por intercessão de João Paulo II, enquanto no caso de João XXIII Francisco considerou que não era necessário demonstrar que intercedeu em um milagre. A data da cerimônia das canonizações das duas canonizações não foi fixada, acrescenta a nota. "Poderá ocorrer no final de 2013", afirmou o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi.

A atribuição de um segundo milagre ao beato João Paulo II foi o passo-chave para sua rápida canonização, autorizada apenas oito anos depois de sua morte, em 2005. "O sumo pontífice aprovou a canonização de João XXIII e decidiu convocar um consistório para a canonização do beato João Paulo II", indicou o Vaticano em sua nota.

Segundo a mídia religiosa, Francisco quis relativizar a canonização do papa polonês ao autorizar simultaneamente e sem necessidade de demonstrar uma intercessão em um milagre a de João XXIII, o chamado "papa bom".O pontificado de João Paulo II, que atraía multidões em todo mundo, foi questionado nos últimos anos por sua atitude frente à pedofilia e aos escândalos do banco do Vaticano.

A decisão do papa se canonizar João XXIII sem registro de milagre, algo não muito frequente nas últimos décadas, é uma prerrogativa do chefe da Igreja, segundo as normas do Vaticano. "Todos conhecemos as virtudes e a personalidade do papa Roncalli (João XXIII) e não é necessário explicar as razões pelas quais alcança a glória dos altares", afirmou Lombardi.

João Paulo II, cujo nome de nascimento era Karol Wojtyla, foi beatificado em 1º de maio de 2011, depois de provado um primeiro milagre com a assinatura do papa emérito Bento XVI. Trata-se da cura inexplicável da freira francesa Marie Simon Pierre, que padecia desde 2001 do Mal de Parkinson, a mesma doença que João Paulo II sofreu em seus últimos anos.

Segundo Lombardi, o segundo milagre de João Paulo II foi a cura milagrosa de uma mulher na Costa Rica. Por sua parte, João XXIII foi beatificado por João Paulo II em setembro de 2000, durante o Jubileu. O milagre aprovado por sua beatificação foi a cura da irmã Caterina Capitani, em 1966.

O Vaticano retirou nesta terça-feira o último obstáculo à canonização de João Paulo II, afirmou hoje uma fonte na Santa Sé. Uma comissão de cardeais e bispos reuniu-se hoje para avaliar o caso e aprovou a canonização, informa a agência de notícias Ansa.

A fonte vaticana confirmou a veracidade da notícia e disse que a decisão foi tomada já há algum tempo e que a reunião desta terça-feira foi apenas uma formalidade.

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Com a aprovação da comissão, a canonização depende apenas do aval do papa Francisco e da escolha de uma data para a cerimônia.

Especula-se que a data provável para a canonização seja 8 de dezembro, quando é celebrada a festividade católica da Imaculada Conceição. Este ano, a data cairá num domingo, que é quando normalmente se realizam cerimônias de canonização no Vaticano.

Sob a condição de anonimato, já que os processos de canonização tramitam em sigilo, a fonte vaticana confirmou ainda notícia veiculada pelo jornal italiano La Stampa de que a canonização de João Paulo II poderia ocorrer junto com a do papa João XXIII, que convocou o Concílio Vaticano II, mas morreu em 1963, antes de vê-lo concretizado.

O processo de canonização de João Paulo II tramitou em ritmo acelerado logo depois de sua morte, em 2005. Fonte: Associated Press.

O papa Francisco elevou neste domingo (12) à glória dos altares os primeiros santos de seu pontificado, ao canonizar em uma cerimônia solene na Praça de São Pedro duas freiras latino-americanas - a colombiana Laura Montoya e a mexicana María Guadalupe García Zavala - assim como 800 mártires italianos que se negaram a se converter ao islã no século XV.

O sumo pontífice aproveitou a ocasião para lançar um firme chamado a favor da pacificação do México e da Colômbia, contra o "aburguesamento do coração que nos paralisa" e contra as perseguições religiosas sofridas por católicos em todo o mundo.

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Na homilia, sob um sol primaveril e diante de milhares de pessoas e de delegações presentes, em particular de Colômbia e México, o Papa convidou os fiéis a seguir o exemplo das novas santas, que dedicaram suas vidas aos pobres, aos doentes, aos marginalizados e aos indígenas.

Diante da fachada da basílica estavam presos os enormes retratos das freiras latino-americanos e um tapete que representava os mártires italianos, liderados pelo humilde sapateiro Antonio Primaldo, todos cruelmente decapitados pelos muçulmanos e símbolo da igreja perseguida de todas as épocas, ao se recusarem a negar sua fé. "Nós os incluímos no livro dos santos e estabelecemos que em toda a Igreja sejam devotamente honrados entre os santos", disse o Papa depois de pronunciar a tradicional fórmula em latim.

A freira colombiana Laura Montoya y Upegui (1874-1949) e a mexicana Guadalupe García Zavala (1878-1963) são dois exemplos de caridade que se opunham ao "aburguesamento do coração", disse o Papa improvisando. "Não se deve ter vergonha, nem medo nem desgosto de tocar 'a carne de Cristo'", acrescentou Francisco, que relembrou a vida das duas religiosas.

Da primeira santa colombiana, considerada "a mãe espiritual dos indígenas", Francisco elogiou sua eficaz pedagogia, o respeito pela cultura indígena e o "fato de não ter se oposto a ela", como ocorria no início do século XX, quando os indígenas eram depreciados e discriminados.

A religiosa era "uma espécie de vanguarda da Igreja", explicou o Papa, que a apontou aos colombianos como exemplo de "harmonia e reconciliação" ao convidá-los com um firme chamado a seguir "trabalhando pela paz e pelo justo desenvolvimento" do país durante a oração dominical. "Madre Laura nos deixa um legado muito oportuno, a reconciliação e seu permanente interesse pela justiça social. Sinto-me muito emocionado por ser o Presidente que participou deste importante dia para o país", disse à imprensa o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, ao término da cerimônia.

Santos, empenhado há vários meses em um complexo diálogo de paz com a guerrilha marxista das Farc, será recebido na segunda-feira pelo papa Francisco para uma audiência privada no Palácio Apostólico.

Da religiosa mexicana, Santa Guadalupe García Zavala, o Papa disse que, "renunciando a uma vida confortável para seguir o chamado de Jesus, ensinava a amar a pobreza, para poder amar mais os pobres e os doentes". "Madre Lupita se ajoelhava no chão do hospital diante dos doentes e os abandonados para servi-los com ternura e compaixão", afirmou Francisco, aplaudido por um grupo de mexicanos, entre eles várias freiras. "Ela me fez um milagre", contou María Rosales Gómez, de Guadalajara, que quis a qualquer custo viajar para a canonização.

Francisco pediu que a segunda santa mexicana interceda para que o México "elimine qualquer violência e insegurança", gerando emoção entre os peregrinos que o assistiam.

A segunda santa mexicana, depois de María de Jesús Sacamentado, viveu a perseguição religiosa no México durante a chamada "Guerra Cristera" no século passado, que começou em 1911, mas que se intensificou entre 1926 e 1929.

A fundadora da Congregação das Servas de Santa Margarita María dos Pobres, inteiramente dedicada a curar os doentes particularmente necessitados, conta agora com 22 fundações no México, Peru, Grécia e Itália.

Curiosamente, a primeira canonização do pontificado do primeiro papa da América Latina e primeiro jesuíta foi para proclamar como santas duas religiosas desta região, cujo culto se estenderá, assim, a todo o mundo.

O Papa, que desde sua escolha, em março, quebra protocolos por seu estilo direto e simples, permaneceu mais de uma hora entre a multidão que se reuniu na esplanada para apertar mãos, acariciar bebês e deficientes físicos.

Dois meses após o início de seu pontificado, Francisco celebrou uma das cerimônias mais imponentes e emblemáticas para a Igreja.

Não se sabe se o pontífice jesuíta, que deseja uma igreja "dos pobres para os pobres", seguirá o caminho de um de seus antecessores mais populares, João Paulo II, considerado o maior fabricante de santos da história da Igreja ao ter canonizado 482 pessoas em 27 anos de papado.

Respeitando seu tradicional rigor, o papa emérito Bento XVI proclamou apenas 44 novos santos em quase oito anos na liderança da Igreja.

O caminho para se tornar santo é longo e complexo e não se exclui que Francisco santifique neste ano o carismático beato polonês João Paulo II, depois que uma multidão apelou em seu funeral para que ele fosse proclamado "santo súbito", imediatamente.

Os médicos do Vaticano reconheceram a cura inexplicável de uma mulher, um milagre necessário para avançar o processo de canonização do papa polonês João Paulo II, informaram diferentes fontes, nesta segunda-feira.

A comissão de sete médicos da Congregação para as Causas dos Santos validou a cura como milagre. Agora, o milagre deve ser aprovado por uma comissão de teólogos antes de seguir para análise dos bispos e cardeais membros da Congregação, reunidos em assembleia plenária. O papa Francisco terá, então, de assinar o decreto autorizando a canonização.

O padre Slawomir Oder é o postulador da canonização de João Paulo II. Se o ato for aprovado, o aclamado papa será proclamado santo da Igreja Católica.

O processo canônico para que uma pessoa seja proclamada santa requer o reconhecimento por um primeiro exame clínico de um milagre para a beatificação (efetiva desde maio de 2011 no caso de João Paulo II), seguido de novo exame para sua canonização.

Karol Wojtyla poderá ser canonizado em outubro, no final do "Ano da Fé", lançado por seu sucessor, Bento XVI.

Durante o funeral de João Paulo II, em 2005, após 27 anos de pontificado, um dos mais longos da Igreja Católica, a multidão gritava "santo subito" ("que seja feito santo de imediato", em tradução livre).

Rapidamente, seu sucessor, Bento XVI, autorizou o exame de suas virtudes e de sua obra para que fosse declarado bem-aventurado.

O Papa Bento 16 nomeou três novos santos para a Igreja Católica durante a missa deste domingo na Praça de São Pedro. Os novos canonizados são o bispo italiano e missionário Monsenhor Guido Maria Conforti, a freira espanhola Irmã Bonifácia Rodriguez de Castro e o padre italiano, Luigi Guanella.

Durante a missa de consagração dos novos santos, um homem escalou as colunas da praça, queimou uma bíblia e perguntou ao Papa onde estaria Cristo. Os seguranças do Papa retiraram o homem da coluna. As informações são da Associated Press.

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