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Cerca de 70 mil peregrinos, de Roma, da Itália e do exterior, assistiram neste domingo (14), à cerimônia de canonização de sete novos santos. O texto da cerimônia apresentou a biografia de cada um, mas o papa Francisco deu destaque a dois deles, Paulo VI e monsenhor Oscar Romero, pelo exemplo atual de vida em tempos mais recentes.

"Mesmo nas fadigas e no meio das incompreensões, Paulo VI testemunhou de forma apaixonada a beleza e a alegria de seguir totalmente Jesus", disse o papa na homilia (pequeno sermão). E prosseguiu: "Hoje continua a exortar-nos, juntamente com o Concilio de que foi sábio timoneiro, a que vivamos a nossa vocação comum: a vocação universal à santidade, não as meias medidas, mas a santidade".

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Francisco exaltou em seguida as virtudes de d. Oscar Romero, "que deixou a segurança do mundo, incluindo a própria incolumidade, para consumir a vida, como pede o Evangelho, junto dos pobres e do seu povo, com o coração fascinado por Jesus e pelos irmão".

A multidão, de 70 mil pessoas, segundo a Sala de Imprensa da Santa Sé, aplaudiu, enquanto o papa afirmava que o mesmo se podia dizer dos outros novos santos - Francisco Spinelli, Vicente Romano, Maria Catarina Kasper, Nazaria Inacia de Santa Teresa de Jesus e Nunzio Sulprizio. Na fachada da Basílica, painéis mostravam os rostos dos novos santos.

O papa Francisco vai canonizar hoje (14), durante a celebração de missa solene na Praça de São Pedro, no Vaticano, Paulo VI, D. Oscar Romero e mais cinco beatos europeus. Entre eles está Nunzio Sulprizio, um jovem de 19 anos que nasceu em Pescara, na Itália, e foi operário e aprendiz de ferreiro. A cerimônia está marcada para as 10h30 no horário local (5h30 em Brasília).

A Oficina para a Canonização, da Arquidiocese de San Salvador, capital de El Salvador, da qual D. Oscar Ranulfo Romero y Galdamez foi arcebispo por pouco mais de três anos, organizou uma caravana para assistir à celebração. Deverão participar quase 7 mil romeiros saídos de El Salvador, segundo o cardeal salvadorenho Gregorio Rosa Chavez. Esses peregrinos estão alojados em hotéis e casas religiosas em Roma.

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O maior número do público será formado por devotos do Norte da Itália, da região de Brescia e de Milão, onde Giovanni Montini exerceu o apostolado, antes de ser eleito papa em 1963, quando assumiu o nome de Paulo VI. Espera-se uma multidão próxima de um milhão de fiéis, somando-se as caravanas de devotos de todos os novos santos. A cerimônia de canonização de São João XXIII e de São João Paulo II, em 2014, reuniu aproximadamente 800 mil pessoas, segundo estimativas do Vaticano.

Falecido em Castelgandolfo, aos 80 anos, em 6 de agosto de 1978, após 15 anos de pontificado, Paulo VI foi beatificado pelo papa Francisco, com a presença do papa emérito Bento XVI, em 19 de outubro de 2014. Seu corpo está sepultado na Basílica de São Pedro em um túmulo simples, como pediu em seu testamento.

Já D. Oscar Romero foi beatificado em maio de 2015. O papa Francisco empenhou-se pessoalmente em seu processo de canonização, que vinha sendo mantido em banho-maria na Congregação para as Causas dos Santos durante os pontificados de João Paulo II e de Bento XVI.

Como mártir, ele não precisaria do reconhecimento de um milagre para ser declarado santo, mas foi apresentado um: a cura uma mulher que sofria grave risco de morrer de parto.

Os bispos de El Salvador pediram que Oscar Romero fosse canonizado em San Salvador ou na Cidade do Panamá, onde Francisco participará, em janeiro, da Jornada Mundial da Juventude. Como não poderia viajar a El Salvador e não queria encaixar a canonização na Jornada, o papa marcou a cerimônia para a Praça de São Pedro.

Ao contrário dos beatos, que têm culto limitado, os santos podem ser venerados no mundo inteiro.

Concílio Vaticano II

Dos três papas canonizados após o Concílio Vaticano II - João XXIII e João Paulo II, em 2014, e agora Paulo VI -, este último foi o que tinha temperamento mais discreto e era o intelectualmente mais preparado.

Filho de uma família de classe média alta, com traços de nobreza de parte da mãe, nasceu em 1897 na cidadezinha de Concesio, perto de Brescia, na Itália, e recebeu no batismo o nome de Giovanni Battista Enrico Antonio Maria Montini. Era de saúde frágil, tanto que, ao se matricular no seminário em 1916, foi autorizado a morar em casa.

Enviado a Varsóvia como adido na Nunciatura Apostólica em 1923, três anos após a ordenação sacerdotal, foi chamado a Roma porque não suportou o inverno polonês. Formado em Direito Canônico pela Universidade Gregoriana, foi professor na Accademia dei Nobili Ecclesiastici e funcionário da Secretaria de Estado, onde trabalhou por 30 anos.

Em 1937, Montini foi nomeado substituto para Assuntos Comuns, sob o então secretário de Estado, cardeal Eugenio Pacelli. Foi reconfirmado no cargo, em 1939, quando Pacelli foi eleito papa com o nome de Pio XII. Era um colaborador eficiente e muito próximo do papa, que em 1954 o nomeou arcebispo de Milão. João XXIII lhe deu o título de cardeal em 1958. No conclave de 1963, sucedeu a João XXIII e escolheu o nome de Paulo. Reabriu o Concílio, que havia sido fechado com a morte de João XXIII prometeu levar adiante as reformas propostas para renovação da Igreja.

Em 1968, abriu a Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, em Medellín, na Colômbia. Seguiu uma linha conciliadora entre as expectativas conflitantes dos vários grupos, na interpretação e implementação de documentos revolucionários. Foi um papa de pulso forte, apesar da aparência de fragilidade.

Diálogo

Paulo VI foi também um homem de diálogo. Quando era arcebispo de Milão, aproximou-se dos trabalhadores e da Democracia Cristã, de Aldo Moro, de quem foi amigo. Pregava a doutrina social da Igreja, base de sua encíclica Populorum Progressio, sobre o desenvolvimento dos povos, de 1967, e da carta apostólica Octogesima Adveniens, de 1971, no octogésimo aniversário da Rerum Novarum, de Leão XIII. Outros documentos importantes foram as encíclicas Sacerdotalis Caelibatus, de 1967, sobre o celibato dos padres, e a Humanae Vitae, de 1968, sobre o uso de métodos anticoncepcionais e aborto. Dois documentos polêmicos, porque havia expectativa de abertura, mas Paulo VI manteve a doutrina tradicional.

'Eu entrevistei um santo'

Era uma sexta-feira, 21 de março de 1980, véspera de minha partida de El Salvador, após uma semana de trabalho para uma série de reportagens sobre a violência no país. Guerrilheiros e militantes de esquerda lutavam contra uma junta militar, empenhados em derrubar uma ditadura de centro-direita, instalada cinco meses antes com apoio dos Estados Unidos. Marquei uma entrevista com D. Oscar Romero, arcebispo de San Salvador, a capital. Ele me recebeu em seu escritório no Seminário São José com mais dois jornalistas, um americano, do jornal Dallas Times Herald, e um alemão, da agência de notícias DPA.

"O senhor não tem medo de morrer?", perguntei ao arcebispo, quando ele se referiu à sua ação pastoral como mediador, que denunciava os extremismos de direita e de esquerda e lia, nas missas dominicais, a relação de mortos e de desaparecidos da semana anterior. A igreja ficava sempre lotada. Havia ameaças contra ele, e eu queria saber se não temia ser assassinado.

"Em Salvador, todos temos medo. Eu prego a verdade e a justiça. Prego um Evangelho que é o Cristo, solução por caminhos de paz e de amor. Pode parecer ridículo pregar isso, mas é a solução. As soluções violentas não são dignas do homem nem são estáveis. A violência é uma espécie de operação cirúrgica para que o doente se cure logo. A Igreja admite a violência quando não há outro caminho, mas é preciso que seja apenas uma passagem. A insurreição como insurreição não tem sentido", respondeu D. Oscar.

O arcebispo admitiu o risco de ser morto e, três dias depois, levou um tiro no peito, por volta das 18h30 da segunda-feira, 24 de março, enquanto celebrava a missa no Hospital da Providência. Foi um único disparo, ninguém percebeu de onde saiu a bala. O assassino fugiu, após um ronco do motor de um carro que escapou em disparada.

A polícia atribuiu o crime a um atirador contratado pela extrema direita. A Comissão da Verdade da Organização das Nações Unidas (ONU) apurou que o mandante do assassinato foi o major Roberto d' Aubuisson, fundador da Alianza Republicana Nacionalista, em 1981.

No fim da entrevista ao Estado, D. Oscar escreveu um cartão, pedindo-me para entregá-lo a D. Paulo Evaristo Arns, arcebispo de São Paulo. O cardeal revelou o conteúdo da mensagem em sua autobiografia, Da Esperança à Utopia, publicada pela editora Sextante em 2001. O arcebispo de San Salvador dizia "que nunca esquecia o Brasil e as vítimas do governo ditatorial em suas preces e particularmente em sua missa". Os dois arcebispos eram amigos desde 1979, quando se conheceram durante a Conferência do Episcopado Latino-Americano de Puebla, no México.

Tranquilo e afável. D. Oscar Arnulfo Romero y Galdamez, então com 62 anos, nasceu em Ciudad Barrios, a 138 quilômetros de San Salvador. Era um homem tranquilo e afável que não se alterava nem quando falava da terrível situação de seu pequeno país, de 21.040 quilômetros quadrados e cerca de 4,5 milhões de habitantes em 1980. Combatia os extremismos, cuja luta custou mais de 75 mil mortos em 13 anos de guerra civil. A direita o odiava, a esquerda o olhava com desconfiança.

"Critiquei as organizações populares (de esquerda), mas a reação do governo é desproporcional e as vítimas são mais numerosas nas esquerdas. A resposta às provocações não deve ser somente militar. É preciso ouvir a voz que clama por justiça. Nos últimos dias, houve vítimas que não morreram em choques, mas em suas casas, após sequestros e torturas", disse d. Oscar. "Dou números comprovados, temos documentos em nosso Socorro Jurídico: foram mais de 600 os mortos em janeiro e fevereiro", acrescentou.

Apesar de tudo, d. Oscar ainda confiava na Junta Revolucionária que tomou o poder em outubro de 1979, porque dela participava o Partido Democrata Cristão. Mantinha um diálogo com o governo para solução de problemas. "Chamam-me, às vezes, da Casa Presidencial, ou eu recorro, quando necessário, a membros do governo. Sou um mediador em favor do povo. Quando há ameaças de um massacre, por exemplo, entro em contato com o governo. Mas eles também costumam recorrer a mim."

A fama de santidade, primeira condição para a abertura do processo de beatificação e canonização, alastrou-se por El Salvador e outros países imediatamente. Chamado de mártir das Américas por ter dado a vida em defesa dos direitos dos pobres e perseguidos, D. Oscar ganhou devotos pelo mundo afora. O papa João Paulo II rezou junto de seu túmulo, quando visitou San Salvador em março de 1983. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Apontado como opção do PT para a disputa pela Presidência da República caso a eventual candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não obtenha sucesso, o ex-governador da Bahia, Jaques Wagner, afirmou, nesta quarta-feira (11), que o correligionário será canonizado de “tanto que batem nele”. Wagner está em Curitiba no acampamento “Lula Livre”, localizado próximo a Superintendência da Polícia Federal, onde o ex-presidente está preso desde o último sábado (7).

Ao comentar a conjuntura eleitoral, Jaques Wagner disse que o momento é para discutir uma plataforma que reúna todos os pré-candidatos da esquerda e não o nome do PT que vai participar da disputa. “Não é hora de discutir nomes. O nome é uma consequência. Se o Lula sair é inevitável que é ele que vai centralizar. Ele está virando anjo, uma ideia. Batem tanto nele que estão canonizando o Lula. Ninguém lembra dos algozes de Tiradentes ou do Zumbi dos Palmares, mas deles”, salientou.

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O ex-governador também justificou a ausência no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, durante o período em que o ex-presidente esteve lá antes de se entregar para o cumprimento da pena pela qual foi condenado na Lava Jato. 

“Quem mais sentiu foi eu de não estar lá naquele momento. Nada justifica, mas isso não me tira da luta nem da homenagem ao Lula. Conheci o Lula em 1978, todos nós sentimos e choramos muito. Foi um azar [não estar presente], quem mais sofreu foi eu de não estar colado nele no momento de tristeza”, disse logo depois de ponderar que seu nome “surge como plano A, B ou C porque o PT da Bahia teve êxito”. 

Durante entrevista à imprensa, após discurso no acampamento em Curtitiba, Wagner ainda criticou a postura de “parte” do Ministério Público e do Judiciário diante do processo contra o presidente. 

“Tem um jogo, uma estratégia montada que envolve parte do MP, do Judiciário e estamos sofrendo um momento muito complicado. Não acho bom o bate boca de membros do Supremo Tribunal Federal. Que mensagem estamos dando ao povo brasileiro? Nos Estados Unidos se toma a decisão e depois se divulga. Na hora que vira torcida e  membro do Supremo opina sobre a matéria que vai ser votada está comprometendo”, lamentou. 

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O Brasil ganhou neste domingo (15) de uma só vez, 30 novos santos, com a canonização de dois padres e 28 leigos martirizados em 1645, durante a ocupação holandesa no Rio Grande do Norte por soldados de religião calvinista. Beatificados em 2001 pelo papa João Paulo II, André de Soveral, Ambrósio Francisco Ferro, Mateus Moreira e seus 27 companheiros - os mártires de Cunhaú e Uruaçu - agora fazem parte do catálogo universal da Igreja Católica, podendo ser cultuados no mundo inteiro.

Cerca de 20 mil pessoas - um número modesto em comparação com outras cerimônias de beatificação e canonização - assistiram na manhã de ontem à missa celebrada pelo papa Francisco. O papa cumprimentou os chefes das delegações oficiais na Capela da Pietà, na Basílica de São Pedro, antes de se dirigir para o altar na praça. A representação brasileira foi chefiada pela delegada-geral da União, Grace Maria Fernandes Mendonça. De sua comitiva, participaram o embaixador do Brasil na Santa Sé, Luiz Felipe Mendonça Filho, e o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria.

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O coral Camerata de Vozes, de Natal, cantou junto ao altar antes da cerimônia, sob a regência de monsenhor Pedro Ferreira da Costa, acompanhado do coral da Capela Sistina.

Mais de 400 peregrinos vindos do Brasil, quase todos do Nordeste, ocuparam as cadeiras em uma área privilegiada na Praça de São Pedro. Na frente deles, na fachada da Basílica, havia uma estampa dos mártires brasileiros, com 5 metros de altura, ao lado dos outros santos também canonizados neste domingo.

Esses novos santos são os meninos mexicanos Cristovão, Antonio e João, indígenas martirizados em 1527; o sacerdote espanhol Faustino Miguez, que morreu em 1925; e o frade capuchinho italiano Angelo d'Acri, morto em 1739.

As delegações oficiais do México, da Espanha e da Itália eram mais numerosas que a do Brasil, e os mexicanos, os mais ruidosos e alegres.

O brasileiro Sebastião Morais, de 69 anos, funcionário publico aposentado viajou a Roma com 66 romeiros da Obra de Maria, entidade dedicada à organização de peregrinações religiosas, com renda destinada a missões católicas na África, assistiu à canonização dos mártires com emoção especial.

"Sou neto em 12º grau de dois santos - João Lustau Navarro e Antonio Vilela Cid -, segundo pesquisas de árvore genealógica que mandei fazer há mais de 20 anos", disse Morais. Casado e sem filhos, ele é natural de Jardim do Seridó, a 245 km de Natal, e chegou a Roma com o conterrâneo Samuel Medeiros. Os dois conseguiram ficar no altar, ao lado do papa.

Turistas e peregrinos que já estavam na Itália aumentaram o número de devotos na missa de canonização. O paranaense Eduardo Vidotti e nove companheiros da Pastoral Familiar de Londrina não sabiam dos mártires e, ao chegarem de Veneza, se juntaram aos peregrinos. "A gente nunca tinha ouvido falar deles", admitiu Vidotti.

O arcebispo de Natal, d. Jaime Vieira Rocha, observou que os mártires passaram a ser mais conhecidos após 2001, quando foram beatificados. "No Rio Grande do Norte, eles sempre foram reverenciados, mas não se falava em martírio, sim em carnificina", disse. "Esperamos que os santos mártires contribuam para a renovação da fé e para aumentar nossa esperança nesta hora em que o Brasil enfrenta uma grave crise, a fim de que a população assuma a corresponsabilidade diante dos desafios", afirmou o arcebispo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O papa Francisco anunciou na manhã deste domingo, 15, a convocação de um Sínodo de Bispos para a Amazônia, durante a missa de canonização de 30 mártires brasileiros, na Praça de São Pedro. O Sinodo vai se reunir em Roma, em outubro de 2019.

"Que os santos hoje canonizados intercedam pelo êxito do Sinodo", disse Francisco, referindo-se especialmente aos mártires brasileiros.

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Foram declarados santos também três jovens mexicanos martirizados no século 16, um padre espanhol e um frade italiano.

O Sinodo discutirá os desafios da região amazônica, especialmente a questão dos indígenas e a preservação das florestas. O anúncio surpreendeu até o cardeal d. Claudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo e atual presidente da Comissão da Amazônia, da Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Francisco afirmou que está convocando o Sínodo em atendimento a pedido de conferências episcopais de vários países. O Sínodo de Bispos é uma reunião que debate questões desafiadoras para a Igreja e apresenta sugestões ao papa. Além de eclesiásticos, leigos e especialistas podem ser convidados a participar dos debates.

O papa Francisco aprovou nesta quinta-feira (23) a canonização de 30 beatos brasileiros que foram massacrados em 1645 nas localidades de Cunhaú e Uruaçu, no Rio Grande do Norte, durante a ocupação holandesa do Nordeste, por se negarem a abjurar da fé católica e aderir ao calvinismo, religião dos invasores. Os futuros santos serão André de Soveral e Ambrósio Francisco Ferro, sacerdotes diocesanos, Mateus Moreira e outros 27 companheiros leigos.

"Ficamos muito felizes, pois esta canonização é uma grande bênção para a Igreja e com certeza vai reavivar a fé e a devoção dos fiéis", disse o arcebispo de Natal, d. Jaime Vieira Rocha, após receber a notícia da aprovação do papa. Os 30 brasileiros foram beatificados em março de 2000 por João Paulo II. O cardeal d. Cláudio Hummes, que foi arcebispo de Fortaleza, ajudou a levar adiante a causa dos mártires e, no ano passado, confidenciou a d. Jaime que Francisco estava interessado na canonização.

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Foram dois massacres coletivos: o primeiro em 15 de julho, em Cunhaú, atualmente município de Canguretama, e o segundo em 3 de outubro, em Uruaçu, hoje município de São Gonçalo do Amarante. Segundo relatos da época, mais de 70 pessoas foram assassinadas, mas a Congregação para as Causas dos Santos reconhece apenas o martírio daqueles cujos nomes são conhecidos. Na cerimônia de beatificação, João Paulo II chamou os novos beatos de protomártires e disse que eles eram exemplos e defensores da fé cristã.

Os massacres foram executados por índios tapuias e soldados holandeses, sob comando de Jacob Rabbi, um alemão a serviço da Companhia das Índias Ocidentais Holandesas. As vítimas foram mortas em um domingo, durante a missa celebrada pelo padre Ambrósio Ferro. Após a consagração da hóstia e do vinho, a tropa holandesa trancou as portas da igreja e, após um sinal de Rabbi, os índios chacinaram os fiéis.

Com a notícia das atrocidades em Cunhaú, o medo se espalhou pelo Rio Grande do Norte e capitanias vizinhas. Com razão. Outra vez sob as ordens de Jacob Rabbi, um grupo de dezenas de pessoas, entre as quais o padre André de Soveral, foi massacrado. Além dos padres André de Sandoval e Ambrósio Ferro, foram mortos os leigos Mateus Moreira e seus 27 companheiros que serão transformados em santos. O camponês Mateus Moreira teve o coração arrancado pelas costas, enquanto repetia a frase "Louvado seja o Santíssimo Sacramento".

Emissários do governo holandês enviados para investigar os massacres constataram a prática de violência, atrocidade e crueldade. Cronistas da época relatam que em Uruçu a crueldade foi maior. Os índios e a tropa holandesa fecharam as portas da igreja e mataram os católicos ferozmente. Arrancaram línguas, deceparam braços e pernas, cortaram crianças ao meio e degolaram corpos. A história dos massacres foi pesquisada na Torre do Tombo, em Portugal, e no Museu de Ajax, na Holanda. Segundo documentos levantados, os holandeses ofereceram aos católicos a opção de salvar a vida, se eles se convertessem ao calvinismo.

Data. D. Jaime pensou na hipótese de a canonização ser em outubro deste ano, se Francisco viesse ao Brasil por ocasião da comemoração dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida. Como não virá, a cerimônia deverá ser celebrada no Vaticano, em data a ser marcada. Milhares de devotos celebram a memória dos mártires nos meses de julho e de outubro. Há celebrações frequentes também nas quatro paróquias dedicadas aos beatos no Rio Grande do Norte. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Papa Francisco aprovou nesta quarta-feira (22) um decreto que reconhece o milagre atribuído à intercessão das crianças pastoras de Fátima, os portugueses Francisco e Jacinta Martos, informou a secretaria de imprensa do Vaticano.

Após a aprovação do decreto, os dois, que para a Igreja Católica presenciaram as aparições da Virgem no início do século XX em Portugal, poderão ser declarados santos.

Não está descartada a possibilidade de que a cerimônia de canonização seja celebrada pelo papa Francisco durante sua visita ao santuário da Virgem de Fátima nos dias 12 e 13 de maio.

O milagre que permitirá a canonização das crianças pastoras é a cura de um menino brasileiro.

O decreto reconhece "o milagre atribuído à intercessão do Beato Francisco Marto, nascido em 11 de junho de 1908 e falecido em 4 de abril de 1919, e da Beata Jacinta Marto, nascida em 11 de março de 1910 e falecida em 20 de fevereiro de 1920", afirma a nota do Vaticano.

Em 13 de maio, os católicos celebram a primeira aparição em 1917 da Virgem para três crianças: Jacinta, Francisco e Lúcia na cidade de Fátima, a 100 km de Lisboa.

De acordo com a tradição católica, a Virgem apareceu outras cinco vezes ao longo de 1917 e durante as aparições fez várias profecias, recomendações e entregou três mensagens, conhecidas como "os três segredos de Fátima".

A freira Lúcia, a única que sobreviveu das três crianças pastoras e que faleceu em 2005, poucos meses antes do papa João Paulo II, revelou há algumas décadas os dois primeiros segredos.

O primeiro era uma visão do inferno, das guerras que afetaram a Europa, e o segundo falava de como reconverter o mundo ao cristianismo.

O texto do terceiro mistério permaneceu em segredo por muitos anos e foi revelado apenas no ano 2000, justamente em Fátima.

De acordo com o Vaticano se referia ao atentado sofrido por João Paulo II em 13 de maio de 1981 na Praça de São Pedro, no 64° aniversário da primeira aparição de Fátima, e à luta entre o comunismo ateu e a igreja no século XX.

Muitos fiéis depositaram neste domingo flores no túmulo da madre Teresa em Calcutá, no leste da Índia, para celebrar a canonização no Vaticano da religiosa dos pobres.

As pessoas começaram a se reunir desde o início da manhã na sede de sua congregação em Calcutá, onde se encontra seu túmulo, que é decorado todos os dias pelas irmãs com uma palavra escrita com pétalas de flores.

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Foi realizada uma missa especial em homenagem à religiosa, ícone da caridade, antes da cerimônia na basílica de São Pedro de Roma.

Os fiéis acenderam velas e colocaram flores em seu túmulo enquanto as irmãs entoavam cânticos em sua homenagem.

"É um dia de celebrações, um dia de gratidão, um dia com muitas bênçãos", disse a irmã Mary Lysa.

"As Missionárias da Caridade decidiram que este dia seria uma celebração para fazer avançar a causa" da madre Teresa "a serviço dos pobres, dos moribundos e dos doentes", disse.

Madre Teresa - nascida em 1910 no seio de uma família albanesa em Skopje e falecida em 5 de setembro de 1997 na sede de sua congregação em Calcutá - recebeu o prêmio Nobel da Paz em 1979. Em 1950, fundou na Índia as Missionárias da Caridade, organização que conta atualmente com 5.000 religiosas que dedicam sua vida aos mais pobres.

Acendendo uma vela, Konica Cecilia, de 32 anos, explicou que a religiosa ajudou economicamente seus pais para que ela pudesse ir à escola.

"Tive a sorte de conhecer madre Teresa. Era uma santa em vida e uma inspiração para mim", disse. "Sua memória me reconforta quando tenho problemas", afirmou.

Madre Teresa de Calcutá foi um exemplo de solidariedade e entrega aos pobres e deserdados, e também de tenacidade e pragmatismo, segundo o papa Francisco, que a canonizou neste domingo.

Sempre com um sari de algodão branco com um bordado azul, a madre Teresa foi, durante a segunda metade do século XX, o símbolo da defensa incansável dos pobres.

Vencedora do Prêmio Nobel da Paz em 1979, ela foi declarada santa 19 anos após sua morte, ocorrida em 1997.

Sua canonização, possível graças a um segundo milagre, registrado no Brasil - uma cura inexplicável -, foi realizada justamente no ano dedicado pelo pontífice à misericórdia, com um jubileu extraordinário.

Nascida em 26 de agosto de 1910 em uma família albanesa em Skopje, capital da atual república da Macedônia, que na época pertencia à Albânia, Gonxhe Agnes Bojaxhiu entrou em 1928 para a ordem religiosa Irmãs de Nossa Senhora de Loreto, cuja sede central se encontra na Irlanda, e passou a usar o nome Teresa em homenagem a Santa Teresa de Lisieux.

Enviada a Calcutá, na Índia, foi professora durante muitos anos em uma escola para meninas de classe alta, antes de receber o "chamado dos chamados", ou seja, a vocação de servir a Deus através dos pobres.

O arcebispo de Calcutá na época, Fernando Periers, se negava a permitir que saísse de sua ordem, alegando que ela era muito jovem para o trabalho, apesar dos 37 anos, e a chamava de "novata incapaz de iluminar corretamente uma vela".

Mas ela conseguiu o apoio dos superiores e inclusive do papa Pio XII.

No início de 1948 se mudou para os bairros pobres de Calcutá, onde suas ex-alunas se tornaram, a seu lado, as primeiras Missionárias da Caridade.

Em 1952, ao observar uma mulher agonizante, abandonada na rua e com os pés atacados por ratos, ela sentiu uma profunda comoção e decidiu assumir uma nova tarefa: ajudar os mais pobres entre os pobres.

Depois de procurar com insistência as autoridades da cidade, conseguiu a concessão de uma antigo edifício para dar abrigo às pessoas que sofriam de tuberculose, disenteria e tétano, ou seja, as pessoas que nem os hospitais queriam atender.

Dezenas de milhares de necessitados passaram por esse "hospício": muitos encontraram uma morte digna, sempre em respeito a sua própria religião, e outros se recuperaram graças aos cuidados das freiras.

Em Calcutá, Madre Teresa abriu também um orfanato, Sishu Bhavan, e um centro para leprosos, o Shantinagar, onde atualmente são produzidos os saris brancos com bordado azul utilizados pelas 4.500 Missionárias da Caridade espalhadas em mais de 100 países.

- Vida austera -

Na sede da congregação, em Calcutá, em uma avenida da megalópole indiana, Madre Teresa, famosa e premiada em todo o planeta por seu trabalho, levou uma vida austera e trabalhou sem descanso.

Ela faleceu no local em 5 de setembro de 1997, aos 87 anos, e seu túmulo está sempre coberto de pétalas de flores como forma de homenagem.

Com senso para os negócios, certa vez perguntou ao papa João XXIII se as riquezas do Vaticano poderiam ser utilizadas para os pobres.

O Papa então doou um Rolls Royce, que ela vendeu rapidamente por um bom preço em um leilão.

Durante o papado de Paulo VI, a congregação se espalhou pelo mundo e chegou a fundar casas na América Latina.

O papa João Paulo II reconheceu publicamente sua admiração pela freira e, na década de 1980, abençoou a pedra fundamental da casa que ela abriu em Roma para abrigar moradores de rua.

O papa Francisco, que a conheceu em 1994, admitiu que ficou impressionado com seu caráter forte.

A madre Teresa afirmava que sua contribuição era apenas uma "gota em um oceano de sofrimentos, mas que, se não existisse, esta gota faria falta ao mar".

Os críticos a acusavam de receber presentes sem questionar a procedência e de ter sido uma opositora fervorosa do aborto e da pílula anticoncepcional, assim como de utilizar seu prestígio para denunciar em todo o mundo tais práticas.

Durante o processo para sua beatificação, foi descoberto que ela sofria crises religiosas e chegava a questionar a existência de Deus.

"Nunca vi uma porta ser fechada para mim. Acredito que isso acontece porque veem que não vou pedir, e sim dar. Hoje em dia está na moda falar dos pobres. Infelizmente não está na moda falar aos pobres", afirmou certa vez.

Após sua morte, o governo indiano organizou um funeral de Estado e o caixão foi transportado por grande parte da cidade na mesma carruagem que transportou o caixão de Mahatma Gandhi.

A madre Teresa, que será canonizada no domingo (4) no Vaticano, era o "anjo dos pobres" para alguns, mas outros consideram que defendia métodos arcaicos, que agravavam o sofrimento de muitos. A cerimônia na Praça de São Pedro de Roma será uma celebração para milhões de católicos de todo o mundo, mas para Gautam Lewis este dia será especial pelo afeto que tem pela nova santa.

Aos dois anos, este órfão de Calcutá contraiu poliomielite e foi acolhido pela religiosa. Ele a considera "sua segunda mãe". "A madre Teresa me levava à igreja todos os domingos e supervisionava pessoalmente todo o meu tratamento quando tinham que me operar e a reabilitação da pólio", contou à AFP Lewis, que agora vive em Londres.

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"Lembro-me que me sentia muito protegido com sua presença", afirmou o motorista de 39 anos, que viajará a Calcutá, no leste da Índia, para celebrar a canonização. Por sua vez, o arcebispo da cidade, Thomas D'Souza, espera que a cerimônia ajude a manter a obra da madre Teresa.

"Estimamos que a elevação da madre Teresa ao status de Santa será um novo impulso para sua obra de caridade", disse. Mesmo antes de sua morte, em 1997, a religiosa vestida com seu tradicional sari branco bordado em azul era considerada uma santa.

Mas foi depois que o Vaticano lhe atribuiu um segundo milagre - a cura em 2008 de um brasileiro que sofria de múltiplos tumores cerebrais - que os requisitos para uma canonização se cumpriram.

- Glorificação da dor? -

Mas também há opositores que denunciam as deploráveis condições de higiene dos centros de acolhida fundados pela missionária, as negligências médicas e a conversão forçada dos moribundos. "Seu objetivo final era divulgar sua religião a qualquer preço", declarou à AFP Aroub Chatterjee, um médico bengalês que publicou em 2003 um livro no qual critica a religiosa.

"Converter um moribundo, que está inconsciente, é um comportamento muito baixo, é especialmente repugnante", disse, ressaltando que a madre Teresa o reproduzia "em escala industrial".

Um dos principais opositores da religiosa, o jornalista de origem britânica Christopher Hitchens, já morto, sustentava que ela agravava os sofrimentos dos pobres por sua oposição inflexível à contracepção e ao aborto.

Hitchens, que realizou o documentário "O anjo do inferno", afirmava que a madre Teresa negava aos pacientes cuidados básicos, já que estimava que o sofrimento os aproximava de Deus.

- Sofrimento e pobreza -

Muitos ex-voluntários disseram que nestes centros de acolhida o sofrimento e a pobreza eram glorificados. Os locais também foram acusados de não fornecer cuidados mínimos, apesar dos milhares de dólares recebidos em doações.

Depois de ter sido voluntária há oito anos nas missões fundadas pela madre Teresa, a americana Hemley Gonzalez fundou sua própria ONG em Calcutá, por suas divergências com a organização. Diz ter visto as freiras lavando as seringas com água da torneira para reutilizá-las ou ter sido criticada por cortar o cabelo dos moribundos, já que, de qualquer forma, eles tinham pouco tempo de vida.

Desde a morte de sua fundadora, a rede das Missionárias da Caridade, criada em Calcutá em 1950, cresceu fortemente. Agora administra um total de 758 centros em 139 países, com cerca de 5.000 religiosas trabalhando.

Mas a falta de transparência de seu financiamento e da gestão do dinheiro que recebem de doações também foram questionados pelos opositores deste grupo. Para sua porta voz, Sunita Kumar, estas acusações são estúpidas. "O objetivo da madre Teresa não era construir hotéis cinco estrelas, era ajudar os pobres", indicou.

No domingo, o mundo vai ganhar uma nova santa: Roma se prepara para a canonização de Madre Teresa de Calcutá. A vencedora do Nobel da Paz de 1979, morta há quase 20 anos, deixou uma congregação com milhares de seguidores e um legado de paz e caridade. Assista à reportagem no vídeo:

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O papa Francisco canonizou neste domingo (5) a religiosa sueca Marie Elisabeth Hesselblad (1870-1957), uma luterana que se converteu ao catolicismo, antes de uma visita à Suécia prevista para outubro.

A ministra da Cultura sueca, Alice Bah-Kuhnke, e quase 250 católicos do país assistiram a cerimônia, celebrada na Praça de São Pedro do Vaticano.

Hesselblad, conhecida por restaurar a congregação das brigidinas, nasceu 1870 em uma família luterana de 13 filhos. Na juventude foi trabalhar nos Estados Unidos para ajudar a família, como muitos agricultores suecos, e foi enfermeira em Nova York.

Em 1902 se converteu ao catolicismo e foi batizada. Dois anos mais tarde chegou a Roma e entrou para as carmelitas, onde, com uma permissão especial do papa Pio X, assumiu o hábito das brigidinas, uma ordem fundada pela santa sueca Brígida em 1363, um século e meio antes da Reforma.

Elisabeth Hesselblad reconstruiu a ordem, primeiro em Roma em 1911 e depois na Suécia em 1923, sempre com o objetivo da unidade dos cristãos. Faleceu em 1957 em Roma, aos 87 anos.

O processo de canonização foi iniciado pelo papa João Paulo II. No ano 2000, Hesselblad foi beatificada e em 2004 foi declarada "justa entre as nações" por sua defesa dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

O papa Francisco visitará a Suécia — país com apenas 150.000 católicos – entre 31 de outubro e 1 de novembro, onde participará em um evento, organizado pela Federação Luterana Mundial, da Refoma protestante de Martinho Lutero, que em 2017 completará 500 anos.

Na mesma cerimônia deste domingo, o papa canonizou o padre polonês Jan Papczyński (1631-1701), conhecido como Stanislau de Jesus e Maria.

O Papa Francisco assinou nesta terça-feira (15) o decreto de canonização da Madre Teresa de Calcutá, ícone mundial da caridade, que será declarada santa no dia 4 de setembro, anunciou o Vaticano. A decisão foi tomada durante um consistório encarregado de examinar a causa da religiosa, que faleceu em 1997 e foi beatificada em 2003.

O serviço de imprensa do Vaticano não confirmou o local da celebração. A Igreja da Índia insistiu para que o pontífice argentino se dirija a Calcutá para esta celebração. Mas várias fontes do Vaticano afirmam que uma viagem como esta não está prevista e que a canonização será realizada em Roma.

O Brasil deverá ganhar em breve 30 novos santos de uma vez só. O arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, pediu ao papa Francisco que canonize logo dois padres e 28 fiéis que foram massacrados em Cunhaú e Uruaçu, no Rio Grande do Norte, por tropas a serviço dos calvinistas em 1645, durante a ocupação holandesa.

"O papa manifestou interesse na canonização, que poderá ser feita por decreto, sem exigência de milagres, porque os mártires foram mortos por confessarem a fé católica", disse Dom Jaime após uma audiência com Francisco em Roma. O arcebispo informou que o papa confirmou seu interesse em conversa com o cardeal d. Cláudio Hummes, prefeito emérito da Congregação para o Clero.

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Os mártires de Cunhaú e Uruaçu foram beatificados por João Paulo II em 2000, na Praça de São Pedro, no Vaticano, com a presença de cerca de mil brasileiros. O papa chamou os novos beatos de protomártires e afirmou que eles eram um exemplo de fé cristã e defensores da fé católica.

"Consta, pelos relatos da época, que foram assassinadas mais umas 70 pessoas, mas a Congregação para as Causas dos Santos só reconhece o martírio daqueles cujos nomes foram identificados", disse o arcebispo de Natal.

Os massacres ocorreram em 15 de julho de 1845 em Cunhaú, atualmente município de Canguaretama, e no dia 3 de outubro, em Uruaçu, município de São Gonçalo do Amarante. Além dos padres André de Sandoval e Ambrósio Ferro, foram massacrados 28 leigos, cujos nomes são conhecidos.

Os massacres foram executados por índios tapuias e potiguares e tropas holandesas, sob o comando de Jacob Rabbi, um alemão violento e sanguinário contratado pela Companhia das Índias Ocidentais Holandesas. Os mártires de Cunhaú foram mortos num domingo durante a missa celebrada pelo padre Ambrósio Ferro. Após a consagração da hóstia e do vinho, os soldados holandeses trancaram as portas da igreja e, a um sinal de Rabbi, os índios tapuias chacinaram os fiéis.

Com a notícia das atrocidades em Cunhaú, o medo se espalhou pelo território do Rio Grande do Norte e capitanias vizinhas. Com razão, porque outra vez sob as ordens de Jacob Rabbi um grupo calculado em 80 pessoas, entre as quais padre André de Soveral, foi massacrado. Emissários do governo holandês enviados para investigar os massacres constataram a prática de violência, atrocidade e crueldade.

A história dos massacres foi pesquisada na Torre do Tombo, em Portugal, e no Museu de Ajax, na Holanda. "Segundo documentos sobre o episódio, os holandeses sob o comando de Jacob Rabbi ofereceram aos católicos a opção de salvar a vida, se eles se convertessem aos calvinismo, mas eles se recusaram", disse o padre Júlio César Souza Cavalcante, da Arquidiocese de Natal.

Os relatos são contraditórios e parciais, o que dificultou a apuração da história para a beatificação e canonização. O martírio dos católicos coincidiu com uma de revolta de brasileiros e portugueses contra as ocupação holandesa. O papa recomendou que a Congregação para as Causas dos Santos dê andamento ao processo para depois ele assinar o decreto que vai declarar santos os 30 mártires do Rio Grande do Norte.

D. Jaime levanta a hipótese de a canonização ser feita em outubro de 2017, quando Francisco pretende vir ao Brasil por ocasião da comemoração dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida nas águas do Rio Paraíba. Se o papa não puder ir ao Rio Grande do Norte, como seria desejável, a cerimônia poderia ser feita no Vaticano, em outra data.

Os pais da santa Teresa de Lisieux, Louis e Zélie Martin, a religiosa espanhola María de la Inmaculada Concepción e o vigário italiano Vincenzo Grossi serão canonizados em 18 de outubro próximo, no Sínodo sobre a Família - anunciou o Vaticano neste sábado (27).

Segundo a agência especializada na Santa Sé, I-Media, "é a primeira vez que a Igreja Católica canoniza um casal com filhos". "Outros casais haviam sido beatificados em beatificações coletivas, mas o Vaticano não havia reconhecido sua santidade posteriormente", explicou a I-Media. O papa fez o anúncio "durante um consistório ordinário público para a canonização de santos", afirmou a Santa Sé, em uma nota.

Junto com o casal Martin, María de la Inmaculada Concepción (1936-1998), superiora geral da Congregação de Irmãs da Companhia da Cruz, e Vincenzo Grossi (1845-1917) serão feitos santos, no domingo de 18 de outubro. Com essas canonizações, o papa pretende exaltar a família cristã.

Conhecida como Santa Teresa do Menino Jesus, Marie-Françoise Thérèse Martin nasceu em 1873 e faleceu em 1897. Ela foi canonizada em 1925 e tornada Doutora da Igreja em 1997. Embora nunca tenha saído do Monastério das Carmelitas Descalças de Lisieux, é considerada a patrona das missões. Em 18 de março, o papa validou a recuperação de uma menina doente na Espanha como um milagre atribuído à intercessão dos pais da santa.

Louis Martin e Zélie Guérin, mortos em 1894 e 1877, aos 71 e aos 46 anos, respectivamente, foram beatificados em 2008. Eles tiveram nove filhos, dos quais quatro faleceram ainda jovens, e cinco meninas ingressaram na vida religiosa. Casados em julho de 1858, eles compartilharam 19 anos de vida conjugal. Católicos fervorosos, Louis e Zélie assistiam todo dia à missa das 5h30 da manhã.

O papa Francisco canonizou, neste domingo, duas freiras da região onde era a Palestina do século 19, na esperança de encorajar os cristãos em todo o Oriente Médio, que enfrentam uma onda de perseguição por extremistas islâmicos.

As irmãs Mariam Bawardy e Marie Alphonsine Ghattas estavam entre as quatro freiras tornadas santas hoje em uma missa na praça de São Pedro, no Vaticano. O presidente palestino, Mahmoud Abbas, e cerca de 2.000 peregrinos da região, alguns segurando bandeiras palestinas, presenciaram a canonização das primeiras santas da Terra Santa desde os primeiros anos do cristianismo.

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Autoridades da Igreja Católica estão apresentando novos santos como um sinal de esperança e encorajamento para os cristãos em todo o Oriente Médio em um momento de violenta perseguição e discriminação, que têm levado muitos deles a deixar a região do nascimento de Cristo.

Em sua homilia, o papa Francisco disse que as duas mulheres - bem como as novas santas Jeanne Emilie de Villeneuve, da França, e Maria Cristina da Imaculada Conceição, da Itália, eram modelos de união e caridade para com todos. "O seu exemplo luminoso nos desafia em nossa vida de cristãos", declarou.

Mariam Bawardy nasceu em 1843 na aldeia de Ibilin, que hoje é a região da Galileia do norte de Israel. Ela disse ter recebido os "estigmas" - feridas que sangram como as que Jesus Cristo sofreu na cruz - e morreu com a idade de 33 anos na cidade de Bethlehem, na Cisjordânia, onde fundou um mosteiro da ordem das carmelitas que ainda existe. Marie Alphonsine Ghattas nasceu em Jerusalém em 1847, abriu escolas para meninas, combateu o analfabetismo feminino e ajudou a fundar a Congregação das Irmãs do Rosário. A ordem hoje possui dezenas de centros em todo o Oriente Médio, do Egito à Síria, que administram creches, lares de idosos, clínicas médicas e casas de hóspedes.

O papa disse que Bawardy tendo sido "um meio de encontro e de comunhão com o mundo muçulmano", e que Ghattas "nos mostra a importância de nos tornarmos responsáveis uns pelos outros e de viver uma vida de serviço para o outro".

Além da delegação palestina presente na missa, Israel enviou uma delegação chefiada pelo seu embaixador para a Santa Sé. França, Itália e Jordânia também enviaram delegações oficiais.

Os cristãos representam menos de 2% da população de Israel e dos territórios palestinos - o berço do cristianismo. Embora os cristãos não tenham experimentado a perseguição violenta que dizimou as comunidades cristãs no resto da região, a população diminuiu gradualmente ao longo de décadas, fugindo de conflitos ou buscando melhores oportunidades no exterior. Fonte: Associated Press.

O papa Francisco autorizou nesta terça-feira (3) o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, cardeal Angelo Amato, a promulgar decreto de reconhecimento do martírio de d. Oscar Romero, arcebispo de San Salvador, em El Salvador, assassinado "por ódio à fé", em 24 de março de 1980.

Assim, ele pode ser beatificado ou canonizado (proclamado santo) sem a comprovação de milagre. O processo de canonização estava emperrado quando Francisco foi eleito, em 2013, e reativado por determinação sua.

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O papa Francisco autorizou nesta terça-feira (3), o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, cardeal Angelo Amato, a promulgar decreto de reconhecimento do martírio de d. Oscar Romero, arcebispo de San Salvador, em El Salvador, assassinado "por ódio à fé", em 24 de março de 1980. O processo de canonização do arcebispo estava emperrado quando Francisco foi eleito, em 2013, e foi reativado por determinação sua. Amanhã, o postulador da causa, d. Vincenzo Paglia, receberá a imprensa no Vaticano para um encontro no qual provavelmente anunciará a data da canonização. Como foi considerado mártir, Oscar Romero não depende de comprovação de um milagre para ser proclamado santo.

O Estado de S. Paulo foi o último jornal a entrevistar o arcebispo de San Salvador, assassinado no início da noite de 24 de março de 1980, três dias depois de ter falado a este repórter, José Maria Mayrink, à porta do Seminário São José. "Aqui em El Salvador, todos temos medo de morrer", respondeu d. Oscar Romero, quando lhe perguntei se não tinha medo de morrer assassinado. Em suas homilias, o arcebispo denunciava a violência e divulgava os nomes de pessoas mortas ou desaparecidas, na luta entre guerrilheiros e forças do governo. Ele disse que a Igreja era acusada tanto pela direita como pela esquerda na crise que El Salvador estava atravessando.

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"Critiquei as organizações populares (de esquerda), mas a reação do governo é desproporcional e as vítimas são mais numerosas nas esquerdas", afirmou d. Oscar Romero, ao falar da violência. "A resposta às provocações não deve ser somente militar. É preciso ouvir a voz que clama por justiça. Nos últimos dias, houve vítimas que não morreram em choques, mas em suas casas, após sequestros e torturas", denunciou.

Apesar dos riscos, arcebispo andava sempre sozinho. Ele foi morto com um tiro no peito durante a missa que celebrava no Hospital da Providência, em San Salvador. O assassino era membro das forcas paramilitares, de extrema direita, que atuavam contra as guerrilhas, à margem da Força Armada, o exército de El Salvador. Em estado de sítio, o país era governado pela Junta Revolucionária de Governo, da qual participava a Democracia Cristã, com apoio dos Estados Unidos. O então presidente Jimmy Carter lamentou o atentado como um ato escandaloso e imoral".

Durante cerimônia nesta terça-feira (27), o Arcebispo de Olinda e Recife Dom Fernando Saburido anunciou que vai enviar a Roma o pedido de canonização do ex-Arcebispo Emérito da Cúria Metropolitana Dom Hélder Câmara, morto em 1999. O pedido, em forma de carta, foi assinado e será enviado ao Cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação da Causa dos Santos, no Vaticano. 

No documento, que traz uma explicação da causa e dados bibliográficos de Dom Hélder, é citado o reconhecimento do ex-Arcebispo. “Ele tem fama de santidade reconhecida pelos lugares onde atuou como sacerdote e bispo. O seu túmulo é visitado com frequência pelos fiéis e admiradores advindos das diversas regiões do País e de outros países, dada a sua notoriedade internacional”, diz trecho. 

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Outra parte fala da relevância da canonização de Dom Hélder. "A causa será de grande importância para honra e louvor de Cristo, para o engrandecimento da Santa Igreja e, de modo especial, para a Igreja no Brasil, pois o testemunho e vida de Dom Hélder Câmara edifica a todos e nos incita a vivência do Evangelho e a uma identificação profunda com os pobre sofredores", completa. 

Assim que a autorização for dada, Dom Hélder Câmara será reconhecido como Servo do Senhor. A Arquidioce vai instalar um tribunal eclesiástico para o processo de Vida e virtudes. Será formada também uma comissão de peritos históricos e arquivistas para recolher todos os escritos do futuro Santo. Depois três téologos irão avaliar se todos os escritos estão de acordo com o evangelho, para assim acontecer a canonização. 

Dom Hélder -  Nascido em 7 de feveiro de 1909, Hélder Pessoa Câmara se tornou padre aos 22 anos. No dia 12 de março de 1964, foi designado para ser arcebispo de Olinda e Recife, onde ficou até 2 de abril de 1985. Conhecido como o "Dom da Paz" e "Pastor da Liberdade", d. Hélder foi incansável defensor dos direitos humanos e denunciou internacionalmente a prática de tortura contra presos políticos no Brasil. Indicado quatro vezes ao Nobel da Paz, era seguidor da Teologia da Libertação. Na sua gestão à frente da Arquidiocese, criou a Comissão de Justiça e Paz (CJP), em março de 1968, que veio a se tornar instrumento para denunciar arbitrariedades a exemplo de perseguições, torturas e fechamento de veículos de comunicação social contrários à ditadura. "Rigorosamente dentro da lei e dentro da não-violência, procuraremos enfrentar injustiças venham de onde vierem", disse ele ao criar a comissão. Dois anos depois, teve seu nome proibido até de ser citado na imprensa pelo regime militar.

Durante o Regime Militar, demonstrou clara resistência e tornou-se líder pelos direitos humanos.  Pregava no Brasil e no exterior uma fé cristã comprometida com os anseios dos empobrecidos. Foi perseguido por militares pela atuação social e política, sendo acusado de comunismo. Como denunciava a prática de tortura de presos, sofreu muitas represálias.  Chegou a ser chamado de "Arcebispo Vermelho" e foi negado o acesso aos meios de comunicação social após a decretação do AI-5, sendo proibido inclusive qualquer referência a ele. Em 1984, ao completar 75 anos, apresentou sua renúncia a Igreja. Em 15 de julho de 1985, passou o comando da Arquidiocese a Dom José Cardoso Sobrinho. Continuou a viver em Recife, nos fundos da Igreja das Fronteiras, onde vivia desde 1968. Morreu aos 90 anos em Recife no dia 27 de Agosto de 1999 vítima de  pneumonia.

Entenda todo o processo de canonização - O processo de beatificação e canonização de alguém que morreu com fama de santidade só pode ser aberta 5 anos após sua morte. No caso de Dom Hélder, já passaram 15 anos. 

Tendo o parecer positivo dos bispos, o arcebispo remeterá uma carta ao cardeal Prefeito da Congregação da Causa dos Santos solicitando a autorização para o início do processo, chamada de "Nihil Obstat".  Com a chegada da resposta, o postulante é nomeado Servo do Senhor. O arcebispo poderá realizar a Sessão de Abertura do Processo e encaminhar a nomeação e instalação do Tribunal eclesiástico para o processo de vidas e virtudes. 

O arcebispo deverá nomear uma comissão histórica que terá função de pesquisar e recolher todos os escritos do Servo de Deus. O arcebispo também nomeará no mínimo três censores teólogos para avaliar todos os escritos e dizer se eles estão de acordo com o Evangelho. Depos de avaliados, o relator do processo, indicado pela Congregação da Causa dos Santos, cria um documento chamado "Positio". O documento reúne os documentos feito pela comissão que será encaminhado ao Papa para aprovação.

Depois de aprovado, é concedido o título de Venerável Servo do Senhor. Em seguida é iniciado a beatificação. Por último, acontece a canonização, proclamação do postulante como Santo.

Com informações da Agência Estado

A Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, localizada no centro do Recife, celebra nesta terça-feira (27) uma missa de ação de graças pela canonização de João Paulo II. A cerimônia será conduzida, a partir das 11h, pelo Vigário Episcopal, Frei Joaquim Ferreira da Luz, da Ordem dos Carmelitas.

Durante a celebração, o novo santo ganhará uma imagem que ficará exposta na igreja. O evento marca ainda o dia de devoção a João Paulo II, que será comemorado sempre no dia 27 de cada mês, na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos.

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Com informações da assessoria

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