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Às vésperas do Dia da Consciência Negra, no próximo sábado, 20, o Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva retirou a pena de perda de pontos do Brusque por ato racista praticado pelo conselheiro Júlio Antônio Petermann contra o meia Celsinho, do Londrina, em uma partida da Série B. O clube catarinense havia sido punido em setembro com perda de três pontos, mais R$ 60 mil de multa, por injúria racial praticada pelo conselheiro.

A sessão teve a presença do meia Celsinho, vestindo uma camisa do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, organização que monitora casos de racismo e ações afirmativas no futebol brasileiro. O jogador precisou ouvir várias vezes no julgamento a expressão racista praticada pelo conselheiro do Brusque. Ele também revelou os problemas pessoais que enfrentou após o episódio.

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"(A ofensa) partiu de um presidente do conselho de um clube que deveria dar um exemplo. Isso é inadmissível. Ninguém me procurou depois para saber como eu estava, o que tinha acontecido ou um mínimo pedido de desculpas. E soltaram uma nota como se eu quisesse procurar essa situação. Um dos meus filhos já me perguntou se deveria evitar deixar o cabelo como o meu para não acontecer algo assim com ele. Foi um dano profissional e peso grande para mim", lamenta.

O Brusque vive situação delicada na Série B. A equipe está em 15º, agora com 44 pontos, três a mais que o próprio Londrina, primeiro da zona do rebaixamento. O time catarinense recebe o Operário, pela 37ª rodada da Série B, nesta sexta-feira, às 19h. Além de advogados do Londrina e do Brusque, estavam presentes no julgamento representantes das federações Catarinense, Paranaense e Baiana, além do Vitória e da Ponte Preta, times que lutam contra a queda para a Série C, assim como o clube denunciado.

O advogado do Brusque no caso, Osvaldo Sestário, tentou relativizar o episódio de injúria racial e pediu para que a proximidade do Dia da Consciência Negra, no próximo sábado, não afetasse o julgamento. "A decisão não pode ser pautada pela primeira nota oficial do Brusque (após a denúncia do caso) nem por estar nas vésperas do Dia da Consciência Negra. Cachopa (expressão usada pelo conselheiro) eu não sabia o que era, nem o atleta disse que sabia. Cachopa de abelha pode ser uma ofensa, mas um jogador branco que tem um cabelo... vamos citar o David Luiz, ele pode ser chamado assim. Seria uma injúria racial? Atletas do Brusque têm cabelo similar ao do Celsinho".

O advogado do meia Celsinho e do Londrina, Eduardo Vargas, rebateu os argumentos da defesa e contextualizou o racismo estrutural na sociedade brasileira. "Esse comentário do advogado do Brusque de que ele não é racista, mas tem até um amigo neguinho... Até quando aceitaremos isso? O advogado (branco) disse que sabe o que o Celsinho está sentindo. Sabe?", questionou.

O Brusque foi enquadrado no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) por "praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito". O texto diz que "caso a infração prevista neste artigo seja praticada simultaneamente por considerável número de pessoas vinculadas a uma mesma entidade de prática desportiva, esta também será punida com a perda do número de pontos atribuídos a uma vitória no regulamento da competição, independentemente do resultado da partida, prova ou equivalente".

O CASO CELSINHO - No final do primeiro tempo do jogo entre Brusque e Londrina pela Série B, no dia 26 de agosto, o meia Celsinho, da equipe paranaense, disse ao quarto árbitro ter sido alvo de falas racistas de uma pessoa do staff quadricolor em um dos camarotes do Estádio Augusto Bauer.

"Por volta dos 45 minutos do 1º tempo, o atleta do Londrina, sr. Celso Luis Honorato Junior, informou ao quarto árbitro que foi ofendido com as seguintes palavras: "vai cortar esse cabelo seu cachopa de abelha", por um homem na arquibancada, que foi identificado pelo coordenador da CBF, sr. Ricardo Luiz, como Julio Antônio Petermann, staff da equipe do Brusque", diz a súmula do árbitro sergipano Fábio Augusto Santos Sá Júnior.

Após a denúncia, o Brusque publicou uma nota no dia seguinte se eximindo de culpa no caso e acusando Celsinho de "oportunismo. "O atleta, por sua vez, é conhecido por se envolver neste tipo de episódio. Esta é pelo menos a 3a vez, somente este ano, que alega ter sido alvo de racismo, caracterizando verdadeira "perseguição" ao mesmo. Importante esclarecer que, ao árbitro, o atleta não relatou ter sido chamado de "macaco", mas sim que teriam dito "vai cortar esse cabelo de cachopa de abelha", o que constou da súmula e revela a total contradição nos seus relatos", diz um trecho.

Em resposta ao Brusque, o Londrina divulgou um vídeo nas redes sociais em que é possível ouvir um grito de "macaco". A mensagem do clube catarinense teve grande repercussão negativa, e a diretoria emitiu uma nova nota, dessa vez, pedindo desculpas pelo "posicionamento equivocado". Na sequência, também anunciou o afastamento por tempo indeterminado do conselheiro responsável pela ofensa racista e a instalação de câmeras para captar o áudio das arquibancadas.

CELSINHO FOI VÍTIMA DE OUTROS DOIS CASOS DE INJÚRIA RACIAL - Além desse episódio, Celsinho foi vítima de xingamento racista em dois outros casos em 2021. Em julho, em uma partida contra o Goiás, um narrador e um comentarista de rádio usaram termos como "cabelo pesado", "bandeira de feijão" e "um negócio imundo" para comentar o cabelo do meia. Os dois pediram desculpas nas redes sociais. Já na partida contra o Remo, em julho, outro narrador se referiu ao cabelo de Celsinho como "meio ninho de cupim".

Em entrevista ao Estadão, em setembro, Celsinho disse que a situação não vai mudar se não houver luta. "Representatividade para mim é atitude, vai além do gesto. De nada adianta vestir camisa ou abrir faixa se não houver posicionamento. Tem de agir na causa, punir, porque isso é crime. Tem de fazer cumprir a lei. Temos de saber os nossos direitos e eles precisam ser respeitados".

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) julga nesta quinta-feira (18), a partir das 11h, o recurso do Brusque sobre a decisão judicial do dia 24 de setembro que puniu o clube com a perda de três pontos, mais R$ 60 mil de multa pelo caso de injúria racial ao meia Celsinho, do Londrina, praticada pelo conselheiro Júlio Antônio Petermann, que foi suspenso por 360 dias e multado em R$ 30 mil. Às vésperas do Dia da Consciência Negra, no próximo sábado (20), a sessão será realizada de forma híbrida e terá transmissão ao vivo no site do STJD.

O Brusque foi enquadrado no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) por "praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito". O texto diz que "caso a infração prevista neste artigo seja praticada simultaneamente por considerável número de pessoas vinculadas a uma mesma entidade de prática desportiva, esta também será punida com a perda do número de pontos atribuídos a uma vitória no regulamento da competição, independentemente do resultado da partida, prova ou equivalente".

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O advogado Osvaldo Sestário, contratado pelo Brusque para representá-lo no caso, disse que trata-se de um caso de extrema gravidade e que deve ser avaliado com cautela, mas que a punição foi injusta e não obedece o que diz o Código Desportivo.

"A perna de pontos é quando o ato racista é praticado por um número de torcedores. Fizemos um estudo sobre os casos julgados pelo tribunal nos últimos cinco anos. Tirando o caso do Grêmio, em que tiveram vários torcedores envolvidos (clube foi punido com exclusão da Copa do Brasil em 2014), esse é o maior caso de multa e perda de pontos que existiu. Tivemos no passado penalidades bem mais brandas que essa. Não somos a favor de pena branda, mas precisa seguir o código. Que se mude a legislação ou não puna ninguém de forma diferenciada", disse Sestário.

O advogado afirma que o caso foi isolado, cometido por um conselheiro já identificado e afastado pelo clube, e acredita que a proximidade do julgamento do recurso nesta quinta, às vésperas do Dia da Consciência Negra, no sábado, 20, não deva influenciar a decisão.

"Algo que chama atenção é que o tribunal demorou um pouco para julgar o recurso (a primeira instância foi em setembro). Poderia ter sido feito antes. Acho que a data não deve influenciar (na decisão desta quinta). A consciência negra precisa ser nos 365 dias do ano, não só no 20 de novembro".

O CASO CELSINHO - No final do primeiro tempo do jogo entre Brusque e Londrina, no dia 26 de agosto, o meia Celsinho, da equipe paranaense, disse ao quarto árbitro ter sido alvo de falas racistas de uma pessoa do staff quadricolor em um dos camarotes do Estádio Augusto Bauer.

"Por volta dos 45 minutos do 1º tempo, o atleta do Londrina, sr. Celso Luis Honorato Junior, informou ao quarto árbitro que foi ofendido com as seguintes palavras: "vai cortar esse cabelo seu cachopa de abelha", por um homem na arquibancada, que foi identificado pelo coordenador da CBF, sr. Ricardo Luiz, como Julio Antônio Petermann, estafe da equipe do Brusque", diz a súmula do árbitro sergipano Fábio Augusto Santos Sá Júnior.

Após a denúncia, o Brusque publicou uma nota no dia seguinte se eximindo de culpa no caso e acusando Celsinho de "oportunismo. "O atleta, por sua vez, é conhecido por se envolver neste tipo de episódio. Esta é pelo menos a 3a vez, somente este ano, que alega ter sido alvo de racismo, caracterizando verdadeira "perseguição" ao mesmo. Importante esclarecer que, ao árbitro, o atleta não relatou ter sido chamado de "macaco", mas sim que teriam dito "vai cortar esse cabelo de cachopa de abelha", o que constou da súmula e revela a total contradição nos seus relatos", diz um trecho.

Celsinho também registrou um boletim de ocorrência sobre o episódio. Em resposta ao Brusque, o Londrina divulgou um vídeo nas redes sociais em que é possível ouvir um grito de "macaco". A mensagem do clube catarinense teve grande repercussão negativa, e a diretoria emitiu uma nova nota, dessa vez, pedindo desculpas pelo "posicionamento equivocado". Na sequência, também anunciou o afastamento por tempo indeterminado do conselheiro responsável pela ofensa racista e a instalação de câmeras para captar o áudio das arquibancadas.

O Brusque vive situação complicada na Série B e tenta reaver os pontos da partida. A equipe está na 15ª posição e somou 41 pontos, mesma pontuação justamente do Londrina, primeiro time da zona do rebaixamento. O time catarinense volta a campo nesta sexta-feira, às 19h, quando recebe o Operário, pela 37ª rodada da Série B.

No fim de outubro, atletas e funcionários do Brusque divulgaram nota em protesto contra a decisão do STJD de retirar três pontos do clube na tabela da Série B. O grupo pediu que a entidade reconsidere o resultado do julgamento.

CELSINHO FOI VÍTIMA DE OUTROS DOIS CASOS DE RACISMO - Além desse caso, Celsinho foi vítima de xingamento racista em dois outros episódios neste ano. Em julho, durante o jogo contra o Goiás, um narrador e um comentarista de rádio usaram termos como "cabelo pesado", "bandeira de feijão" e "um negócio imundo" para comentar o cabelo do meia. Os dois pediram desculpas nas redes sociais. Já na partida contra o Remo, em julho, outro narrador se referiu ao cabelo de Celsinho como "meio ninho de cupim".

Em entrevista ao Estadão, em setembro, Celsinho disse que a situação não vai mudar se não houver luta. "Representatividade para mim é atitude, vai além do gesto. De nada adianta vestir camisa ou abrir faixa se não houver posicionamento. Tem de agir na causa, punir, porque isso é crime. Tem de fazer cumprir a lei. Temos de saber os nossos direitos e eles precisam ser respeitados".

OUTROS CASOS DE INJÚRIA RACIAL MARCARAM O FUTEBOL BRASILEIRO EM 2021 - Nesta quarta-feira, o STJD denunciou o Cruzeiro por um ato racista de um torcedor contra o atacante Jefferson, do Remo, em jogo disputado no estádio Independência no dia 28 de outubro pela Série B. Jefferson recebeu ofensas discriminatórias ao comemorar o segundo gol do Remo, marcado por ele, na vitória por 3 a 1 sobre a equipe mineira. O clube mineiro corre o risco de receber suspensão de 120 a 360 dias, além de multa, que pode variar de R$ 100 a R$ 100 mil. A procuradoria pediu ainda a suspensão preventiva do time com base no artigo 35 para que o clube mande seus jogos com portões fechados e não tenha direito à carga de ingressos nos jogos como visitante.

Neste mês, uma funcionária de um bar do Mineirão foi agredida e chamada de 'macaca' e 'lixo' por um torcedor durante uma partida entre Atlético-MG e Corinthians pelo Campeonato Brasileiro. Também foram registrados episódios de injúria racial neste ano em diferentes divisões dos campeonatos Amapaense, Amazonense, Gaúcho, Potiguar e Rondoniense.

Em junho, o Corinthians rescindiu contrato com o zagueiro Danilo Avelar, válido até fim de 2022, por comentário racista em um jogo online e que teve grande repercussão nas redes sociais.

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decidiu, nesta sexta- feira (24), punir o Brusque com a perda de 3 pontos na tabela da Série B. A punição é por cona das ofensas racistas direcionadas ao jogador Celsinho, do Londrina, no duelo entre as equipes. 

O caso aconteceu no estádio Augusto Bauer, dia 28 de agosto. Julio Petermann, presidente licenciado do Conselho Deliberativo do clube, foi o responsável pelas ofensas. Além disso, ele foi condenado a pagar uma multa no valor de 30 mil reais e tomou 360 dias de suspensão

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A nota do Brusque, em que o clube se defendia das acusações, foi chamada de "bizarra". O time pode recorrer da decisão. Com a punição, o Brusque, que tinha 29 pontos e estava na 15ª posição, caiu para 16°, com 26.

Pela primeira vez desde que chegou no Santa Cruz, o meia atacante Celsinho falou como jogador do clube por meio da assessoria do clube. O jogador, que participou da atividade na manhã desta quinta-feira (23) no Arruda, falou sobre sua adaptação à equipe, sobre suas características e elogiou o estilo do novo treinador, Milton Mendes.

Celsinho começou por falar a respeito das suas características: “(Sou) um meia-atacante que gosta de jogar ali próximo da área, procuro sempre está o máximo possível perto do gol para que assim possa não só dar assistência, mas também marcando. O mais importante é sempre está fazendo gol próximo dos atacantes. Tenho especialidade nas bolas paradas, nos clubes que eu passei eu procurei sempre tomar conta e fazer essas bolas paradas”.

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Outro ponto abordado foi a adaptação a cidade e as altas temperaturas do Recife: “uma temperatura diferente daquilo que eu estava costumado no início do ano. Mas eu tive experiencias tanto em Belém como em Fortaleza, sei a dificuldade que é, mas com o tempo essa adaptação acontece.”, disse Celsinho.

O jogador ainda falou da sua atual condição física. “Em termos físicos em relação ao que cheguei estou muito melhor é obvio que agora no decorrer das partidas, com ritmo de jogo a tendência é ir melhorando, mas muito melhor da semana que me apresentei. “, afirmou.

Celsinho ainda não foi regularizado. Segundo apuração do LeiaJá a expectativa é de que o nome do atleta seja publicado no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF até sexta-feira (24). Se isso acontecer, o jogador fica a disposição para a partida de sábado (25).

“O quanto antes eu quero estrear, quero ter esse contrato pelo torcedor, o quanto antes eu quero retribuir essa porta aberta pelo Santa, um clube que realmente apostou que me deu essa oportunidade. Uma instituição de camisa, de nome, de peso, onde não só eu como meus companheiros teremos uma responsabilidade muito grande. Infelizmente não é o lugar onde deveria estar e nós temos essa responsabilidade de colocar o Santa na série B.”, cravou.

Sobre Milton Mendes o atleta disse já conhecer a forma de trabalhar e elogiou o comandante: “um cara moderno, um treinador de padrão série A, com intensidade muito alta. Um profissional que chega para nos guiar, um profissional que chega para agregar. Temos totais condições de termos um final feliz na competição.”, finalizou.

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Poucos dias após anunciar a contratação de Everton, o Santa Cruz confirmou mais um nome para reforçar o elenco na Série C do Campeonato Brasileiro. O meia Celsinho, de 30 anos, formado nas categorias de base da Portuguesa, é o novo nome que vai vestir a camisa coral.

O meia chegou a disputar 16 partidas pelo Água Santa, de São Paulo, na temporada 2019, marcando quatro gols. Celso Luís Honorato Júnior é natural de Americana (SP) e ganhou destaque em suas temporadas defendendo a Portuguesa, onde foi revelado.

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De lá, saiu para defender o Lokomotiv (Rússia) e o Sporting (Portugal). Também acumula passagens por Londrina, Fortaleza, Figueirense e Paysandu. Ele também já participou das categorias de base da seleção e disputou o Mundial Sub-17, marcando dois gols em quatro partidas, em 2005.

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