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Mais constantes e cada vez mais sofisticados, os cibercrimes causam prejuízos cada vez maiores às empresas. Apenas neste ano, as perdas globais podem chegar a US$ 6 trilhões - três vezes o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil -, de acordo com estudo conduzido pela consultoria alemã Roland Berger. A percepção de especialistas é a de que esse tipo de crime irá se aperfeiçoar ainda mais com o tempo, com as companhias tendo de gastar cada vez mais para se proteger de ataques com pedidos de resgate.

O Brasil tem sido um dos principais alvos globais. O levantamento da Roland Berger aponta que o País já ultrapassou o volume de ataques do ano passado apenas nesse primeiro semestre, com um total de 9,1 milhões de ocorrências, considerando apenas os de "ransomware", que restringem o acesso ao sistema infectado e cobram resgate em criptomoedas para que o acesso possa ser restabelecido. Esse número coloca o País na quinta posição mundial de ataques, atrás apenas de EUA, Reino Unido, Alemanha e África do Sul.

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"O tema de cibersegurança já vem evoluindo no Brasil e no mundo na última década. Hoje, isso não tem apenas relação com a segurança dos dados, mas de infraestrutura", diz o sócio-diretor e especialista em Inovação da Roland Berger, Marcus Ayres. Segundo ele, quando o ataque ocorre na infraestrutura, a empresa deixa de operar e tem prejuízos. "O custo disso é gigante."

Para Ayres, a preocupação das empresas brasileiras cresceu diante dos mais recentes ataques. No entanto, ele frisa que as companhias precisam entender que, para mitigar danos, é necessário que o tema seja contínuo, e não uma ação pontual para se ajustar alguma eventual fragilidade do sistema.

"A segurança digital vai muito além do TI. As empresas acordaram para a importância do tema e têm buscado dar robustez à segurança, mas ainda precisam ter essa visão multidisciplinar e entender que isso é algo contínuo", afirma Ayres.

Os ataques podem mudar de perfil com o tempo, e os cibercriminosos são criativos. Assim, os negócios têm de estar preparados para essa dinâmica do mundo digital. Algo importante, nesse sentido, é a empresa já ter um plano de contingência, caso um ataque ocorra, observa o executivo da consultoria alemã.

Segundo o especialista em cibersegurança da empresa de tecnologia NEC no Brasil, Daniel Aragão, há muitos tipos de ataques, mas o ransomware tende a ser o mais custoso, devido aos pedidos de resgate, que podem envolver cifras milionárias.

Aragão explica que uma das formas desses criminosos entrarem no sistema da empresa pode ser por meio de um e-mail, no qual o próprio funcionário abre um documento ou link fraudulento. A técnica, chamada "phishing", provoca uma infestação do sistema, abrindo o acesso para que o ataque possa ser feito.

De acordo com o especialista, os cibercriminosos podem passar um tempo silenciosos, vasculhando o sistema em busca de vulnerabilidades da empresa, e fazer o ataque de fato posteriormente. Prova da sofisticação que a cada dia fica maior, ele conta que há grupos especializados em fazer essa infecção da rede da companhia, vendendo essa "porta de entrada" a outros criminosos. "Todos os dias há novos ataques e vulnerabilidades", diz o executivo da NEC.

Preocupação. Na alta cúpula das empresas, as ameaças cibernéticas já são uma das principais preocupações, atrás apenas de crise de saúde trazida pela covid-19, que ainda permanece no primeiro lugar entre as dores de cabeça dos executivos.

Nas últimas semanas, as empresas que não tinham ainda colocado o tema no topo das prioridades mudaram de ideia após o ataque às Lojas Renner, que colocou o assunto ainda mais em evidência no Brasil.

Além da varejista, apenas neste ano sofreram ataques o Fleury, que ficou alguns dias sem conseguir efetuar exames, e a JBS, que pagou US$ 11 milhões de resgate ao ataque hacker em sua operação nos Estados Unidos, que também afetou negócios na Austrália e no Canadá. O custo desses ataques pode ir muito além do pagamento de resgate. A varejista de moda, por exemplo, disse que não efetuou esse pagamento, mas ficou alguns dias sem vender pelo e-commerce.

Cálculo da Roland Berger mostra que, considerando os dados de 2020, os ataques cibernéticos causaram danos de US$ 385 mil por empresa, em média, nos maiores países europeus. Os principais setores alvo, conforme o levantamento, são varejo, finanças, hotelaria e manufatura.

‘Hacker do bem’. As empresas também estão buscando os chamados "hackers do bem", contratados para simular um ataque. Eles vasculham vulnerabilidades, fazem o acesso e pegam o máximo de dados que conseguem. A partir daí, a firma tem mapeadas suas fragilidades para poder enfrentá-las. 

Com o aumento dos golpes envolvendo o novo coronavírus, a Polícia Federal forneceu dicas para ajudar a população a não cair em propagandas enganosas nas redes sociais. Desde a última semana, cibercriminosos passaram a oferecer todo tipo de benefícios enganosos, divulgados em forma de falsas promoções, veiculadas via WhatsApp, Facebook, entre outras plataformas. Já foram oferecidas assinaturas gratuitas da Netflix, kit com álcool em gel e até mesmo o acompanhamento, em tempo real, do número de vítimas da COVID-19.

Confira as recomendações da Polícia Federal

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1. Desconfie sempre antes de clicar nos links compartilhados no WhatsApp ou nas redes sociais;

2. Não compartilhe links duvidosos com seus contatos sem antes saber se são autênticos – você pode estar sendo usado por bandidos para espalhar o golpe e prejudicar outras pessoas;

3. Cuidado com o imediatismo de mensagens tais como: agendamentos liberados até hoje, último dia para o saque, urgente, não perca essa oportunidade, quase sempre tais conteúdos querem fazer com que as pessoas não averiguem a veracidade do conteúdo nas páginas e órgãos oficiais;

4. Certifique-se no site oficial da empresa ou governamental sobre a veracidade do que está sendo oferecido, principalmente quando se tratar de supostas promoções, ofertas de dinheiro, brindes, descontos ou até promessas de emprego;

5. Nunca preencha nenhum cadastro, formulário ou pesquisa fornecendo seus dados pessoais de links enviados pelo WhatsApp;

6. Nunca baixe programas piratas para o celular ou computador, tais sites costumam ter a maior concentração de vírus;

7. Instale um bom antivírus em seu celular ou computador.

Risco de ataques cibernéticos nas eleições, atos de ciberguerra... a digitalização provoca novas ameaças para a estabilidade do mundo, afirmou o chefe da empresa de segurança informática Kaspersky Lab, Eugene Kaspersky, durante o Congresso Mundial de Celulares (MWC) de Barcelona.

PERGUNTA: Pela primeira vez a ciberameaça está sendo discutida por ocasião de eleições importantes, nos Estados Unidos e na Europa. Qual é o estado da questão, segundo você?

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RESPOSTA: Para começar, é preciso distinguir. De um lado há um uso de informações falsas, o hackeamento de contas de e-mail para obter dados eventualmente comprometedores contra os candidatos, e o fato de prejudicar a reputação de um ou outro. Estritamente falando, isso não é um ciberataque contra uma eleição, mas uma forma de influenciar no resultado.

No entanto, no futuro, pode haver um risco sobre o resultado em si. Já sabemos que os jovens não querem necessariamente se deslocar às urnas e, se fosse possível, poderiam participar de eleições a partir de seu telefone celular. Isso é algo que provavelmente acabará acontecendo, e se o conjunto do processo não for bem protegido pode ser possível que o resultado depois da votação seja manipulado.

P: Com a digitalização industrial também aumentam as ameaças. O que pode ser feito?

R: Há ataques contra infraestruturas, o que pode se comparar a ciberterrorismo. Nos últimos anos vimos ataques deste tipo contra a rede elétrica na Ucrânia, internet na Estônia, hospitais ou a petrolífera estatal Saudi Aramco.

Os governos entendem agora os riscos de ataques contra infraestruturas críticas, mas nem todos estão agindo. A primeira etapa consiste em definir e regular o que são as infraestruturas estratégicas. A Alemanha, por exemplo, está fazendo isso; Cingapura e Israel já o fizeram.

Precisamos aplicar normas em nível internacional, tanto com as infraestruturas críticas quanto com a ciberregulação. De nossa parte, estamos trabalhando para convencer os Estados.

P: Isso pode se tornar uma guerra entre Estados no ciberespaço?

R: Pode ser que eu esteja errado, mas não acredito que vamos ver uma ciberguerra, porque os Estados sabem que, se um país ataca outro, este responderá e as consequências serão consideráveis de ambos os lados. E isso cria um clima de guerra fria, como na era nuclear.

O verdadeiro risco provém, acima de tudo, do ciberterrorismo. Há muitos engenheiros com talento que estariam totalmente dispostos a realizar este tipo de atos se forem bem pagos, o que pode ter consequências importantes nos países atacados.

Até o momento, observo que as ameaças mais sofisticadas envolvem sobretudo a cibercriminalidade e a espionagem. Sempre é difícil saber de onde elas vêm, mas sabemos em que língua foram realizadas. A ciberespionagem é feita sobretudo em inglês, russo e chinês simplificado, em horas do dia que variam caso a caso.

O cibercrime, por sua vez, só é feito em russo, segundo ele.

A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH) anunciou nessa segunda-feira (15) a utilização de uma ferramenta que vai mapear a ocorrência de crimes de ódio na internet. O software vai coletar dados e identificar redes que se reúnem para fazer ofensas a grupos de pessoas. A ferramenta será o pilar das atividades do Grupo de Trabalho contra Redes de Ódio na Internet, criado em novembro para monitorar e mapear crimes contra direitos humanos nas redes sociais.

“A gente tem acompanhado e se preocupado com o crescimento desses crimes de ódio, que são incentivados e divulgados na internet. Já está mais do que na hora de a gente criar mecanismos para rastrear e retirar isso da rede”, disse a ministra da SDH, Ideli Salvatti, à Agência Brasil.

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Ela citou o caso de uma mulher que, em maio, foi espancada até a morte por moradores de Guarujá, em São Paulo, após um falso rumor ter se espalhado nas redes sociais de que ela praticava rituais de magia negra com crianças.

Com base nas informações coletadas pelo software, o grupo de trabalho, cuja reunião de instalação ocorreu ontem, poderá encaminhar denúncias ao Ministério Público ou à Polícia Federal. Três casos já estão sendo analisados, com base em denúncias recebidas pela Ouvidoria da SDH.

Um deles remete ao último episódio envolvendo os deputados federais Maria do Rosário (PT-RS) e Jair Bolsonaro (PP-RJ), na semana passada, quando o parlamentar disse que só não estupraria a deputada porque ela “não merece”.

Um rapaz postou foto em uma rede social “ameaçando a deputada Maria do Rosário de estupro”, de acordo com a SDH. Mais dois casos tratam de um site nazista e outro que prega a violência contra mulheres.

“Vamos documentar, avaliar os três casos e, na quinta-feira (18), devemos dar os encaminhamentos cabíveis, no sentido de tirar do ar, encaminhar para inquérito da Polícia Federal ou para providências do Ministério Público Federal”, explicou Ideli.

Nesta terça-feira (28) é comemorado o Dia Internacional de Proteção de Dados Pessoais. Em homenagem à data, a ESET – fornecedora de soluções de segurança da informação – preparou uma lista de conselhos para que os usuários protejam suas informações contra ataques virtuais. Segundo especialistas da empresa, o grande erro da maioria dos internautas é acreditar que não possuem nada de grande importância em seus dispositivos.

“Muitas vezes uma informação pode não ser considerada importante ou de pouca relevância, mas juntando diversas informações, o cibercriminoso pode traçar um perfil psicológico da pessoa e, com isso, se passar por ela e cometer crimes online”, comenta Raphael Labaca Castro, Coordenador de Awareness & Research da ESET América Latina.

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Confira como se prevenir:

- Ao visitar páginas web que solicitam informações pessoais, é recomendável passar os dados apenas para sites confiáveis e que possuam protocolo SSL. Além disso, é importante verificar se o endereço começa com HTTPS, o que confirma que os dados estão sendo enviados por um canal seguro;

- Em redes sociais, não aceite pessoas desconhecidas. Pense que o perfil pode ser falso e por trás dele pode existir uma pessoa que pretende tomar o controle do seu equipamento e roubar suas informações pessoais;

- Configure a privacidade da conta de redes sociais, com o intuito de evitar que as informações fiquem visíveis para qualquer usuário;

- Evite acessar home banking e serviços de e-mail de redes Wi-Fi desconhecidas ou em computadores não confiáveis

- Pense antes de publicar e comentar nas redes sociais. Se for algo que você não diria pessoalmente para um grande número de pessoas, não escreva;

- Sempre encerre a sessão antes de sair. Ao acessar redes sociais, e-mails e outros sites que necessitam de login e senha, sempre encerre o acesso e não salve senha e usuário em computadores não pessoais;

- Faça uma limpeza periódica dos dados salvos automaticamente nas páginas web, como Cache, histórico etc;

- Antes de instalar qualquer programa, leia o contrato de licença. Ao aceitar os contratos você pode estar autorizando que suas informações pessoais sejam encaminhadas para terceiros;

- Mantenha uma solução de segurança sempre atualizada no computador ou em qualquer outro dispositivo utilizado para acessar a internet;

De acordo com o Norton, mal foi lançado oficialmente e o Windows 8 já tem um malware, o Ransomware, desenvolvido para o SO. Além dele, também foi desenvolvido o Backdoor Makadocs para o Windows Server 2012. 

Um dos dois vírus, o Ransomlock, faz uma espécie de sequestro aos dados dos donos dos computadores que o trojan se instalar. Os cibercriminosos passam a ter acesso a todas as informações da máquina e só liberam os dados quando o usuário fizer o pagamento como resgate. O Norton alerta que, caso haja a infecção, esse pagamento não seja realizado pois já existe tecnologia que remove a vulnerabilidade em menos de meia hora. 

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Já o Backdoor Makadocs se instala no computador no momento em que o usuário faz donwload de documentos suspeitos com extensões RTF e .doc ou .docx e colhe informações pessoais através do uso do Google Docs e é uma espécie do famoso Cavalo de Tróia melhorado. 

Esses são trojans que estão se espalhando ao redor do mundo, no entanto, o Brasil é um dos grandes alvos.

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