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O novo presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eduardo Rios Neto, empossado esta semana, afirmou que há um clamor da sociedade para que o Censo Demográfico em 2021 seja realizado ainda este ano, mas que uma possibilidade seria levar o levantamento a campo no primeiro semestre de 2022, o que ainda precisaria ser discutido com a área técnica. "Há um clamor, e há uma possibilidade técnica, muito embora eu não possa aqui dizer que há 100% dessa possibilidade técnica. Fazer em 2022, em condições ideais, pode ser até ideal. Talvez, essas condições ideais, seja fazer no primeiro semestre", disse Rios Neto, acrescentando que caso a coleta ocorresse em 2022, o órgão já teria em agosto os dados da contagem da população para embasar o rateio do fundo de participação de estados e municípios.

Ele alertou que a disputa de verbas no Orçamento de 2022 não será trivial. Ele lembra que o censo é "uma operação complexa, que não permite improvisos", portanto, caso demore muito até uma solução política e orçamentária, não será possível fazer a coleta este ano. "Precisa da integralidade (do Orçamento de R$ 2 bilhões) para esse cenário de a gente pensar em fazer em 2021. Não tem como fazer Censo meia-boca. Esse é um Orçamento no limite", acrescentou.

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Rios Neto declarou que o projeto do Censo está pronto, e que aguarda o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) de uma decisão final até meados de maio sobre a determinação de que o levantamento seja levado a campo ainda em 2021.

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou em decisão liminar na última quarta-feira, 28, que o governo federal adote as medidas necessárias para realizar o Censo Demográfico em 2021. Realizado a cada dez anos, o Censo deveria ter ido a campo em 2020, mas acabou adiado para este ano por conta da pandemia do novo coronavírus.

Rios Neto alertou que o início da coleta previsto para 1º de agosto "é impossível", devido ao atraso no cronograma provocado pelo corte orçamentário do levantamento. O presidente do instituto lembrou ainda que a viabilidade do levantamento necessita do apoio das unidades estaduais.

"Houve relativa desmotivação de ibegeanos (trabalhadores do órgão), parte por causa do temor da pandemia e parte por causa do corte (de Orçamento). A gente tem que tratar separado, se o dinheiro volta e a avaliação da pandemia. No que tange a protocolo (de segurança anticovid) estou muito seguro", afirmou Rios Neto em entrevista à imprensa.

O novo presidente reconheceu que não sabe como estará a crise sanitária em outubro, mas garantiu que avaliará as condições da pandemia à época da coleta e que a área técnica será consultada sobre a decisão.

"Eu tenho que pedir um Censo em 2021 com a pandemia. O Brasil não pode ser diferente de outros lugares. E, claro, há expectativa de não termos uma terceira onda. Eu estou reconhecendo aqui que há riscos. Não é uma decisão fácil de ser tomada", afirmou Rios Neto. "Tenho que honrar a expectativa de que a sociedade tem de que o IBGE cumpra sua missão. Vou honrar isso", completou.

Questionado sobre uma data limite que permita o IBGE fazer o Censo ainda em 2021, Rios Neto evitou cravar um prazo. O órgão também aguardará a decisão final do STF e do Orçamento para definir sobre o concurso de trabalhadores temporários atualmente em aberto."Depende muito de quando a gente terá certeza de que vai ter Orçamento ou não", disse.

O tão esperado veredicto contra o ex-policial branco condenado pelo assassinato de George Floyd gerou uma onda de esperança entre os afro-americanos nesta quarta-feira, embora a morte de uma adolescente negra morta pela polícia seja um exemplo de que o caminho ainda é longo.

"Justiça!", um "ponto de virada na história": tanto o advogado da família Floyd, Ben Crump, quanto os manifestantes reunidos em frente ao tribunal de Minneapolis na terça-feira não puderam conter sua alegria após ouvir o veredicto contra o ex-policial Derek Chauvin.

"Agora vamos poder respirar um pouco melhor", repetiram os manifestantes, os políticos, mas também os irmãos de George Floyd, retomando as últimas palavras que este afro-americano de 46 anos afirmou no dia 25 de maio de 2020, antes de sua morte.

"Por favor, não consigo respirar", Floyd implorou várias vezes, enquanto Chauvin mantinha o joelho sob o pescoço por mais de nove minutos.

Esse apelo logo se tornou um grito de guerra contra o racismo e os abusos da aplicação da lei que ecoaram em várias partes do mundo.

Após três semanas de um processo cercado de alta tensão nesta cidade do norte dos Estados Unidos, os 12 membros do júri concluíram, em menos de 24 horas, que o réu era culpado das três acusações contra ele: homicídio em segundo e terceiro grau e homicídio culposo.

Expulso das forças de ordem,, o ex-agente de 45 anos demonstrou pouca emoção quando o veredicto foi anunciado. Ele foi imediatamente algemado e levado para a prisão. Uma decisão e imagem muito raras em um país onde os policiais raramente são condenados.

"Continuar lutando"

Mas depois da satisfação inicial, muitas vozes não tardaram em apontar que esse processo continua sendo um evento isolado. "Devemos continuar lutando por todas as minorias marginalizadas que perderam suas vidas para a brutalidade policial", tuitou o advogado Crump.

Para o presidente Joe Biden, o veredicto pode marcar "um grande passo à frente no caminho em direção à justiça nos Estados Unidos" e levar a "mudanças significativas".

"Os negros americanos, principalmente os homens negros, foram tratados neste país como se não fossem homens", afirmou Kamala Harris, ao lado dele durante um discurso solene.

"Precisamos reformar o sistema", repetiu a primeira vice-presidente negra dos Estados Unidos. "Sabemos que a verdadeira justiça exige muito mais do que um único veredicto em um único julgamento", ressaltou Barack Obama na terça-feira, pedindo a continuação da "luta" para combater o racismo e a violência policial.

"Não podemos parar por aí", exortou o primeiro presidente negro dos Estados Unidos. Biden e Harris pediram aos parlamentares que agissem mais rápido. Mas republicanos e democratas ainda parecem longe de qualquer ação comum.

Como triste exemplo dessas declarações, na terça-feira, pouco antes do veredicto ser divulgado, a polícia de Columbus, no estado de Ohio, matou a tiros uma adolescente negra de 16 anos que aparentemente atacava outra pessoa com uma faca.

Outros casos também geraram indignação quando foram mostrados durante o julgamento contra Chauvin, como o vídeo de um menor latino de 13 anos, Adam Toledo, morto por um policial de Chicago. Imagens "insuportáveis", segundo a prefeitura da cidade.

Nos arredores de Minneapolis, Daunte Wright, um afro-americano de 22 anos, morreu após ser baleado por um policial branco durante uma blitz de trânsito em 11 de abril.

Sua morte mais uma vez agravou a tensão nesta cidade já repleta de proteções e barricadas em decorrência do julgamento.Seu funeral está marcado para quinta-feira.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira que abrirá uma investigação civil sobre a polícia de Minneapolis.

Separado das investigações criminais em andamento sobre a morte de Floyd, esta nova investigação examinará se a polícia municipal aplica uma política sistemática de força excessiva, mesmo durante protestos legais.

O papa Francisco pediu neste domingo pascal (4) que se ponha fim ao "clamor das armas" e aos conflitos, e pediu à comunidade internacional o compartilhamento das vacinas anticovid com os países mais desfavorecidos.

"A pandemia ainda está em pleno curso, a crise social e econômica é muito grave, especialmente para os mais pobres; e apesar de tudo - e isso é escandaloso -, os conflitos armados não cessam e os arsenais militares são reforçados", criticou o papa, durante sua homilia na basílica de São Pedro, antes da bênção Urbi et Orbi (à cidade e ao mundo).

O sumo pontífice pediu o fim do "clamor das armas na querida e atormentada Síria, onde milhões de pessoas vivem atualmente em condições desumanas, assim como no Iêmen, cujas vicissitudes estão cercadas de um silêncio ensurdecedor e escandaloso, e na Líbia, onde finalmente se vislumbra a saída de uma década de contendas e enfrentamentos sangrentos".

Francisco dedicou sua homilia pascal aos mais vulneráveis, aos doentes de covid-19, aos migrantes, às pessoas que devido à pandemia vivem na precariedade e as populações que sofrem com as guerras.

A respeito da crise sanitária, Jorge Bergoglio, após homenagear médicos e enfermeiras na linha de frente da pandemia, lembrou que "as vacinas são uma ferramenta essencial nesta luta".

"No espírito de um 'internacionalismo das vacinas', exorto toda a comunidade internacional a um compromisso comum para superar os atrasos em sua distribuição e para promover seu compartilhamento, especialmente nos países mais pobres", disse.

O papa fez seu discurso em uma basílica de São Pedro quase vazia. Normalmente, ele preside estas celebrações diante de milhares de fiéis no Vaticano.

Mas desta vez, pelo segundo ano consecutivo, as restrições contra a covid-19 na Itália, um dos países mais afetados pela pandemia com mais de 110.000 mortos, impediram este tipo de ato.

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