Tópicos | consignado

Os proprietários de imóveis quitados poderão dar como garantia o bem para outro financiamento imobiliário. A medida acaba de ser anunciada pelo ministro do Fazenda, Guido Mantega. A origem dos recursos para esse tipo de financiamento será da caderneta da poupança, segundo informou o ministro.

"É um incentivo ao crédito garantido pelo imóvel. O cidadão que tem e quitou o imóvel e já está livre de hipoteca poderá usar como garantia para o financiamento para a modalidade que quiser cuja origem é a poupança", informou o ministro.

##RECOMENDA##

Mantega informou que haverá um porcentual da poupança de aproximadamente de 3% que poderão ser utilizados para esse tipo de financiamento. "O financiamento ficará mais barato. O juro ficará mais barato", disse.

Retomada de bens

Mantega anunciou medida para fortalecer a garantia da alienação fiduciária para bens móveis, como os automóveis.

"Teve período que aumentou a inadimplência de crédito de automóveis. Essa inadimplência já caiu, mas algumas instituições tiveram dificuldade de retomar o bem em caso de inadimplência", justificou. Mantega explicou que, agora, o governo criará uma modalidade em que o tomador de crédito pode dar uma autorização expressa para retomada do bem. Antes, as instituições tinham dificuldade para fazer essa retomada.

"Quando tiver contratando o crédito, o tomador vai optar ou não por uma retomada do bem no caso de inadimplência. Com isso, ele terá mais chance de ter o crédito, porque hoje os bancos ficaram mais restritivos por causa da insegurança. E, como é mais garantido, tem chance de reduzir o custo do crédito", disse.

Mantega afirmou que o Brasil tem hoje o juro real em um dos menores patamares da série histórica, em torno de 4,8%. Ele lembrou que já foi de até 30%. "O juro tem que ser flutuante mesmo, ao sabor da política monetária", completou. Questionado se há expectativa de o juro ao consumidor cair, Mantega disse que as medidas barateiam custo para instituição financeira, que podem reduzir o seu spread. "Quando aumenta segurança jurídica, também pode reduzir spread. Então pode diminuir juro cobrado do consumidor. Claro que isto é uma decisão do sistema financeiro. Estamos criando as condições para que isso aconteça", disse, acrescentando que é um mercado livre e que cabe ao governo criar condições para que a taxa de juro possa baixar.

Consignado

O ministro da Fazenda ainda anunciou uma medida para estimular o aumento de operações de crédito consignado de trabalhadores que são do setor privado. Segundo Mantega, a medida vai aumentar a segurança jurídica do crédito consignado privado por meio de garantia aos bancos quando a folha de pagamentos da empresa for transferida para outra instituição financeira. "Falta segurança de que a folha permaneça no mesmo estabelecimento bancário", afirmou.

Segundo o ministro, o tomador do empréstimo vai autorizar a instituição financeira a debitar da folha de salário. "É como se ele (banco) acessasse a própria empresa que vai pagar o salário", disse ele. Mesmo que a folha seja transferida, a conta que recebeu o empréstimo com o crédito consignado permanece no banco. O limite para o crédito continua em 30% do valor da renda do trabalhador.

"É um reforço na segurança jurídica. Vai ter juro de crédito consignado. Hoje, os bancos não estão concedendo (para o setor privado). Aquele tomador vai permanecer no banco até pagar", disse.

É ilegal e abusiva a cláusula de exclusividade inserida em contratos e convênios celebrados pela Caixa Econômica Federal com órgãos públicos determinando que servidores ativos e inativos, pensionistas e estagiários somente podem efetuar operações de empréstimo consignado com a instituição. A decisão é da 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), ao conceder provimento a recurso apresentado pelo Ministério Público Federal (MPF) contra sentença da 21ª Vara Federal da Seção Judiciária de Minas Gerais (SJMG).

O MPF ajuizou ação civil pública contra a atitude da Caixa, argumentando que a cláusula de exclusividade inserida nos contratos pela instituição "estaria a configurar monopólio e malferiria a livre concorrência e a livre iniciativa, na medida em que impediria que os servidores, vinculados às tais entidades e órgãos públicos que firmarem a referida contratação de serviços, exercitem o seu direito à liberdade de escolha de contratação de empréstimos de consignação com outras instituições financeiras".

##RECOMENDA##

A ação foi analisada pelo Juízo da 21ª Vara Federal da SJMG, que extinguiu o processo, sem resolução do mérito, considerando ilegitimidade do MPF para propor a ação. Mas o MPF recorreu ao TRF da 1ª Região e defendeu a ação sob a alegação de que o caso "tem caráter nitidamente coletivo e difuso dos direitos em relação aos quais se busca a proteção de dois grupos de interesses, sendo individuais homogêneos no que tange aos direitos dos consumidores lesados, sendo difusos em relação à proteção da livre concorrência".

Os argumentos do Ministério Público foram aceitos pela 5ª Turma do TRF1. O colegiado sustentou, ainda, que "constituem infração da ordem econômica, independentemente de culpa, os atos sob qualquer forma manifestados, que tenham por objeto ou possam produzir os seguintes efeitos, ainda que não sejam alcançados: limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência e a livre iniciativa; exercer de forma abusiva posição dominante".

Diante de tais fundamentos, a 5ª Turma do TRF1 anulou a sentença de primeira instância, deu provimento à apelação do MPF e estipulou multa diária no valor de R$ 10 mil em caso de descumprimento da decisão. Cabe recurso, em instâncias superiores.

O consumidor brasileiro alterou o perfil de endividamento e substituiu o crédito tradicional, como os financiamentos para vendas de veículos e o de cartões, pelo crédito de saneamento, principalmente o consignado, com longo prazo e juros menores, segundo a Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimentos (Acrefi). Desde dezembro de 2011 o consignado, por exemplo, subiu 36,8%. O crédito para veículos avançou 7,9% e o de cartões de crédito, 22,3%. "Há um esforço de troca de dívidas, substituindo dinheiro caro por mais barato", disse Nicola Tingas, economista-chefe da Acrefi.

O processo de restrição de crédito e a reformulação do orçamento familiar ajudaram na estabilidade no saldo de carteira, em torno de R$ 189 bilhões, mas trouxeram um recuo na inadimplência. "A qualidade do crédito melhorou, há ainda uma melhora da postura dos tomadores e uma qualificação maior pelas financeiras. Com a oferta e demanda mais qualitativas há uma queda na inadimplência", disse.

##RECOMENDA##

Tingas considera que o cenário atual de crédito é uma fase intermediária e que haverá uma retomada no crescimento do setor em 2015. "No próximo governo teremos o avanço de medidas de garantia e novos produtos de crédito mais adequados, como a tentativa de ampliar o consignado para qualquer tomador, como microempresa e pessoa física, e não só aposentados e funcionários públicos", disse. "Teremos crédito mais longo para mais tomadores", completou Tingas.

Inércia inflacionária

O economista-chefe da Acrefi engrossou o coro de outros economistas e avaliou que há uma "inércia inflacionária" com o IPCA em torno de 6% ao ano, o que gera um ciclo de alta nos preços formado pelos repasses do indicador. No entanto, por conta do ano eleitoral, uma ação do governo só será tomada em 2015, segundo ele. "É preciso olhar a inflação como fenômeno amplo e importante; temos de fazer ataque frontal, mas neste momento não tem como", disse Tingas.

Ainda de acordo com o economista, o passivo de endividamento, somado à inflação alta e à carga tributária gera uma renda líquida menor ao consumidor, o que atinge o crédito. "Portanto, o que restringe o crédito é a renda líquida menor e não necessariamente o custo do dinheiro (alta nos juros)", concluiu.

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a associação entre o Itaú Unibanco e o Banco BMG para a criação de uma instituição financeira voltada para o crédito consignado. A joint venture terá capital inicial de R$ 1 bilhão, sendo 70% do primeiro banco e 30%, do segundo.

A aprovação pelo superintendente-geral do Cade, Carlos Ragazzo, foi publicada nesta quarta-feira no Diário Oficial da União. Por se tratar de uma operação de baixa complexidade, o caso não precisou passar pelo julgamento do plenário do conselho.

##RECOMENDA##

Em julho deste ano, os bancos anunciaram ao mercado a associação para a criação do Banco Itaú BMG Consignado. De acordo com o fato relevante divulgado na ocasião, o Itaú Unibanco deverá contribuir com sua capacidade econômico-financeira, enquanto o BMG entrará com sua competência comercial e operacional no segmento de crédito consignado.

O Itaú Unibanco espera atingir a liderança entre os bancos privados neste segmento considerando, além das suas operações, a carteira da joint venture, que nos próximos dois anos deve atingir o volume de aproximadamente R$ 12 bilhões.

O despacho de Ragazzo foi publicado uma semana depois do acordo fechado entre o Banco do Brasil e o Cade na área de crédito consignado. O BB deixará de exigir cláusula de exclusividade de crédito consignado nos contratos atuais em que detém a folha de pagamento de servidores públicos e não incluirá o dispositivo em documentos futuros. O BB é líder desse segmento de crédito, que é considerado um dos mais rentáveis pela baixa taxa de inadimplência.

O chefe do departamento econômico do Banco Central, Tulio Maciel, disse nesta quinta-feira que a participação dos empréstimos consignados no crédito pessoal total voltou a crescer em 2012, após recuar em 2011, e se aproxima novamente de 60% do total. Ele disse ainda que isso reflete a retomada do crédito ao consumo.

Maciel afirmou que a queda significativa nas concessões de crédito em julho reflete o fato de ser um mês sazonalmente fraco, por causa do período de férias. Ele destacou ainda que houve queda na média de concessões de crédito para compra de veículos, depois do salto registrado no mês anterior, o primeiro após o corte de imposto anunciado pelo governo.

##RECOMENDA##

Maciel destacou que houve aumento significativo no valor da entrada dada pelos consumidores na compra a prazo de veículos. Em dezembro de 2010, segundo dados do próprio BC, os clientes financiavam, em média, 85% do valor do veículo, pagando 15% de entrada. O dado de julho deste ano mostra, na média, o pagamento de 30% de entrada, com os 70% restantes sendo financiados.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando