Tópicos | CPI dos ônibus

A Justiça do Rio manteve a paralisação das atividades da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Ônibus na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. Os desembargadores da 13ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça negaram nessa quarta-feira, 2, recurso do Legislativo Municipal contra a suspensão da CPI, pedida pela bancada da oposição na Casa.

"As razões do agravante (Câmara dos Vereadores) não me convenceram da necessidade de revogar o efeito suspensivo concedido, pois o quadro fático e jurídico não se alterou, ou seja, subsiste fundada dúvida sobre a validade da composição da CPI. Por isso, a continuidade de seus trabalhos pode ensejar a prática contraproducente de atos inúteis e fomentar o descrédito popular em relação ao Parlamento", afirma o desembargador Agostinho Teixeira, relator do acórdão.

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O recurso dos vereadores Teresa Bergher (PSDB), Reimont (PT), Eliomar Coelho, Paulo Pinheiro, Renato Cinco e Jefferson Moura (os quatro do PSOL) foi apresentado à 2ª instância, depois que a juíza da 5ª Vara de Fazenda Pública da capital, Roseli Nalin, não concedeu liminar (mandado de segurança) que pedia a interrupção dos trabalhos.

Os vereadores argumentam que a atual composição da CPI não respeita a proporcionalidade de partidos e blocos parlamentares entre governo e oposição.

A 13ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) determinou, nesta segunda-feira (16) à noite, a interrupção do trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Ônibus, instalada na Câmara Municipal do Rio, até o julgamento de um agravo de instrumento ajuizado pelos vereadores Eliomar Coelho, Paulo Pinheiro, Renato Cinco, Jefferson Moura (todos do (PSOL), Reimont (PT) e Teresa Bergher (PSDB). O relator da decisão foi o desembargador Agostinho Vieira.

Os vereadores argumentam que a atual composição da CPI não respeita a proporcionalidade de partidos e blocos parlamentares entre governo e oposição. Todos os cinco vereadores que integram a CPI são governistas. Manifestantes chegaram a ocupar o prédio da Câmara em protesto contra a composição da Comissão.

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O recurso foi apresentado ao TJ-RJ depois que a juíza Roseli Nalin, da 5ª Vara de Fazenda Pública do Rio, negou liminar para interromper os trabalhos. Em sua decisão, o desembargador afirmou que a composição não respeita a representação proporcional das bancadas no Legislativo do Rio.

"Penso que existe fundada dúvida sobre a validade da composição da CPI. Por isso, a continuidade de seus trabalhos pode ensejar a prática contraproducente de atos inúteis e fomentar o descrédito popular em relação ao Parlamento. Pelo raciocínio adotado para a composição atual, se o requerimento fosse de iniciativa de representante da maioria, não haveria qualquer integrante da minoria. Obviamente, foge à razoabilidade que esse posicionamento prevaleça", escreveu Agostinho Vieira.

Autor do requerimento de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Ônibus na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, o vereador Eliomar Coelho (PSOL) decidiu nesta quinta-feira, 29, abandonar a comissão.

O vereador anunciou sua renúncia durante a reunião com os vereadores Renato Cinco (PSOL), Paulo Pinheiro (PSOL), Reimont (PT), Teresa Bergher (PSDB), Marcio Garcia (PR), Leonel Brizola Neto (PDT) e Jefferson Moura (PSOL) - que também discordam da atual composição da CPI.

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A decisão de Eliomar foi tomada um dia depois da revogação da liminar que suspendia os trabalhos da CPI. O bloco de oposição anunciou que vai recorrer da decisão da Justiça.

"Desde o início eu afirmei que a comissão, do jeito que foi formada, não tem legitimidade. Primeiro tentamos resolver na base da conversa, da política. Depois usamos instrumentos regimentais. Por fim recorremos à Justiça. Se eu acho que a CPI não é legítima, tenho que manter a coerência e não posso fazer parte dela. Mas isso não significa que vamos cruzar os braços diante do problema do serviço de ônibus na cidade do Rio. Vamos continuar trabalhando e exigindo respostas aos questionamentos", disse.

Ainda durante a reunião, ficou decidido que nenhum dos outros três vereadores do PSOL assumirá a vaga de Eliomar. Ainda não está definido quem o substituirá. Mesmo com a renúncia, está confirmada a sessão da CPI marcada para esta sexta-feira, 30.

Dos cinco membros da comissão, quatro são da base de apoio ao prefeito Eduardo Paes (PMDB) e nenhum deles assinou o pedido de instalação da comissão: Chiquinho Brazão (presidente), Professor Uóston (relator), Jorginho da SOS (todos do PMDB) e Renato Moura (PTC).

Briga na Justiça

Nessa quarta-feira, 28, a juíza Roseli Nalin, da 5ª Vara da Fazenda Pública, determinou que a CPI dê prosseguimento aos trabalhos.

Na semana passada, seis vereadores de oposição ingressaram na Justiça pedindo mais uma vaga para o grupo oposicionista na composição da CPI. Na quinta-feira (22), a Justiça concedeu liminar suspendendo os trabalhos da CPI para analisar o caso. Na segunda-feira (26), o presidente da Câmara, Jorge Felippe (PMDB), apresentou seus argumentos, alegando que a distribuição de vagas na CPI atendeu às exigências legais.

"A proporcionalidade aplicada no âmbito eleitoral e parlamentar tem critério próprio e diferenciado. Se a sua aplicação em algumas situações não enseja em resultado satisfatório, isto se deve pela composição da Casa e não poderá ser revista pelo Judiciário", escreveu a magistrada em sua decisão.

A audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Ônibus, prevista para ocorrer nesta quinta-feira, 29, na Câmara Municipal do Rio, foi cancelada pela direção da Casa.

Na última quinta-feira, 22, uma decisão judicial suspendeu os trabalhos da CPI por 48 horas. A Câmara apresentou recurso na última segunda-feira, 26, mas até hoje a Justiça não autorizou a retomada dos trabalhos. Por isso, a direção da Casa preferiu cancelar a reunião de quinta-feira.

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Segundo nota emitida pela Câmara, "mesmo que a manifestação da Justiça ocorra até o final desta quarta-feira, 28, a audiência continuará cancelada, pois não haverá tempo hábil para organização do evento".

A oposição contesta o trabalho da CPI porque quatro de seus cinco integrantes são vereadores governistas, que não assinaram o pedido de abertura da investigação.

O presidente da Câmara do Rio, Jorge Felippe (PMDB), encaminhou à juíza da 5.ª Vara da Fazenda Pública, Roseli Nalin, um manifesto declarando que a proporcionalidade na composição da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Ônibus foi "plenamente atendida". A resposta da presidência da Câmara Municipal era esperada desde a quinta-feira, 22, quando a CPI foi suspensa após seis vereadores de oposição terem entrado na Justiça com um mandado de segurança questionando a constituição da comissão.

"Se o bloco principal tem 47% de membros da Casa, por que ele tem 100% de representatividade na CPI?", questionou o vereador Eliomar Coelho (Psol), que propôs a comissão. Coelho fez referência aos outros quatro membros da CPI, que integram o bloco chamado Por um Rio Melhor: Chiquinho Brazão (PMDB), Professor Uóston (PMDB), Jorginho da S.O.S (PMDB) e Renato Moura (PTC).

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"Por ser o proponente, eu sou membro nato e não entro na conta." Em nota, a assessoria da Câmara afirmou que a proporcionalidade leva em conta os blocos parlamentares, e o Por um Rio Melhor tem uma representação seis vezes maior do que os partidos com as segundas maiores bancadas. A presidência da Casa pede ainda a extinção do mandado de segurança.

No fim da tarde desta quinta-feira, após uma sessão tumultuada que terminou em pancadaria do lado de fora da Câmara Municipal do Rio, a juíza Roseli Nalin, da 5ª Vara de Fazenda Pública, concedeu liminar suspendendo a instalação da CPI dos Ônibus na Casa. O pedido de suspensão havia sido feito por vereadores da oposição que questionam a proporcionalidade da composição da CPI, cujos presidente e relator são peemedebistas da bancada governista e não haviam assinado o requerimento para abertura da investigação.

O presidente da Câmara, Jorge Felippe (PMDB), foi intimado a manifestar-se em até 48 horas. O vereador Eliomar Coelho (PSOL), autor do pedido de abertura da comissão, comemorou a decisão. "Não vemos legitimidade na sessão com a atual composição", declarou. Além de Eliomar, são autores da ação os vereadores Paulo Pinheiro, Renato Cinco e Jefferson Moura, do PSOL, Teresa Bergher (PSDB) e Reimont (PT). Para eles, a composição atual "afronta o direito de participação das minorias". A primeira audiência pública da CPI dos Ônibus foi marcada por tumulto e agressões entre opositores e apoiadores da atual composição. O vereador Chiquinho Brazão (PMDB), que presidia a sessão, referiu-se aos manifestantes que ocupavam as galerias como "cidadões (sic)" e quase foi atingido por um tênis atirado por um deles. As duas galerias ficaram divididas entre grupos pró e contra a atual composição da CPI.

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A sessão teve início às 10 horas, mas bem antes havia uma fila de pessoas esperando para entrar. Senhas eram distribuídas por policiais. Do lado de fora, um grupo fez uma "desbaratização", usando dedetizadores de purpurina e um borrifador, em referência ao empresário Jacob Barata Filho, conhecido como "Rei dos Ônibus" no Rio. A PM cercou a entrada do Palácio Pedro Ernesto, bloqueando todos os acessos à rua Alcindo Guanabara.

Cerca de cem pessoas assistiram à sessão no plenário. Na galeria do lado direito, ficaram manifestantes que se opõem à composição da CPI. Eles usavam máscaras de Brazão e do relator, Uóston (PMDB), exibiam baratas gigantes e gritavam frases como "Brazão, eu não me engano, seu coração é miliciano". Na galeria oposta, o grupo de apoiadores de Brazão ostentava uma faixa com a frase "Deixa a CPI trabalhar". Acusados de serem milicianos e de terem recebido dinheiro, chamavam os opositores de "maconheiros" e "vândalos". Em vários momentos houve tumulto quando parte do grupo "pró-Brazão" tentou gredir manifestantes. "Um cara veio tirar fotos da gente; eu não queria, então fui lá brigar mesmo", afirmou um rapaz que se identificou como Ricardo dos Santos. Dois repórteres da GloboNews foram agredidos pelo grupo pró-Brazão.

Com e gritos de protesto e vaias do início ao fim, era praticamente impossível ouvir o que diziam os participantes da CPI. A sessão foi interrompida quando o tênis foi lançado por uma mulher - ela foi levada para fora da Câmara por seguranças. Os opositores também ficaram de costas para o plenário por cerca de cinco minutos, gritando "não, não, não me representa". Um dos ouvidos na sessão, o secretário municipal de Transportes, Carlos Osório, foi vaiado e teve sua fala marcada por gritos de "é mentira". Ele afirmou que, apesar de o transporte no Rio não ser bom o suficiente, foi a cidade que teve mais investimentos nesse setor no Brasil e, lendo as respostas, enalteceu os projetos do prefeito Eduardo Paes (PMDB). Em entrevista após a sessão, os vereadores de oposição acusaram o secretário de ter tido acesso às perguntas previamente. "Ele foi muito articulado, já tinha as respostas prontas." Integrantes da CPI não anotaram nada e não houve réplica.

Sobre a possibilidade de os apoiadores serem milicianos, Eliomar Coelho afirmou que não pode caracterizar as pessoas com base em pré-julgamentos. "Mas a atuação deles é semelhante à de alguns nesta casa que agem de forma intimidatória", disse, lembrando que há envolvimento de parlamentares com a milícia. O chefe da segurança da Câmara, coronel Marcos Paes, disse que conhecia o homem que tentou agredi-lo na entrada lateral e afirmou que ele "é do Jacarezinho e pode ser miliciano". O desentendimento foi motivado porque o homem queria pegar uma senha sem entrar na fila.

Dois manifestantes que participavam de um protesto em frente à Câmara Municipal do Rio, no centro, foram detidos por agredirem policiais militares e levados à 5ª DP (Mem de Sá), na manhã desta quinta-feira, 15. O vereador Professor Uoston (PMDB), aliado do prefeito Eduardo Paes (PMDB) e designado relator da CPI dos Ônibus, foi atingido nas costas por um ovo e hostilizado quando deixou o prédio da Câmara. O táxi onde o vereador entrou foi cercado por manifestantes.

Embora tenham desocupado a Avenida Almirante Barroso, que também estava fechada, os manifestantes, alguns deles mascarados, continuavam a bloquear a Avenida Rio Branco no início desta tarde. Outro grupo está na porta do Palácio Pedro Ernesto, sede da Câmara. Na rua lateral do prédio, Alcindo Guanabara, policiais militares com escudos e capacetes controlam a entrada e saída de pedestres. Cerca 150 manifestantes estão na Cinelândia, região central da capital fluminense.

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