Tópicos | CPI Lava Toga

O senador Alvaro Dias (Podemos-PR) defendeu nesta quinta-feira (3) em Plenário a instalação da CPI dos Tribunais Superiores. O parlamentar destacou que a ideia não é atacar o Poder Judiciário, essencial ao Estado Democrático de Direito, mas investigar possíveis ilicitudes dos integrantes, que são substituíveis. Para Alvaro, é fundamental que se formule um diagnóstico para que, futuramente, discutam-se novos métodos de escolha e duração de mandato dos magistrados.

“Quando senadores postulam uma CPI Lava Toga, não o fazem por prazer; mas na pretensão de atender aspirações da sociedade, já que ela não se conforma mais com idas e vindas, com avanços e retrocessos, a partir de uma instituição tão essencial para a democracia como o Supremo Tribunal Federal”, disse.

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*Da Agência Senado

 

O movimento da cúpula do PSL, articulado pelo senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), para abafar a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado que tenha como foco ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) provocou nesta terça-feira, 10, um racha no partido e até ameaça de baixa, destaca o jornal O Estado de S. Paulo. Diante da pressão partidária contra a chamada CPI da Lava Toga, a senadora Juíza Selma (PSL-MT) disse que pode deixar a sigla.

Filho do presidente Jair Bolsonaro, Flávio é o único dos quatro senadores do PSL que não apenas não assinou a petição pela abertura da comissão como agiu para enterrá-la. Tanto no Congresso como no Palácio do Planalto as investigações da CPI são vistas como perigosas, com potencial para afetar a relação entre os Poderes. O presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), admitiu que Flávio foi chamado para convencer seus pares a retirar assinaturas do pedido de abertura da CPI.

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A preocupação é porque o objetivo da comissão é apurar o que parlamentares chamam de "ativismo judicial" de magistrados, incluindo ministros do Supremo. A crítica de senadores favoráveis à CPI é a de que a Corte muitas vezes toma decisões sobre assuntos ainda em discussão no Congresso, sobrepondo a atribuição dos parlamentares de legislar. Também questiona inquérito aberto pelo ministro Alexandre de Moraes para apurar ataques virtuais contra integrantes do tribunal.

A CPI tem sido defendida principalmente por parlamentares classificados como "lavajatistas", que se elegeram com a bandeira do combate à corrupção. O Supremo se tornou alvo do grupo após atuar como um contraponto à operação e rever decisões tomadas em primeira instância.

Ao ameaçar deixar o partido, a senadora Juíza Selma - magistrada aposentada, que foi eleita com a alcunha de "Moro de Saias" e hoje recorre da decisão que cassou seu mandato por uso de caixa 2 - apontou desavenças políticas. "A senadora Juíza Selma esclarece que, devido a divergências políticas internas, entre elas a pressão partidária pela derrubada da CPI da Lava Toga, está avaliando a possibilidade de não permanecer no PSL", disse, em nota.

O líder do PSL no Senado, Major Olimpio (SP), que na semana passada também já havia ameaçado deixar o partido, também se manifestou contra derrubar a CPI. "Não adianta pressão não porque vamos para cima", afirmou, em vídeo. Na postagem, ele convoca manifestação para o dia 25, na Praça dos Três Poderes, para pressionar senadores.

A quarta integrante da bancada do PSL, Soraya Thronicke (MS), minimizou a ação partidária. "O Bivar e nenhum outro dirigente do partido nunca me pressionaram para nada", disse. Soraya assegurou que manterá seu apoio à comissão.

Esta é a terceira tentativa para emplacar a CPI no Senado. As outras duas foram enterradas pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que já classificou a medida como inconstitucional. "Se há entendimento de que a comissão não pode investigar decisão judicial, como vou passar por cima disso?"

Para sair do papel, a CPI precisa da assinatura de pelo menos 27 dos 81 senadores. Segundo o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), autor do requerimento de criação da comissão, o número já havia sido atingido, mas sua colega Maria do Carmo (DEM-SE) anunciou que vai retirar o nome da lista para atender a uma solicitação de Alcolumbre.

O presidente do Senado negou ter pedido a retirada de assinaturas. Admitiu, porém, que tentou convencer parlamentares sobre seu posicionamento contrário à Lava Toga.

Articulação

A ação de Flávio para derrubar a CPI no Senado faz parte de uma estratégia para aparar arestas com o Supremo. Nas últimas semanas, o filho "01" do presidente iniciou uma aproximação até pouco tempo inimaginável entre o presidente da Corte, Dias Toffoli, com parlamentares do partido, incluindo um jantar conjunto no dia 21 de agosto. A deputada Carla Zambelli (PSL-SP), que já levou um boneco do presidente do STF a manifestações, não compareceu.

O Estado apurou que Flávio vê Toffoli como uma autoridade que traz estabilidade para o cenário político. Ele foi o autor da ordem para paralisar todas as investigações no País que utilizassem informações de órgãos de controle sem aval da Justiça. A decisão teve como base um pedido de Flávio. Toffoli apontou ilegalidade no compartilhamento dos dados do Coaf com o Ministério Público do Rio sem prévia autorização judicial.

Flávio também tem mantido contato com o ministro do Supremo Gilmar Mendes, que já o recebeu em casa. Mendes é, na Corte, o principal crítico do que classifica como "abusos" da Lava Jato. Procurado, Flávio não se manifestou.

Cassação

Em parecer enviado na terça-feira ao Tribunal Superior Eleitoral, a procuradora-geral Eleitoral, Raquel Dodge, manifestou-se pela execução imediata da decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso que, por unanimidade, cassou o diploma da senadora Juíza Selma (PSL-MT) e de dois suplentes, e determinou a realização de novas eleições para o Senado naquele Estado. Selma, que é juíza de Direito aposentada, foi cassada por caixa 2 de R$ 1,2 milhão na campanha. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) recebeu do presidente nacional do partido, deputado Luciano Bivar (PE), pedido para entrar na articulação contra a criação da CPI da Lava Toga - para investigar o chamado "ativismo judicial" em tribunais superiores. Filho "01" do presidente Jair Bolsonaro, Flávio é o único dos quatro senadores do PSL que não assinou a petição pela abertura da comissão. A CPI é vista com potencial para afetar a relação entre os três Poderes.

A articulação para enterrar a CPI é liderada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que classificou a tentativa de criação da comissão como inconstitucional. "Se há entendimento de que a comissão não pode investigar decisão judicial, como vou passar por cima disso?", questionou.

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Bivar disse ter pedido aos senadores que reconsiderassem o posicionamento porque viu na proposta "uma afronta ao Poder Judiciário". Os senadores Major Olímpio (SP) e Soraya Thronicke (MS) afirmaram que não vão mudar de posição e negaram ter sido procurados por Flávio. Juíza Selma (PSL-MT) não quis se manifestar.

Arma

Filho "03" do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) foi fotografado nesta segunda com uma arma na cintura ao lado do leito do pai, que se recupera da quarta cirurgia no abdome por causa da facada que tomou ainda na campanha eleitoral, em setembro passado. Pelo Twitter, Eduardo agradeceu a equipe médica que realizou o procedimento para retirada de uma hérnia incisional e aos que "enviaram energias positivas."

Na segunda-feira, 9, Bolsonaro caminhou duas vezes pelo corredor do hospital. No início da tarde, recebeu também a visita do presidente da República em exercício, general Hamilton Mourão. Os dois conversaram a sós durante 10 a 15 minutos, quando um médico interrompeu a conversa - a orientação médica é que Bolsonaro não fale muito.

Carlos

Também pelo Twitter, o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PSC), outro filho do presidente, provocou nova polêmica ao sustentar que "por vias democráticas a transformação que o Brasil quer não acontecerá na velocidade que almejamos... e se isso acontecer". Após repercussão, Carlos voltou ao Twitter: "Agora virei ditador?", questionou.

No Palácio do Planalto, dois auxiliares do presidente minimizaram as afirmações. Um ministro, no entanto, chegou a afirmar que a postagem é uma "maluquice". Nos bastidores do governo há preocupação com interpretações que mensagens assim podem passar no momento em que Bolsonaro tenta recuperar popularidade. Amigos do presidente dizem que Carlos nunca publica nada nas redes sem Bolsonaro saber. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um grupo de senadores tenta ressuscitar a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) após decisão da Corte que interferiu em procedimentos da Receita Federal.

A chamada 'CPI Lava Toga' foi engavetada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), em pedidos anteriores. Em abril, Alcolumbre prometeu pautar o requerimento no plenário quando houvesse "momento oportuno".

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No novo pedido, senadores favoráveis à CPI usam como argumento o inquérito conduzido pelo ministro do STF Alexandre de Moraes sobre supostas notícias falsas e seus desdobramentos. Uma das decisões tomadas no âmbito do inquérito foi a suspensão de todos os procedimentos investigatórios instaurados na Receita Federal envolvendo 133 contribuintes que entraram na mira do órgão por indícios de irregularidades. Na decisão, do último dia 1º, Moraes também decidiu afastar temporariamente dois servidores da Receita por "indevida quebra de sigilo".

Para os senadores que tentam criar a CPI, integrantes do Supremo têm feito uma interferência indevida na Receita e comprometendo investigações. Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e o líder do PSL no Senado, Major Olimpio (SP), fazem parte do grupo que lidera a tentativa de abrir a Comissão.

De acordo com Vieira, já foram colhidas 24 das 27 assinaturas necessárias para protocolar o pedido da CPI. Cabe ao presidente do Senado pautar o requerimento.

Protestos

Parlamentares devem se juntar a um protesto de auditores fiscais nesta quarta-feira. Em Brasília, representantes da categoria estão concentrados desde às 14h em frente ao Ministério da Economia, de onde partem para o Senado para protestar juntamente com senadores. Atos ocorrerão também em outros Estados e a orientação é para que usem roupas pretas.

De acordo com o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais (Sindifisco), o Dia Nacional do Luto será ponto de partida para diversas outras ações em defesa dos auditores fiscais e da instituição Receita Federal.

"É lamentável a interferência política pela qual o órgão vem passando. Nossa defesa é para que os auditores fiscais possam continuar exercendo seu trabalho sem pressões de ministros envolvidos em fiscalizações, seja do STF ou do TCU", afirmou o sindicato, em nota.

No domingo, 25, movimentos de rua devem realizar protestos nas capitais apoiando a CPI Lava Toga, além de outras pautas, como a derrubada da lei do abuso de autoridade.

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