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O governo da Bahia lança amanhã um programa de prevenção e enfrentamento ao comércio e ao consumo de drogas no Estado. Chamado de Plano Viver sem Drogas, o programa prevê investimentos de R$ 42 milhões nos 11 maiores municípios do Estado. Coordenado pela Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do governo do Estado, o plano prevê a realização de 14 projetos, em áreas como prevenção ao consumo de drogas, acolhimento e tratamento de dependentes e apoio familiar.

Entre os projetos, está previsto o aumento no número de Centros de Atendimento Psicossociais (Caps) de 16 para 24, a preparação da rede estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) para o atendimento, com leitos especiais, a capacitação de conselheiros tutelares e a adoção de ações de reinserção de tratados na sociedade. As unidades do Caps também passarão a receber incentivo financeiro do Estado, de entre R$ 50 mil e R$ 70 mil mensais.

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Além disso, instituições que já realizam tratamento de dependentes químicos no Estado serão mapeadas para prestar apoio operacional durante o programa. Projetos dessas instituições podem receber financiamentos do governo baiano. O plano teve início com uma campanha publicitária veiculada desde a semana passada no Estado. Com os lemas "escolha viver sem drogas" e "crack, é possível vencer", atletas, músicos e personalidades baianas aparecem em peças como "viciado em vencer", "dependente de música" e "usuária de dendê", entre outros.

De acordo com o governador Jaques Wagner, o tráfico de drogas responde pela maioria dos homicídios na Bahia, além de causar diversos problemas sociais. No informe semanal Conversa com o Governador desta semana, divulgado hoje, Wagner disse que o plano tem, como principais objetivos, "proteger a juventude e combater aqueles que querem viver do tráfico e da marginalidade".

Desde que começou a viver na cracolândia, no centro de São Paulo, há quatro meses, é a primeira vez que B., de 17 anos, fica sem usar crack. Ela não parou porque quis, mas por causa do ferimento na boca, que torna quase impossível a tarefa de fumar o cachimbo. O machucado, segundo ela, foi causado por um tiro de borracha dado propositalmente por um policial militar que atua na operação da cracolândia.

A jovem conta que na sexta-feira estava sentada na calçada na Rua Dino Bueno, quando policiais militares mandaram que ela levantasse. "Eu não saí da rua, o PM atirou". Antes do disparo, o policial teria mandado ainda que ela abrisse a boca. Na tarde de hoje, a jovem tinha bastante dificuldade para falar. Apesar de ter sido atendida em um posto de saúde e receber assistência do grupo religioso Cristolândia, a jovem reclama da dor causada pelo ferimento. A situação era agravada ainda pelos sintomas de abstinência. "Não estamos mais conseguindo achar drogas", relata.

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B. diz morar em Diadema, na Grande São Paulo, mas há muito tempo não tem contato com a família. "Minha mãe não sabe onde estou", conta ela. O caso foi registrado no 1º DP (Sé). Em nota, a PM informou que foi usada munição porque usuários de entorpecentes estavam bloqueando o trânsito. "Houve a necessidade da utilização da munição de elastômero", afirma o comunicado. A PM também convidou a adolescente a comparecer ao Comando de Policiamento 1, na Liberdade, para registrar a ocorrência. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Andréia Carla das Neves Santos, de 38 anos, foi presa pela Policia Militar (PM) por tentar, supostamente, trocar a filha "Alana", com menos de dois meses de idade, por uma porção de pedras de crack avaliada em R$ 20. A prisão ocorreu na noite de ontem (8) em uma boca de fumo do bairro Parque Amazônia, em Goiânia. De acordo com a PM, e no momento da prisão, a mulher se escondeu sob uma laje, com o bebê nos braços. "Eu não tentei negociar, e nem trocar, a minha filha por drogas", se defendeu Andréia Carla na Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM), onde foi levada e liberada após registro de boletim de ocorrência.

Ela confirmou estar, no momento da prisão, longe da sua casa, e bêbada. Alega ter sido "chantageada" em um bar, onde pediu R$ 1,50 para a passagem de ônibus, e alguém sugeriu a troca. O caso foi repassado, hoje, para investigação da Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA). A tendência da Polícia Civil e do Conselho Tutelar é requerer na Justiça de Goiás a guarda do bebê de Andréia. Com menos de dois meses de vida, e "arrastada" pelas ruas, a menina sequer foi registrada em cartório. "Ela vai se chamar E.N.", disse Maria de Lourdes da Silva, a avó materna de Andréia, quando recebeu a criança das mãos da conselheira tutelar Karine Rodrigues Santos Almeida.

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O problema é que além de "Alana", como a criança sem registro é chamada pela família, dona Maria de Lourdes cuida de outras três, todas filhas de Andréia Carla. E desconhece os pais biológicos, cuja guarda vem sendo decidida pela Justiça em favor da avó. Sem emprego, sem dinheiro, sem profissão, Andréia Carla das Neves Santos corre as ruas em busca de sexo, drogas e destilados todos os dias, de acordo com relato da avó.

"Uma paixão não correspondida", há 17 anos, teria lançado a neta nas ruas, onde busca drogas, destilados e relacionamentos com homens sem identidade.

O histórico, de acordo com outros parentes, reforçam o temor de que as quatro meninas reunidas precisam de lar e afetividade. O Conselho Tutelar, mesmo não vendo provas concretas da troca da criança por drogas, aposta que Andréia Carla vai mesmo perder guarda de "Alana". "Não há testemunhas da tal negociação", diz a conselheira tutelar Karine Rodrigues Santos Almeida. "Mesmo assim, as chances de ficar com a criança são ínfimas", acredita.

O Conselho entende que a polícia deverá enquadrar a mãe de "Alana" por promessa de entrega de filho a terceiro por meio de pagamento, ou maus-tratos. Situações como esta, onde pais usuários de drogas colocam a vida da criança em situação de risco, estão em alta nas estatísticas. Em 2011, avaliou o conselheiro tutelar João Batista Martins, cerca de quatro mil casos como esse passaram pelo Conselho Tutelar, entre outras ocorrências de espancamento e estupro. "Foram números recordes de ocorrências", disse ele.

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), afirmou ontem que a inauguração do Complexo Prates - centro de acolhimento e tratamento para usuários de drogas - independe da Operação Integrada Centro Legal, deflagrada na terça-feira na cracolândia, na Luz, região central de São Paulo. Reportagem revelou que o patrulhamento na região começou antes da hora, sem o conhecimento do prefeito, como ele mesmo admitiu, do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e do comando geral da Polícia Militar. E sem o equipamento para os dependentes concluído, conforme planejado.

"Só falta essa agora de a polícia ter de aguardar os equipamentos da saúde e da assistência social ficarem prontos para fazer aperfeiçoamentos nas suas ações", disse Kassab. Em visita às obras do espaço de 11 mil metros quadrados, na Rua Prates, no Bom Retiro, Kassab prometeu entregar tudo funcionando até o fim de fevereiro.

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Antes, até o fim deste mês, já serão prestados os serviços de assistência social. A capacidade é de 1,2 mil pessoas atendidas a cada dia. O complexo terá uma quadra de futebol, salas individuais para atendimento clínico e terapêutico, um albergue, uma horta, um pomar e uma escola de jardinagem.

Kassab e a vice-prefeita e secretária de Assistência Social, Alda Marco Antonio, alegaram que a Prefeitura já tem outros equipamentos próximos em funcionamento, como o centro de convivência da Rua Mauá e AMAs e albergues. Kassab evitou, dessa forma, admitir que o funcionamento do Complexo Prates fosse importante para atender todos os dependentes da cracolândia - cerca de 2 mil. O prefeito defendeu, no entanto, que haja mais integração e interlocução entre as esferas de poder público envolvidas na operação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em São Paulo, até mesmo um piscinão já se tornou uma minicracolândia. Na altura do número 1.100 da Avenida General Penha Brasil, no Jardim Peri, na zona norte, o reservatório do Guaraú chega a reunir 20 usuários da droga ao mesmo tempo, segundo os vizinhos. Eles consomem as pedras a qualquer hora do dia, sem repressão. Os moradores relatam um cenário de insegurança e desconforto, que já alterou a rotina do bairro.

Para impedir a entrada dos dependentes, foi colocado um tubo de concreto em um vão entre as grades. A medida não foi suficiente para evitar que os usuários de crack invadissem o terreno e o local serve de referencial para quem pretende chegar à droga. Com entulho e sofás velhos usados como "escada", até mesmo mulheres grávidas, segundo os vizinhos, pulam facilmente a cerca para fumar crack.

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Como não há fiscalização, os usuários permanecem pelo tempo que quiserem no terreno. Há relato de dependente que já chegou a viver por uma semana no reservatório. Dentro do piscinão, o dependente químico consome a droga com relativa tranquilidade, o que tira o sossego dos vizinhos.

A preocupação de quem vive perto do local é constante. "Há casos de mulheres que saem para trabalhar no fim da madrugada e acabam assaltadas por eles nos pontos de ônibus. Também roubam as roupas dos varais, sapatos, botijões de gás e material de construção. Tudo para transformar em pedra", afirma o comerciante Vagner, de 35 anos, que trabalha na avenida há 10 e não quis revelar o sobrenome.

A dona de casa Sueli Maria, de 42 anos, não aguenta mais o barulho dos viciados onde mora. Segundo ela, o problema piora durante a madrugada. "Incomoda bastante. Eles brigam, gritam, fazem sexo. O cheiro da droga é muito forte, ninguém tem sossego", conta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

São Paulo, 7 - Na quarta madrugada consecutiva de operação nas ruas da Cracolândia, região central da capital paulista, policiais militares do Batalhão de Choque e do 13º Batalhão de Área detiveram um grupo de sete supostos traficantes que mantinha um ponto de venda de droga em uma pensão na altura do nº 55 da Rua Helvétia.

Com os detidos, nenhum deles portando documentos e todos aparentemente maiores de 18 anos, os policiais apreenderam um total de 520 pedras de crack, R$ 1.500,00, em dinheiro, três balanças (duas digitais), 18 relógios, possivelmente roubados, e material diverso para embalagem e consumo do crack. O grupo foi encaminhado para o plantão do 77º Distrito Policial, de Santa Cecília. Três dos homens levados para a delegacia acabaram liberados pois a polícia entendeu que eles não tinham envolvimento com o tráfico.

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A Ação Integrada Centro Legal teve início na manhã do último dia 3. Com a prisão ocorrida nesta madrugada, o número do presos na região desde a última terça-feira chega a 27, sendo que 16 eram pessoas procuradas pela justiça. No último boletim divulgado pela PM, no início da noite de sexta-feira, 6, chegavam a 1.046 as abordagens policiais realizadas.

Os agentes de saúde ligados à Prefeitura de São Paulo haviam abordado 214 usuários de drogas; destes, 12 aceitaram ser encaminhados para atendimento médico e eventual tratamento contra a dependência química. Pelo menos 15 toneladas de lixo já foram retiradas da região.

O deslocamento dos viciados da cracolândia, na região da Luz, no centro de São Paulo, já obriga comerciantes a baixar as portas mais cedo em alguns pontos de Santa Cecília e causa conflitos entre usuários de drogas e seguranças patrimoniais em Higienópolis.

Dono de uma loja de móveis usados, Caetano da Silva, de 49 anos, fechou seu estabelecimento na Avenida São João 1h30 antes do habitual. "Fecho geralmente às 19 horas. Agora, não passo das 17h30 com esses craqueiros aí". Segundo ele, o movimento caiu no mínimo 50% desde o início da operação da PM na cracolândia. "As pessoas ficam com medo de vir aqui com a rua cheia de gente fumando crack".

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O estacionamento em que Maria Lopes, de 56 anos, trabalha estava vazio ontem. "Às vezes, há umas 50 pessoas usando drogas aqui na frente. Mudaram a cracolândia de lugar", diz ela, que também fechou o estacionamento antes do previsto. O ponto de Santa Cecília que concentrava maior número de dependentes, mais de 50 pessoas, era a Rua Júlio Marcondes Salgado. Os usuários dominaram uma calçada inteira, na frente do antigo prédio do Ministério da Educação. A via inteira tinha cheiro de urina. Os traficantes atuavam livremente na área. Bem vestidos, eles passavam pela área dizendo "pedra, pedra". Segundos depois, a "mercadoria" acabava e eles seguiam.

A expulsão de usuários de crack da Luz já causa efeitos também em Higienópolis. A reportagem presenciou um homem sendo agredido por um vigilante após urinar na Rua Baronesa de Itu. "O segurança bateu na minha nuca", disse o morador de rua, que se identificou como Fábio Santos Ribeiro, de 33 anos. Demonstrando bastante confusão mental, ele diz ter saído da cracolândia após a intervenção da polícia. Depois do incidente, o vigilante agressor saiu do local.

O gerente da padaria Baronesa, Francisco das Chagas, de 33 anos, afirmou que o estabelecimento vem sofrendo uma "invasão". "Estamos tendo muitos problemas. Ninguém mais consegue trabalhar direito", afirma. O segurança Alexandre Almeida, de 33 anos, que trabalha em uma loja de sapatos de Higienópolis, confirma o trabalho extra para manter os viciados longe das calçadas das lojas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Cinco pessoas foram presas nos dois dias de intensificação do policiamento na região da Cracolândia, no Centro de São Paulo, segundo balanço divulgado na noite de ontem (04). A ação policial segue por tempo indeterminado. Foram recapturados três foragidos da Justiça e duas pessoas foram presas por tráfico de drogas. Foram apreendidos duas armas de brinquedo e cinco carcaças de motocicletas. Dos presos por tráfico, uma pessoa estava com aproximadamente 100 pedras de crack e a outra com cerca de 50.

Segundo a polícia, a ação na Cracolândia é dividida em três fases. A primeira será de atuação da polícia contra o tráfico de drogas em conjunto com uma operação de zeladoria da prefeitura em casarões e ruas, de onde somente hoje foram retiradas 7,5 toneladas de lixo.

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A estimativa da PM é que, em 30 dias, após a prisão de traficantes e o restabelecimento da ordem na região, se inicie a segunda fase, com a participação de assistentes sociais e agentes de saúde, que farão o encaminhamento dos dependentes químicos para albergues, AMAs (Assistência Médica Ambulatorial) e, se preciso, internação para tratamento e reinserção social. A terceira e última fase é a de manutenção deste cenário, para que os dependentes possam se recuperar plenamente.

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