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O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pré-candidato do PT a governador de São Paulo, elogiou nesta quinta-feira, 23, a "iniciativa corajosa" da Prefeitura da capital paulista com os dependentes de crack, no centro da cidade. Enquanto Padilha elogiava o programa e alfinetava ações anteriores na Cracolândia, por volta das 16 horas desta quinta-feira, policiais do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), da Polícia Civil, faziam uma operação na região da Cracolândia, sem comunicar a Prefeitura de São Paulo.

Ao mesmo tempo, ele e o prefeito Fernando Haddad (PT) inauguravam um Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), na região de Santo Amaro, na zona sul. No discurso, Padilha afirmou que "todas as experiências isoladas de achar 'eu vou lá sozinho, vou resolver o problema' não deram certo". "Nós vimos várias experiências isoladas que se repetiam. Primeiro, de alguém achar que resolvia sozinho. Ou de achar que uma iniciativa isolada com uma ação da polícia, de segurança ia resolver o problema do sofrimento de pessoas, de famílias, que é o crack", afirmou.

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No centro da capital, no mesmo horário em que o ministro da Saúde discursava, a Polícia Civil usou balas de borracha e bombas de efeito moral em alguns dependentes. Antes da Operação Braços Abertos, da gestão de Haddad, o programa mais recente usado na região havia sido o de internação compulsória dos viciados, encabeçado pelo governo de São Paulo e anunciado no fim de 2012.

Padilha disse ter visitado a região na manhã desta quinta, acompanhado do secretário municipal de Saúde, José de Filippi Júnior. O ministro comparou a visita de hoje a uma feita anos antes: "Hoje, prefeito Fernando Haddad, fui lá de novo, e o que eu vi é uma outra realidade".

Na saída do evento, Padilha disse que a política do prefeito de São Paulo na Cracolândia é uma "ação bastante decisiva". "Nós criamos, além dos consultórios da rua, que já estão atuando naquela região do centro, mais essa figura do ponto de apoio ao consultório de rua, que aqui se chamou de braços abertos", afirmou. O trabalho em conjunto entre Prefeitura da capital e governo federal no combate ao crack foi citado tanto por Haddad como por Padilha. "O que está entrando agora é o (programa) Crack, é Possível Vencer", afirmou o prefeito, mencionando projeto do Ministério da Justiça, também citado por Padilha.

"O que o Ministério da Saúde apoia são os ambulatórios, os consultórios na rua", disse Haddad. "São R$ 3 milhões do governo federal na primeira iniciativa ali dentro", emendou. De acordo com ele, é a primeira vez que o Brasil trata a questão como um "problema de saúde real". "Dos 300 (dependentes que aderiram ao programa), já estamos com 292 com frequência", comemorou, antes de saber da operação que acontecia na região feita pelos policiais.

Policiais do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), da Policia Civil, fizeram uma operação nesta quinta-feira, 23, na Cracolândia, região central de São Paulo, sem comunicar a Prefeitura nem a Polícia Militar. O local é palco da Operação Braços Abertos, aposta do prefeito Fernando Haddad para reabilitar os dependentes de crack.

Por volta de 15h, cerca de dez viaturas cercaram os dependentes de crack que não estão inseridos no programa assistencial e estavam concentrados na Rua Barão de Piracicaba. Os policiais civis atiraram balas de borracha e jogaram diversas bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo na multidão, que correu a esmo e revidou jogando pedras. O quarteirão estava lotado de dependentes.

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Agentes da Secretaria de Saúde e de Assistência Social, que também não sabiam da ação, ficaram no fogo cruzado. A ação ocorreu pouco tempo depois de policiais civis à paisana terem feito uma prisão de um dependente no local. Nesta primeira ação, uma dependente acabou ferida na cabeça com bala de borracha.

A reportagem apurou que a avaliação inicial da Prefeitura é que o programa Braços Abertos, que contava justamente com a ausência de repressão dos dependentes, foi prejudicada e terá dificuldades para prosseguir.

Os repórteres estava no local na hora da ação e viram a surpresa de guardas-civis, oficiais da PM e até do próprio secretário municipal de Segurança Urbana, Roberto Porto. Nesta quinta completa uma semana que os dependentes que aderiram ao programa começaram a trabalhar e a equipe de reportagem estava fazendo um balanço do período.

Foi possível testemunhar a prisão de ao menos cinco pessoas que foram também agredidas pelos policias civis ao serem obrigadas a entrar na viatura.

Entre os dependentes, o clima foi de revolta. Muitos gritavam desesperados, chorando diante da ação surpresa. "Que hotel que nada, eles querem é matar a gente", disse uma dependente grávida que corria da polícia.

A reportagem tentou contato com a Secretaria de Estado de Segurança Pública, que ainda não se manifestou.

A prisão de um acusado de tráfico de drogas pela Polícia Militar causou tumulto na tarde dessa segunda-feira (20), na Alameda Barão de Piracicaba, no centro de São Paulo. Desde a semana passada, a rua concentra o maior número de usuários de crack da região da Cracolândia.

Comerciantes do bairro e usuários de droga relataram violência da PM durante a ação. "Eles empurraram uma grávida", disse um dos dependentes. "Ouvi três bombas", disse a comerciante Renata Moura Soares, de 30 anos. "O pessoal que foi lá disse que um policial jogou gás em uma gestante."

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De acordo com o tenente William Thomaz, coordenador da Operação Nova Luz, houve reação dos usuários de droga durante a prisão e, por isso a polícia teve que usar uma bomba de efeito moral. "Já existe uma movimentação natural dos usuários quando a viatura vai prender o traficante. Eles atiram pedras e paus. Ontem (esta terça-feira, 21), eles tentaram virar a nossa viatura. Com base nisso, uma viatura nossa da Força Tática foi em apoio." O preso foi levado ao 77.º DP (Santa Cecília).

Ainda de acordo com o tenente, a PM tinha informação que o tráfico era realizado por uma mulher e um homem, mas os policiais não conseguiram abordar a mulher. "Não tenho a informação se ela estava grávida", acrescentou. Desde a sexta-feira (17), a polícia já prendeu sete acusados de tráfico só na Alameda Barão de Piracicaba. Dois procurados pela Justiça também foram presos e cerca de 700 pedras de crack, apreendidas.

Programa

Até o momento, 350 ex-moradores da favela da Cracolândia estão cadastrados na Operação Braços Abertos. O programa da Prefeitura consiste no custeio de alugueis de quartos da região, fornecimento refeições , acompanhamento médico e um emprego de varrição de praças.

Nesta terça-feira, em entrevista à Rádio Estadão, o prefeito Fernando Haddad (PT) disse que um grande número de usuários cadastrados tem trabalhado. "Ontem, 292 dos 300 beneficiários (do balanço anterior) compareceram ao trabalho e trabalharam 4 horas do dia. provavelmente não faziam isso há anos." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Largo Coração de Jesus, na Cracolândia, no Centro de São Paulo, foi palco de uma celebração dupla na tarde dessa quarta-feira (25): católicos e batistas organizaram cerimônias para festejar o Natal e incentivar os moradores a largar as drogas.

Enquanto o padre Júlio Lancellotti rezava uma missa ao lado do padre João Pedro Carraro, da Missão Belém, voluntários da Missão Batista Cristolândia cantavam músicas religiosas e distribuíam panetones aos usuários de crack. Durante a celebração, o largo, que é considerado o centro da Cracolândia e principal local de uso de drogas da região, viveu uma trégua e cachimbos de crack não foram acesos.

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"A nossa ideia é aproveitar esse momento de corações abertos das pessoas para mostrar que ainda há esperança. Estamos de portas abertas para receber quem precisa de ajuda", disse Soraia Machado, coordenadora do Ministério Cristolândia.

Após a missa do padre Júlio, foi organizado um auto de Natal, com uma encenação e a montagem de um presépio vivo com a participação de dependentes químicos que circulavam no cruzamento da Alameda Dino Bueno com a Rua Helvétia.

"Não há soluções fáceis para problemas complexos. Não basta um caminhão jogar água na rua e um carro da polícia passar para permitir o fluxo", criticou o padre Júlio. Pouco antes, um caminhão havia jogado água nas ruas da região e viaturas da Polícia Militar circulavam pelas redondezas.

Missa

No fim da tarde, o cardeal d. Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, celebrou uma missa de Natal para moradores de rua do Arsenal da Esperança, uma casa de acolhida para adultos em situação de rua que atende atualmente 1,2 mil pessoas.

"Vim trazer alegria, palavras de esperança e encorajamento para essas pessoas que encontraram acolhimento aqui", disse ele na chegada ao local. "Temos de encarar essa situação dos moradores de rua com seriedade. Precisamos de políticas públicas", afirmou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Guarda Civil Metropolitana (GCM) de São Paulo vai filmar e prender traficantes de drogas na Cracolândia. O trabalho será feito em cinco vans de monitoramento com 20 câmeras cada. Também será criada uma unidade de assistência social no Parque Dom Pedro.

Além do combate ao crack, o prefeito Fernando Haddad (PT) afirmou que ordenou a retirada de barracas de camping de moradores de ruas. "Se admitirmos a instalação de equipamentos nas praças públicas, você não reverte essa situação."

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O plantão judiciário na cracolândia, no centro da capital paulista, que permitirá a internação de usuários de drogas contra a vontade deles, deve começar a funcionar na próxima segunda-feira (21). O projeto foi discutido pelo governo do Estado na sexta-feira (11), quando foram assinados termos de cooperação com o Tribunal de Justiça, o Ministério Público e a Ordem dos Advogados do Brasil.

Os profissionais que vão participar do plantão devem ser indicados nos próximos dias, para que o atendimento "passe a funcionar o mais breve possível", segundo a Secretaria Estadual de Justiça. E, na quinta-feira (17), o Conselho Superior da Magistratura deve aprovar um provimento que "regulamenta o projeto de forma mais detalhada", de acordo com o presidente do Tribunal de Justiça, Ivan Sartori.

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A junta jurídica será responsável por analisar casos de internação involuntária (com consentimento da família) ou compulsória (sem necessidade de autorização de parentes) de usuários de drogas que forem levados ao Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), na Rua Prates, no centro. O atendimento será das 9h às 13h.

O programa vale apenas para dependentes químicos com estado de saúde considerado grave e sem consciência de seus atos atestada por psiquiatra. "Não é um projeto higienista nem de internação em massa", disse a secretária Eloísa de Souza Arruda, na assinatura dos convênios. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Após finalizar inquérito sobre a ação da Polícia Militar na cracolândia, o Ministério Público entrou ontem, terça-feira, com ação civil pedindo à Justiça que o governo do Estado pague indenização de R$ 40 milhões por danos morais coletivos. Também foi pedida uma liminar que proíba que os policiais realizem as "procissões do crack", termo criado pelo Estado para definir a dispersão permanente dos usuários, sob pena de multa R$ 100 mil.

Para os promotores, a ação foi "um fracasso completo", violou direitos humanos e desperdiçou dinheiro público. "Começou de modo desastrado pela sua desarticulação, desenvolveu-se de modo violento e, se chegou ao final, chegou com resultado desastroso", definiu o promotor da Habitação e Urbanismo, Maurício Ribeiro Lopes. Segundo os quatro promotores que assinam a ação, a operação não quebrou a logística do tráfico de drogas, um dos objetivos da intervenção que começou em 3 de janeiro.

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Foram apresentados dados de autuações que mostram que houve menos apreensões de drogas em janeiro e fevereiro. Em 2011, foram apreendidas 5.123 pedras de crack, contra 3.037 no mesmo período de 2012, queda de 40,9%. Também houve redução das apreensões de cocaína (90,9%) e maconha (91,7%). "A operação ampliou a atuação dos traficantes para outros logradouros da capital, à medida que para lá dispersou os usuários", disse o promotor de Direitos Humanos, Eduardo Valério.

O inquérito também concluiu que a ação na região central foi malsucedida do ponto de vista de saúde. Três meses após a operação, de 129 internados, 86 não faziam mais tratamento. Entre os 43 que sobraram, a maioria não era da cracolândia. Segundo o MP, a Prefeitura estabelece que o tratamento ideal contra o crack dura seis meses e tem eficácia entre 10% e 30% dos usuários.

Além disso, documento da Secretaria Municipal de Saúde mostra que as instituições não comportam a demanda. De 255 internações solicitadas pelo Atendimento Médico Ambulatorial (AMA) Boracea, que fica perto da cracolândia, só 148 pacientes foram atendidos. O Centro de Atendimento Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD) solicitou 74 internações, mas fez só 65. Promotores afirmaram que ação quebrou vínculos dos agentes de saúde com os viciados.

Responsabilidade

Apesar das críticas à Prefeitura, o Município não é alvo da ação. Promotores constataram que a Prefeitura foi pega de surpresa pelo episódio. Outro inquérito foi aberto para apurar se os agentes públicos cometeram irregularidades. Os promotores encaminharam a apuração para o procurador-geral de Justiça, Márcio Fernando Elias Rosa, que vai apurar se uma ação contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB) é cabível.

Caso o Estado seja condenado, a indenização deve ser depositada em um fundo público e pode ser usado em ações contra as drogas. Se a liminar for concedida, policiais não poderão dispersar os usuários. Caso sejam flagrados usando drogas, devem ser levados à delegacia.

Falando em nome do Estado, a Secretaria de Estado da Justiça afirma que a operação "vem atingindo seus objetivos". Em nota, diz que houve internação voluntária de 660 dependentes e encaminhamento de 11 mil para abrigos. "A presença da PM resultou na captura de 121 condenados foragidos, bem como na prisão de 462 traficantes", afirma a nota. Por não ser alvo da ação, a Prefeitura não se manifestou. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O rapper paulista Emicida foi detido na noite do último domingo (13), acusado de desacato à autoridade, durante show na cidade de Belo Horizonte. Emicida foi levado à delegacia após sua participação no Festival Palco Hip Hop, onde cantou a música Dedo na Ferida, que faz uma crítica ao comportamento da polícia em casos de desocupações como em Pinheirinho, Cracolândia e Eliana Silva.

Emicida deu início a sua apresentação fazendo um apelo ao público: “Levante o seu dedo do meio para a polícia que desocupa as famílias mais humildes”, pediu o rapper.

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Os policiais que estavam prestando serviço no evento interpretaram a atitude do músico como desacato e, ao final do show, pouco depois das 19h30, Emicida foi levado ao 39 DP (Barreiro). O rapper foi liberado por volta das 22h35 mas saiu da delegacia sem assinar o Boletim de Ocorrência, pois afirmou que a versão registrada não condiz com a realidade. Segundo o B.O., Emicida teria dito que apoiava a invasão do terreno Eliana Silva e que teria agredido os policiais verbalmente.

Emicida agradeceu o apoio de todos pelo Twitter, onde o assunto ficou no topo dos mais comentados no Brasil e no mundo. A assessoria do músico divulgou uma nota no site oficial, prestando esclarecimentos sobre o fato.

A Justiça de São Paulo concedeu uma habeas corpus preventivo para garantir direito de livre locomoção de um morador de rua na região chamada de Cracolândia, no centro da capital. O pedido ajuizado pela Defensoria Pública foi concedido no último dia 23 pela 1ª Câmara de Direito Criminal.

A região, conhecida por abrigar viciados em crack, é alvo de operações policiais desde o início deste ano. Durante o mês de janeiro, o homem de 40 anos, que vivia nas ruas da região, procurou o atendimento da Defensoria no local e reclamou das constantes abordagens policiais a que era submetido. Ele disse ter sido abordado três vezes durante uma semana. Segundo o relato, nas ocasiões ele foi "humilhado e ameaçado por policiais". Ele não possuía antecedentes policiais ou mandados de prisão em seu nome.

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Para os desembargadores Márcio Bartoli e Marco Nahum, "a abordagem e a busca pessoal só podem ser realizadas quando houver fundada suspeita de que o indivíduo traga consigo arma proibida, objetos ou papéis que constituam corpo de delito ou qualquer outro elemento de convicção. No caso dos autos, porém, verifica-se que as diligências policiais não seguem qualquer tipo de critério, sendo aleatórias e discriminatórias".

Os defensores também pediram a extensão dos habeas corpus às demais pessoas em situação semelhante. A decisão determina que haverá extensão "para as hipóteses semelhantes, desde que sejam trazidos elementos de identificação de eventuais pacientes e informações concretas que indiquem a ameaça de submissão ao mesmo tipo de constrangimento ilegal".

No mês em que as operações de recolhimento dos usuários de crack no Rio completarão um ano, os agentes da Secretaria Municipal de Assistência Social levaram hoje para abrigos 56 pessoas, sendo 48 adultos e 8 adolescentes. Todos estavam na maior e mais resistente cracolândia da cidade, na Favela do Jacarezinho, na zona norte.

Desde o início das operações, no dia 31 de março de 2011, o número de usuários de crack recolhidos em toda a cidade chegou a 3.289, sendo 2.788 adultos e 501 crianças e adolescentes. Desde maio do ano passado, a Prefeitura do Rio adotou a internação compulsória e tratou 118 menores de idade, mesmo sem o consentimento dos pais.

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A rotina das equipes de abordagem aos usuários da droga é perigosa. Na chegada, os agentes foram recebidos a pedradas e houve correria entre os viciados. Em janeiro deste ano, a Prefeitura do Rio anunciou o plano para ocupar permanentemente a cracolândia do Jacarezinho. Na ocasião, o secretário de Assistência Social, Rodrigo Bethlem, disse que a ideia era inspirada na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) presente em algumas favelas cariocas.

Hoje, a reportagem acompanhou a chegada ao abrigo da Cidade Nova (região central) de quatro adolescentes recolhidos na operação. L., de 16 anos, era um deles. Segundo os assistentes, ele perdeu o contato com a mãe, já passou por várias internações, cumpriu pena em unidades sócio educativas e sempre volta para a cracolândia do Jacarezinho. "Minha mãe foi morar no Morro dos Macacos, em Vila Isabel (zona norte). Nunca mais vi", disse o adolescente. Há duas semanas na unidade, J., de 15 , reconheceu os benefícios do tempo no abrigo, mas está certo que vai voltar para as ruas. "Quando cheguei aqui parecia um palito. Agora, até a minha barriga cresceu, mas quero voltar. Estou aqui há muito tempo. Não fumo crack. Só maconha", justificou.

A Operação Centro Legal, iniciada há um mês na cracolândia, é apoiada por 84,7% da população da cidade de São Paulo. Em compensação, 67,9% dos entrevistados dizem não acreditar que as medidas tomadas por governo do Estado e Prefeitura serão suficientes para resolver o problema do tráfico na região.

Os resultados são da pesquisa feita com exclusividade para o jornal O Estado de S. Paulo pelo Instituto Informa. Foram ouvidas 1 mil pessoas, entre os dias 27 e 30 de janeiro.

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As medidas adotadas pela polícia na cracolândia também recebem aplausos: 63,2% aprovam totalmente, enquanto 4,5% aprovam. Apenas 15,2% reprovam.

De acordo com balanço divulgado pelo governo, um mês depois do começo da operação, 216 pessoas e 55 foragidos foram presos. Ainda foram internadas 186 pessoas em clínicas de saúde. Isso significa que 457 pessoas que frequentavam a cracolândia foram retiradas de circulação. No início da operação, a polícia calculava que 400 pessoas estavam na região. A população flutuante podia chegar a 2 mil pessoas.

"O problema pode simplesmente ter sido adiado. Para onde vão essas pessoas depois que saírem da prisão e das internações? Talvez elas tenham sido somente retiradas de vista e podem depois retornar para o mesmo lugar onde estavam", pondera a coordenadora do Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública, Daniela Skromov.

Ainda de acordo com a pesquisa, 77% dos entrevistados afirmam que a operação dispersou os dependentes de droga para outras regiões da cidade. O Grupo Estado esteve na região e a concentração de pessoas diminuiu principalmente nos arredores da Rua Helvétia. Grupos de 30 a 40 usuários da droga se reúnem principalmente nas Ruas Guaianases e Apa. "Creio que conseguimos quebrar a espinha do tráfico, apesar de ainda existirem traficantes no local. Prendemos muitos pequenos traficantes, o que causa um imenso prejuízo para aqueles que vendiam por lá", diz o delegado Edison de Santi, responsável pelo Setor de Inteligência do Departamento de Investigação sobre Narcóticos (Denarc).

A pesquisa mostra também a população dividida em relação à internação à força dos usuários de droga: 49,8% são a favor e 49,4%, contra. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em meio às investidas do PSD para compor uma aliança com o PT para as próximas eleições municipais, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) vai enviar um projeto de lei à Câmara Municipal prevendo a cessão de uma área da Prefeitura ao Instituto Lula. A área fica na Rua dos Protestantes, no centro, dentro do perímetro da concessão urbanística da Nova Luz.

O projeto vai ser apresentado hoje à tarde, em reunião entre o prefeito e vereadores da base aliada. Atualmente, Kassab tem o apoio de 41 dos 55 vereadores e não deverá enfrentar dificuldades em aprovar o projeto, que vai ceder a área por 99 anos para a entidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além de abrigar o acervo documental de Lula, o local vai ser sede do Memorial da Democracia, um espaço de preservação de arquivos políticos e históricos no molde de instituições norte-americanas e de outros países.

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A contrapartida exigida por Kassab é que o Memorial seja aberto à população, com acesso gratuito aos estudantes da rede pública de ensino e às instituições públicas de todos os níveis de governo. Outra exigência do prefeito é de que 20% das turmas do ensino público que passarem por cursos de formação no local tenham isenção de tarifa.

Segundo a Prefeitura, não há incompatibilidade entre a cessão do terreno e a concessão urbanística da Nova Luz, pois o Memorial contribuiria positivamente no processo de requalificação da região. O projeto da Nova Luz está parado por causa de decisão judicial que contestou a falta de participação popular no processo.

A Prefeitura de São Paulo começou ontem a fechar bares na cracolândia, região central da capital. Pelo menos dez estabelecimentos baixaram as portas por causa da fiscalização ou por temer a ação dos agentes municipais. Os pontos comerciais fechados ficam situados nas Ruas Helvétia e Dino Bueno, na Luz.

A administração municipal não informou quantos imóveis foram autuados e tiveram de suspender as atividades comerciais. A reportagem fez o levantamento enquanto acompanhou a operação dos agentes da Guarda Civil Metropolitana, da Subprefeitura da Sé e da Vigilância Sanitária. No fim da tarde de ontem, a maioria dos bares da área estava com as portas fechadas.

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Segundo a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, a ação dá prosseguimento à Operação Centro Legal na cracolândia. Com a área tomada pela Polícia Militar, a administração municipal agora pode realizar serviços que antes eram inviabilizados pela presença dos usuários de crack e traficantes. Guardas municipais contaram à reportagem que a ideia era fechar bares para afastar a presença de viciados.

A medida afetou, porém, proprietários de pequenos estabelecimentos, como Renata Soares, de 28 anos, dona de um bar na Rua Helvétia. "Eles alegaram que há problemas de fiação, mas está tudo certo por aqui", afirmou. "Disseram que tinha barata na geladeira, mas não tinha."

Ela agora deve ir até a Prefeitura para fazer o requerimento de obtenção de licença de funcionamento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um adolescente de 15 anos foi apreendido, por volta das 3h, na cracolândia, em posse de 1.500 pedras de crack, já embaladas e prontas para a venda, R$ 3.149,00, em notas e moedas, dinheiro da venda da droga, três celulares, além de outras pedras, maiores, da mesma droga, que ainda seriam fragmentadas e embrulhadas para a comercialização.

Em patrulhamento na região, os policiais, ao passarem na esquina da Rua General Osório com a Rua Guaianazes, desconfiaram do volume sob um cobertor que estava ao lado do menor. Era uma mochila, na qual estavam a droga, o dinheiro e os aparelhos celulares. O adolescente foi encaminhado ao 77º Distrito Policial, de Santa Cecília.

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Nesta madrugada, usuários de drogas voltaram a se espalhar pelas ruas do centro de São Paulo para fugir da ação da polícia na região da cracolândia. Eram 2h quando cerca de 50 viciados se reuniam para consumir crack na Alameda Barão de Limeira, nos Campos Elísios, ao mesmo tempo em que PMs faziam uma abordagem a suspeitos na rua General Rondon, ao lado, sem notar a presença do grupo.

Minutos depois, duas viaturas da polícia passaram em patrulhamento pela alameda Barão de Limeira e apenas parte do grupo de dispersou. Os demais só deixaram o local quando um policial desceu do carro para fazer a abordagem. Em conjunto com órgãos da Prefeitura, a PM deu início no último dia 2 a operação na região da cracolândia.

O governador de São Paulo Geraldo Alckmin admitiu hoje que várias reuniões foram realizadas com a prefeitura de para decidir a ação conjunta que seria adotada na ocupação da Cracolândia, no centro da capital paulista.

Segundo o jornal "Folha de S.Paulo", Estado e Prefeitura discutiam a estratégia de ocupação desde dezembro. Alckmin, que se referiu à região como "ex-Cracolândia", comemorou "os indicadores positivos" da operação. "Aumentou muito o número de pessoas procurando abrigos sociais. Agora estamos oferecendo mais 286 vagas em abrigos. Também aumentou muito a procura por internação voluntária, nenhuma foi compulsória. Foram sete por dia", revelou.

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Dados do governo estadual contabilizam 80 internações, apreensão de 2,355 kg de crack, 10,208 kg de cocaína e de 17,875 kg de maconha, retirada de 101 toneladas de lixo das ruas da Cracolândia, além da recaptura de 43 fugitivos procurados pela Justiça e prisão de 109 pela Polícia Militar desde o início da ocupação, no último dia 3 de janeiro. Para Alckmin, a ação na Cracolândia é um trabalho social, de saúde e de segurança pública. "Nós acreditamos na recuperação das pessoas. Nós temos o dever de ajudar a população e os dependentes químicos, e de combater duramente o tráfico de drogas", justificou.

Questionado sobre uma possível participação do governo federal na ação, Alckmin disse que a região precisa "da ajuda de todos", seja da União, das Igrejas ou do Ministério Público. "Esse é um trabalho longo, só está começando", destacou.

Alckmin contou que já passou "uma madrugada inteirinha" andando à pé pela região, pouco antes de assumir o novo mandato como governador. Na última sexta-feira (13) passou pela "ex-Cracolândia", mas como seguiria para um evento religioso, não desceu do carro. "Tenho ido pessoalmente in loco", garantiu.

A Defensoria Pública de São Paulo emitiu na noite desta sexta-feira nota à imprensa sobre as ações na cracolândia. De acordo com o órgão, a operação na região tem sido acompanhada e a Defensoria está prestando atendimento jurídico aos frequentadores do local.

A Defensoria informa também que a partir desta segunda-feira, 16, psicólogos e assistentes sociais passarão a integrar a equipe de apoio à Operação Cracolândia e que o trabalho junto a outros órgãos governamentais será intensificado.

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Leia a nota na íntegra:

"Diante de reportagens veiculadas pela imprensa nos últimos dias, a Defensoria Pública-Geral de São Paulo fornece os seguintes esclarecimentos:

A Defensoria Pública de SP tem acompanhado a Operação Cracolândia, deflagrada na última semana na região central da Capital. No estrito cumprimento de sua missão institucional, a Defensoria tem prestado atendimento jurídico às pessoas carentes, orientando sobre direitos e recebendo denúncias e reclamações sobre eventuais ações abusivas.

Nos últimos dias, coordenados pelo Núcleo Especializado de Cidadania e Direitos Humanos da instituição, Defensores Públicos têm se colocado à disposição da população e de órgãos públicos no local durante o período da manhã e da tarde, com o uso de uma unidade de atendimento móvel.

A partir de segunda-feira (16/1), Psicólogos e Assistentes Sociais que integram o quadro técnico de apoio da Defensoria estarão presentes, ao lado de Defensores, para auxiliar no encaminhamento de pessoas atendidas para a rede pública de saúde e de assistência social.

Sensível à necessidade de enfrentar esse complexo e grave problema social, a Defensoria intensificará a interação com demais órgãos públicos visando soluções conjuntas e coordenadas.

Consideramos que a presença da Defensoria até o momento tem sido fundamental para garantir o respeito aos direitos das pessoas submetidas a alto grau de vulnerabilidade social. Trata-se de relevante dever constitucional, que incumbe aos Defensores Públicos."

Hoje faz dez dias que a Polícia Militar cercou a região da cracolândia, no centro de São Paulo. Do dia 3 até as 17 horas de ontem, 69 pessoas foram presas - a maioria microtraficantes -, 152 usuários de drogas foram encaminhados a tratamento e 3.607 passaram por revistas. No total, policiais apreenderam 0,63 kg de crack e funcionários da Prefeitura retiraram 78 toneladas de lixo. Do ponto de vista operacional, esse é o resumo da ação.

Mas, mais do que colecionar números, a operação fez São Paulo voltar a discutir um território degradado e até então quase autônomo bem no coração da metrópole. Opiniões favoráveis e contrárias se amontoaram no período, principalmente quando os viciados começaram a vagar por ruas do centro para fugir da polícia.

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A estratégia da operação - de dificultar o acesso dos usuários ao crack e, por meio de "dor e sofrimento", forçar que procurem tratamento - também virou motivo de debate, assim como a revelação feita pelo jornal O Estado de S. Paulo de sábado de que o início da operação foi precipitado por uma decisão de segundo escalão do governo e da PM - o cerco foi deflagrado sem nem mesmo o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (PSD) saberem. Já durante a semana, o Ministério Público e a Secretaria de Segurança Pública trocaram farpas publicamente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Prefeitura do Rio deve montar uma base, inspirada no modelo da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), em uma das cracolândias da cidade para dar assistência social, socorro médico e encaminhar para tratamento os usuários da droga. O projeto, que está sendo chamado de "UPP do Crack", visa conter a expansão das áreas do consumo do entorpecente com postos de atendimento aos dependentes químicos.

"É similar a UPP porque a ação será permanente e em conjunto com as secretarias de Segurança Pública e de Saúde. O usuário receberá o primeiro atendimento médico no local e poderá ser encaminhado para o tratamento", explicou o secretário municipal de Assistência Social, Rodrigo Bethlem. No Rio, crianças e adolescentes podem ser internados compulsoriamente.

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Segundo o secretário, ao contrário de São Paulo, onde as cracolândias ocupam as ruas da cidade, no Rio, os usuários ainda estão confinados nas favelas ainda não ocupadas pela polícia. Para garantir a segurança da equipe, a Secretaria de Segurança Pública do Rio é que definirá em qual comunidade será instalada a primeira "UPP do Crack". As favelas que podem receber o projeto são Jacarezinho, Manguinhos, Complexo da Maré ou Cajueiro, na zona norte; Morro do Santo Amaro, no Catete, na zona sul, e Antares, na zona oeste.

A implantação do projeto terá verba do Plano de Enfrentamento ao Uso do Crack do Ministério da Saúde. O Rio será o primeiro a receber o programa. A cidade deve ganhar ainda quatro novos abrigos, com recursos da Secretaria Nacional de Segurança Pública, para crianças e adolescentes dependentes da droga.

Realizado pela Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS), o recolhimento de usuários de crack é diário no Rio. Hoje, nos arredores do Morro do Cajueiro, em Madureira, na zona norte da cidade, foram localizados 49 dependentes adultos, alguns deles portavam facas e canivetes. As ações contam com o apoio da Polícia Militar, mas as abordagens são feitas pelos assistentes sociais. Desde o início das operações de combate ao entorpecente na cidade, em março de 2011, a SMAS já realizou 3.332 recolhimentos, sendo 2.849 adultos e 483 crianças e adolescentes.

Após o recolhimento, os usuários são identificados pela polícia e vão para a Unidade Municipal de Reinserção Social, em Paciência, na zona oeste. Os adolescentes podem ser internados, mesmo contra a vontade. A maioria dos adultos toma banho, se alimenta e volta para a cracolândia. A Prefeitura do Rio conta com 178 vagas em clínicas de tratamento de drogas para crianças e adolescentes e 60 leitos para adultos.

A ocupação da região da cracolândia e de bairros do entorno por policiais militares vai durar pelo menos mais seis meses. Nesse período, 287 homens permanecerão no local, com apoio de 117 carros e 26 motos, além de bicicletas, cavalos, cachorros e do helicóptero Águia - normalmente, o efetivo é de 28 agentes, divididos em dois turnos.

A afirmação foi dada ontem pelo comandante-geral da PM, coronel Álvaro Batista Camilo, que anunciou também uma série de normas que devem ser seguidas pelos policiais. São regras do tipo: "a postura deve ser enérgica sem demonstração de agressividade, porém ostensiva e desestimuladora" e "dependentes químicos têm a opção de buscar tratamento adequado, fornecido pelos órgãos assistenciais e de tratamento". "O objetivo neste primeiro mês é diminuir a atuação dos traficantes. E, nos seguintes, a PM fica para garantir trabalhos de saúde e assistência social. No segundo semestre, avaliaremos se é o caso de diminuir o efetivo", afirmou Camilo.

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Os planos da PM é manter 120 homens vindos do Comando de Policiamento da Capital, concentrados nas ruas da cracolândia. Outros 152 são do Policiamento de Choque e vão fazer rondas permanentes nos bairros vizinhos para tentar evitar a migração dos usuários no entorno. Ainda participam da operação 12 bombeiros. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

"Usuário de crack não é um problema de polícia. É um problema de saúde e assistência", diz a delegada Valeria de Aragão Sádio, de 35 anos, a nova titular da Delegacia de Combate às Drogas do Rio. Antes mesmo de assumir o novo gabinete, ela já participou de duas reuniões com representantes do governo federal para dar início no Estado ao Plano de Enfrentamento ao Uso do Crack, anunciado em dezembro pela presidente Dilma Rousseff.

Para a delegada, o Rio foi escolhido como piloto do programa "não só pela ambiência política favorável". "Há a afinidade entre os governos, mas também por estarmos combatendo seriamente o crack, já fazendo coisas que o plano prevê, como a integração entre órgãos de esferas distintas e a questão do abrigamento involuntário para tratamento".

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Valeria participou de todas as 63 operações realizadas em cracolândias do Rio desde março de 2011, quando assumiu a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente. As ações, em conjunto com a Secretaria Municipal de Assistência Social e a Polícia Militar, resultaram no recolhimento de 3.195 pessoas. Desse total, 475 eram crianças ou adolescentes e 104 foram internadas de maneira involuntária. "Eles não são retirados de suas casas. São retirados das ruas, quando não há parentes por perto e depois que uma equipe médica avalia o grau de dependência química. Não é uma decisão da delegada ou do secretário", diz Valeria. Em nenhuma das operações houve tiro, ela afirma. "Nem de borracha".

Perguntada sobre a atuação da Polícia Militar (PM) em São Paulo, a delegada desconversa. Segundo ela, já estão em curso no Rio ações de inteligência e articulações entre as Polícias Civil e Federal. Também teve início a seleção de profissionais de saúde e o levantamento das estruturas disponíveis para abrigar usuários e cursos de capacitação. No dia 28 de dezembro, equipes do governo federal acompanharam uma operação. "Ninguém gostaria que fosse involuntária (a internação), mas em alguns casos não tem jeito", avalia a policial. "Pessoas estão sendo tratadas, ninguém foi baleado e traficantes foram presos", acrescenta.

O plano nacional prevê três eixos: prevenção, cuidado e autoridade. "A polícia vai atuar no eixo da autoridade, sempre com ações articuladas. É bom não ir sozinho porque um órgão cuida do outro para que não haja nenhum prejuízo aos direitos humanos". No dia 10 de agosto, durante uma dessas operações, a delegada se feriu com a agulha de um usuário e precisou tomar o coquetel antiaids. "Só vou ter alta em fevereiro. Quem trabalha com usuário de crack está sujeito a isso. Ser xingado, agredido, se ferir. Tem que ser vocacionado. Por mais que seja visto como drama, é um tema pelo qual me apaixonei. No dia seguinte, estava em outra operação, mesmo vomitando, porque esse coquetel é barra-pesada. Emagreci 4 quilos".

Por causa do trabalho contra o crack, que resultou na prisão de seis líderes do tráfico, Valeria foi indicada para o novo posto. "Minha função será humanizar e sensibilizar a delegacia. Não no sentido de que hoje seja desumana, mas de trazer a visão de uma mulher, de alguém que lida diariamente na ponta, que está preocupada com os usuários. É impossível não se emocionar. Sua vida fica mais fácil quando vê um usuário de crack. É muito triste".

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