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 Nesta sexta (24), o ex-reitor da Universidade Presbiteriana de Mackenzie, localizada em São Paulo, Benedito Guimarães Aguiar Neto foi nomeado presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC) e responsável por expansão e consolidação da pós-graduação stricto sensu- mestrado e doutorado- no Brasil. Evangélico, Aguiar já chegou a afirmar que defende o criacionismo como “contraponto” à teoria da evolução, impulsionada pelo naturalista, geólogo e biólogo inglês Charles Darwin há pelo menos 150 anos e atualmente um consenso entre cientistas de todo o mundo.

A nomeação reforça os laços do governo com as Igrejas evangélicas, bem como o atrito com a comunidade científica. Desde 2017, a Mackenzie mantém um grupo de estudos da temática do “design inteligente”- uma tentativa de atualização da crença bíblica de que Deus é o criador do universo-, que é rechaçado pelos pesquisadores no assunto. A instituição de ensino liderada por Aguiar chegou a promover um congresso para debater o assunto.

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Na ocasião, o então reitor declarou ao site da Universidade: “Queremos colocar um contraponto à teoria da evolução e disseminar que a ideia da existência de um design inteligente pode estar presente a partir da educação básica, de uma maneira que podemos, com argumentos científicos, discutir o criacionismo”. Em 2014, o Reino Unido proibiu o ensino do criacionismo em escolas e universidades públicas.

Na esteira dos projetos polêmicos desenterrados da última legislatura, mais uma proposta disputará este ano as atenções dos deputados na Câmara. O polêmico deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) pediu para desarquivar seu projeto que obriga a inclusão do criacionismo na grade curricular das escolas públicas e privadas.

No texto, Feliciano propõe que o conteúdo criacionista deve incluir noções "de que a vida tem sua origem em Deus, como criador supremo de todo universo e de todas as coisas que o compõe". O deputado, que é presidente da Assembleia de Deus Ministério Catedral do Avivamento em Orlândia, interior de São Paulo, diz que o ensino deve levar o aluno a avaliar cognitivamente tanto a teoria do evolucionismo quanto o criacionismo.

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"Ensinar apenas o evolucionismo nas escolas é ir contra a liberdade de crença de nosso povo, uma vez que a doutrina criacionista é a predominante em todo o nosso País. O ensino darwinista limita a visão cosmológica de mundo existencialista levando os estudantes a desacreditarem da existência de um criador que está acima das frágeis conjecturas humanas forjadas em tubos de ensaio laboratorial", diz o deputado na justificativa do projeto.

O projeto foi apresentado em novembro e estava na pauta da Comissão de Educação. Com o fim da legislatura, em 31 de janeiro, a proposta foi arquivada. O desarquivamento só ocorreu nesta semana.

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