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Os croatas votam neste domingo (5) o comando de um novo governo que terá que enfrentar as consequências econômicas do coronavírus, em um momento em que os conservadores estão sob pressão devido ao aumento de casos.

Os centros de votação abriram às 05h00 GMT (02h00 horário de Brasília) e os 3,8 milhões de eleitores podem votar até as 17h00 GMT (14h00).

Os resultados são esperados para tarde da noite, já que a eleição se mostra muito próxima entre a União Democrática Croata (HDZ) no poder, uma coalizão de oposição de centro-esquerda e um cantor populista em ascensão que parece surpreender.

Nem o HDZ do primeiro-ministro Andrej Plenkovic, nem a coalizão "Restart" liderada pelo Partido Social Democrata (SDP) de Davor Bernardic parecem ter possibilidades de obter sozinhos a maioria dos 151 assentos no Parlamento.

O "Movimento Patriótico" do cantor popular e populista Miroslav Skoro, com 11% das intenções de voto, pode desempenhar o papel de árbitro.

A incerteza sobre o futuro domina, já que a economia croata muito dependente do turismo cairia cerca de de 10%, sua pior contração em décadas.

- Estabilidade ou mudança? -

Andrej Plenkovic, de 50 anos, espera que a difícil situação que está por vir incentive os eleitores a permanecerem fiéis a um partido no poder desde 2016.

"É necessário fazer eleições sérias e não política para políticos", disse o primeiro-ministro. "A Croácia não precisa de experimentos como com Bernardic ou Skoro".

O partido no poder destacou suas ações diante da crise de saúde. Este país dos Balcãs, membro da União Europeia, tem cerca de de 110 mortos e 2.800 casos para um total de 4,2 milhões de habitantes.

No entanto, há duas semanas, após saldos baixos ou quase nulos, o país começou a registrar algumas dezenas de casos diários.

Davor Bernardic, de 40 anos, acusa o governo de "ter colocado a Croácia em perigo deliberadamente", ao decidir levar adiante as eleições durante a pandemia.

Miroslav Skoro, que poderia seduzir a ala direita do partido conservador decepcionada com as políticas moderadas de Andrej Plenkovic, afirma ser "a única garantia de mudança".

O partido conservador, e em menor grau o SDP, dominam a vida política da Croácia desde a independência em 1991.

Uma pesquisa divulgada na sexta-feira pela Nova TV coloca conservadores e centro-esquerda cara a cara, com 52 e 51 assentos, respectivamente. Em terceira posição, está o "Movimento Patriótico" com 18 legisladores, seguido pelo partido ultraconservador Most (ponte) e Mozemo (Podemos fazê-lo!), uma coalizão que reúne os verdes e partidos de esquerda, com nove e seis assentos.

Cenas de violência chocaram o público durante a fase de grupos da Copa do Mundo 2018. Torcedores da Argentina agrediram croatas, minutos após a acachapante derrota para a Croácia (3 x 0), na última quinta-feira (21), em Novgorod. O vídeo foi divulgado pela TyC Sports, emissora de televisão argentina, que lamentou as agressões.

As cenas lamentáveis aconteceram ainda dentro das dependências do estádio, aparentemente em uma tribuna. Um dos torcedores croatas cai no chão e é espancado com chutes. As imagens violentas viralizaram rapidamente nas redes sociais e publicações de mídia na Argentina.

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Para se classificar e passar da fase de grupos rumo as as oitavas de final da Copa do Mundo 2018, a seleção de Messi não depende só dela, mas sim de uma combinação de resultados.

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Os ex-generais croatas Ante Gotovina e Mladen Markac, considerados no país como "heróis" da independência, foram absolvidos no julgamento da apelação pelo Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPII).

Eles haviam sido condenados em primeira instância a 24 anos e 18 anos de prisão, respectivamente, por crimes contra a humanidade e crimes de guerra.

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"O Tribunal de Apelação pronuncia a absolvição", declarou o juiz Theodor Meron durante uma audiência pública em Haia, sede do TPII.

Ante Gotovina e Mladen Markac, ambos de 57 anos, haviam sido considerados culpados em abril de 2011 por assassinato, tortura e atos desumanos, sobretudo durante a guerra da Croácia (1991-1995) contra os sérvios do país.

O ex-general Gotovina comandou a operação "Tempestade", que teve como objetivo a reconquista da República Sérvia autoproclamada de Krajina.

Mas o tribunal de apelação considerou nesta sexta-feira que a condenação dos dois homens estava baseada no raciocínio "errado", segundo o qual qualquer disparo de artilharia que tivesse caído a mais de 200 metros de um alvo militar era um ataque contra civis.

Também anulou a conclusão do tribunal de primeira instância sobre a existência de "uma empresa criminosa, cujo objetivo era o deslocamento forçado e permanente de civis sérvios da região de Krajina".

Milhares de pessoas se reuniram na praça central de Zagreb para acompanhar o julgamento transmitido ao vivo em um telão. Muitos comemoraram e choraram de alegria, como os simpatizantes dos dois generais presentes na sala do TPII.

"Não há palavras para descrever a situação: a justiça existe!", exclamou, com lágrimas nos olhos, Daniel Lukic, um representante do Congresso Mundial croata, uma ONG que defende os interesses croatas do mundo. A esposa de Mladen Markac, Mirjana, também presente no TPII, foi felicitada e abraçada pelos seguidores dos ex-militares.

Gotovina e Markac, sorridentes, limitaram-se a acenar ao final da audiência.

Em contrapartida, a Sérvia considerou nesta sexta-feira que, com esta decisão, o TPII "perdeu toda a credibilidade". "A decisão de hoje demonstra a existência de uma justiça seletiva, o que é pior do que qualquer injustiça", afirmou Rasim Ljajic, ministro sérvio encarregado da cooperação com o TPII.

O ex-general Gotovima, um homem que passou vários anos na América Latina, considerado um excelente militar e que foi detido na Espanha em 2005, liderou a operação "Tempestade" que buscava a reconquista da Repúplica Sérvia autoproclamada de Krajina, um dos últimos focos de resistência controlado pelos sérvios da Croácia em 1995, e deu início o fim da guerra da Croácia.

Gotovina era, segundo a acusação, responsável pela morte de 324 civis e soldados que já haviam entregue suas armas, e pela expulsão de 90.000 sérvios de Krajina.

A condenação em primeira instância dos dois homens havia sido bem recebida na Sérvia e pelas organizações de defesa dos direitos humanos. Mas não foi bem aceita na Croácia, onde os dois homens são considerados "heróis".

Na véspera do veredicto desta sexta-feira, milhares de pessoas participaram na quinta-feira à noite de missas e reuniões de apoio aos dois. A Croácia se unirá à UE em julho de 2013, após ter cumprido como uma das condições impostas para sua adesão: cooperar com o TPII.

Gotovina foi preso no restaurante de um hotel de luxo nas Ilhas Canárias em dezembro de 2005, depois de se esconder por quatro anos. Os outros réus entregaram-se voluntariamente em 11 de março de 2004.

Um terceiro general, Ivan Cermak, de 62 anos, havia sido absolvido neste caso. Gotovina e Markac recorreram da sentença, enquanto a promotoria absolveu Cermak, que voltou para a Croácia.

O julgamento em primeira instância teve início em 11 de março de 2008. O processo de apelação começou em 14 de maio de 2012.

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