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Além de apresentar narrativas e personagens cativantes, os animes e tokusatsus também se destacam pelas canções presentes nas aberturas e encerramentos das obras. Por conta disso, o público busca saber quem são os artistas que interpretam essas músicas, tanto de maneira oficial ou em homenagens.

O cantor Ricardo Cruz, 38 anos, de São Paulo, se destacou no Brasil ao interpretar músicas de animes e tokusatsus em eventos geek, como o Anime Friends. O envolvimento de Cruz com esse universo começou em 1996 como um fã que admirava a cultura japonesa e as diversas séries que passavam na Manchete (1983-1999), como "Os Cavaleiros do Zodíaco", "Jaspion" e "Jiraiya: O Incrível Ninja", entre outros.

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Na época, o músico descobriu o grupo de fãs Neo Animation, que se reunia para explorar a cidade em busca de fitas de vídeos (VHS) ou materiais inéditos. Em 1999, Cruz fez intercâmbio para o Japão, e durante sua estadia, frequentou diversos karaokês, que são comuns no país. "Lá eu descobri que no karaokê tinha as músicas de animes e tokusatsus que eu tanto gostava, e eu comecei a cantar de brincadeira, imitando a voz dos cantores que eu curtia. Foi quando percebi que gostava de cantar", lembra.

Hoje, o artista integra uma banda local no Japão, a JAM Project, que celebra 20 anos. Cruz é vocalista ao lado dos cantores Hironobu Kageyama, Masaaki Endoh, Yoshiki Fukuyama, Masami Okui e Hiroshi Kitadani. "Tenho a honra de fazer parte deste grupo desde 2005. Eu mandei uma demo para eles e foi aprovada. Até hoje faço participações esporádicas com a banda", declara o cantor, que teve uma de suas composições escolhida para ser tema da segunda abertura de "One Punch-Man" (2009).

Como um bom fã, o músico admirava os elementos presentes nas séries que assistia, em destaque, as composições que marcaram época, como as de "Os Cavaleiros do Zodíaco". "Na época não passava no Brasil a abertura 'Pegasus Fantasy', do Nobuo Yamada. Mas como eu frequentava o bairro da Liberdade, em São Paulo, eu obtive acesso a vídeos com os temas originais", conta ele, que reproduziu em seu canal o segundo tema de abertura da série protagonizada por Seiya e que ficou popular nos anos 1990.

Em 2006, o artista foi convidado para cantar a abertura brasileira do anime "Hunter X Hunter" (1998), que estreava no Brasil pela Rede TV. Um ano depois, Cruz foi chamado para interpretar a versão brasileira da abertura da Saga de Hades, de "Os Cavaleiros do Zodíaco".

As diferenças do mercado

Soltar a voz nas aberturas de séries foi uma novidade para o cantor, pois no Japão, a indústria das músicas de animes e tokusatsus compõem o mercado musical, já no Brasil, o segmento é visto como uma extensão da dublagem. "É difícil convencer as produtoras e distribuidoras que você deseja produzir uma música no estúdio, com calma, e não como uma dublagem que é feita de maneira rápida", explica o cantor.

Outra característica de Cruz é a fluência no idioma japonês. "Na época de 'Jaspion' e 'Changeman', as letras japonesas apareciam durante os episódios, e eu ficava meio fascinado com aquilo', expõe o cantor, que estudou e aprendeu sozinho os dois alfabetos básicos japoneses, Hiragana e Katakana. Mas foi durante a estadia no Japão que ele colocou em prática os conhecimentos obtidos nos estudos. "O idioma é uma ferramenta, você precisa usá-lo para ficar bom nele, não apenas estudar ele", afirma.

O artista utiliza seus conhecimentos da língua japonesa para produzir as canções no YouTube. Em diversas circunstâncias, ele aproveita a versão original de uma música, e une com o idioma brasileiro. A estratégia agrada públicos de ambas as preferências. "Quando a letra em português é bem marcante, eu divido, e isso virou uma marca registrada do canal", evidência Cruz. Foi assim com música de abertura do seriado "Kamen Rider Black RX", que inicia em português, mas na metade fica em japonês e na finalização, retorna para o idioma brasileiro.

O cantor Ricardo Cruz ao lado da armadura do personagem Jaspion | Foto: Divulgação / Instagram @ricardosbcruz

A rotina do canal de vídeos

Para auxiliar nos trabalhos musicais em seu canal do YouTube, Cruz conta com a ajuda do músico Lucas Araújo, que aparece nos vídeos tocando guitarra. "Sem ele o canal não existiria. Ele não é apenas guitarrista, é um multi-instrumentista que entrou de cabeça comigo. É ele quem cria e modifica os arranjos", conta o cantor. Além Araújo, o artista também recebe ajuda do Bruno Marques, responsável pela mixagem das canções.

Cruz também foi convidado para cantar o tema oficial de "Kamen Rider Black" (1987), que seria transmitido na Band, mas por questões de direitos autorais com um dos dubladores, a série foi retirada da grade da emissora, após a exibição dos dois primeiros episódios. Com a gravação, o cantor realizou um sonho de fã. "Também me senti honrado por poder contribuir com essa composição", declara.

O Anime SP, evento voltado para a cultura oriental, acontece no dia 16 de junho. A novidade neste ano é a entrada gratuita até às 15h. Depois deste horário, o valor será de R$ 10 + 1 kg de alimento não perecível.

Os mantimentos arrecadados serão doados para a Fundação Maria Carolina, localizada em Cotia/SP.

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Programação

Raquel Marinho, dubadora da “Chichi” na série Dragon Ball; guarda Jenny em Pokémon, entre outras;

Banda Triscore, com setlist temas de “One Punch” e “Pegasus Fantasy”;

Éder Pegoraro, colecionista, falando sobre “Kotobukiya e Bandai”;

Marcelo Del Greco, que trabalha na JBC e traduz “Dragon Ball Super”;

Apresentação de Ninjutsu, a Arte Marcial Ninja, com a “Bujinkan Budo Taijutsu”;

Banda Akatsuki, apresentando temas de animes;

Exposição de fã-clube oficial da "Sailor Moon";

Concurso de melhor cosplayer;

Concurso “Sr. Kaioh de piadas fracas”.

Serviço

Anime SP

Data: Sábado, 16 de junho de 2018.

Horário: das 11h às 19h.

Endereço: avenida Domingos de Morais, 1581, Vila Mariana – São Paulo/SP (50m da Estação Vila Mariana do Metrô).

Para outras informações, acesse a página do evento oficial no Facebook.

Neste sábado (29), o Instituto Ricardo Brennand promove mais uma edição do 'Peça a Peça', que dessa vez irá contemplar a cultura oriental. O evento tem início às 15h e traz o tema O Oriente pelo olhar do Ocidente, em que os visitantes poderão debater a relação entre os dois continentes com culturas tão diversas. O público poderá também assistir a uma apresentação musical e participar de oficina.

O evento conta com a curadoria dos educadores Luiz Galindo e Marcelo Silveira e o público terá acesso ao debate do legado que cultura oriental trouxe visão da ocidental. Estarão presentes no 'Peça a Peça', membros do Centro Islâmico do Recife que irão dar informações sobre o Astrolábio, instrumento, desenvolvido pelos gregos por volta de 180-120 A.C. e adaptado pelos portugueses para a navegação, com a criação do astrolábio náutico.

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Às 15h30, os turistas a uma declamação da Surata, nome dado a cada capítulo do Alcorão, o livro sagrado da religião islâmica. Já às 16h, os interessados podem participar da Oficina de bússola. São 16 vagas e as inscrições podem ser feitas na recepção do Instituto. A entrada para o museu e para participar das atividades custa R$ 20 e R$ 10 (meia). As vagas para a oficina são limitadas e reservadas a pessoas acima dos oito anos de idade.

Serviço

Peça a Peça

Sábado (25) | 15h

Instituto Ricardo Brennand – (Alameda Antônio Brennand, s/n – Várzea)

R$20 e R$10 (meia); crianças até 7 anos entrada gratuita

(81) 21210352

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