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A declaração conjunta entre Brasil e China especificamente sobre mudanças climáticas fez um apelo para que países desenvolvidos assumam a liderança em torno da causa. O documento pede que se cumpram os termos do Acordo de Paris, segundo o qual pelo menos US$ 100 bilhões de dólares deveriam ser anualmente destinados pelos países mais ricos ao financiamento de soluções para mitigar a crise climática.

"Exortamos os países desenvolvidos a honrarem suas obrigações não cumpridas de financiamento climático e a se comprometerem com sua nova meta quantificada coletiva que vai muito além do limite de US$ 100 bilhões por ano e oferecer um roteiro claro de duplicação do financiamento da adaptação", afirma o comunicado.

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No termo do comunicado, também consta o apoio da China para que o Brasil sedie a 30ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP30), prevista para 2025.

O documento fala em "responsabilidade histórica" dos países mais ricos sobre a emissão de gases do efeito estufa, razão pela qual "devem assumir a liderança na ampliação das ações climáticas". O Acordo de Paris foi assinado em dezembro de 2015, durante a 21ª Conferência do Clima (COP21) das Nações Unidas. Depois do Protocolo de Kyoto, de 1977, é o acordo mundial mais importante sobre o tema.

Outro ponto que teve destaque no documento é o fortalecimento do protagonismo dos países em desenvolvimento no debate mundial sobre as mudanças no clima. "Estamos determinados a fortalecer ainda mais o multilateralismo, inclusive com todos os nossos parceiros dentro do Grupo dos 77 e da China (G77+China)." A declaração conjunta também reforça o compromisso dos dois países em refutar o unilateralismo e as barreiras verdes, restrições de comércio internacional fundamentadas em questões ambientais.

Em meio à visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Argentina, as ministras da Saúde dos dois países, Nísia Trindade (Brasil) e Carla Vizzotti (Argentina), assinaram, nesta segunda-feira (23), em Buenos Aires, declaração conjunta abordando uma série de ações em diferentes áreas. São 19 ações prioritárias previstas, entre as quais, a promoção da igualdade e equidade de gênero e o acesso aos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, que aparece no topo do acordo.

O documento também cita a eliminação de barreiras de acesso aos serviços e melhoria dos resultados de saúde das diversas culturas e grupos étnicos regionais, cooperação para o desenvolvimento do complexo econômico-industrial sanitário dos dois países, além do fortalecimento do trabalho conjunto sobre pesquisa, desenvolvimento e produção de vacinas, medicamentos e inovações tecnológicas em saúde, visando contribuir para uma autossuficiência regional em termos sanitários. 

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"Entre as ações prioritárias, estão a garantia de direitos fundamentais e de acesso à saúde, a vigilância epidemiológica para antecipar emergências e o desenvolvimento do complexo econômico-industrial em Saúde, parte da estratégia de integração e autonomia regional do Mercosul", escreveu a ministra Nísia Trindade em suas redes sociais, para mencionar o acordo.

Do lado argentino, em nota oficial publicada na página de governo, a ministra Carla Vizzotti destacou a importância do Brasil ter, pela primeira vez na história, uma mulher à frente da pasta da Saúde. "Que possamos articular duas mulheres na gestão, sobretudo considerando o retrocesso que teve o Brasil nos últimos anos em relação aos direitos sexuais e reprodutivos, os direitos das mulheres, das pessoas gestantes e a perspectiva de gênero." 

A declaração conjunta na área de saúde entre Brasil e Argentina aponta ainda prioridade no desenvolvimento de estratégias de vigilância epidemiológica por meio do intercâmbio e da experiência na vigilância de emergências de saúde pública; cooperação dos programas nacionais destinados a prevenir doenças crônicas não transmissíveis, como a diabetes, a hipertensão arterial e o câncer; promoção da alimentação saudável por meio da rotulagem nutricional e de advertências para a promoção de uma alimentação adequada, saudável e sustentável.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua comitiva, formada por seis ministros, chegaram à Argentina na noite de domingo (22), em sua primeira viagem internacional desde que assumiu o terceiro mandato na Presidência da República. Além do encontro bilateral com o presidente Alberto Fernández, Lula participa de encontro com empresários brasileiros e argemtinos.

Nesta terça-feira (24), Lula participa, em Buenos Aires, da 7ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), grupo de 33 países do hemisfério. No dia seguinte, o presidente brasileiro faz uma visita ao Uruguai, onde se encontrará com o presidente Lacalle Pou. Em seguida, retorna ao Brasil.

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