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Os deputados bolsonaristas que pediram impeachment de Lula  Justificativa do pedido é o encontro do presidente Lula com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e por declarar que a 'democracia é um conceito relativo'  Por: Guilherme Gusmão  Tags: Lula, Nicolás Maduro, Impeachment, democracia, bolsonarismo 

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) protocolou, com outros 27 parlamentares bolsonaristas, um pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A justificativa, segundo os políticos, é o fato do líder petista ter "relativizado a democracia", após encontro com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que veio ao Brasil em 29 de maio. 

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 "O fato de o presidente de uma República pautada na dignidade da pessoa humana e na prevalência dos direitos humanos afirmar que a Venezuela é uma democracia não é condizente com dignidade, a honra e o decoro do cargo ocupado, praticando, portanto, crime de responsabilidade", diz o texto que solicita a cassação e perda dos direitos políticos do mandatário por oito anos. 

 A declaração de Lula foi feita em entrevista à Rádio Gaúcha, no dia 29 de junho. O presidente afirmou que o conceito de democracia é relativo e que a Venezuela realiza mais eleições que o Brasil. 

"A Venezuela tem mais eleições do que o Brasil. O conceito de democracia é relativo para você e para mim. Eu gosto de democracia, porque a democracia que me fez chegar à Presidência da República pela terceira vez. Por isso que eu gosto da democracia e a exerço na sua plenitude. Aqui, eu acho que o mundo inteiro sabe que a governança do PT é exemplo de exercício da democracia", disse. 

Para os parlamentares, essa fala "levanta preocupações em relação à sua adesão aos princípios fundamentais do Estado Democrático de Direito, que busca preservar as liberdades individuais, proteger os direitos humanos e garantir a participação cidadã em um ambiente plural e democrático".

Veja a lista dos deputados bolsonaristas que pedem o impeachment de Lula: 

-Nikolas Ferreira (PL-MG);

-Bia Kicis (PL-DF);

-Mário Frias (PL-SP);

-Carla Zambelli (PL-SP);

-Delegado Caveira (PL-PA);

-Fábio Costa (PP-AL);

-Coronel Chrisóstomo (PL-RO);

-Junio Amaral (PL-MG);

-Paulo Bilynskyj (PL-SP);

-Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS);

-Zé Trovão (PL-SC);

-José Medeiros (PL-MT);

-Sargento Gonçalves (PL-RN);

-Coronel Meira (PL-PE);

-Daniel Freitas (PL-SC);

-Delegado Eder Mauro (PL-PA);

-Maurício Marcon (Podemos-RS);

-Capitão Alden (PL-BA);

-Sanderson (PL-RS);

-Luiz Philippe de O. Bragança (PL-SP);

-Gilvan da Federal (PL-ES);

-Sóstenes Cavalcante (PL-RJ);

-Dr. Frederico (Patriota-MG);

-Messias Donato (Republicanos-ES);

-Daniela Reinehr (PL-SC);

-Abílio (PL-MT);

-Silvia Waiãpi (PL-AP);

-Marcos Pollon (PL-MS).

A decisão do ministro Kassio Nunes Marques de suspender a cassação dos mandatos de dois deputados que apoiam o presidente Jair Bolsonaro desencadeou uma crise interna no Supremo Tribunal Federal (STF). Ministros cobram o colega para que leve os casos ao plenário, onde teriam chances de reverter os despachos individuais - foram concedidas duas liminares. O relator das ações, contudo, tem se mostrado irredutível nas escolhas que fez. As condenações tinham sido aprovadas por ampla maioria no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em transmissão nas suas redes sociais na noite de quinta-feira, 2, Bolsonaro elogiou a decisão de Nunes Marques. Para o presidente, o TSE toma "medidas arbitrárias". Ele defendeu o deputado estadual Fernando Francischini (União Brasil-PR) que havia usado redes sociais para apontar supostas fraudes, não comprovadas, nas urnas eletrônicas. "O cara ia apertar o 17 e aparecia o 13. Ninguém falava o contrário, que ia apertar o 13 e aparecia o 17. Coisas que acontecem em larga escala e TSE não se explicou no tocante a isso. Faltavam 10 minutos e depois o TSE resolveu cassar mandato. Não precisa falar que os três do STF votaram pela cassação", disse Bolsonaro na live.

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Segundo apurou o Estadão, Nunes Marques teria dito a interlocutores que está descartado o envio dos processos ao plenário virtual ou ao gabinete do presidente do Supremo, ministro Luiz Fux, para que sejam discutidos presencialmente. As tutelas provisórias antecedentes (TPA) - tipo de recurso apresentado pelos deputados bolsonaristas - não preveem a necessidade de referendo pelo resto do colegiado. O ministro, no entanto, abriu a possibilidade de as ações serem discutidas na 2ª Turma da Corte, da qual ele é presidente. Para isso, seria necessário que alguma das partes apresentasse recurso.

Caberia, portanto, ao procurador-geral da República, Augusto Aras, também aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), contestar a decisão de Nunes Marques e pedir a revisão do processo na Turma. Quando o deputado Francischini foi condenado em outubro do ano passado por veicular notícias falsas contra as urnas, o Ministério Público Eleitoral (MPE), comandado por Aras, argumentou que o deputado "extrapolou o uso normal de ferramenta virtual".

Caso o recurso contra Francischini seja apresentado e a ação venha a ser discutida na 2ª Turma, apenas um dos três ministros do Supremo que participaram do julgamento do parlamentar participará da revisão da decisão de Nunes Marques. O atual presidente do TSE, Edson Fachin, é o único integrante da turma que esteve envolvido na votação. Ele votou a favor da cassação do deputado, assim como os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, que integram a 1ª turma.

Ex-deputado federal, Francischini foi o mais votado para deputado estadual em 2018 no Paraná. Teve 428 mil votos. No dia da votação, ele fez uma transmissão ao vivo em rede social dizendo que urnas eletrônicas estavam fraudadas porque supostamente não registravam votos em Bolsonaro. A denúncia se mostrou falsa. O episódio motivou o processo eleitoral e a cassação pelo TSE.

A decisão de Nunes Marques foi comemorada pelos seguidores de Jair Bolsonaro. Seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) usou as redes sociais para celebrar. Francischini agradeceu.

No caso do deputado Valdevan Noventa (PL-SE), que perdeu o mandato por abuso de poder econômico e compra de votos em 2018, apenas dois ministros da 2ª Turma participaram do julgamento: Edson Fachin e Ricardo Lewandowski. Com a ação fora do plenário, Alexandre de Moraes ficaria novamente impedido de manifestar sua opinião sobre o parlamentar que ajudou a condenar. A cassação de Valdevan foi por unanimidade no TSE.

A 2ª Turma é composta pelo presidente Kassio Nunes Marques e os ministros Edson Fachin, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e André Mendonça, também indicado por Bolsonaro ao Supremo. Dentre os integrantes do colegiado, apenas o decano Gilmar Mendes não integra a atual composição do TSE. Os magistrados indicados pelo atual presidente, no entanto, atuam como substitutos na Corte eleitoral.

Em março deste ano, o TSE confirmou decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe que havia cassado o mandato de Valdevan Noventa. Segundo o processo, sua campanha recebeu uma série de doações financeiras por meio de um esquema de falsos contribuintes. Moradores dos municípios de Estância e Arauá, em Sergipe, tiveram os nomes usados para simular doações ao candidato. As contas de campanha registraram doações em série no valor de R$ 1.050. Os supostos doadores não tinham recursos para fazer esses repasses.

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