Tópicos | Desvios da Petrobras

Vazamentos de mais uma delação premiada devem estremecer a política nacional durante os próximos dias. Desta vez, a do ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP) que cita, em depoimento, políticos da base do governo e da oposição, inclusive o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes. 

Segundo informações da Folha de São Paulo, que teve acesso a alguns trechos da delação, um dos anexos é intitulado de "Mesada a Augusto Nardes", ex-deputado federal pelo PP. No depoimento, Corrêa diz que Nardes estava entre os que recebiam a propina arrecadada pelo deputado José Janene, falecido em 2010, junto à Petrobras. 

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Corrêa aponta que no ano em que Nardes foi nomeado ministro, um recibo de pagamento de propina foi destruído para evitar desgastes posteriores. O valor do recibo era em torno de R$ 20 mil. O ministro, no entanto, nega qualquer envolvimento com irregularidades e pontuou, em nota, que a citação do nome dele é uma “retaliação” do ex-presidente nacional do PP. 

Do PSDB ao PT

O pernambucano também listou uma série de operadores de propina, entre eles, a irmã do senador Aécio Neves (PSDB-MG), Andrea Neves. O nome dele aparece ao lado do de Marcos Valério, operador do Mensalão. Esquema pelo qual Pedro Corrêa foi condenado e cumpre pena. Em nota, Aécio pontuou que Andrea não conhece Corrêa e repudiou “as falsas acusações”. 

Outro anexo conta ainda, de acordo com o periódico, um suborno utilizado para facilitar a aprovação da emenda que estabelecia a reeleição no país, em 1997, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). "Olavo Setubal [do Banco Itaú] dava bilhetes a parlamentares que acabavam de votar, para que se encaminhassem a um doleiro em Brasília e recebessem propinas em dólares americanos", conta um dos trechos relatado pelo ex-parlamentar. Ao tomar conhecimento da citação, FHC classificou a menção como “ridícula”.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também é citado pelo ex-deputado. Segundo Corrêa, o petista teve participação na aprovação do nome de Paulo Roberto Costa para assumir uma diretoria na Petrobras. Corrêa participou da reunião em 2004 entre Lula, o então ministro da Casa Civil, José Dirceu (PT), e o presidente da Petrobras da época, José Eduardo Dutra. Ele revelou trechos de conversas entre Lula, Dirceu e Dutra. 

Apesar das revelações que trazem a delação de Pedro Corrêa, não há muitas comprovações documentais, motivo pelo qual a negociação da colaboração tenha durado oito meses. O assunto ainda está sob análise do Supremo Tribunal Federal (STF).

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