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Foi pensando nas dificuldades de desenvolvimento do irmão de 25 anos, diagnosticado com síndrome de Down, que a professora Ameliara Freire criou o aplicativo Downex. A ferramenta facilita o processo de alfabetização de crianças e adolescentes com a doença, acelerando o reconhecimento de palavras e letras de maneira simples, intuitiva e, principalmente, gratuita.

“Durante a vida, meu irmão foi incluído dentro de escolas regulares, mas os professores não se preocupavam em dar tarefas para ele desempenhar a parte da alfabetização. Com essa necessidade, ele evoluiu muito socialmente, mas ficou a desejar a parte da alfabetização. A partir dessa problemática surgiu a ideia de desenvolver a ferramenta”, explica a mentora do Downex, que também é coordenadora do curso de Sistemas da Informação da Faculdade Joaquim Nabuco em Paulista.

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Ameliara levou apenas seis meses para criar o software, testar a ferramenta e disponibilizá-la na internet. A princípio, o Downex funcionava apenas em navegadores de internet, por meio de um site. Através de avaliações com pessoas que possuem a síndrome de Down, ela percebeu que a melhor saída seria disponibilizar o serviço também em smartphones e tablets.

“Muitos deles têm problema de coordenação motora e apresentam dificuldade para manusear o mouse. A partir daí, tive a ideia de transformar o programa em um aplicativo móvel, já que a tela touchscreen facilita a interação do usuário com a ferramenta”, complementa. Os testes do Downex foram feitos com integrantes da Associação Novo Rumo, localizada em Casa Amarela, na Zona Norte do Recife. A ONG fornece suporte terapêutico a pessoas com síndrome de Down desde 2006.

Os testes, segundo Ameliara, apresentaram resultados animadores. “A princípio eles sentiram dificuldade com algumas imagens que não faziam parte do cotidiano deles, como isqueiro ou avestruz, por exemplo. Mas depois de vê-las pela primeira vez no aplicativo, as crianças já chegavam falando a palavra nova aprendida. Isso significa que o app também ajuda a ensinar novos termos”, frisa a mentora do Downex.

Simples e com uma interface colorida, o Downex foi concebido com um visual específico para pessoas que possuem grande índice de dispersão. Ao abrir o programa, o usuário deve escolher uma das letras do alfabeto para, posteriormente, identificar imagens e palavras que tenham início com a letra selecionada. Além de cores, a pessoa com síndrome de Down ainda tem o recurso sonoro que identifica cada figura. Futuramente, a ferramenta deverá auxiliar também no aprendizado sobre cálculos, números, cores, tamanhos e animais.

“A proposta é fazer com que a ferramenta chegue a qualquer pessoa que tenha Down. Pra mim a tecnologia deve ser usada como um recurso para facilitar a vida de todo mundo. Fazer a ligação da tecnologia com a parte humana é primordial, só assim podemos facilitar o trabalho e atividade de qualquer ser humano”, pontua Ameliara.

O Downex pode ser acessado gratuitamente através do site www.downex.com.br ou através do aplicativo na Google Play.

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