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O aguardado relatório interno sobre o escândalo das festas celebradas em Downing Street durante os confinamentos contra a pandemia foi entregue nesta segunda-feira (31) ao primeiro-ministro Boris Johnson, informa a imprensa britânica.

A classe política do país, especialmente os deputados do Partido Conservador de Johnson que cogitam se unir a uma rebelião contra seu líder para tentar afastá-lo do poder, esperam com ansiedade há uma semana as conclusões da investigação interna, coordenada por Sue Gray, segunda secretária permanente do 'Cabinet Office'.

O primeiro-ministro prometeu na semana passada publicar o texto na íntegra assim que o recebesse, além de comparecer ao Parlamento para responder a perguntas sobre o relatório.

Mas a divulgação do documento foi adiada pela decisão da polícia, anunciada na terça-feira, de abrir um inquérito oficial e pelo pedido da Scotland Yard de que as conclusões de Gray mencionassem de forma "mínima" oito festas possivelmente ilegais que são alvos da investigação.

"Podemos confirmar que Sue Gray entregou ao primeiro-ministro uma atualização de sua investigação", informou nesta segunda-feira em um comunicado curto o 'Cabinet Office', um organismo interdepartamental.

De acordo com a agência de notícias britânica PA, Gray entregou a Johnson "uma versão" de sua investigação. O canal Sky News informou que o documento apresentado nesta segunda-feira "não é o relatório completo e final".

O líder conservador deve fazer uma declaração na Câmara dos Comuns durante a tarde.

Muitos deputados conservadores aguardam a publicação do relatório interno para decidir se tentam destituir Johnson como seu líder e, por consequência, como chefe de Governo. Porém, os elementos mais prejudiciais para o primeiro-ministro devem ser incluídos na investigação policial, cujas conclusões podem demorar semanas ou meses para a divulgação.

Downing Street confirmou neste domingo (30) que o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, se casou no sábado com sua noiva, Carrie Symonds, durante uma cerimônia que a imprensa classificou de "secreta".

Os jornais Mail on Sunday e The Sun informaram no sábado (29) que Johnson, de 56 anos e conhecido por sua agitada vida amorosa, casou com Symonds, 33 anos, na catedral católica de Westminster na presença de amigos e familiares.

"O primeiro-ministro e a senhora Symonds se casaram ontem à tarde, durante uma pequena cerimônia na catedral de Westminster", afirmou o porta-voz de Downing Street, antes acrescentar que o casal celebrará a ocasião "com a família e amigos no próximo verão" (hemisfério norte, inverno no Brasil).

Johnson é o segundo primeiro-ministro britânico que se casa durante o mandato. O primeiro foi Robert Jenkinson em 1822.

O casamento estava programado para o ano passado, mas foi adiado por causa da pandemia. O casal anunciou o noivado em dezembro de 2019 e tem um filho de um ano, Wilfred.

Trinta pessoas - o máximo autorizado atualmente - compareceram à cerimônia, após um convite de último minuto, segundo o Mail on Sunday.

"Meus parabéns ao primeiro-ministro e a Carrie Symonds por sua união", afirmou neste domingo Nadhim Zahawi, secretário de Estado para a campanha de vacinação, que não compareceu à cerimônia, ao canal Sky News.

O casamento foi oficializado pelo mesmo padre que batizou o filho do casal - que também estava presente -, informou o jornal The Sun.

Boris Johnson já havia se casado duas vezes. Ele tem quatro filhos com a esposa anterior, a advogada Marina Wheeler, de quem se separou em 2018. Ele também teria uma filha de um caso extraconjugal.

Quando foi eleito em 2019, Johnson se tornou o primeiro chefe de Governo a morar em Downing Street com a companheira, mas sem estar casado.

Carrie Symonds, ex-diretora de Comunicação do Partido Conservador, teve o filho poucas semanas depois de Johnson receber alta da UTI, onde permaneceu internado depois de contrair o coronavírus.

Os britânicos vão saber na terça-feira (23) o nome do sucessor da primeira-ministra conservadora britânica Theresa May, um cargo que parece assegurado para o polêmico Boris Johnson, cuja vitória reforçaria um possível Brexit sem acordo.

Favorito nas pesquisas e entre os militantes do Partido Conservador, Boris Johnson vislumbrou neste domingo (21) uma das dificuldades que o aguardam. O ministro das Finanças, em desacordo com sua estratégia sobre o Brexit, anunciou que renunciará, caso ele vença.

Boris Johnson, de 55 anos, ex-ministro das Relações Exteriores, enfrenta nesta corrida Jeremy Hunt, 52 anos, seu sucessor à frente da diplomacia britânica.

Os 160.000 membros do Partido Conservador devem decidir entre os dois. A votação termina na segunda-feira e o anúncio dos resultados será na terça-feira.

O vencedor será nomeado chefe do Partido Conservador e se apresentará na quarta-feira perante a rainha Elizabeth II, que confiará a ele a responsabilidade de formar um governo.

Principal protagonista da vitória do Brexit no referendo de 23 de junho de 2016, o ex-prefeito de Londres não descarta uma saída da União Europeia (UE) sem acordo em 31 de outubro, data da partida, inicialmente agendada para 29 de março.

Uma estratégia inaceitável para o ministro das Finanças Philip Hammond.

"Se Boris Johnson se tornar o próximo primeiro-ministro, entendo que as condições para estar no seu governo incluem a aceitação de uma saída sem acordo em 31 de outubro, e isso é algo que eu nunca poderei aderir", disse na BBC.

- "Humilhação" -

O ministro informou que renunciará antes mesmo de ser convidado a deixar a pasta. "Tenho certeza de que não serei demitido porque vou renunciar antes", disse ele.

"É muito importante que o primeiro-ministro possa ter um ministro das Finanças com uma linha muito próxima da dele, então pretendo apresentar minha renúncia a Theresa May antes que ela vá ao palácio [de Buckingham] para apresentar sua própria demissão na quarta-feira à rainha", explicou Hammond.

Embora seja improvável que Hammond permaneça no cargo em caso de vitória de Boris Johnson, suas declarações demonstram a oposição que este enfrenta, mas também o medo que pode inspirar um "não acordo".

Deixar abruptamente o bloco europeu constituiria uma "humilhação", estimou o ministro da Justiça, David Gauke, que também anunciou no Sunday Times que renunciaria se Johnson vencesse.

O futuro primeiro-ministro terá a árdua tarefa de triunfar onde May falhou: aplicar o Brexit em um país ainda profundamente dividido sobre o assunto, três anos após o referendo.

Esta divisão ficou clara no sábado, quando dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas de Londres para dizer "Sim à Europa" e "Não ao Boris".

"Ele diz besteira, promete absurdos e faz o que lhe agrada", disse um manifestante, Michael Fowler, em referência a Boris Johnson.

O futuro chefe do governo também terá que lidar com as tensões no Golfo e a captura pelo Irã do "Stena Impero", um petroleiro de uma bandeira britânica.

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