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O Tesouro Nacional anunciou, nesta terça-feira (29), uma emissão externa de títulos soberanos brasileiros em dólares. De acordo com o comunicado do órgão, será realizada a emissão de um novo título de 10 anos, com vencimento em 2031, e a reabertura do atual benchmark de 30 anos, o Global 2050.

"O objetivo da operação é dar continuidade à estratégia do Tesouro Nacional de promover a liquidez da curva de juros soberana em dólar no mercado externo, provendo referência para o setor corporativo, e antecipar financiamento de vencimentos em moeda estrangeira", informou o Tesouro Nacional.

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A operação será liderada pelos bancos Bradesco BBI, Goldman Sachs e HSBC.

De acordo com o órgão, os títulos serão emitidos no mercado global e o resultado será divulgado no fim desta terça-feira.

Essa é a primeira captação externa do ano - a última havia sido feita pelo Tesouro Nacional no início de dezembro, quando foram vendidos US$ 2,5 bilhões de títulos da dívida externa de cinco, 10 e 30 anos.

Em julho do ano passado, outra emissão captou ainda US$ 3,5 bilhões com a venda de títulos com vencimento de 5 anos e 10 anos.

A Petrobras confirmou, nesta terça-feira (7), a emissão externa de 3,05 bilhões de euros, com vencimentos em quatro, sete e 11 anos, e 600 milhões em libras esterlinas, com vencimento em 20 anos, emitidos através da sua subsidiária integral Petrobras Global Finance B.V. (PGF) e com garantia incondicional e irretratável da Petrobras. A empresa também confirmou a oferta em três tranches em euros e uma em libra esterlina, registradas na SEC (U.S. Securities and Exchange Comission). A conclusão da operação está prevista para ocorrer em 14 de janeiro de 2014.

Os recursos captados serão utilizados para financiar os investimentos previstos no Plano de Negócios e Gestão 2013-2017, informou a Petrobras em comunicado, enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Com já havia sido antecipado pelo Broadcast, por fontes, na emissão em euros, com vencimento em 2018, o volume foi de 1,500 bilhão de euros, com retorno (yield) de 2,829%, e cupom de 2,75%. Os pagamentos de juros serão realizados em 15 de janeiro de cada ano, iniciando em 15 de janeiro de 2015.

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Na tranche de sete anos, com vencimento em 2021, que somou 750 milhões de euros, o yield foi de 3,849% e o cupom de 3,75%, com pagamentos em 14 de janeiro de cada ano, com início em 14 de janeiro de 2015. O retorno da tranche de 11 anos, vencimento em 2025, com volume de 800 milhões de euros, ficou em 4,845% enquanto que o cupom foi de 4,75%, e pagamentos em 14 de janeiro de cada ano a partir de 2015. A Petrobras captou ainda 600 milhões em libra esterlina com prazo de 20 anos. Nesta tranche, o yield foi de 6,732% e o cupom ficou em 6,625%, com pagamento em 16 de janeiro de cada ano a partir de 2015.

A operação foi conduzida pelo BB Securities Limited, BNP Paribas, Banco Bradesco BBI S.A., Crédit Agricole Corporate and Investment Bank, HSBC Bank plc, J.P. Morgan Securities, plc e Mizuho Internacional plc como coordenadores líderes e contou com a participação do Bank of China (Hong Kong) Limited e Standard Chartered Bank como co-managers.

O Tesouro Nacional continua acompanhando o mercado internacional para definir o momento em que poderá captar, mas ainda não tem prazo definido, segundo o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Fernando Garrido. "As emissões brasileiras são mais por caráter estratégico do que por necessidade do Tesouro. O Tesouro tem recursos suficientes em moeda estrangeira para honrar suas obrigações em mais de dois anos", ressaltou.

O coordenador explicou que, em qualquer situação de volatilidade internacional, há retração das emissões de títulos. "Não só do Tesouro como dos demais emissores". Ele salientou que é possível observar um volume expressivo de colocações de empresas brasileiras no exterior, até mesmo com títulos denominados em reais. "Isso demonstra que os investidores continuam considerando as oportunidades de investimento no Brasil."

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Garrido também afirmou que as agências de classificação de risco continuam otimistas em relação ao País. "Não há perspectiva de mudança. E nem preocupação nos relatórios delas de temas relacionados à política fiscal."

Instituições financeiras

Segundo o coordenador, o aumento da participação das instituições financeiras na Dívida Pública Mobiliária Federal Interna (DPMFi) em fevereiro foi maior do que dos demais grupos de detentores de títulos do Tesouro. "Em fevereiro, elas recompuseram suas carteiras e, com isso, levou a uma queda na participação dos demais detentores, inclusive dos estrangeiros", acrescentou.

A participação dos estrangeiros na DPMFi caiu de 14,41% em janeiro para 14,30% do estoque em fevereiro, apesar de o valor absoluto ter aumentado de R$ 264,85 bilhões para R$ 266,61 bilhões. A participação das instituições financeiras subiu de 26,71% em janeiro para 27,38% em fevereiro, somando R$ 510,32 bilhões, ante R$ 490,78 bilhões em janeiro.

Não está no plano do Tesouro Nacional no momento fazer emissões que não sejam em real e dólar, comentou o Subsecretário da Dívida Pública do Tesouro, Paulo Valle. "Nosso objetivo é ter real e dólar com bastante liquidez, porque o investidor estrangeiro pode comprar o título em dólar e 'swapar' para a moeda que queira", destacou.

De acordo com Valle, a ação do Tesouro segue uma estratégia clara, que é a de emitir títulos em dólares de 10 e 30 anos e em reais de 10 anos, com perspectiva de alongamento desse prazo ao longo do tempo. "Provavelmente faremos uma reabertura do título de 10 anos (em dólar). Em algum momento, vamos criar um novo (papel), de 30 anos em dólar".

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Seguro ele, o caixa externo do governo está em condições "confortáveis", pois já "pre-financiou" a dívida externa para os próximos dois anos e tem US$ 378 bilhões em reservas internacionais. Valle afirmou ainda que o movimento de redução dos juros pelo Banco Central, que cortou a taxa básica de 12,50% ao ano para 7,5% ao ano e fez com que a taxa de juro real atinja o patamar de 2%, estimula investidores a trocarem títulos da dívida pública do tipo NTN-B com prazo de maturação mais curta por papéis mais longos. "Acredito que isso é uma tendência, pois com a queda da taxa de juros havia um movimento geral no mercado de alongamento e o leilão de NTN-B é uma boa maneira para alongar", destacou.

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