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Alimentação sempre será importante para a existência da humanidade. Em tempos remotos, os povos já possuíam formas de produção de alimento, que se diferenciavam entre os grupos. Produzir alimentos é uma das atividades do engenheiro agrônomo. A agricultura é o setor mais abrangente desses profissionais, que trabalham planejando e empreendendo em atividades de produção alimentícia. Dentro dessa atuação, os agrônomos atuam também com solos, irrigação, fertilidade, adubação, bem como ações ligadas à pecuária, no contexto dos serviços prestados na agropecuária.



Apesar de terem uma ligação forte com o meio rural, não é só no campo que os engenheiros agrônomos trabalham. “É uma carreira muito eclética, que vai desde a agricultura familiar, que é considerada de subsistência, até em atividades de produção dentro de grandes empresas inseridas no meio urbano. Também trabalhamos com um pouco da biologia, quando os pesquisadores estudam os genes das plantas para alguma experimentação”, explica o coordenador do curso de agronomia da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Dimas Menezes.



Sobre a questão do planejamento das produções, Menezes conta que o agrônomo é o responsável por pensar em vários aspectos. “Nós temos que pensar no solo e também no clima da região a ser trabalhada. Assim descobrimos a melhor forma de produção para o local”, comenta o coordenador.



A formação

De acordo com Menezes, em média, os cursos de agronomia têm duração de cinco anos. Ele também afirma que a graduação tem um número alto de desistências, que segundo o profissional, possui algumas causas. “O curso tem um alto grau de evasão, por alguns motivos: só existe curso diurno, porque muitas atividades têm de ser feitas de dia, e isso dificulta as pessoas que precisam trabalhar; muitos alunos são mal resolvidos e não sabem qual curso escolher; falta base de ensino para os estudantes, porque ele chegam no curso sem uma preparação prévia da escola”, diz o coordenador. Segundo Menezes, atualmente, a evasão na instituição é superior a 30% dos alunos. Além da Rural, segundo o Ministério da Educação, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE) e a Faculdade de Ciências Agrárias de Araripina (Faciagra) também possuem o curso.



O profissional destaca que algumas matérias são essenciais para a graduação. “A capacitação deve ser em física, química, biologia e matemática”, destaca o coordenador. Menezes também alerta que, para as pessoas que já estão fazendo o curso, é importante estagiar em diversos setores da agronomia. “Já no primeiro período, o universitário pode conseguir estágio. Ele precisa estagiar em várias partes da área, e quando estiver próximo da formação, poderá escolher um setor específico”, frisa Menezes.



Curso técnico – Dentro da área da agronomia também existe o curso técnico, que é destinado a profissionais de nível médio. “O técnico agrícola tem muito menos horas de aprendizagem do que quem tem o curso superior. Ele aprende algumas técnicas e pode auxiliar o trabalho de um engenheiro agrônomo. É como o enfermeiro e o técnico de enfermagem”, define o agrônomo.



O mercado da agronomia



Formado em agronomia em 2004 pela UFRPE, Roberto de Albuquerque Melo (à esquerda) já possui várias pós-graduações na área. No entanto, o mais importante é que ele tem diversas experiências no setor agrônomo e diz que há inúmeros campos de atuação. “Além das tradicionais, que são planejamento agrícola e produção de alimentos, existem oportunidades em produção de biocombustível, como o álcool, e biotecnologia”.



Roberto também destaca que o engenheiro agrônomo trabalha com mecanização. “Manipulamos os equipamentos mecânicos, inclusive na fase de fabricação das máquinas, que devem ser feitas de acordo com o local onde serão utilizadas”, conta o profissional. Ele lembra que os agrônomos também trabalham com vistoria de alimentos. “Os centros de importação e exportação de alimentos espalhados pelo mundo precisam de engenheiros agrônomos que verificam a qualidade dos alimentos, além disso, os supermercados utilizam os nossos serviços, justamente para os seus setores de comidas. Hoje o profissional escolhe onde quer ficar”, completa o agrônomo.



Segundo Roberto, em média, o profissional de agronomia ganha em torno de nove salários mínimos mensais. Esse valor pode subir mais, dependendo do local de trabalho do profissional.



De acordo com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (CREA-PE), existem no Estado 1.791 engenheiros agrônomos profissionais. O CREA também informa que o recém-formado apenas pode exercer a profissão se realizar registro no conselho.



A fome no mundo

Como profissionais da área de alimentos, os dois agrônomos tem ideias definidas sobre o problema da fome que afeta muitos países. Para Menezes, a dificuldade não é a produção de comida. “Produzir é fácil e difícil é a comercialização. O problema maior também está na distribuição dos alimentos, que é mal feita. Mas com certeza, temos muita facilidade de produzir e acabar com a fome mundial”, opina o profissional.



De acordo com Roberto, “trabalhar no desenvolvimento e produção de alimentos é fundamental para acabar com a fome mundial, que ocorre desde o cultivo até a melhoria dos produtos”, enfatiza.

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