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As inscrições para a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) de 2013 começam no dia 18 de fevereiro e vão até cinco de abril. A previsão é que aproximadamente 20 milhões de alunos de todo o país participem da competição. As inscrições devem ser feitas no site da competição.

A olimpíada visa a estimular a revelação de alunos com grande aptidão para a matemática. Qualquer escola pública poderá inscrever os alunos conforme três níveis: o nível 1, para alunos do 6º e 7º anos do ensino fundamental, nível 2, para 8º e 9º anos e nível 3, para 1º a 3º anos do ensino médio.

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As provas da primeira fase da olimpíada serão aplicadas no dia 4 de junho, em horário definido pelas próprias escolas. Os alunos com melhor desempenho serão classificados para a segunda fase, que ocorrerá no dia 14 de setembro, às 14h30 (horário de Brasília) em locais que ainda serão definidos.

Na edição deste ano, serão lançados os Clubes de Matemática para disseminar o estudo da disciplina no país e incentivar o desenvolvimento intelectual dos alunos. A partir do dia 15 de fevereiro, alunos de todo o país podem formar Clubes Olímpicos de Matemática e inscrevê-los no blog.

A divulgação dos vencedores da olimpíada será no dia 29 de novembro. No total, 6 mil alunos serão premiados com medalhas, sendo 500 de ouro, 900 de prata e 4.600 de bronze. Além disso, 46.200 alunos ganharão menções honrosas. Todos os medalhistas serão convidados a participar do Programa de Iniciação Científica da Obmep, em 2014.

A olimpíada é um projeto do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa) e existe desde 2005. É promovida pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação e pelo Ministério da Educação (MEC), com o apoio da Sociedade Brasileira de Matemática. No ano passado, mais de 19 milhões de alunos de 46.728 escolas participaram.

Alunos de escolas públicas de vários pontos do país estiveram reunidos em Brasília neste fim de semana participando de um treinamento especial para as Olimpíadas Brasileiras de Matemática (OBM). Os 24 estudantes, que têm idades entre 13 anos e 17 anos, foram selecionados previamente para participar da Preparação Especial  para Competições Internacionais (Peci) e estão sendo treinados para disputar uma vaga na seleção brasileira que irá competir na Olimpíada Internacional de Matemática.

O objetivo do Peci, que acontecerá várias vezes no ano e teve o primeiro encontro encerrado hoje (20), é fazer com que os alunos das escolas públicas tenham condição de competir com os das escolas particulares por uma das seis vagas da seleção brasileira. Os estudantes participam da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) e os medalhistas são convidados a participar da seleção para o Peci. A partir daí, os alunos são treinados para competir na OBM, que também inclui alunos das melhores escolas particulares do país, em busca de uma medalha. Os seis integrantes da seleção brasileira que irá disputar as competições internacionais são escolhidos entre esses medalhistas.

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O Peci começou em 2009 e vem conseguindo aumentar consideravelmente a inclusão dos alunos de escolas públicas entre os medalhistas da OBM e na seleção brasileira. Em 2011, dois estudantes conseguiram chegar entre os seis competidores internacionais. No ano passado, o número subiu para três. Eles são assistidos por professores com alto nível de qualificação, em geral com mestrado e doutorado em matemática, que já participaram de olimpíadas e competições anteriormente.

O objetivo do programa de preparação dos alunos de escolas públicas é, além de aumentar a inclusão desses estudantes nas competições, aumentar o nível de competitividade de toda a equipe brasileira nas disputas internacionais. Atualmente, o Brasil ocupa a 20ª posição na Olimpíada Internacional de Matemática (OIM). O Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), responsável por organizar a OBM e o Peci, tem como meta garantir que os brasileiros estejam entre os 10 primeiros colocados até 2017, quando a OIM acontecerá no Rio de Janeiro.

Além de concorrer a medalhas nas olimpíadas, os alunos também participam de um programa de iniciação científica (PIC). Conforme se destacam nesses programas, os estudantes são convidados a participar das seleções para entrar no Peci e garantir mais qualidade de estudo. Na preparação especial eles ficam reunidos de nove dias a 16 dias, de acordo com o calendário escolar, de 8h às 16h, estudando matemática. A preparação é rigorosa, mas também inclui atividades em outras áreas e de relaxamento após o horário de estudo.

As olimpíadas brasileira e das escolas públicas acontecem no fim do ano. Entre os 24 estudantes que já estão participando do Peci este ano, cinco são da seleção brasileira e estão sendo preparados para a olimpíada internacional. Além da OIM, os jovens também devem competir nas Olimpíadas Ibero-americanas e nas Olimpíadas do Cone Sul, entre outras. Ao longo do ano os alunos que participam do Peci terão ainda mais três encontros, todos em Brasília.

Milhares de crianças e jovens entram e saem das escolas todos os anos, porém as mudanças que a escola pode proporcionar para esses alunos não ficam apenas nas disciplinas aplicadas. Buscando então modificar esse cenário, os estudantes de Psicologia da Faculdade Frassinetti de Recife (Fafire) inseriram dentro da Escola João Barbalho o projeto Vivendo Integralmente Valores Educacionais (VIVE). A iniciativa conta com apoio da faculdade e da Gerência Regional de Educação - Recife Norte (GRE).

Os alunos da Fafire acreditam que conceitos de respeito, cidadania e educação são adquiridos através de pequenos exercícios diários e, quando trabalhados corretamente, fazem toda a diferença na formação de um cidadão. Atividades de lazer ou artísticas, brincadeiras, orientações, conversas e palestras são apenas algumas das possibilidades.

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Os pequenos estímulos que essas atividades produzem modificam as atitudes dos alunos não só no âmbito escolar, mas dentro de casa também. A diretora adjunta da Escola João Barbalho, Sandra Cristina, acredita que esses profissionais podem ajudar os alunos individualmente. “Diante do quadro familiar atual, existe a necessidade de um apoio psicológico para os alunos. Pessoas que possam compreender o cenário individual de cada um e por meio deste inserir a questão de normas, respeito, valores na vida destes”, comentou Sandra.

Uma pesquisa realizada pelos envolvidos no projeto, no final do primeiro semestre, mostrou que 96% dos alunos acreditam que o projeto auxilia no desenvolvimento das relações entre alunos e professores. A pesquisa também aponta que a iniciativa ajuda a relação entre alunos e a gestão; 89% afirmam que o VIVE contribui para organização da vida pessoal e 80% dos alunos já observam mudanças no cenário escolar. 

 

Evento de encerramento do projeto

Nesta quarta-feira (19), as 17h30, no auditório da Pós Graduação FAFIRE (5° andar) haverá, um evento de encerramento das atividades do projeto e todas as pessoas envolvidas estarão presentes. A faculdade fica na Avenida Conde da Boa Vista, 921, bairro da Boa Vista, centro do Recife.

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De pele branca, características de um estudante aplicado e aluno de uma escola privada de destaque na capital pernambucana. Mateus de Freitas (foto à esquerda), de 17 anos, é do terceiro ano do ensino médio e está prestes a fazer vestibular para a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Em um auditório bastante estruturado, parte da escola que estuda e oferece boas condições de aprendizado, Freitas opina contra a nova Lei de Cotas. “Sou contra a lei e sou contra o Governo Federal, que não está melhorando o ensino público de fato. Querem apenas garantir uma boa imagem”, declara o jovem.

Sobre a questão racial, Mateus de Freitas é enfático. “Discordo completamente. Não há motivo para excluir essa parte da sociedade. A Lei de Cotas discrimina essas raças”, opina. Em um contexto oposto ao de Freitas, o estudante Eridson Igor Gomes (foto à direita), 16, é do terceiro ano Escola Estadual Jornalista Trajano Chacon, localizada no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife. Além de destacar que as cotas raciais são uma dívida histórica que o Brasil tem com a sociedade, especialmente no contexto da escravidão negreira, Gomes frisa que o ensino público não reúne as mesmas condições que as instituições privadas possuem, e por isso, ele é a favor da nova lei. “Na escola pública eu não tenho a segurança que estou preparado tanto quanto aos alunos de escolas particulares”, diz. Eridson Gomes sempre estudou em escola pública.

Os estudantes são apenas dois personagens de muitos que divergem quanto à nova lei. Neste mês, a presidente Dilma Rousseff assinou o decreto que regulamenta a Lei de Cotas. Universidades e institutos federais devem, até 2016, reservar 50% de suas vagas para quem estudou todo o ensino médio em escolas públicas, negros, pardos e índios, além de quem possui renda familiar per capita de 1,5 salário. Para uns, a ordem prejudicará quem estudou e teve sacrifício para pagar escolas particulares em todo o período de formação escolar. Já para outros, essa é uma forma de ajudar o deficitário ensino público, entre outras ideias que se contrapõem.

Larissa Vieira, 17, que também é aluna da Trajano Chacon, se considera parda, sempre estudou em escola pública, entretanto, não é a favor das cotas. “É um preconceito. Todo mundo devia ser avaliado de forma igualitária. Todos têm que estudar para mostrar que são capazes de entrar em uma universidade, independente de escola ou raça”, afirma. Já Cecília Gonçalves, estudante de escola particular, é a favor da lei, mesmo podendo perder espaço nos processos seletivos de instituições federais. “Eu sempre estudei em escola privada, mas eu entendo que a Lei de Cotas é justa. A escola pública tem um nível mais baixo e é mais difícil para seus alunos. Eu sou bem preparada e tenho boas condições de passar na livre concorrência”, avalia Cecília.

Para o professor de história Wilson Falcão, independentemente se o Governo Federal está certo ou errado com a regulamentação da Lei de Cotas, a sociedade precisa discutir o tema, principalmente no cenário escolar. “Há o resgate histórico, por causa da escravidão, e isso é bem claro. A gente tem que promover a discussão sobre as cotas raciais, e precisamos avançar na questão de uma escola pública de qualidade, para que no futuro, tenhamos um país capaz de atender a todas as classes sociais”, explica o educador.

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Opinião da universidade

É ordem. Anualmente, até 2016, as universidades federais devem garantir pelo menos 12,5% do total de vagas para os cotistas. A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), por exemplo, já anunciou, para este ano, que mais de 15% de suas vagas serão para a Lei de Cotas.

De acordo com a pró-reitora da instituição de ensino, Ana Cabral (cento da foto), a nova Lei de Cotas visa “fazer uma correção histórica na sociedade brasileira”. Ela completa dizendo que “nós temos poucos recursos financeiros para as escolas públicas, e muitos municípios não pagam nem o piso salarial aos professores, e, por isso, é preciso as cotas”.

Sobre a recepção da UFPE para os cotistas, a pró-reitora garante que tudo já está preparado, e por ter um rigoroso sistema de seleção, a universidade receberá alunos de ótima qualidade, sejam eles oriundos das cotas ou da livre concorrência.    

Confira no vídeo, as opiniões dos estudantes:

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Responsáveis por 88% das matrículas do ensino médio do país, as escolas públicas são maioria entre as que ficaram com nota abaixo da média nacional no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2010. Entre os estabelecimentos de ensino que tiveram desempenho inferior à média nacional na prova objetiva (511,21 pontos), 96% são públicos. Esse dado descarta os colégios que tiveram participação inferior a 2% ou com menos de 10 alunos inscritos e, por esse motivo, não recebem uma nota final.

No total, 63% das escolas que participaram do Enem no ano passado ficaram com desempenho inferior à média nacional. Para o ministro da Educação, Fernando Haddad, a distância entre os resultados é “intolerável” e precisa ser reduzida. Ele avalia, entretanto, que muitas vezes o baixo desempenho está relacionado não apenas às condições da escola, mas de seu entorno.

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“Às vezes, as condições socioeconômicas das famílias explicam muito mais o resultado de uma escola do que o trabalho do professor e do diretor. E, muitas vezes, as escolas são sobrecarregadas com responsabilidades que não são 100% delas. É muito diferente uma escola de um bairro nobre de uma região metropolitana de classe média, cujo investimento por aluno é dez vezes o investimento por aluno da rede pública, de uma escola rural que atende a filhos de lavradores que não tiveram acesso à alfabetização”, pondera o ministro.

O Instituto Nacional de Estudos e Pequisas Educacionais (Inep) divulga hoje (12) as notas de todas as 23,9 mil escolas que participaram do Enem em 2010. O órgão decidiu alterar o formato de divulgação do resultado por escola, que agora levará em conta o percentual de estudantes daquela unidade de ensino que participaram do exame. A mudança pretende reduzir distorções na divulgação dos resultados no caso de escolas em que a participação dos alunos é pequena.

Considerando apenas as escolas com alto índice de participação no Enem (mais de 75% dos alunos), apenas uma pública está entre as 20 melhores do país: o Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa (UFV). A média obtida pela escola mineira foi 726,42 pontos, levando em conta a média entre a prova objetiva e a redação.

Para Mozart Neves Ramos, membro do Conselho Nacional de Educação (CNE) e do Conselho de Governança do movimento Todos Pela Educação,  a ausência de escolas públicas entre as melhores do Enem não é novidade e deriva da desigualdade de acesso a oportunidades educacionais no país.

“Esse quadro é um reflexo do próprio apartheid [regime de segregação racial na África do Sul], causado por uma educação que não é oferecida no mesmo patamar a todos desde a alfabetização. As avaliações mostram que essa desigualdade  [da qualidade do ensino oferecido por públicas e particulares] começa lá atrás e vai se acentuando ao longo do percurso escolar. O jovem da escola particular chega ao nível de formação e aprendizado esperados quando termina o ensino médio, mas o da escola pública chega com três ou quatro anos de déficit na aprendizagem. A luta é desigual”, avalia.

Os resultados de cada escola estarão disponíveis para consulta na manhã desta segunda-feira (12) no site do Inep.

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