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Pesquisa divulgada nesta segunda-feira (17) pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) mostra que 32,3% dos adolescentes das escolas públicas do Recife, com idade de 10 a 19 anos, estão insatisfeitos com seus corpos. Os analisados têm sintomas de algum Transtorno Alimentar, segundo a dissertação “Prevalência de sintomas de transtornos alimentares e insatisfação corporal em jovens recifenses”, desenvolvida pela psicóloga Tatiana Araújo Bertulino da Silva, no Programa de Pós-Graduação em Neuropsiquiatria e Ciência do Comportamento da UFPE, sob orientação do professor Everton Botelho Sougey.

O estudo ainda revela que 2,3% dos estudantes estão com padrão alimentar “severamente perturbado”, com compulsão para comer e apresentando tendência para comportamentos “sugestivos de bulimia nervosa”. De acordo com Tatiana, ser magro é o principal desejo desses jovens. “Eles não toleram excesso de peso, possuem preocupação obsessiva com a comida e uma crença de insatisfação em relação ao peso e aparência por acreditarem que estão acima do peso, mesmo quando têm seu peso abaixo do recomendado”, conta a psicóloga, conforme informações da assessoria de comunicação da UFPE.

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Ainda segundo o estudo, entre as meninas de 14 a 15 anos, há taxas maiores para sintomas indicativos de transtornos alimentares e insatisfação corporal. O levantamento aponta que 60% das adolescentes pesquisadas responderam de forma positiva aos graus leve, moderado e grave para a insatisfação corporal.

O aspecto socioeconômico foi levado em consideração na análise. Como exemplo, o maior percentual de jovens com sintomas do transtorno alimentar está nas classes com maior renda, enquanto os sintomas mais graves estão entre os adolescentes cujos responsáveis possuem menor nível de escolaridade. De acordo com a pesquisadora, além de causar a morte, o transtorno pode gerar erosão dental, complicações metabólicas resultantes da desnutrição com risco aumentado de falência dos órgãos, perda de nutrientes que afetam os cabelos, as unhas e a pele, dificuldades psicológicas, perda de contato social, entre outras consequências.

“Eles são de difícil tratamento. Até um quarto dos pacientes são crônicos e possuem uma das mais altas taxas de mortalidade dos transtornos psiquiátricos, chegando a 15%. Está associado à depressão, ansiedade, abuso de drogas lícitas e ilícitas e alguns transtornos de personalidade”, comenta Tatiana, em depoimento à assessoria da UFPE.

Segundo a instituição de ensino, durante a pesquisa foram aplicados testes, em que desses, dois foram voltados para a identificação de sintomas de transtornos alimentares, um para avaliar a insatisfação corporal e um para os dados sociais. Os testes ocorreram em forma de questionários respondidos por mais de 1.5 mil alunos, adolescentes entre 10 a 19 anos, matriculados em 12 escolas públicas estaduais da capital pernambucana. O período da avaliação foi do ano de 2010 a 2011.     

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