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Estar acima do peso pode aumentar a probabilidade de ser diagnosticado com câncer de estômago e do aparelho digestivo, assim como com certos tumores cerebrais e do sistema reprodutivo, disseram pesquisadores internacionais na quarta-feira.

Um relatório publicado na revista New England Journal of Medicine adiciona oito tipos à lista dos cânceres já conhecidos por serem mais comuns entre as pessoas com sobrepeso. Em 2002, a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) da Organização Mundial da Saúde (OMS), com sede na França, afirmou que os quilos em excesso poderiam aumentar o risco de câncer de cólon, esôfago, rim, mama e útero.

Agora, a IARC adicionou os cânceres de estômago, fígado, vesícula, pâncreas, ovário e tireoide, assim como um tipo de tumor cerebral conhecido como meningioma e o mieloma múltiplo, um tipo de câncer do sangue, disse o relatório. Pesquisadores analisaram mais de 1.000 estudos sobre excesso de peso e riscos de câncer e concluíram que limitar o ganho de peso ao longo de décadas pode ajudar a reduzir o risco desses tipos de câncer.

"A incidência do câncer devido ao excesso de peso ou à obesidade é mais extensa do que o que foi pressuposto", disse o presidente do Grupo de Trabalho da IARC, Graham Colditz, da Escola de Medicina da Universidade de Washington, em St. Louis. O câncer muitas vezes surge sem explicação. Suas causas podem incluir vírus, poluentes, fatores genéticos e radiação.

Certos fatores de estilo de vida, como o tabagismo e o excesso de peso, também podem tornar uma pessoa mais propensa a ter câncer. Acredita-se que cerca de 9% dos casos câncer entre as mulheres da América do Norte, Europa e Oriente Médio estejam ligados à obesidade, disse o relatório.

A gordura extra pode promover inflamação e levar a uma superprodução de estrogênio, testosterona e insulina, que podem impulsionar o aumento do câncer, acrescentou o estudo. Cerca de 640 milhões de adultos e 110 milhões de crianças no mundo são obesos.

"Fatores de estilo de vida, como uma dieta saudável, manter um peso saudável e fazer exercício, além de não fumar, podem ter um impacto significativo na redução do risco de câncer", disse Colditz.

A polícia britânica anunciou que está investigando um grupo que se denomina "Odiamos Gordos Ltda." e que se dedica a ofender as pessoas acima do peso usuárias do metrô de Londres.

O caso começou com a mensagem no Twitter de uma mulher, Kara Florish, que afirma que recebeu um panfleto desse grupo grupo que dizia: "Nossa organização odeia os gordos. Estamos indignados com a enorme quantidade de comida que vocês consomem quando a metade do planeta morre de fome".

"E não entendemos porque não se dão conta de que, se comessem menos, se sentiriam melhor, estariam mais magros, felizes e encontrariam um namorado que não seja pervertido porque gosta de gente gorda", prossegue a mensagem do grupo "Overweight Haters Ltd".

A mulher postou a imagem do folheto, que classificou de covarde e revoltante. "Não fiquei chateada porque não sou obesa, mas isso é revoltante e covarde e pode afetar pessoas que sofrem de falta de confiança", explicou.

A polícia recebeu outra denúncia de um passageiro que disse ter visto uma mulher chorar ao receber um panfleto na estação de Oxford Circus.

Pesquisa divulgada nesta segunda-feira (17) pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) mostra que 32,3% dos adolescentes das escolas públicas do Recife, com idade de 10 a 19 anos, estão insatisfeitos com seus corpos. Os analisados têm sintomas de algum Transtorno Alimentar, segundo a dissertação “Prevalência de sintomas de transtornos alimentares e insatisfação corporal em jovens recifenses”, desenvolvida pela psicóloga Tatiana Araújo Bertulino da Silva, no Programa de Pós-Graduação em Neuropsiquiatria e Ciência do Comportamento da UFPE, sob orientação do professor Everton Botelho Sougey.

O estudo ainda revela que 2,3% dos estudantes estão com padrão alimentar “severamente perturbado”, com compulsão para comer e apresentando tendência para comportamentos “sugestivos de bulimia nervosa”. De acordo com Tatiana, ser magro é o principal desejo desses jovens. “Eles não toleram excesso de peso, possuem preocupação obsessiva com a comida e uma crença de insatisfação em relação ao peso e aparência por acreditarem que estão acima do peso, mesmo quando têm seu peso abaixo do recomendado”, conta a psicóloga, conforme informações da assessoria de comunicação da UFPE.

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Ainda segundo o estudo, entre as meninas de 14 a 15 anos, há taxas maiores para sintomas indicativos de transtornos alimentares e insatisfação corporal. O levantamento aponta que 60% das adolescentes pesquisadas responderam de forma positiva aos graus leve, moderado e grave para a insatisfação corporal.

O aspecto socioeconômico foi levado em consideração na análise. Como exemplo, o maior percentual de jovens com sintomas do transtorno alimentar está nas classes com maior renda, enquanto os sintomas mais graves estão entre os adolescentes cujos responsáveis possuem menor nível de escolaridade. De acordo com a pesquisadora, além de causar a morte, o transtorno pode gerar erosão dental, complicações metabólicas resultantes da desnutrição com risco aumentado de falência dos órgãos, perda de nutrientes que afetam os cabelos, as unhas e a pele, dificuldades psicológicas, perda de contato social, entre outras consequências.

“Eles são de difícil tratamento. Até um quarto dos pacientes são crônicos e possuem uma das mais altas taxas de mortalidade dos transtornos psiquiátricos, chegando a 15%. Está associado à depressão, ansiedade, abuso de drogas lícitas e ilícitas e alguns transtornos de personalidade”, comenta Tatiana, em depoimento à assessoria da UFPE.

Segundo a instituição de ensino, durante a pesquisa foram aplicados testes, em que desses, dois foram voltados para a identificação de sintomas de transtornos alimentares, um para avaliar a insatisfação corporal e um para os dados sociais. Os testes ocorreram em forma de questionários respondidos por mais de 1.5 mil alunos, adolescentes entre 10 a 19 anos, matriculados em 12 escolas públicas estaduais da capital pernambucana. O período da avaliação foi do ano de 2010 a 2011.     

A proporção de pessoas acima do peso no Brasil passou de 42,7% em 2006 para 48,5% em 2011, enquanto o percentual de obesos subiu de 11,4% para 15,8% no mesmo período, de acordo com a pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). O estudo foi divulgado nesta terça-feira pelo Ministério da Saúde.

O aumento da obesidade e do excesso de peso atinge tanto a população masculina quanto a feminina. Em 2006, 47,2% dos homens e 38,5% das mulheres estavam acima do peso, enquanto em 2011 as proporções passaram para 52,6% e 44,7%, respectivamente.

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Entre os homens, o problema do excesso de peso começa cedo e atinge 29,4% dos que têm entre 18 e 24 anos. Entre homens de 25 a 34 anos, o índice quase dobra, chegando a 55%. Dos 35 aos 45 anos, o percentual é 63%. As informações são da Agência Brasil.

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