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Os sindicatos dos Estivadores e dos Operários Portuários de Santos e região suspenderam o protesto que haviam programado para o final da tarde desta sexta-feira, 12, na área portuária, atrás do prédio da Alfândega, na região central de Santos (SP). A suspensão ocorreu porque as lideranças agendaram uma reunião com os dirigentes da Empresa Brasileira de Terminais Portuários (Embraport) para segunda-feira, 15, a fim de retomar o diálogo sobre a forma de contratação dos trabalhadores.

A Embraport insiste na contratação pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), conforme prevê a nova Lei dos Portos, enquanto os avulsos querem o sistema antigo, com o recrutamento feito pelo Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo).

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Desde a última segunda-feira, 08, os trabalhadores liderados por seus sindicatos vinham realizando uma série de protestos, que culminou com o bloqueio dos acessos ao Porto de Santos e a invasão do terminal da Embraport na tarde de quinta-feira, 11, e a ocupação do navio Maersk La Paz, de bandeira de Hong Kong, que vinha operando no cais da empresa.

Por volta das 12h30 desta sexta-feira, dez homens que permaneciam no interior da embarcação deixaram o cargueiro, que foi removido para um terminal portuário. da Brasil Terminais.

A Empresa Brasileira de Terminais Portuários (Embraport) obteve no início da noite desta quinta-feira, 11, uma liminar expedida pelo juiz Marcelo Azevedo Chamone, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP), determinando a desocupação do terminal por trabalhadores avulsos, que invadiram o local à tarde.

Entretanto, os sindicatos dos operários portuários e dos estivadores não acataram a decisão, alegando que a liminar não menciona o navio Maersk La Paz que, até esta noite, continuava ocupado por cerca de 50 trabalhadores.

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Diante do impasse, apenas os portuários avulsos, que participavam da manifestação, dentro do terminal, deixaram o local. Os estivadores manifestaram a intenção de permanecer no interior da embarcação de bandeira de Hong Kong, até que a Embraport entre em acordo com a categoria sobre a contratação dos trabalhadores, que não aceitam o regime de trabalho pela CLT, conforme prevê a nova lei dos portos. Eles querem que os contratos continuem com intermédio do Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo).

Cerca de 250 estivadores do Porto de Santos invadiram por mar o terminal da Empresa Brasileira de Terminais Portuários (Embraport), da Odebrecht TransPort em parceria com DP World e Coimex. De acordo com a Polícia Militar, a ação ocorreu por volta das 13h30 desta quinta-feira, 11. Como terminais portuários são área de domínio federal, a PF está no local negociando a saída dos manifestantes.

Os estivadores reivindicam que a empresa contrate somente trabalhadores cadastrados no Órgão Gestões de Mão de Obra (OGMO). Com base na nova Lei dos Portos, a Embraport está recrutando os novos funcionários através do regime de Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), o que possibilita a contratação de profissionais não ligados ao sindicato.

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Nessa quarta, 10, aproximadamente 500 estivadores suspenderam as atividades do porto, afetando o carregamento de contêineres e de cargas soltas em geral durante o período da manhã. Em nota, a empresa informou que tem dado preferência aos trabalhadores registrados e cadastrados no OGMO, mas o vínculo empregatício permanece com base na CLT.

O Sindicato dos Estivadores de Santos marcou assembleia para segunda-feira, 20, às 9 horas, em sua sede, a fim de discutir a aprovação da Medida Provisória 595, que regulamenta o trabalho nos portos brasileiros. A categoria, que chegou a deflagrar greve no início da semana, quando a MP começou a ser discutida na Câmara dos Deputados, mostrou-se contrariada com a aprovação de alguns tópicos da nova lei, especialmente o que autoriza os portos privados a contratar trabalhadores pela CLT, sem a intermediação do Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo). A paralisação dos trabalhadores na tarde de terça-feira, 14, foi em protesto contra a rejeição da emenda que autorizava os trabalhadores avulsos gerenciados pelos Ogmos a serem contratados também pelos portos privados.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Estivadores, Rodnei Oliveira da Silva, não está descartada a deflagração de uma nova greve."Tudo vai depender da votação dos trabalhadores avulsos", alertou. Para o sindicalista, se for mantida a lei, conforme aprovação dos senadores, os estivadores vão sofrer perdas no seu mercado de trabalho. Ele afirmou que, na audiência que manteve com a presidente Dilma Roussef, ela havia prometido trabalhar pela manutenção de boa parte dos direitos trabalhistas da categoria.

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A MP 595 foi criada para modernizar os portos brasileiros e atrair mais investimentos, além de reduzir os custos de exportação, aumentando a competitividade do setor.

O secretário do Sindicato dos Estivadores de Santos (SP), Cesar Rodrigues Alves, anunciou nesta quarta-feira que as operações no Porto de Santos foram retomadas nesta noite, mas afirmou que ainda há um "estado de greve" e que a paralisação pode ser retomada a qualquer momento, a depender das decisões da Câmara dos Deputados, onde seguem as apreciações de emendas da Medida Provisória (MP) dos Portos.

Nesta quarta-feira, após oito horas de votação, a Câmara dos Deputados ainda tem de apreciar oito destaques e uma emenda. Dessa forma, é possível que a Câmara só conclua a votação nesta quinta-feira, 16. A batalha dos estivadores é para que sejam aprovadas duas emendas, dos deputados Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, e Marcos França (PSB-SP), que asseguram que o trabalhador de portos públicos possa trabalhar nos novos terminais privados.

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Os estivadores do Porto de Santos (SP) resolveram esticar para esta quinta-feira (16) a greve iniciada na terça-feira (14) em protesto contra a derrubada da emenda à Medida Provisória (MP) dos Portos que estendia para os terminais privados a exigência de contratação de trabalhadores gerenciados pelos Órgãos Gestores de Mão de Obra (Ogmos), assim como é feito hoje nos portos públicos.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Estivadores de Santos, Rodnei Oliveira da Silva, a paralisação seguirá por tempo indeterminado, dependendo dos rumos que a votação da MP dos Portos seguir em Brasília. Silva afirmou acreditar que mais de 4 mil estivadores permanecem de braços cruzados desde terça-feira.

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Segundo a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), empresa que administra o Porto de Santos, dos 37 cargueiros que estavam atracados no terminal santista, apenas dez estavam com as operações paralisadas por conta da greve. As demais embarcações mantinham o trabalho normal. Os navios de contêineres eram os mais prejudicados, uma vez que são os que mais necessitam de mão de obra humana. Conforme o secretário do Sindicato dos Estivadores, César Rodrigues Alves, 16 cargueiros tinham as operações prejudicadas.

Nesta quarta-feira, de acordo com o Sindicato Nacional dos Estivadores, a greve também era mantida no Porto do Rio, mas havia terminado no Porto de Paranaguá, no Paraná. "A greve vai continuar em Santos, e esperamos que ela se espalhe para outros portos no Nordeste do Brasil", disse Silva.

Polêmica

Os líderes sindicais aguardavam para esta quarta a votação do destaque proposto pelo PDT prevendo a retirada da expressão "portos organizados" do artigo que estabelece que o trabalho de capatazia, estiva, conferência de carga, bloco e vigilância de embarcações fosse realizado por trabalhadores portuários com vínculo empregatício por prazo indeterminado e por avulsos. Desta forma, a regra de contratação valeria para portos públicos e privados.

Com a tendência de paralisação, os trabalhadores dos portos no País vão decidir em reunião nos dias 19, 20 e 21, em Brasília, o calendário de mobilização contra a medida provisória (MP) que permite a privatização do setor. O presidente da Força Sindical, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), afirmou que a pressão dos trabalhadores é pela paralisação.

Antecedendo à mobilização do dia 19, Paulinho, dirigentes sindicais de distintas categorias dos trabalhadores em portos e os deputados Márcio França (PSB-SP) e Dr. Ubiali (PSB-SP) e a deputada estadual de São Paulo Telma de Souza (PT), ex-prefeita de Santos, se reuniram na Câmara e protestaram contra a MP. "Querem destruir os portos públicos, mas nós estaremos lutando contra. O pau vai comer", afirmou Paulinho, mostrando a disposição dos trabalhadores. "O governo terá de negociar, sob pena de não conseguir exportar ou importar mais nada, porque vamos paralisar os portos do País", disse.

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O deputado e presidente da Força Sindical afirmou que a MP foi elaborada para beneficiar o empresário Eike Batista. "Foi o advogado dele (Eike Batista) que fez a MP no Palácio do Planalto", disse Paulinho. "Se querem acabar com os portos públicos e entregar para o Eike, tenham a coragem e assumam que estão dando o porto para Eike. É uma malandragem essa história", disse Paulinho.

"Essa MP se chama Eike Batista", ressaltou o presidente do Sindicato dos Estivadores de Santos, São Vicente, Guarujá e Cubatão, Rodnei Oliveira da Silva. Ele afirmou que o empresário construiu um porto no litoral do Estado do Rio de Janeiro e vai construir outro no Estado de São Paulo e que a MP foi feita para atendê-lo.

Os sindicalistas argumentam que a privatização vai deixar precária a relação trabalhista, haverá demissão e perdas de direitos dos trabalhadores. "A proposta dos estivadores de Santos é paralisar por 48 horas. Se não houver a paralisação, não haverá recuo", disse Rodnei Oliveira. De acordo com o dirigente, no porto de Santos são 8 mil trabalhadores avulsos ligados ao sindicato. A média de valor pago está em torno de R$ 3 mil a R$ 3,5 mil por mês.

O deputado Márcio França afirmou que a privatização resultará na prática de dumping pelas empresas que terão o domínio sobre os portos, baixando os preços até acabar com os portos que operam no sistema atual de concessão, para depois subirem as tarifas. "Os portos privados terão todo o controle do que entra e sai do País, sem se importar com o interesse público. É uma questão de soberania", disse.

A medida provisória permite a construção e a operação de terminais privativos sem restrição de cargas. Atualmente, os terminais privativos são construídos por empresas para movimentar suas próprias cargas. Eles têm a permissão de movimentar cargas de terceiros, mas com restrição.

O grupo de deputados e sindicalistas esteve com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na tentativa de evitar que a MP seja aprovada como originalmente editada pela presidente Dilma Rousseff. Eles defendem o nome do senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) para relator no lugar do líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), cotado para a função.

O líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), afirmou que a comissão especial da MP deverá ser instalada no dia 20 de fevereiro. Editada em dezembro do ano passado, a MP perderá a validade em maio, se não for votada até lá. Foram apresentadas 645 emendas à MP de privatização dos portos. O governo prevê investimentos de R$ 54 bilhões até 2017 com a mudança das regras.

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