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A Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, contrariando pedido da defesa de Michel Temer, defendeu o prosseguimento das investigações no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o presidente em relação à edição de um decreto que trata do setor portuário. Na mensagem encaminhada ao relator do inquérito, o ministro Luís Roberto Barroso, Dodge destacou que há diligências (atividades da investigação) a cumprir.

A defesa do presidente Michel Temer havia informado o STF que contratos da Rodrimar foram analisados pela Secretaria Nacional dos Portos e houve uma recomendação em parecer para que nem todos os contratos fossem renovados. Com isso, os advogados pediam que Barroso reconsiderasse a decisão - que autorizou a instauração do inquérito contra o presidente.

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Após o ministro do STF pedir manifestação da procuradora-geral sobre o caso, a procuradora-geral, Raquel Dodge, afirmou que a fase de diligências do inquérito serve justamente para a elucidação dos fatos. A instauração do inquérito, escreveu Raquel, é recente e as diligências acabaram de ser requisitadas pela PGR.

Para a procuradora-geral, as diligências do inquérito são necessárias para a formação do juízo de valor do Ministério Público, de modo a apontar se será necessário pedir o arquivamento do caso ou oferecer denúncia.

"A fase inquisitorial tem como objetivo a completa elucidação dos fatos. Seu resultado será a base da formação do juízo de convencimento do MPF, resultando, ao final, em denúncia ou arquivamento", disse Raquel Dodge, destacando que todo e qualquer documento juntado pela defesa será avaliado no momento oportuno.

"É imprescindível a realização das diligências iniciais apontadas na manifestação com fito de esclarecer os fatos sob investigação", acrescentou.

O inquérito foi aberto por Barroso em agosto, após pedido feito pelo ex-procurador-geral Rodrigo Janot, depois de análise de documentos apreendidos na Operação Patmos, que deflagrou o caso J&F em maio, e interceptações telefônicas do ex-assessor Rodrigo Rocha Loures com Temer tratando sobre o decreto. Os investigados são suspeitos dos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e corrupção passiva.

Nesta semana, Temer informou que irá responder por escrito às perguntas que receber em relação ao inquérito.

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), intimou a Polícia Federal para formular perguntas que deverão ser encaminhadas por escrito ao presidente Michel Temer no âmbito de um inquérito no qual o presidente é investigado por suspeitas em um decreto do setor portuário.

Conforme destacou Barroso em seu despacho, Temer escolheu não depor pessoalmente, e sim apresentar respostas por escrito às perguntas que lhe forem feitas.

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"Ocorre que a autoridade policial ainda não apresentou nos autos as perguntas que serão formuladas a Sua Excelência, o Senhor Presidente da República. Deste modo, intime-se a autoridade policial federal para que formule as perguntas, após o que determinarei a intimação do Excelentíssimo Senhor Presidente da República, e de seus patronos, para que apresente sua manifestação no prazo a ser fixado nessa oportunidade", determinou o ministro, em decisão assinada nesta quarta-feira, 25.

Até a publicação deste texto, a PF não havia respondido à reportagem.

Apuração

O inquérito, de relatoria de Barroso, apura se a Rodrimar, empresa que opera no Porto de Santos, foi beneficiada pelo decreto assinado pelo presidente em maio, que ampliou de 25 para 35 anos as concessões do setor, prorrogáveis por até 70 anos.

Além do presidente, são investigados Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor de Temer e ex-deputado federal, e Antônio Celso Grecco e Ricardo Conrado Mesquita, respectivamente, dono e diretor da Rodrimar. Todos negam irregularidades.

O pedido para ouvir Temer foi feito pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Raquel também solicitou o registro de entrada e saída no Palácio do Planalto ao longo deste ano de citados em investigações, entre eles o ex-assessor especial da Presidência José Yunes e o coronel João Baptista Lima Filho, ambos amigos de Temer.

Outra providência pedida pela PGR e autorizada por Barroso é a obtenção do registro de doações eleitorais da empresa Rodrimar, ou qualquer outra empresa do mesmo grupo econômico, feitas a Temer e/ou aos diretórios nacional ou regional do PMDB "ao menos nas duas últimas eleições (2014/2106)".

O inquérito foi aberto por Barroso em agosto após pedido feito pelo ex-procurador-geral Rodrigo Janot, depois de análise de documentos apreendidos na Operação Patmos, que deflagrou o caso J&F em maio, e interceptações telefônicas de Loures com Temer tratando sobre o decreto. Os investigados são suspeitos dos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e corrupção passiva.

No início do mês, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência divulgou nota reiterando que Temer irá responder aos questionamentos e afirmando que "houve amplo debate" com o setor portuário antes da publicação do decreto.

O presidente Michel Temer escolheu não depor pessoalmente, e sim apresentar respostas por escrito às perguntas que lhe forem feitas, no inquérito que apura suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro na edição de um decreto do setor portuário, no qual é investigado.

"O Sr. Presidente da República informa que encaminhará por escrito a sua manifestação, razão pela qual requer seja fixado prazo para tanto, com a respectiva intimação dos seus patronos", disse o advogado de Temer, Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, nesta quinta-feira, 25, ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso.

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Relator do inquérito no STF, Barroso autorizou, no dia 5 de outubro, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, a colher depoimento do presidente, mas permitiu que Temer escolhesse se preferia responder pessoalmente ou por escrito.

Ouvir Temer foi uma das providências pedidas pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e autorizada por Barroso em decisão do dia 5 de outubro. Na ocasião, à imprensa, o Planalto disse que "responderá aos questionamentos pertinentes ao inquérito".

O inquérito no Supremo apura se a Rodrimar, empresa que opera no Porto de Santos, foi beneficiada pelo decreto assinado por Temer em maio, que ampliou de 25 para 35 anos as concessões do setor, prorrogáveis por até 70 anos. Além do presidente, são investigados Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor de Temer e ex-deputado federal, e Antônio Celso Grecco e Ricardo Conrado Mesquita, respectivamente, dono e diretor da Rodrimar.

Providências

Na decisão do início de outubro, Barroso autorizou, também, que sejam ouvidos os investigados e o subchefe para assuntos jurídicos da Casa Civil, Gustavo do Vale Rocha; o advogado José Yunes, amigo do presidente; o coronel João Baptista Lima Filho, aliado do presidente citado em relatório de investigação da Operação Patmos; o executivo Ricardo Saud; Edgar Safdie, acusado de intermediar o recebimento de propinas.

Luís Roberto Barroso determinou, também, que seja fornecido à Procuradoria-Geral da República (PGR) o registro de entrada e saída no Palácio do Planalto ao longo deste ano de citados em investigações - entre eles, Yunes, o coronel Lima, Antonio Celso Grecco, Ricardo Conrado Mesquita e Edgar Safdie.

Outra providência pedida pela PGR e autorizada por Barroso é a obtenção do registro de doações eleitorais da empresa Rodrimar, ou qualquer outra empresa do mesmo grupo econômico, feitas a Temer e/ou aos diretórios nacional ou regional do PMDB "ao menos nas duas últimas eleições (2014/2106)".

O inquérito foi aberto por Barroso em agosto após pedido feito pelo ex-procurador-geral Rodrigo Janot, depois de análise de documentos apreendidos na Operação Patmos, que deflagrou o caso J&F em maio, e interceptações telefônicas de Loures com Temer tratando sobre o decreto. Os investigados são suspeitos dos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e corrupção passiva.

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou que o presidente da República, Michel Temer, seja ouvido no inquérito em que é um dos investigados por suspeitas de irregularidades em um decreto do setor portuário.

Essa é uma das providências pedidas pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e aceitas pelo ministro. Barroso autorizou Temer a escolher se prestará depoimento pessoalmente à Polícia Federal ou se responderá por escrito. "Mesmo figurando o Senhor Presidente na condição de investigado em inquérito policial, seja-lhe facultado indicar data e local onde queira ser ouvido pela autoridade policial, bem como informar se prefere encaminhar por escrito sua manifestação, assegurado, ainda, seu direito constitucional de se manter em silêncio", decidiu o ministro relator do inquérito no STF.

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O Planalto informou que Temer "responderá aos questionamentos pertinentes ao inquérito". O inquérito no Supremo apura se a Rodrimar, empresa que opera no Porto de Santos, foi beneficiada pelo decreto assinado por Temer em maio, que ampliou de 25 para 35 anos as concessões do setor, prorrogáveis por até 70 anos.

Além do presidente, são investigados Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor de Temer e ex-deputado federal, e Antônio Celso Grecco e Ricardo Conrado Mesquita, respectivamente, dono e diretor da Rodrimar.

Barroso também autorizou que sejam ouvidos os investigados e o subchefe para assuntos jurídicos da Casa Civil, Gustavo do Vale Rocha; o advogado José Yunes, amigo do presidente; o coronel João Baptista Lima Filho, aliado do presidente citado em relatório de investigação da Operação Patmos; o executivo Ricardo Saud; Edgar Safdie, acusado de intermediar o recebimento de propinas.

Luís Roberto Barroso determinou, também, que seja fornecido à Procuradoria-Geral da República (PGR) o registro de entrada e saída no Palácio do Planalto ao longo deste ano de citados em investigações - entre eles, Yunes, o coronel Lima, Antonio Celso Grecco, Ricardo Conrado Mesquita e Edgar Safdie.

Outra providência pedida pela PGR e autorizada por Barroso é a obtenção do registro de doações eleitorais da empresa Rodrimar, ou qualquer outra empresa do mesmo grupo econômico, feitas a Temer e/ou aos diretórios nacional ou regional do PMDB "ao menos nas duas últimas eleições (2014/2106)".

Barroso deferiu também que seja fornecida à PGR "solicitação de apresentação, pelo Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, dos nomes dos integrantes do Grupo de Trabalho (nomes e lotação) formado por representantes do Ministério e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) para a atualização da legislação do setor portuário, além da minuta do texto do decreto enviada pelo Ministro dos Transportes, Maurício Quintella, para análise jurídica do gabinete da Casa Civil em meados de 2016, e das atas de reuniões de trabalho deste grupo de maio de 2016 a junho de 2017".

O inquérito foi aberto por Barroso em agosto após pedido feito pelo ex-procurador-geral Rodrigo Janot, após análise de documentos apreendidos na Operação Patmos, que deflagrou o caso J&F em maio, e interceptações telefônicas de Loures com Temer tratando sobre o decreto. Os investigados são suspeitos dos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e corrupção passiva.

Outro lado

"O presidente da República, Michel Temer, responderá aos questionamentos pertinentes ao inquérito. Vale destacar que houve amplo debate com o setor antes da publicação do decreto de renovação das concessões de portos. Todos os dados são públicos. O assunto não comportava nenhum sigilo ou informação privilegiada, apenas a publicação do decreto que finaliza o longo processo de negociação entre o governo e o setor empresarial. Em relação aos contratos em questão ressalta-se que nenhum deles é elegível para prorrogação contratual prevista no decreto 9048/2017, segundo a Secretaria de Portos do Ministério dos Transportes", diz, em nota, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República informou em nota enviada à imprensa nesta segunda-feira, 2, que o presidente Michel Temer responderá aos questionamentos referentes ao Decreto dos Portos.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu na última quinta-feira, 28, ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o presidente preste depoimento sobre a investigação que apura irregularidades em relação ao Decreto dos Portos. O relator do processo é o ministro Luís Roberto Barroso, a quem cabe decidir sobre os pedidos de diligência de Raquel.

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Raquel Dodge pediu a concessão de um prazo de 60 dias para concluir as investigações no âmbito de um inquérito contra Temer, o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures, e Antônio Celso Grecco e Ricardo Conrado Mesquita, respectivamente, dono e diretor da Rodrimar, empresa que opera no Porto de Santos.

A apuração no STF investiga possíveis crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e corrupção passiva.

"O presidente da República, Michel Temer, responderá aos questionamentos pertinentes ao inquérito. Vale destacar que houve amplo debate com o setor antes da publicação do decreto de renovação das concessões de portos. Todos os dados são públicos", diz a nota.

"O assunto não comportava nenhum sigilo ou informação privilegiada, apenas a publicação do decreto que finaliza o longo processo de negociação entre o governo e o setor empresarial, como é comum e legítimo em uma democracia. E só foram atendidos os pleitos das empresas licitadas depois de 1993. Tudo antes disso, que era uma reivindicação de várias empresas, foi rejeitado", completa a nota.

Privilégio

A Rodrimar informou à reportagem que em seus 74 anos de história "nunca recebeu qualquer privilégio do Poder Público" e que seus executivos "estão, como sempre estiveram, à disposição das autoridades para qualquer esclarecimento que se fizer necessário".

A defesa de Rocha Loures comunicou que só vai se manifestar depois de ser notificada oficialmente.

A Secretaria Especial de Portos fez nesta terça (6) uma chamada aos interessados na instalação, ampliação e na exploração de terminais portuários. De acordo com o ministro Leônidas Cristino, os investimentos deverão chegar a R$ 5 bilhões – dos quais R$ 2,3 bilhões são para dois projetos de ampliação e R$ 2,7 bilhões para 12 novos terminais. Estima-se que os investimentos aumentem a capacidade de movimentação de carga em 35,6 milhões de toneladas.

O anúncio, que será publicado no Diário Oficial da União desta quarta (7), faz parte das medidas do governo no âmbito do novo marco do setor portuário estabelecido na Medida Provisória dos Portos, sancionada no início de junho. "O governo quer investimentos e o aumento da capacidade de movimentação de carga, com menos tempo e com o menor custo", disse Cristino.

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A região Sudeste é a que receberá a maior fatia dos investimentos, R$ 4,3 bilhões – distribuídos entre duas ampliações e dois projetos. O Espírito Santo é o estado que receberá maior investimento. Será construído um novo terminal de logística de minério de ferro, orçado em R$ 2 bilhões. No caso das ampliações, uma será de um estaleiro no Rio de Janeiro, orçada em R$ 409 milhões; a outra, em Santos, para a movimentação de graneis sólidos (como açúcar, fertilizante), orçada em R$ 1,8 bilhão.

O líder do PT na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), defendeu nesta quinta-feira os vetos da presidente Dilma Rousseff à Medida Provisória dos Portos. Ele afirmou que o governo não quebrou acordo com os parlamentares e que foi preservado o "elemento central" da MP. "O governo nunca acertou qualquer compromisso com as emendas que a Câmara aprovou. O governo tinha sim compromisso com o texto do senador Braga (Eduardo Braga, PMDB-AM, relator do texto no Congresso). Nele estavam contidas todas as demandas dos trabalhadores", afirmou Guimarães a jornalistas.

Parlamentares, no entanto, se queixam de que o governo quebrou acordos nos vetos. "Pelo contrário, a ministra Gleisi (Gleisi Hoffmann, da Casa Civil) disse que não tinha compromisso com as emendas aprovadas. O que eu não posso concordar é que o governo teria rompido acordos. Se não, seria um debate enviesado", reagiu o líder petista.

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Guimarães disse ainda que defende que o Congresso estabeleça um calendário para votar os vetos presidenciais. Perguntado pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência EStado, sobre quando isso poderia ocorrer, Guimarães respondeu: "Não é por causa de pressão que vamos votar essa ou aquela matéria. Vamos votar de acordo com as condições normais de temperatura e pressão aqui dentro."

Após a presidente Dilma Rousseff (PT) vetar treze dispositivos da Medida Provisória 595, a MP dos Portos, que regulamenta o setor portuário do Brasil, o deputado federal Augusto Coutinho (DEM-PE) criticou a postura da petista nesta quinta-feira (6). "O governo é atabalhoado. O que a base (governista) acerta, a presidente não cumpre. A presidente é autoritária e todo mundo sabe", comentou o democrata.

Os deputados da oposição declaram que a presidente Dilma mostrou que a palavra do governo não vale nada diante do Parlamento. Um dos pontos retirados foi a prorrogação obrigatória de concessões em portos públicos por mais de 25 anos, podendo chegar a 50.

A presidente também vetou a criação de terminais industriais nos portos organizados. "Essa é a forma dela tratar seus subordinados. Isso é um verdadeiro samba do crioulo doido e a base do governo está desgastada”, afirmou Augusto Coutinho.

A aprovação do texto final da MP dos Portos aconteceu na manhã do último dia 16 de maio, após 37 horas de debates, bate-bocas, tumultos, acusações e incertezas e seguiu para o Senado, que ratificou a posição da Câmara.

O líder do PT na Câmara dos Deputados, José Guimarães (CE), disse na noite desta quarta-feira, 5, que os 13 vetos da presidente Dilma Rousseff na MP dos Portos preservam a "espinha dorsal" da proposta. "As partes vetadas não alteram em nada aquilo que era a linguagem do governo. (O governo) vetou questões como a prorrogação obrigatória dos contratos até 50 anos e os contratos antes de 93. As outras são questões menores frente a grandiosidade da MP", avaliou.

Para Guimarães, os vetos presidenciais não terão "grande repercussão" no Congresso. "Acredito que os vetos não serão derrubados", disse. O petista insistiu que o texto principal da MP foi preservado e que os vetos têm pouco impacto frente ao que foi produzido pelo Congresso. ( - daiene.cardoso@estadao.com)

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A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) divulgaram comunicado apoiando a "decisão corajosa da presidente Dilma Rousseff em vetar os pontos que desvirtuavam o melhor ambiente competitivo instituído pela MP 595/2012 (MP dos Portos)".

"Os vetos são positivos, porque restabelecem os princípios originais da MP. Isso garante o choque de competição e ampliação dos serviços portuários que o Brasil necessita", afirmou, na nota, Paulo Skaf, presidente das duas entidades.

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Segundo Skaf, o veto para a prorrogação de contratos foi fundamental. "O Brasil precisa de leilões por menor tarifa, que foram instituídos pela medida, e para isso precisamos o mais rápido possível de licitação nos terminais de contratos vencidos."

Ainda conforme o comunicado, para as entidades, esse é o primeiro passo para ampliar a oferta de operadores, promovendo maior concorrência e a consequente redução de tarifas portuárias. "Com investimentos previstos na ordem de R$ 50 bilhões para os próximos cinco anos, é possível dobrar a capacidade portuária brasileira. Com isso, também duplica a oportunidade de emprego. É um ganho para os 200 milhões de brasileiros", acrescentou Skaf.

A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, evitou comentar a possibilidade de o Congresso derrubar os vetos da presidente Dilma Rousseff à Medida Provisória dos Portos, sancionada nesta quarta-feira, 5. Dentro do governo, há temor de que o veto ao artigo 56, que determina a prorrogação dos contratos de arrendamento firmados antes de 1993, por mais um período, pelo prazo consignado no contrato, possa ser alvo de pressões por parte do Congresso Nacional.

"O Congresso Nacional pode avaliar, como avalia qualquer matéria, também os vetos que a presidente acusa a qualquer projeto. Não me cabe avaliar a possibilidade ou não. Isso cabe ao Congresso Nacional", afirmou a ministra. Gleisi lembrou que o governo havia aceitado a possibilidade de prorrogação desses contratos anteriores a 1993 por até cinco anos, a critério do poder concedente.

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Esse acordo, porém, foi rompido na votação da proposta, ainda na comissão mista do Congresso. Deputados e senadores aprovaram emenda que modificava o texto e tornava a prorrogação dos arrendamentos uma obrigação. "A forma como o texto foi alterado deixaria bem prejudicial o novo planejamento e a reorganização dos portos públicos que nós pretendíamos", afirmou.

A ministra disse que, em alguns casos, os contratos originais tinham 10, 15 e até 17 anos e, pelo texto, eles seriam obrigatoriamente renovados. Gleisi reiterou que, nos processos de renovação de contratos regulados, a prorrogação é sempre uma possibilidade, a critério do poder concedente. Esse foi o motivo pelo qual o governo vetou a prorrogação obrigatória dos novos contratos de concessão e arrendamento. No texto aprovado pelo Congresso, a renovação seria automática, por mais 25 anos, até atingir 50 anos, desde que o concessionário ou arrendatário fizesse investimentos.

"Estamos falando de um contrato de longo prazo, 25 anos, e temos que analisar o que acontece nesse prazo, a conjuntura final desse tempo de contrato, para que o Estado possa fazer uma avaliação econômica e conjuntural e decidir se é melhor, do ponto de vista de Estado, fazer a prorrogação ou não", afirmou a ministra.

Sobre os terminais-indústria, Gleisi afirmou que eles foram vetados porque, no entendimento da presidente, eles representavam um retorno ao marco regulatório anterior, ao diferenciar terminais que movimentam carga própria, que não precisariam passar por chamamento público, dos terminais que movimentam carga de terceiros, que teriam que se submeter ao processo. "Como nós queríamos garantir de fato a abertura dos portos, a competitividade, e que todos os terminais pudessem ter liberdade para movimentar qualquer tipo de carga, optamos por orientar o veto exatamente para não restar dúvidas sobre a finalidade e função que queríamos com a abertura dos portos", afirmou.

Licitações

Além do primeiro lote de arrendamentos de 26 terminais no Porto de Santos e outros 26 no Porto do Pará que devem ser licitados em outubro, haverá outros três lotes de arrendamentos com licitação prevista até janeiro. De acordo com Gleisi, o segundo lote terá 43 terminais nos Portos de Salvador, Aratu e Paranaguá. O terceiro lote terá 36 terminais nos Portos de Saupe, Itaqui e demais portos das regiões Norte e Nordeste. O quarto lote terá 28 terminais nos Portos de Vitória, Rio, Itaguaí, Irajaí, Rio Grande e São Francisco do Sul.

Os portos do Amazonas (AM) e de Imbituba (SC) devem ser concedidos à iniciativa privada ainda neste ano ou, no máximo, no início de 2014. Segundo ela, esses dois portos já estão com estudos adiantados. A ministra disse que ainda não há um prazo determinado para a realização da licitação dos portos de Águas Profundas (ES) e de Ilhéus (BA).

A Medida Provisória dos Portos recebeu 55 contribuições do Congresso, das quais 45 foram sancionadas pela presidente Dilma Rousseff. A informação foi prestada na tarde desta quarta-feira, 5, pela ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. Segundo ela, todos os acordos feitos com os trabalhadores na comissão mista que analisou a proposta foram cumpridos.

Os 13 vetos publicados dizem respeito a 10 assuntos diferentes. "Os vetos tiveram como objetivo garantir a abertura e a competição no setor portuário", afirmou Gleisi, acrescentando que a Lei dos Portos deve ser regulamentada nos próximos 15 dias.

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A ministra disse que o primeiro lote de arrendamentos em portos públicos a ser licitado terá 26 terminais no Porto de Santos e outros 26 no Porto do Pará. A intenção, esclareceu, é que a licitação seja feita em outubro, e o valor preliminar de investimentos alcance R$ 2 bilhões. "A partir daí, todos os demais blocos serão licitados em sequência", declarou, ressaltando que mais três blocos devem ser licitados até janeiro.

Ainda conforme a ministra, deve ocorrer em outubro o primeiro lote de autorizações de terminais privados, fora do porto organizado, solicitadas à Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). O valor preliminar de investimentos previstos soma R$ 25 bilhões.

O governo publicou nesta quarta-feira (5) edição extra do Diário Oficial da União e sancionou a Medida Provisória dos Portos (MP 595). A presidente Dilma Rousseff vetou 13 pontos da proposta. Entre os vetos, estão três trechos da MP que dispõem sobre a criação do terminal-indústria. Na justificativa, o governo alega que o conceito do terminal-indústria retoma a distinção entre a movimentação de carga própria e de terceiros, "cuja eliminação era uma das principais finalidades do novo marco legal para o setor portuário".

O governo também vetou outros dois trechos da MP que limitavam a participação de empresas com participação societária em empresas de navegação marítima em porcentuais superiores a 5%. Segundo o governo, "da maneira como foram redigidos, os dispositivos restam inócuos", pois a limitação não impede que essas mesmas empresas adquiram participação societária em terminais privados e criam uma regra "facilmente superável" por meio de acordos de acionistas e outras operações societárias.

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Também foi vetada a obrigatoriedade de que os Órgãos Gestores de Mão de Obra (Ogmos) intermedeiem a contratação de trabalhadores para embarcações de navegação interior. A justificativa do veto era que o artigo violava acordo feito com os trabalhadores.

O governo vetou ainda o artigo 69, que tratava da prorrogação de concessões do setor elétrico. A alegação é que o dispositivo trata de matéria estranha à lei dos portos.

Outro veto foi ao trecho que obrigava os novos contratos de concessão a terem 25 anos, prorrogáveis por mais uma vez, até atingir 50 anos. O governo a vetou porque desejava que a prorrogação fosse uma possibilidade "a critério do poder concedente".

Foi vetado artigo que determinava que a vigilância e a segurança do porto organizado fossem feitas pela Guarda Portuária. A justificativa era de que esse artigo poderia acarretar conflitos entre atribuições de órgãos no porto e que violava acordo feito com os trabalhadores.

Também foi vetado artigo que previa que o trabalhador portuário avulso inscrito em cadastro atestasse qualificação profissional para desempenho de atividades. "O texto não deixa claro qual o alcance desse novo cadastro", afirma o governo. Além disso, violava acordo feito com os trabalhadores.

Foi vetada ainda a prorrogação obrigatória dos contratos de arrendamento anteriores a 1993, que deveria ocorrer por um período não inferior ao prazo do contrato. O governo justificou que essa deveria ser uma possibilidade a ser avaliada pelo poder concedente. A possibilidade de prorrogação dos contratos posteriores a 1993 também foi vetada.

Foi vetada ainda a obrigação de que a comprovação da efetiva exposição do trabalhador portuário avulso aos agentes nocivos seja feita pelos Ogmos, por meio de formulário do INSS. Segundo o governo, entidades de trabalhadores pediram que os Ogmos não sejam os únicos a fazer essa comprovação.

 

Durante o lançamento do Plano Agrícola e Pecuário 2013/14, a presidente Dilma Rousseff confirmou que irá sancionar nesta terça-feira (4) a nova Lei dos Portos, aprovada no último mês pelo Congresso Nacional.

A Lei tramitou no Congresso em forma de medida provisória e foi aprovada pela Câmara e pelo Senado horas antes de perder a validade. A Lei estabelece um novo marco regulatório para o setor portuário brasileiro e trata, entre outras questões, sobre concessões e arrendamentos, a fim de modernizar e melhorar as condições para a competitividade no setor.

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Para Dilma, as novas regras integram a intenção do governo de melhorar a logística no país. "Vamos voltar a fazer ferrovias, investir no modal aquaviário e na duplicação de nossas rodovias para melhorar o escoamento da produção", frisou a presidente.

Sancionada, a lei deverá ser publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (5).

A votação da medida provisória dos Portos foi encerrada, mas a polêmica gerada após acusações do deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) de que a matéria era trata sob jogo de interesses vai se estender. O PSD entrou com pedido na presidência da Câmara para saber se os comentários do líder do PR poder levar a processo por quebra de decoro parlamentar.

A confusão começou no dia 8 de maio, quando a matéria estava sendo discutida no plenário da Câmara. Garotinho subiu à tribuna e, sem citar nomes, disse que parlamentares estavam aprovando a MP para beneficiar alguns empresários, chamando a proposta de "MP dos Porcos". Na sessão, os deputados ameaçaram entrar com processo por quebra de decoro parlamentar e o líder do PR afirmou que, se isso ocorresse, seria uma oportunidade de falar sobre tudo o que viu e ouviu durante a tramitação da MP.

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Em outra sessão, Garotinho reiterou a denúncia feita e considerou uma emenda aglutinativa apresentada pelo PMDB de "emenda Tio Patinhas" por se tratar de "negócios pessoais".

Para o líder do PSD, deputado Eduardo Sciarra (PR), Garotinho desrespeitou a Casa “pelas colocações feitas sem nominar, deixando no ar dúvidas para aqueles que assistiram à sessão”. Sciarra argumentou ainda que essa generalização não pode ficar sem investigação.

Outros quatro líderes também apresentaram pedido de investigação à  Corregedoria Parlamentar: Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Carlos Sampaio (PSDB-SP), Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Rubens Bueno (PPS-PR). O corregedor, deputado Átila Lins (PSD-AM), encaminhou à presidência da Câmara os pedidos de sindicância para confirmar se há indícios suficientes para que o processo contra Garotinho seja instaurado.

Com informações da Agência Câmara.

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, rebateu nesta terça-feira (21) as críticas contra a condução da articulação política do Planalto na votação da MP dos Portos, na semana passada. "O governo foi amplamente vitorioso. Em todas as matérias colocadas em votação na MP dos Portos, o governo ganhou e sua posição foi vitoriosa", resumiu Ideli, logo após deixar reunião com líderes da base governista na Câmara dos Deputados.

Ela disse que reconhece o direito dos parlamentares e dos partidos de "fazerem as suas ponderações" e que houve, na sua avaliação, "um compromisso muito grande da base do governo muito em aprovar a matéria".

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A tramitação da MP dos Portos no Congresso ganhou contornos dramáticos, com muita demora na aprovação da matéria. O líder do PMDB Eduardo Cunha disparou, após a queda de braço entre peemedebistas e petistas na semana passada, críticas à articulação política do Planalto.

Conversas

Ideli também revelou que o governo trata, neste momento, de quatro assuntos prioritários com os parlamentares. O primeiro deles é a regulamentação dos direitos de trabalhadores domésticos. "Estou a caminho de uma reunião na qual a presidente (Dilma Rousseff) conversará com vários parlamentares, apresentando a proposta que o governo defende enquanto regulamentação", disse.

A ministra também citou o projeto de autoria do deputado federal Osmar Terra (PMDB-RS) que altera a lei de drogas no País e quer aumentar a pena mínima para traficantes de entorpecentes. O relator dessa matéria é o deputado federal Givaldo Carimbão (PSB-AL).

Os dois outros projetos são a regulamentação das jornadas de trabalho dos caminhoneiros e a questão do Certificado de Assistência Social. A ministra ponderou, no entanto, que o governo vai deixar esses temas nas mãos dos parlamentares. "Não haverá nem projeto do Executivo nem posição do governo na forma de Medida Provisória ou projeto. Tudo será tratado e trabalhado aqui (no Congresso) com os próprios parlamentares", disse.

Passada a maratona para aprovar a MP dos Portos (MP 595) no Congresso Nacional, o maior desafio do governo federal - além de regulamentar a nova lei - será acelerar os investimentos em logística de forma simultânea. De nada adiantará liberar a construção de mais terminais se não houver rotas de escoamento até os complexos marítimos, seja por meio de rodovias, ferrovias ou hidrovias.

Embora a oferta de transporte marítimo seja baixa, a falta de caminhos alternativos acaba sobrecarregando portos do Sul e Sudeste enquanto outros terminais operam até de forma ociosa. Na área de grãos, quase dois terços da produção exportada acaba saindo por Santos (SP) e Paranaguá (PR). O restante é dividido entre 16 terminais espalhados pela costa.

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"Há falta de comunicação entre portos e produção. Em outro país, se um caminhão ficasse parado 30 horas numa fila, o dono da carga imediatamente mandaria o veículo para outro porto", diz o diretor do Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento (Cindes), José Tavares de Araújo Jr. "Mas aqui não há muita alternativa."

Para ele, com a abertura de novas rotas, a concorrência tende a aumentar. Esse é um dos principais objetivos do governo com o novo marco regulatório dos portos, mas também foi um dos principais motivos de resistência na aprovação da MP. "Hoje, quem tem um terminal marítimo tem mais poder de compra do que quem não tem", diz o consultor da Porto Assessoria, Nelson Carlini.

Segundo ele, sem alternativas para escoar a produção, os agricultores ficam nas mãos de poucos terminais com capacidade para embarcar a carga. Ou usa o porto ou corre o risco de perder a mercadoria, já que a armazenagem é outro gargalo do País. "Se o produtor puder escolher por onde exportar, a situação muda completamente."

A expectativa é que, com o fim da obrigatoriedade de ter carga própria para construir terminais privados, os investidores optem por projetos no Norte e Nordeste - rotas mais curtas e mais baratas para o transporte de grãos do Centro-Oeste. "Vamos seguir para onde tiver modais de conexão. É preciso ter ferrovia, hidrovia ou rodovia para chegar ao porto. Caso contrário, vai continuar tudo no Sul e Sudeste", diz o diretor-presidente da Odebrecht Transport, Paulo Cesena.

O governo já tem consciência da necessidade de criar uma logística integrada. Exemplo disso são os pacotes de concessão lançados em 2012 para ferrovias e rodovias. Mas, por enquanto, nada saiu do papel - os leilões de concessão estão atrasados. Outra aposta do governo é conseguir terminar a Ferrovia Norte-Sul e a pavimentação da BR-163, até Santarém (PA).

Com essas duas rotas, o País teria um grande avanço para escoar a safra de grãos pelos portos do Norte, que precisam ser ampliados e modernizados. As melhorias vão exigir investimentos bilionários, prometidos pela iniciativa privada caso o governo aceitasse a proposta de renovar os contratos vencidos ou a vencer. Só dos terminais com contratos anteriores a 1993, o investimento é de R$ 10 bilhões, diz o presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli. Mas a renovação ainda pode ser vetada pelo Planalto.

Para o diretor executivo do Centro Nacional de Navegação (Centronave), Claudio Loureiro de Souza, um veto que seria bem-vindo é a limitação de 5% imposta para empresas de grupos armadores na construção de novos terminais. "No mundo inteiro, eles são procurados para investir nos portos." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Sindicato dos Estivadores de Santos marcou assembleia para segunda-feira, 20, às 9 horas, em sua sede, a fim de discutir a aprovação da Medida Provisória 595, que regulamenta o trabalho nos portos brasileiros. A categoria, que chegou a deflagrar greve no início da semana, quando a MP começou a ser discutida na Câmara dos Deputados, mostrou-se contrariada com a aprovação de alguns tópicos da nova lei, especialmente o que autoriza os portos privados a contratar trabalhadores pela CLT, sem a intermediação do Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo). A paralisação dos trabalhadores na tarde de terça-feira, 14, foi em protesto contra a rejeição da emenda que autorizava os trabalhadores avulsos gerenciados pelos Ogmos a serem contratados também pelos portos privados.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Estivadores, Rodnei Oliveira da Silva, não está descartada a deflagração de uma nova greve."Tudo vai depender da votação dos trabalhadores avulsos", alertou. Para o sindicalista, se for mantida a lei, conforme aprovação dos senadores, os estivadores vão sofrer perdas no seu mercado de trabalho. Ele afirmou que, na audiência que manteve com a presidente Dilma Roussef, ela havia prometido trabalhar pela manutenção de boa parte dos direitos trabalhistas da categoria.

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A MP 595 foi criada para modernizar os portos brasileiros e atrair mais investimentos, além de reduzir os custos de exportação, aumentando a competitividade do setor.

Depois da batalha para conseguir aprovar a Medida Provisória dos Portos (MP 595) dentro do prazo, integrantes do PMDB admitiram as dificuldades do Planalto na articulação política com o Congresso durante a votação. "Aqui no Senado, a base saiu fortalecida. Espero que o governo, articulando com os líderes da Câmara, possa reunificar a base e rearticular essa união lá na Câmara", disse o vice-presidente do Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

Embora concorde que a votação na Câmara foi difícil, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), contudo, não acredita em um racha na base aliada do governo, mesmo depois que o líder do PMDB na Câmara, o deputado Eduardo Cunha (RJ), tentou obstruir a votação com a proposta de uma emenda que alterava trechos da MP - a medida pretendia atrair mais investimentos privados para o setor portuário no País. Renan admitiu as divergências, mas minimizou embates do partido com o PT e aliados na Câmara. "O PMDB e o PT vivem talvez o melhor momento da aliança política. O que importa é o resultado. A aliança está posta, consolidada, nós estamos vivendo, do ponto de vista da aliança, um grande momento", disse o presidente do senado.

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Para Romero Jucá, o PMDB saiu unido da discussão, mas acredita que, com a base governista na Câmara, será preciso restabelecer o diálogo. "Teve discussões na Câmara, mas (o partido) terminou marcando posição a favor e ajudando na aprovação da MP. Aqui tivemos a posição do presidente Renan, a minha também, conduzindo sessões para aprovar dentro da maior normalidade. O PMDB foi decisivo para a aprovação da MP. A base do governo sai unida aqui no Senado. Na Câmara, são os líderes da Câmara que devem falar."

Vetos

Jucá ressaltou não ver questões divergentes no texto que justifiquem vetos presidenciais. "O governo deve avaliar bastante a questão dos vetos. Existem dispositivos que foram modificados no relatório do senador Eduardo Braga (PMDB-AM), ele aprovou o relatório por unanimidade na comissão. Eu não vejo questões divergentes. Acho possível procurar entendimento. Cabe às ministras Gleisi (Gleisi Hoffmann, da Casa Civil) e Ideli (Ideli Salvatti, Relações Institucionais) articularem junto com as lideranças no sentido de verificar tudo o que pode ser aproveitado nessa proposta. Quanto menos veto, melhor", ressaltou.

Conforme o Estado de S. Paulo revelou nesta sexta-feira, 17, a presidente Dilma Rousseff deve vetar pelo menos cinco artigos da proposta, optando por regulamentar algum ponto por decreto.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), contudo, diz ser "natural" a supressão de alguns artigos do que for aprovado no Congresso com vetos. "O processo legislativo só se completa com o veto e depois com a apreciação dele."

A aprovação da Medida Provisória 595/12 pelo Congresso, que altera o marco regulatório do setor portuário e ficou conhecida como MP dos Portos, irá impulsionar investimentos e melhorar a eficiência logística do País, resultando em um aumento da concorrência do setor produtivo brasileiro. A avaliação é da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), defendida em nota. No médio prazo, a associação estima que a MP pode proporcionar investimentos de até R$ 50 bilhões no setor.

"No médio prazo e atendendo ao planejamento e às políticas públicas do Estado brasileiro, a construção de mais terminais portuários privados poderá resultar em mais de R$ 50 bilhões em investimentos - uma correia de transmissão de crescimento econômico, competitividade da economia e geração de empregos e oportunidades em diversas regiões do país", disse a Abdib, sem mencionar em que prazo esse montante de investimentos se concretizaria.

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A liberdade que a nova regulamentação dá aos investidores privados também foi celebrada pela Associação. "A nova legislação retira barreiras para fazer fluir o investimento privado em novos terminais ao longo da costa brasileira, criando condições para atender a demanda de diferentes polos produtivos que se desenvolvem pelo interior do Brasil", disse a Abdib.

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