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Nesta terça-feira (25) é comemorado o Dia do Motorista e um estudo foi realizado pelos acadêmicos brasileiros que fazem parte da Fairwork – uma rede de pesquisa da Oxford Internet Institute e pelo WZB Berlin Social Science Centre – em 27 países no qual aponta que plataformas digitais como 99, Uber, iFood, Rappi e outras marcas não distribuem padrões considerados mínimos de trabalho ideal e não tiveram mais de dois pontos em um máximo de dez na avaliação baseada nos princípios de trabalho. 

O relatório “Fairwork Brasil: por trabalho decente na economia de plataformas” avaliou a situação de motoristas de app, motoboys e prestadores de serviço em cinco categorias: remuneração, condições de trabalho, contratos, gestão e representação. 

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Cada categoria é dividida em dois pontos, um para presença de requisito básico e outro para uma condição mais avançada no emprego. 99 e iFood tiveram apenas dois pontos casa, enquanto a Uber recebeu um ponto apenas. Rappi e Get Ninjas ficaram com zero na classificação.

De acordo com os pesquisadores do projeto, o resultado brasileiro é semelhante ao de outros países da América Latina, como Chile e Equador. Esses dois países estão abaixo do que continentes como a África, Ásia e Europa, que têm notas altas como sete ou oito pontos em um máximo de dez. 

No caso de remuneração, o primeiro critério é se o trabalhador consegue atingir um salário-mínimo após os custos envolvidos no trabalho. O segundo fator é que seria possível atingir o salário-mínimo “ideal”. A 99 ganhou um ponto nesse requisito, no cenário básico. Em condições de trabalho, foram observadas ações para proteger os trabalhadores de riscos, como fornecimento de utensílios de prevenção à Covid-19 ou seguro contra acidentes.

Colaboram também o acesso a banheiros, fornecimento de água e outros itens. A Uber e a 99 pontuaram esse quesito. Já o iFood pontuou nos critérios de contratos e de representação. Segundo o Fairwork Brasil, o app criou termos e condições acessíveis para trabalhadores.

“As plataformas digitais se consolidaram em nível global como promotoras do trabalho informal, precário, temporário e mal remunerado. No cenário brasileiro, essas características são historicamente estruturantes do mercado de trabalho no país. Uma das questões é até que ponto as plataformas digitais de trabalho têm contribuído para agravar esse cenário”, diz o relatório do Fairwork. 

Respostas das empresas 

De acordo com os profissionais, o combustível representa de 40 a 50% dos custos fixos mais o desconto da taxa paga aos apps, que varia de 20 a 40% por corrida. Alguns motoristas precisam pagar prestações mensais de aluguel do carro ou financiamento. A 99 e a Uber divulgaram medidas para estender a remuneração ou reduzir os custos dos motoristas. A Uber afirmou que irá aumentar em 6,5% o valor das corridas de forma temporária. Já a 99, disse que vai reajustar em 5% o quilômetro rodado no ganho do motorista no país. 

 

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