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O Canadá anunciou, na terça-feira (5), um acordo de US$ 31,5 bilhões para reformar seu discriminatório sistema de bem-estar infantil e indenizar as famílias indígenas que sofreram por causa disso.

Em princípio, o acordo inclui 20 bilhões de dólares canadenses (US$ 15,7 bilhões) para as crianças indígenas separadas de suas famílias e cuidadores e postas sob cuidados do Estado. Em geral, estes menores foram levados para escolas que os integravam à força.

Os outros 20 bilhões de dólares canadenses irão para a reforma dos serviços para a infância e a família nos próximos cinco anos.

"Nenhum dinheiro poderá compensar as pessoas sofreram", disse a ministra dos Serviços Indígenas, Patty Hajdu.

"Mas estes acordos reconhecem, para os sobreviventes e suas famílias, o dano e a dor causados pela discriminação no financiamento e nos serviços", acrescentou.

O acordo surgiu de ações judiciais movidas por famílias indígenas contra o governo canadense e reconhece que o "financiamento discriminatório" de serviços para a infância e família em comunidades indígenas causou sofrimento aos envolvidos.

Apesar de representarem menos de 8% dos menores de 14 anos no país, os indígenas são mais da metade das crianças em cuidado temporário do Canadá, de acordo com um censo de 2016.

Nas últimas três décadas, pelo menos 150.000 crianças indígenas foram separadas de seus lares e levadas para uma das 139 escolas residenciais.

Milhares morreram, principalmente de desnutrição, doenças, ou negligência, no que um comitê da verdade e da reconciliação chamou de "genocídio cultural" em um relatório divulgado em 2015. Outros sofreram abusos físicos e sexuais.

Após a descoberta de mais de 1.200 túmulos sem identificação nestas escolas, o Canadá começou a assimilar o trauma nacional.

O ministro encarregado das relações com os indígenas, Marc Miller, classificou o acordo de terça-feira como "o maior acordo da história do Canadá".

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