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Os deputados Tabata Amaral e Felipe Rigoni e o senador Alessandro Vieira enviaram um ofício ao ministro da Educação, Milton Ribeiro, pedindo explicações sobre as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2021.

No documento, os parlamentares questionam o Ministério da Educação (MEC) sobre as denúncias de estudantes que alegam erros nas notas do exame, como também, solicitam a Ribeiro o quantitativo de participantes que procuraram a ouvidoria do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

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"Nesta semana, o Inep decidiu antecipar as divulgações das notas do Enem. Em um primeiro momento, os estudantes apontaram nas redes sociais que os resultados de 2021 não aparecem ao fazer o login no sistema, somente o de anos anteriores. Agora, os estudantes denunciam que houve erros nas notas", diz trecho do ofício.

Nas redes sociais, a deputada Tabata Amaral falou sobre o envio do documemto. "Milhares de estudantes relataram que, mais uma vez, o INEP errou notas do Enem. Por isso, enviamos um ofício ao MEC cobrando explicações pelos possíveis erros nas notas da prova. É inaceitável tanto despreparo! Que as notas sejam revistas e o ocorrido seja esclarecido #REVISAINEP", escreveu.

Sob o risco de aumento da evasão escolar devido à pandemia do novo coronavírus, o relator da regulamentação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), deputado Felipe Rigoni (PSB-ES), avalia a possibilidade de permitir o uso de recursos do fundo para bancar bolsas a estudantes como forma de incentivá-los a voltar à escola. O investimento seria uma forma de tentar evitar que o abandono escolar e a perda no aprendizado comprometam a renda e a produtividade desses futuros trabalhadores, trazendo prejuízos ao País.

Uma pesquisa feita por um grupo de entidades educacionais, entre elas a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), aponta que um a cada três alunos cogitam abandonar a escola ou a universidade por causa da pandemia.

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Como mostrou o Estadão/Broadcast, a falta de um plano concreto para retomar as atividades escolares com segurança acendeu o alerta para as consequências negativas sobre a desigualdade de renda e o crescimento futuro da economia. O professor do Insper Ricardo Paes de Barros, um dos maiores especialistas em desigualdade no País, acredita que o prejuízo no aprendizado pode afetar a renda do estudante em até R$ 70 mil ao longo de sua vida. Em caso de abandono dos estudos, o prejuízo chega a R$ 400 mil para ele e a sociedade.

"Tem de estar no radar das redes uma política muito séria de incentivos aos alunos para voltarem à escola", afirma a Rigoni. "Essa (política) das bolsas pode ser uma, eu acho superinteressante. Tem inclusive uma ideia já testada em outros países do mundo, que é fazer uma poupança para o aluno, e aqueles que conseguirem completar o ensino médio podem sacar esse dinheiro. Dá um incentivo não só para ele voltar à escola, mas também para completar o ensino médio."

A ideia ainda é preliminar e, segundo o deputado, depende de uma análise de qual instrumento jurídico poderia ser usado para direcionar dinheiro do Fundeb para essas bolsas. Por isso, ainda não há uma definição de valores para o incentivo.

Rigoni tem trabalhado na regulamentação do Novo Fundeb, aprovado este ano pelo Congresso Nacional e que prevê maior participação da União. Em seu relatório, ele propõe concentrar a maior parte dos recursos para municípios mais pobres. O texto precisa ser votado ainda este ano para evitar um "apagão" de recursos no início de 2021 para as redes estaduais e municipais.

Conectividade

A deputada Tabata Amaral (PDT-SP) é relatora de um projeto que busca ampliar o acesso de alunos e professores a internet e equipamentos, sobretudo em regiões mais vulneráveis. A falta de conectividade foi um dos fatores que acentuou a desigualdade educacional na pandemia. Quase 3,4 milhões de brasileiros vivem em distritos sem nenhuma antena de conexão móvel disponível. No caso da banda larga fixa, mais de 2 mil municípios apresentam baixa velocidade de conexão, menor que 5 Mbps.

"Um tempo atrás, uma mãe me falou: 'olha, eu não tenho internet, não consegui conectar, falaram que eu podia baixar esse aplicativo no meu celular, mas ele não comporta'. Era um celular bem simples. Aí na TV o código não funciona. São alunos que já estão em moradias muito vulneráveis, com um córrego passando na frente, sem mesa, sem internet. Muitas vezes, pais e mães não puderam aprender a ler e escrever. São condições muito adversas."

Tabata lembra que a falta de acesso à educação traz impactos para além do aprendizado, deixando o jovem mais vulnerável a problemas de saúde e à criminalidade. "Muitas pessoas escolheram só olhar para um dos lados. Estamos vivendo uma pandemia que é, sim, letal para muitas pessoas, e nós não podemos voltar para a escola que deixamos em março (sem adaptações). Por outro lado, muitas pessoas ignoram o fato de que a negação do direito à educação também representa uma morte, ainda que lenta", diz.

Política complementar

A presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e secretária estadual de Mato Grosso do Sul, Cecilia Motta, afirma que "sem sombra de dúvidas" haverá prejuízo aos estudantes, apesar dos esforços de muitas escolas em adotar protocolos sanitários para tentar retomar as atividades. Ela destaca a necessidade de ter políticas complementares à educação, como a conectividade, e a importância da busca ativa de alunos para evitar a evasão.

"Às vezes, o estudante desanimou, os pais não estão acompanhando ou estão trabalhando, e o aluno não faz as atividades. Às vezes, a família perdeu renda e o jovem precisou buscar trabalho. Precisamos fazer essa busca ativa", conclui.

Para lembrar

O Fundeb, o principal mecanismo de financiamento da educação, já esteve no centro da polêmica discussão de onde tirar recursos para bancar o Renda Cidadã, ou Renda Brasil, programa social pensado para substituir o Bolsa Família. Em setembro, o governo anunciou que usaria dinheiro do Fundeb e de precatórios - valores devidos a pessoas físicas ou jurídicas após sentença definitiva na Justiça - para tirar o programa do papel.

A proposta de usar Fundeb e precatórios foi duramente criticada. Parlamentares, educadores, organizações da sociedade civil ligadas à defesa da renda básica e da educação e até mesmo aliados do governo reagiram mal à proposta.

Nos últimos meses, o governo vem se debatendo para criar um novo programa social para substituir o Bolsa Família e abarcar parte dos atuais beneficiários do auxílio emergencial, criado para ajudar trabalhadores informais afetados pela crise da pandemia do coronavírus.

Nesta semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu que o governo pode acabar retomando apenas o Bolsa Família no ano que vem se não apresentar proposta fiscalmente sólida para a criação de um novo programa social.

Os deputados Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES) e o senador Alessandro Vieira (Cidadania-ES) enviaram carta ao presidente da República, Jair Bolsonaro, sugerindo uma série de medidas anticíclicas de transferência direta de renda como forma de combater a crise decorrente da pandemia do coronavírus (Covid-19). Os parlamentares integram grupo que propôs a Agenda para o Desenvolvimento Social da Câmara dos Deputados.

“É necessário garantir o mínimo, especialmente para aqueles que mais precisam. Tais medidas, além de fornecerem recursos suficientes para compra de alimentos e outros itens de sobrevivência, serão uma injeção direta no consumo, impactando positivamente o PIB”, argumentam. Para eles, as medidas podem ajudar a evitar que a recessão de transforme em depressão econômica.

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A carta foi enviada também aos ministros da Economia, Paulo Guedes; da Cidadania, Onyx Lorenzoni; e da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

Voucher de R$ 300

Reconhecendo as “medidas importantes” já tomadas pelo governo, o grupo pede a ampliação do benefício extraordinário já anunciado para o trabalhador informal. Eles propõem um voucher no valor de R$ 300 para 18 milhões de famílias que não estão recebendo BPC (Benefício da Prestação Continuada) ou Bolsa Família durante quatro meses, prorrogáveis caso a emergência persista.

O valor seria sacado na Caixa Econômica Federal, lotéricas e Correios. O impacto estimado sobre o Orçamento é de aproximadamente R$ 21,6 bilhões.

Benefício extra

Além disso, sugerem a  criação do chamado Benefício Extraordinário Universal, no valor de R$ 500 por família, para quem está no Cadastro Único do governo e não tiver optado por receber o benefício extraordinário para o trabalhador informal.

O valor seria recebido durante quatro meses e, no período, o Bolsa Família seria suspendido.

Além de integrantes do Cadastro Único, o novo benefício abrangeria também outras pessoas de baixa renda, com renda domiciliar per capita de até meio salário mínimo.

A previsão é que o benefício abrangeria aproximadamente 9 milhões de famílias, com impacto de R$ 34,12 bilhões.

Linhas de crédito

O grupo propõe ainda a criação de linha de crédito subsidiada para microempreendedores individuais e microempresas cadastrados na primeira e na segunda faixa do Simples Nacional , ou seja, com faturamento anual até R$ 360 mil.

O alcance estimado é de 9,8 milhões de microempreendedores individuais e 6,6 milhões de microempresas. A ideia é conceder, por meio de bancos públicos, linhas de crédito de capital de giro com carência de no mínimo 4 meses para o pagamento da primeira parcela, com juros a fundo perdido nos primeiros 4 meses de carência.

Recursos

Na visão do grupo, as ações mais emergenciais devem ser tomadas com a utilização, por parte do Poder Executivo, do montante de recursos cuja execução encontra-se atualmente engessada na forma de emendas de relator.

“Esse movimento já foi realizado em parte pela destinação de R$ 5 bilhões para o enfrentamento do coronavírus, conforme a MP 924/20”, destacam. “Fomos favoráveis à manutenção do Veto 52, que permitiu a manutenção deste recurso para uso discricionário do Executivo, e acreditamos que este momento justifique sua total utilização para mitigação dos efeitos do Covid-19”, complementam.

Para os parlamentares, ainda que o Congresso Nacional possa e deva discutir essas medidas, “o Poder Executivo dispõe de instrumentos mais adequados para agir rapidamente neste momento de crise, como medidas provisórias”.

Álcool em gel

Outra medida proposta, pelo grupo, é diminuir temporariamente requisitos exigidos para a concessão de licença para a produção de álcool gel e similares. “Trata-se de medida simples e com imediata produção de efeitos positivos para a população de todo o País, evitando-se o desabastecimento e o aumento desarrazoado dos valores cobrados durante a pandemia", afirmam.

Eles sugerem que isso seja feito por meio de resolução, portaria ou instrumento semelhante emitido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), dispensando temporariamente requisitos que não influem direta e substancialmente na segurança dos produtos.

*Da Agência Câmara de Notícias

Após uma eleição marcada pela renovação de 52% da Câmara, pelas críticas à "velha política" e pela força das redes sociais, o número de deputados com menos de 30 anos segue baixo: hoje eles são 14 dos 513 parlamentares e representam 2,7% do total. O número ficou estável nas últimas legislaturas.

A parcela da população que tem entre 20 e 29 anos, no entanto, é de 16,5%, aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da baixa presença, algumas práticas inovadoras adotadas pelos jovens parlamentares têm sido notadas: gabinetes compartilhados e projetos em conjunto. Para analistas, a presença de jovens é positiva ao contribuir para a diversidade do Parlamento, possibilitar inovações nas práticas parlamentares e "oxigenar" o sistema. No Brasil, a idade mínima para ser eleito deputado é 21 anos.

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"Se uma parcela da população tem sub-representação, qualquer matéria que impacta esse grupo não será tão bem discutida", avaliou o deputado Felipe Rigoni (PSB-ES), de 28 anos. "Porque quem vive a situação não está discutindo", disse ele, que é o primeiro deputado federal cego.

"Era fundamental que a gente tivesse mais mulheres, jovens, negros porque a sociedade tem mais destes grupos que aqui não tem. Isso faz falta", concorda o deputado João Campos (PSB-PE), de 26 anos, filho do ex-governador Eduardo Campos.

Mais jovem deputado, Kim Kataguiri (DEM-SP), 23 anos - relator do projeto que prevê mudanças na lei de licenciamento ambiental - não associa a idade a virtudes ou vícios. "Não acho que seja necessariamente ruim (a baixa presença de jovens). Você pode ser excelente político com muita idade e péssimo político com pouca idade", afirmou.

A maior parte dos jovens da Câmara possui características em comum: presença nas redes sociais, participação em movimentos de renovação política e o fato de terem nascido em uma "geração conectada". Inteligência artificial, segurança digital, economia do conhecimento e digitalização de serviços públicos foram assuntos tratados por eles nestes primeiros meses de mandato. Eles também se auxiliam e dizem ter uma boa relação e propostas em comum.

Um dos projetos, por exemplo, é feito em conjunto por Luisa Canziani (PTB-PR) e João Campos, e trata da prestação digital de serviços na administração pública. Outro, de autoria de Tabata Amaral (PDT-SP), 25 anos, Rigoni e outros parlamentares, prevê mudanças na Lei dos Partidos para assegurar mais democracia interna e transparência dentro das siglas.

Rigoni, Tabata e o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), de 44 anos, - todos em primeiro mandato - organizaram um gabinete compartilhado para dividir despesas de funcionários especializados em temas técnicos. Rigoni e Tabata também fizeram processos seletivos para contratar funcionários de gabinete - algo pouco comum, já que são cargos de livre indicação. Cada deputado tem direito a 25 empregados.

"A importância de ter jovens é mudar um pouco a perspectiva do debate, trazer discussões como modelos de ensino novos, educação com inovação, revolução 4.0", diz a deputada Luísa Canziani (PTB-PR), de 23 anos, que preside a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher.

"Se o jovem peca pela falta de experiência, ele impõe, por outro lado, uma exigência de mudança", disse o cientista político Carlos Melo, do Insper. O pesquisador Vitor Oliveira, da USP, foi no mesmo sentido: "A renovação é positiva, traz qualidade de representatividade e novas práticas políticas". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Sete parlamentares anunciaram em entrevista coletiva, nesta terça-feira (15), que vão entrar com processo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para garantir o direito sobre seus mandatos parlamentares.

Os deputados Tabata Amaral (SP)Gil Cutrim (MA) e Marlon Santos (RS), do PDT, e Flávio Gomes (SP)Rodrigo Coelho (SC)Felipe Rigoni (ES) e Jefferson Campos (SP), do PSB, votaram a favor da reforma da Previdência, contrariando a orientação dos partidos. Eles reclamam de falta de diálogo e acusam as legendas de perseguição, ao terem sido excluídos de comissões e terem sido suspensos.

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Tabata Amaral reclamou que o PDT fechou questão antes mesmo de conhecer o texto que seria votado e que puniu os deputados sem ouvi-los. “Passados três meses - sendo que o prazo para o julgamento do caso era de dois meses - a gente recebeu uma carta pedindo uma nova defesa. A gente quer poder voltar a trabalhar”, disse ela, cujo mandato continua suspenso.

Marlon Santos afirmou que o partido "tem um dono". “Vivemos uma situação autocrática, burra do ponto de vista moderno e difícil de engolir.”

A intenção dos deputados com o processo no TSE é garantir direito aos mandatos mesmo se mudarem de legenda.

* Da Redação - AC

Os deputados federais Felipe Rigoni (PSB-ES) e Pedro Paulo (DEM-RJ) buscaram hoje (11) apoio do governo para aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 438/18, que limita o crescimento de despesas obrigatórias, regulamenta a regra de ouro e institui um plano de revisão de despesas da União. A PEC cria gatilhos para ajustar as contas públicas, como a redução de salários de servidores e consequente menor carga horária de trabalho. Os deputados reuniram-se com o ministro da Economia, Paulo Guedes, técnicos do ministério e da Câmara dos Deputados, em Brasília.

A regra de ouro determina que o governo não pode endividar-se para financiar gastos correntes (como a manutenção da máquina pública), apenas para despesas de capital (como investimento e amortização da dívida pública) ou para refinanciar a dívida pública.

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De autoria do deputado Pedro Paulo, a PEC recebeu parecer favorável do deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), no último dia 5, e entraria em votação na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) nesta quarta-feira, mas foi retirada de manhã da pauta. Após passar pela CCJ, a proposta tem que ser analisada por uma comissão especial para seguir a tramitação. A expectativa é que Felipe Rigoni seja o relator da proposta na comissão especial.

“A vinda nossa é justamente para explicar um pouco mais dos mecanismos que existem na PEC. O ministro está absolutamente convencido – foi essa a impressão que ele passou para a gente – dos efeitos positivos da PEC, da necessidade, da urgência dela. A essência da PEC é atacar o problema da despesa obrigatória”, disse Pedro Paulo.

Segundo o deputado, os estudos para elaboração da PEC foram iniciados em 2017 com a criação de regras para o caso de “estouro” da regra de ouro. “Hoje, se a gente aprovar a PEC, os gatilhos são acionados imediatamente porque a regra de ouro já estourou. O que eu alertei ao ministro é que, daqui a pouco, vamos estar discutindo estouro da dívida. O que a gente fez com o PLN 4 [aprovação pelo Congresso de projeto de lei que concede ao Executivo autorização para quitar, por meio de operações de crédito, despesas correntes de R$ 248,9 bilhões] foi dar uma autorização ao governo para aumentar endividamento público. Ano que vem vão ser R$ 360 bilhões”, disse.

Rigoni lembrou que atualmente, na tramitação da projeto de lei orçamentária, o Parlamento só discute 4% da destinação do total de despesas, porque 96% são obrigatórios. “Por isso,  para o ano  que vem,  há  somente R$ 9,4 bilhões  de investimentos. Essa  PEC tem potencial máximo de liberar até R$ 100 bilhões por ano de despesa discricionária para que o governo gaste em saúde, educação e infraestrutura, o que não está podendo fazer por conta das despesas obrigatórias. A gente tem o potencial de aumentar a capacidade do governo e do parlamento de investir em coisas que de fato vão afetar a vida no dia do cidadão”, acrescentou o deputado.

Para Pedro Paulo, se a PEC for aprovada, em dois ou três anos, as contas públicas poderão voltar ao equilíbrio, e a regra de ouro será cumprida, sem necessidade de crédito sumplementar.

Os deputados argumentaram ainda que a PEC não flexibiliza o teto dos gastos públicos e não impede o governo de enviar ao Congresso Nacional proposta de pacto federativo, ideia do ministro da Economia, Paulo Guedes, para permitir aos políticos definir o que fazer com os recursos do Orçamento, sem engessamentos.

Gatilhos

Segundo Rigoni, o gatilho de maior impacto previsto na PEC é a desvinculação de recursos de fundos quando houver sobras de recursos. Ele afirmou que serão considerados na PEC cerca de 280 fundos, como o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) e Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização (Fundaf).

Outros gatilhos são: suspensão do repasse de recursos do Programa de Integração Social e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep) para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); possibilidade de redução de carga horária de servidores e empregados públicos com adequação proporcional dos vencimentos; possibilidade de demissão de servidores efetivos não estáveis e obrigação de redução dos ocupantes de cargo em comissão; redução de pelo menos 20% das despesas com publicidade e propaganda; envio obrigatório de projetos de lei pelo Poder Executivo prevendo a redução de 10% dos benefícios de natureza tributária dos quais decorram renúncias de receitas existentes no ano anterior e venda de ativos do Poder Público, incluindo a possibilidade de cessão onerosa de direitos originários de créditos tributários e não tributários inscritos em Dívida Ativa; cobrança de contribuição previdenciária suplementar de 3 pontos percentuais, por 12 meses, dos servidores ativos e inativos pensionistas, e militares da ativa e da reserva; destinação ao pagamento do serviço da Dívida Pública do saldo positivo de recursos vinculados, apurado nos orçamentos fiscal e da seguridade social da União, com exceção dos correspondentes à repartição de receitas com os demais entes da Federação e ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT); e redução dos repasses de recursos ao Sistema S, via redução da contribuição sobre folha de salários, bem como das contribuições econômicas destinadas às entidades.

Sobre a redução de salário de servidores, Pedro Paulo disse que o objetivo é evitar demissões. “A redução da jornada é feita para preservar empregos. É temporária”, disse, argumentando que com as contas públicas ajustadas, a redução de jornada e salário é revertida.

Regra de ouro

Nos últimos anos, os sucessivos déficits fiscais têm posto em risco o cumprimento da regra de ouro, o que tem levado o Tesouro a buscar fontes de recursos para ter dinheiro em caixa e reduzir a necessidade de emissão de títulos públicos.

Apesar da busca de mecanismos alternativos para reverter a queda da receita, como a devolução de títulos públicos por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Orçamento deste ano apontou insuficiência de R$ 248,9 bilhões para cumprir a regra de ouro. Nesse caso, o governo teria de conseguir uma autorização do Congresso Nacional para emitir títulos da dívida pública para financiar os gastos correntes dos cinco programas citados pelo secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues.

Por causa do lucro recorde do Banco Central no primeiro semestre do ano passado, a insuficiência de recursos projetada para este ano caiu para R$ 146,7 bilhões. Depois de negociações com o Congresso, o governo conseguiu aprovar o crédito suplementar com o valor original, sob a condição de reverter parte de cortes orçamentários decretados recentemente e derrubar quatro vetos presidenciais.

 

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