Tópicos | fiscal

O secretário de Tesouro Nacional, Arno Augustin, afirmou nesta segunda-feira que os investimentos continuam a registrar crescimento importante no ano. Ele destacou que os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) somaram R$ 24,3 bilhões em 2012 até setembro, contra R$ 18 bilhões no ano passado, um crescimento de 35% no período.

O secretário disse que o resultado têm sido impactado pelas receitas, que são consequência da taxa de crescimento da economia. Porém, destacou que o governo estima uma recuperação ainda nos meses subsequentes de 2012.

##RECOMENDA##

Augustin disse que o governo mantém o objetivo de atingir a meta cheia do superávit primário para este ano. Segundo ele, os últimos dois meses não tiveram resultados fortes, mas ele espera resultados "bem fortes" nos meses de outubro e dezembro. "Outubro e dezembro são meses de primário bem altos", afirmou. "Outubro será bem significativo", acrescentou ressaltando que as receitas costumam ser maiores em outubro. O secretário admitiu, no entanto, que Estados e municípios não conseguirão cumprir a meta prevista para 2012.

O secretário disse ainda que o governo avalia permanentemente receitas e despesas e mantêm a programação do decreto que estabelece o cumprimento do superávit primário. Segundo ele, porém, não é tarefa simples fixar o mês em que a receita vai se recuperar. "Ao optar pelo crescimento da economia, estamos dizendo que medidas de desoneração são necessárias", reiterou.

Nesta segunda-feira o Tesouro Nacional divulgou que o Governo Central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência) teve um superávit primário de R$ 1,256 bilhão em setembro, o que significa uma queda de 21,5% em relação ao resultado de agosto.

Dividendos

O secretário do Tesouro Nacional disse que a política do governo de usar dividendos para aumentar as receitas é adotada em anos de crise, quando a receita tende a cair. "Fizemos isso em 2012 e vamos continuar a fazer", afirmou.

Augustin disse que o governo recebeu em dividendos neste mês R$ 415 milhões do Banco do Brasil; R$ 1,5 bilhão da Caixa Econômica Federal; R$ 1,259 bilhão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); R$ 400 milhões dos Correios e R$ 27 milhões das demais estatais.

O secretário disse que o governo acredita que os bancos públicos possuem um papel importante na recuperação da crise. "Se a empresa teve lucro pode e deve distribuir dividendos", afirmou. "Não tem nenhuma consistência técnica dizer que a gente não pode fazer isso."

Augustin salientou também que o governo não fez, nem fará nenhuma alteração da política de dividendos de empresas estatais que possuem ações em bolsa - caso do Banco do Brasil. Mas que nos casos da Caixa e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que pertencem exclusivamente à União, a situação é diferente. "Quando a economia e a receita estão maiores, não precisamos trazer dividendos. Mas, em anos mais difíceis, fazemos isso."

São Paulo, 24 - O ex-secretário da Receita Federal Everardo Maciel fez nesta sexta-feira duras críticas à adoção e às prorrogações de medidas de desoneração fiscal pelo governo, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos e produtos da linha branca. "A prorrogação de medidas de desoneração fiscal é inadministrável", disse Maciel à Agência Estado, após seminário em São Paulo. "Essa insegurança na alíquota do IPI afeta dramaticamente o mercado e produz uma insegurança enorme, em função estritamente de uma preocupação com as metas e com o PIB."

Na avaliação de Maciel, o governo precisa adotar uma política de medidas tributárias estáveis, mesmo que não haja a desoneração para incentivar o consumo. "Tem de ter regras mais estáveis para que haja ou não uma redução permanente. Regras instáveis só em circunstâncias especialíssimas", afirmou o ex-secretário da Receita Federal.

##RECOMENDA##

Como exemplo de insegurança, Maciel citou o recente pacote de incentivos do governo federal ao setor automotivo, que contou com a redução do IPI e do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O pacote, anunciado em maio, deve terminar daqui a uma semana, no dia 31 de agosto, mas pode ser prorrogado. "Você compraria um carro quando a alíquota do IPI subisse ou aguardaria que ela caísse?", indagou. "Ninguém sabe o que deve ser feito. Nem os quem têm (para vender) nem os que compram. O mercado de carros usados está parado", ressaltou.

Maciel salientou ainda que a renúncia fiscal do IPI não necessariamente significa uma queda na arrecadação do Tesouro. "Quando se fala em uma renúncia de IPI, nem sempre pode significar perda de receita porque pode aumentar a arrecadação, por exemplo, da Cofins. Por isso, não dá para fazer uma avaliação geral", afirmou o ex-secretário, que participou do seminário "Modelo Fiscal Brasileiro e seu Impacto Sobre as Iniciativas Empreendedoras".

Durante o evento, Maciel afirmou que a redução da carga tributária seria uma medida simples, mas que os impactos na receita e, consequentemente, nas despesas do governo impedem que ela seja adotada. Outro ponto sensível no sistema tributário é a guerra fiscal entre os Estados, que ocorre, na avaliação dele, em razão do modelo federativo do País.

Um entrave a uma reforma tributária, de acordo com Maciel, é a falta de consenso entre os tributaristas sobre a "qualidade" do próprio sistema. "Se colocarmos dez tributaristas discutindo, teremos 11 soluções para o tema. É uma guerra intelectual ferocíssima, cada um como uma visão", observou.

Brasília – O Ministério da Fazenda discute a inclusão dos smartphones na Lei do Bem (Lei nº 11.196), que dá isenções fiscais a projetos de inovação tecnológica. O objetivo é dar o mesmo benefício que já é concedido aos computadores pessoais e que passou a ser dado no ano passado aos tablets (computadores móveis em forma de prancheta e sem teclado).

Segundo o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, a isenção aos smartphones poderá baixar o custo dos telefones celulares que possibilitam o acesso à internet, já que a procura por esse tipo de aparelho só vem crescendo no país. “É uma demanda enorme, as pessoas querem ter a facilidade de andar com um brinquedinho desses, que conecta em qualquer lugar”, disse o ministro à Agência Brasil.

No ano passado, o número de acessos à banda larga móvel, que inclui smartphones e modems, cresceu 99%, com 20,5 milhões de novos acessos, segundo dados da Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil).

Segundo Bernardo, o Ministério da Fazenda recebeu bem a proposta.  “O problema da Fazenda é a questão fiscal. Estamos com um monte de pedidos lá, e eles têm que acomodar no tamanho do ajuste fiscal. Mas acho que não vai ter problema”, avaliou.

Outra demanda da área de comunicações no Ministério da Fazenda é a proposta do Regime Especial de Tributação do Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), que estabelece a desoneração de impostos para equipamentos e obras necessárias à implantação de redes de banda larga, que está em discussão desde setembro do ano passado. A expectativa do ministro é que a equipe econômica decida a questão até março.

“Nós vamos cobrar, as empresas vão ter que fazer investimentos por conta da banda larga popular, da nova lei de TV por assinatura, da telefonia 4G, da internet rural. Tudo isso vai demandar muitos investimentos, por isso é bom para nós se der certo esse incentivo porque ajuda e empurra”, disse Bernardo. As isenções para o PNBL devem resultar em uma renúncia fiscal por parte do governo federal de R$ 6 bilhões até 2016.

Edição: Graça Adjuto

O governo conseguiu com folga de R$ 810 milhões cumprir a meta de superávit primário das contas do setor público. O Banco Central (BC) informou hoje que o setor público registrou um superávit primário de R$ 128,710 bilhões em 2011. O esforço fiscal foi equivalente a 3,11% do Produto Interno Bruto (PIB). A meta prevista para o ano passado era de R$ 127,9 bilhões.

Enquanto as contas do governo central registraram superávit primário de R$ 93,035 bilhões, as contas dos governos regionais (Estados e municípios) registraram uma economia de R$ 32,963 bilhões. Já as empresas estatais apresentaram superávit primário de R$ 2,712 bilhões.

##RECOMENDA##

A meta em 2012 foi ampliada em R$ 10 bilhões pela equipe econômica para ajudar na política do BC de combate à inflação, o que o governo vem chamando de novo mix de política fiscal e monetária.

A dívida líquida do setor público encerrou o ano de 2011 equivalente a 36,5% do PIB, porcentual que corresponde a R$ 1,508 trilhão. Em relação a novembro, o indicador apresentou ligeira melhora em dezembro, já que, naquele mês, o número estava em 36,6% do PIB. Em dezembro de 2010, o patamar era de 39,1%.

Segundo o BC, o indicador caiu 2,7 pontos porcentuais no ano, especialmente pelo resultado primário de 2011, que contribuiu com a queda de 3,1 pontos, e a desvalorização cambial de 12,6% verificada no ano passado, que ajudou com a redução de 1,6 ponto. Por outro lado, a queda foi parcialmente diminuída pela apropriação dos números nominais da dívida, que teve como efeito como efeito o aumento do indicador em 5,7%.

Os chefes de governo dos 17 países da zona do euro chegaram a um acordo sobre uma "união fiscal", disse a chanceler alemã Angela Merkel, nas primeiras horas desta sexta-feira.

"Nós vamos alcançar a nova união fiscal. Teremos o euro dentro de uma união estável", disse ela à saída de uma reunião entre os líderes da União Europeia. "Teremos regulamentos mais fortes para os déficits orçamentários para os membros da zona do euro".

##RECOMENDA##

A chanceler disse ainda que o acordo alcançado entre os 17 países está aberto a outras nações que desejarem participar. Segundo ela, alguns outros países já analisam esta possibilidade.

O presidente do Banco Central Europeu (EBC, na sigla em inglês), Mario Draghi, afirmou que, apesar de o acordo indicar uma boa base para um pacto fiscal na região, "vários pontos ainda deverão ser aprofundados nos próximos dias". As informações são da Dow Jones.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando