Uma das lendas do automobilismo brasileiro, Emerson Fittipaldi está tentando se recuperar financeiramente. O bicampeão mundial de Fórmula 1 afirma que vai saldar suas dívidas no futuro e avisa que seu endividamento é menor do que inicialmente divulgado por um canal de televisão, criticado pelo ex-piloto. "Não é um canal sério. Não é gente séria."
"Graças a Deus estou me recuperando. Infelizmente foi criado um teatro por um canal de televisão que procura audiência a qualquer preço, a qualquer custo", afirmou Fittipaldi, em breve entrevista que contou com a presença do Estado, no Autódromo de Interlagos.
##RECOMENDA##O dono de duas vitórias na tradicional 500 Milhas de Indianápolis se refere à reportagem veiculada pela TV Record em março do ano passado. Na matéria, o canal afirma que o ex-piloto acumula dívidas avaliadas em R$ 27 milhões.
Fittipaldi, contudo, nega que os valores alcancem esta cifra. "Aquilo que se viu na televisão não é verdade, não é a realidade do que estava acontecendo. É a procura a qualquer custo de audiência contra um canal que é grande e a gente já conhece", criticou o campeão da Fórmula Indy em 1989, que acionou judicialmente a TV Record.
Ele não revela os valores corretos das suas dívidas, mas garante que está negociando para liquidar todas as pendências. "Estamos acertando [os pagamentos] na medida do possível. Se Deus quiser, vamos liquidar tudo", declarou o ex-piloto de 70 anos.
No mesmo mês de março em que a reportagem foi veiculada na TV, a Justiça decidiu tomar os carros, troféus e até contratos publicitários do ex-piloto. Fittipaldi já foi dono de dez empresas em São Paulo, porém, muitas delas já estão falidas e com pendências de pagamento por prestações de serviço.
No início de abril do ano passado, oficiais de Justiça estiveram no escritório do piloto na Avenida Rebouças, em São Paulo, e levaram uma série de bens do piloto. Entre eles, o carro número 20 da Penske, com qual Emerson foi campeão das 500 milhas da Indy em 1989, e até o Copersucar, único carro brasileiro da história da F-1.
Na época, o ex-piloto relacionou as dificuldades financeiras ao contexto econômico do País. "O volume de seus débitos, inferior a seu patrimônio, é resultado de um cenário financeiro e político instável que o Brasil inteiro enfrenta. Como todo brasileiro, Emerson Fittipaldi acredita que vai resolver esta questão com seu trabalho. Ele tem confiança no futuro do panorama econômico do país e na saúde financeira de suas empresas", informara a assessoria de Fittipaldi.