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Um foguete russo Soyuz colocou em órbita dois satélites na noite desta segunda-feira (25), um de observação da Terra e outro de física fundamental, informou a empresa Arianespace. O comunicado foi divulgado horas após o lançamento do foguete Soyuz do centro espacial de Kurdo, na Guiana Francesa

O voo Soyuz VS14 - o primeiro de 2016 - colocou em órbita o satélite Sentinel-1B, do programa Copernicus da Comissão Europeia, que visa obter informação operacional sobre terras submersas, oceanos e a atmosfera terrestre com o objetivo de "determinar as políticas em matéria de meio ambiente e segurança", informou a Arianespace.

Com o Copernicus, "em menos de seis dias qualquer ponto da Terra" pode ser localizado, destacou a Arianespace. O Sentinel-1B é o terceiro satélite lançado para o programa Copernicus, após o Sentinel-1A, em abril de 2014, e o Sentinel-2A, em junho de 2015.

O Soyuz também colocou em órbita o satélite Microscope (micro-satélite de resistência aerodinâmica compensada para a observação do princípio de equivalência), encarregado de comprovar, com uma precisão 100 vezes maior que na Terra, o princípio da equivalência entre massa inercial e massa gravitacional descrito por Albert Einstein.

O Soyuz também colocou em órbita três "Cube-Sats", nano-satélites em forma de cubo criados por estudantes europeus com base no programa "Fly Your Satellite", da agência espacial europeia, cujo objetivo é promover os talentos científicos.

Um foguete russo Proton-M que transportava três satélites do sistema de localização Glonass explodiu nesta terça-feira, pouco depois do lançamento, da base de Baikonur, no Cazaquistão, e provocou uma grande nuvem tóxica.

O foguete, cujo lançamento foi transmitido ao vivo pela Agência Espacial russa (Roskosmos) e pela rede de televisão pública Rossia 24, mudou de trajetória 16 segundos após o lançamento, às 02h38 GMT, porque "seus motores deixaram de funcionar", segundo um comunicado da Roskosmos. O foguete explodiu quase imediatamente, caindo a 2,5 km do local de lançamento, segundo a mesma fonte.

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De acordo com uma fonte do cosmódromo citada pela agência Interfax, foi formada uma cratera de entre 150 e 200 metros de diâmetro no local onde o foguete caiu. "Parece que este lançamento terminará em catástrofe", comentou o apresentador do Rossia 24, pouco antes de o foguete explodir.

"Segundo as primeiras informações, o acidente não deixou vítimas ou danos", ressaltou a Roskosmos. No entanto, "provocou um vazamento de combustível", indicou a agência espacial do Cazaquistão (Kazkosmos).

O lançador transportava 600 toneladas de combustível, segundo o chefe da Kazkosmos, Talgat Musabaiev, citado pela Interfax, que provocaram "uma nuvem de fumaça provocada pela combustão". Funcionários cazaques indicaram que a fumaça poderia ser um risco para a população local.

Os moradores de várias cidades nos arredores do cosmódromo receberam instruções de permanecer em suas casas e de não abrir as janelas, indicou à AFP uma porta-voz do ministério cazaque de Situações de Urgência, Kristina Mokhamed.

Alguns funcionários da base de Baikonur foram retirados devido a esta "nuvem tóxica", afirmou uma fonte do cosmódromo, citada pela Interfax. O diretor do centro Khrunitchev, que projetou os foguetes Proton, minimizou os riscos de contaminação tóxica provocada por este acidente.

"Chovia quando a explosão ocorreu. Isso vai reduzir consideravelmente a zona de contaminação. Atualmente (...) a nuvem quase se dispersou", disse Alexandre Seliverstov, que assistiu ao lançamento em Baikonur, segundo a agência pública russa Ria Novosti.

Uma comissão especial liderada pelo chefe da Roskosmos, Alexandre Lopatin, foi criada para investigar o acidente. O porta-voz do Kremlin indicou que o presidente Vladimir Putin foi informado do acidente, mas que era muito cedo para tirar conclusões. O ministro cazaque de Situações de Urgência, Vladimir Bojko, declarou em um conselho de ministros que, segundo as primeiras informações, o acidente foi provocado por problemas em um motor do foguete.

Nos últimos anos, a Rússia registrou vários problemas nos lançamentos de satélites e de veículos de transporte para a Estação Espacial Internacional (ISS). Em dezembro de 2010, três satélites Glonass lançados com um foguete Proton caíram no Pacífico em consequência do excesso de combustível no lançador. O Glonass é um sistema de localização que pretende competir com o GPS americano e com o futuro sistema europeu Galileo.

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