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Os insurgentes do Taleban, no Afeganistão, anunciaram neste sábado o início de sua "ofensiva de primavera" anual contra o governo apoiado pelos Estados Unidos, prometendo uma série de ataques em todo o país à medida que as tropas estrangeiras se retiram. Os extremistas islâmicos disseram que vários atentados suicidas, "ataques internos" por soldados afegãos e "táticas militares especiais" teriam como alvo bases aéreas internacionais e edifícios diplomáticos, para provocar o máximo de baixas.

Eles advertiram os afegãos trabalhando para regime que eles chamam de "fantoche", comandado pelo presidente Hamid Karzai, a se distanciarem do governo para evitar ser apanhado na violência prometida, e pediu aos jovens para não se juntarem à polícia ou ao exército.

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A "temporada de combate" deste ano é visto como crucial para o futuro do Afeganistão à medida que as forças de segurança, muito criticadas, precisam se colocar contra os rebeldes que lutam contra o governo de Cabul desde 2001 em meio à saída das tropas da Otan do país.

As operações de combate da Otan devem terminar no próximo ano, mas os comandantes da coalizão dizem que o exército e a polícia local fizeram progressos suficientes para garantir a segurança e manter o Taleban sob controle.

A temporada de combate do Afeganistão tradicionalmente começa em abril ou maio, quando a neve se afasta das montanhas. Nos últimos anos, o Taleban marcou a ocasião com uma declaração pública de sua intenção de derrubar Karzai. A última declaração dos insurgentes comemorou o início da retirada da Otan, dizendo que "o inimigo, com todo o seu poderio militar, foi dominado e, finalmente, forçado a fugir de suas bases militares." A ofensiva deste ano, segundo a declaração, começaria no domingo "em uníssono em todo o país (...) contra os invasores e seus apoiadores degenerados".

Na semana passada, um estudo realizado pela ONG afegã Safety Office (Gabinete de Segurança) relatou que os ataques dos talebans e de outros insurgentes aumentaram 47% entre janeiro e março, em comparação com o mesmo período do ano passado.

A Organizações das Nações Unidas (ONU), em relatório, também reportou um aumento de quase 30% nas mortes de civis no primeiro trimestre, em comparação com o mesmo período do ano passado, com 475 civis mortos e 872 feridos.

Mas a Otan insiste que a guerra está sendo ganha, com o general norte-americano, Joseph Dunford, chefe da Força Internacional de Assistência à Segurança (ISAF), dizendo que houve um avanço "indiscutível" para o objetivo de uma nação estável.

Dawlat Waziri, porta-voz do ministério da Defesa, disse à AFP que as forças afegãs está prontas para lidar sozinhas com os rebeldes. "O Taleban não é capaz de lutar frente a frente, então eles se apoiam fortemente em ataques à bomba e em ações suicidas, causando sofrimento à população civil", acrescentou. As informações são da Dow Jones.

O ministro da Defesa do Afeganistão, Abdul Rahim Wardak, renunciou ao cargo nesta terça-feira, alguns dias após receber um voto de não confiança do Parlamento do país. Wardak era um dos integrantes do gabinete de ministros do presidente Hamid Karzai que tinham a confiança dos Estados Unidos. A queda de Wardak deixa um ministério chave do Afeganistão sem comando, no momento em que as tropas afegãs começam a se preparar para ocupar os postos que serão deixados pelas forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) até o final de 2014.

Em outros incidentes, um caminhão-bomba atingiu o portão de uma base da Otan no leste do Afeganistão, feriando seriamente várias pessoas. Uma bomba explodiu em uma rua, matando nove civis que subiam em um ônibus perto de Cabul. A Otan também informou que três dos seus soldados foram mortos em combates no sul e leste do Afeganistão, regiões onde os militantes se fortaleceram.

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Wardak, que serviu ao governo afegão durante mais quatro décadas de guerras e conflitos que devastaram o país, agradeceu Karzai por tê-lo escolhido para o cargo e para liderar a reconstrução do exército afegão, que cresceu de 50 mil soldados para uma força de 195 mil militares, mas continua infestada pela corrupção e falta de profissionalismo. Os parlamentares aprovaram o voto de não confiança contra Wardak e contra o ministro do Interior, Bismullah Khan Mohammadi, após considerarem que ambos tiveram uma resposta muito fraca contra os ataques através da fronteira que os afegãos dizem ser feitos por militares do Paquistão.

As informações são da Associated Press.

O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, afirmou que a ofensiva da milícia talibã expôs as falhas do serviço de inteligência, especialmente da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Mesmo assim, Karzai garantiu que as forças de segurança nacional foram capazes de defender e garantir a segurança do país.

Cerca de 51 pessoas morreram nos ataques de domingo, entre elas, quatro civis. Após os confrontos, começaram as buscas pelos responsáveis - os líderes dos talibãs. Foram 18 horas de tiroteios, explosões e disparos de foguetes. A capital Cabul foi a mais atingida, mas houve conflitos em outras três cidades.

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Os principais alvos foram as Embaixadas americana, britânica, um hotel, um quartel general da Otan e o Parlamento afegão.

O serviço secreto do Afeganistão admitiu ter sido surpreendido, mesmo com o aviso dos talibãs de que uma série de ataques estavam próximos. O grupo disse que era apenas o início da ofensiva.

Os Estados Unidos chamaram de "covardes" os ataques e o Reino Unido pediu a punição dos responsáveis.

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