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Os países que formam a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se comprometeram, nesta terça-feira (28), a manter o apoio militar à Ucrânia, apesar das dúvidas sobre a posição dos Estados Unidos.

O temor generalizado na Otan é de que uma diminuição da ajuda militar à Ucrânia acabe por forçar Kiev a estabelecer algum tipo de acordo com a Rússia para pôr fim ao conflito que eclodiu em fevereiro do ano passado.

"Vamos reafirmar o nosso apoio à Ucrânia, que continua enfrentando a guerra de agressão por parte da Rússia", disse o secretário de Estado americano, Antony Blinken, durante uma reunião com ministros das Relações Exteriores desta aliança militar.

Até o momento, os Estados Unidos forneceram 40 bilhões de dólares (quase 196 bilhões de reais na cotação atual) em ajuda à segurança ucraniana, embora a oposição republicana em Washington, relutante em continuar a financiar a ex-república soviética, tenha levantado dúvidas sobre a continuidade desse apoio.

Nesta terça-feira, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, expressou sua confiança de que os EUA continuarão fornecendo suporte militar a Kiev.

"Tenho confiança de que os Estados Unidos seguirão proporcionando apoio porque é do interesse da segurança dos Estados Unidos fazê-lo", disse ele antes de se juntar à reunião na sede da Otan em Bruxelas.

Stoltenberg destacou as promessas de ajuda da Alemanha e dos Países Baixos de cerca de 10 bilhões de euros (11 bilhões de dólares ou 53,5 bilhões de reais) como prova de que a organização permanece firme em sua posição.

"Embora a linha de frente [na Ucrânia] não tenha se movido muito, os ucranianos conseguiram infligir enormes baixas às forças russas", disse o secretário-geral na segunda-feira.

A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, afirmou nesta terça-feira que a questão de manter o apoio à Ucrânia não se trata de discutir se esse país "ainda pode fazer progresso militar, mas de salvar vidas".

Já a chanceler francesa, Catherine Colonna, analisou que a Ucrânia enfrenta alguns dos bombardeios mais pesados desde o início da invasão russa.

O chefe da diplomacia da Letônia, Kristjanis Karins, afirmou, por sua vez, que Kiev precisava de mais "mísseis de longo alcance para reduzir as capacidades logísticas da Rússia".

Para Melanie Joly, chefe da diplomacia do Canadá, a Ucrânia não deveria mudar sua estratégia na guerra. "Temos uma boa estratégia, mas precisamos implementá-la", comentou.

O chanceler ucraniano, Dmytro Kuleba, se reuniu com vários dos seus homólogos da Otan para discutir o caminho para uma eventual adesão à aliança militar.

Apesar da pressão ucraniana, a aliança transatlântica ainda não enviou um convite formal para tal adesão.

Um atentado suicida abalou neste domingo (1) o centro da capital da Turquia, Ancara, poucas horas antes da abertura da nova sessão parlamentar que deve validar a entrada da Suécia na Otan.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, discursará durante a sessão, segundo o site da presidência, que confirmou a presença do chefe de Estado.

O Parlamento também mantém a agenda "sem alterações", informou o porta-voz do Legislativo.

O ministério do Interior informou que dois policiais ficaram feridos no ataque executado por "dois terroristas". Um deles "detonou a carga explosiva que carregava e o outro foi neutralizado".

A vida dos agentes está fora de perigo, segundo a pasta.

A área do ataque, que não foi reivindicado, abriga vários ministérios e o Parlamento.

"Dois terroristas chegaram em um veículo às 9H30 (3H30 de Brasília) na porta de entrada da Direção Geral de Segurança do ministério do Interior e executaram um atentado com bomba", afirmou o ministro do Interior, Ali Yerlikaya.

A forte explosão foi ouvida a vários quilômetros de distância. A onda expansiva derrubou diversas árvores.

Um vídeo gravado por uma câmera de segurança mostra um veículo cinza estacionando lentamente diante da sede da polícia. Um criminoso desce do carro e avança com uma arma na mão, antes de detonar a carga explosiva presa ao corpo diante da cabine de polícia.

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O segundo criminoso sai do veículo, mas desaparece das imagens devido à fumaça e poeira levantadas pela explosão.

A polícia de Ancara anunciou que estava realizando "explosões controladas de pacotes suspeitos" devido ao temor de novos atentados. A força de segurança pediu aos moradores da cidade que mantenham a calma.

- Entrada da Suécia na Otan -

O canal de televisão privado NTV informou que tiroteios foram registrados na área próxima do atentado, que foi isolada. Viaturas policiais e ambulâncias estavam no local.

O Ministério Público de Ancara anunciou a abertura de uma investigação e proibiu o acesso à região.

Também pediu aos meios de comunicação, em particular os canais de televisão, que interrompessem imediatamente a exibição de imagens do local do ataque, o que foi atendido.

O Parlamento turco deve validar na sessão a entrada da Suécia na Otan.

Hungria e Turquia retiraram em julho os vetos à entrada da Suécia na Organização do Tratado do Atlântico Norte, mas adiaram a votação para ratificar a adesão.

Erdogan pressiona a Suécia há vários meses a adotar medidas contra as profanações do Alcorão, tema que provoca tensão entre os dois países.

A Finlândia se tornou em abril o 31º país membro da Otan, após três décadas de neutralidade militar e em plena guerra da Ucrânia.

A União Europeia condenou com veemência o atentado.

Ancara, capital da Turquia, já sofreu vários atentados, em particular nos anos 2015 e 2016, muitos deles reivindicados pelo Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) ou pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI).

O PKK, que luta contra o Estado turco desde 1984, está na lista de grupos terroristas elaborada por Ancara e pelos aliados ocidentais do país.

Os militantes curdos vinculados ao PKK controlam a maior parte do nordeste da Síria.

Em outubro de 2015, um atentado em Ancara reivindicado pelo EI matou 109 pessoas.

O atentado mais recente na Turquia havia acontecido em uma avenida comercial importante de Istambul, a Istiklal, em novembro de 2022, uma explosão que deixou seis mortos e 81 feridos.

A candidatura da Ucrânia para fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) será um dos tópicos que a cúpula que acontece nesta terça (11) e quarta-feira (12), na Lituânia.

A seguir estão as principais fases da relação entre Kiev e a Aliança Atlântica.

1994: Parceria após o fim da URSS

Desde sua independência no final de 1991, após o fim da União Soviética, a Ucrânia aderiu em fevereiro de 1994 à Parceria para a Paz, um programa da Otan que oferece colaboração militar aos países do antigo bloco do leste.

O país renunciou ao seu status nuclear em dezembro de 1994, após assinar o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP). Em troca, os Estados Unidos, a Rússia e o Reino Unido ofereceram garantias de segurança, incluindo o respeito por sua integridade territorial.

Em 9 de julho de 1997, a Ucrânia e a Otan fortaleceram suas relações com uma "carta de parceria específica", que prevê maior colaboração técnica e militar.

2002: Kiev solicita a adesão

A Ucrânia anunciou, em maio de 2002, que estava iniciando um processo "histórico" para ingressar na Otan, que exigiria paciência e reformas contínuas.

Mesmo sem bater de frente, o presidente russo, Vladimir Putin, reiterou sua hostilidade à expansão da Aliança para o leste.

Desde 1999, três antigos satélites da URSS - Polônia, Hungria e República Tcheca - se juntaram à Otan. Em 2004, mais sete Estados integraram a Aliança.

2008: O "não, mas..." da Otan

Os líderes dos países da Otan rejeitaram, em abril de 2008, na cúpula de Bucareste (Hungria), a Ucrânia e a Geórgia como candidatos oficiais, apesar do "forte apoio" do então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush.

No entanto, a organização se comprometeu a longo prazo em receber os dois países.

2014: Condenação da anexação da Crimeia

O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, classificou a anexação da península ucraniana da Crimeia pela Rússia como "ilegal e ilegítima" em 18 de março de 2014, alertando que "os aliados da Otan não a reconhecerão".

A Otan reforçou sua cooperação com a Ucrânia perante a "mais grave ameaça à segurança e estabilidade da Europa desde o final da Guerra Fria".

Em meados de 2014, Kiev relançou o processo de adesão - interrompido em 2010 pelo então governo pró-Rússia - considerado inaceitável por Moscou.

Rasmussen deixou a porta aberta, mas sem um cronograma definido.

2022: Ofensiva russa na Ucrânia

Após a ofensiva russa em fevereiro de 2022, o governo ucraniano pediu "assistência militar sem restrições" dos países da Otan, que enviaram armas e munições.

Em 30 de setembro, depois da Rússia reivindicar a anexação de quatro regiões da Ucrânia, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, pediu um processo "acelerado" de adesão à Otan.

Zelensky admitiu, em maio de 2023, que esta etapa é "impossível" antes do final do conflito, mas pede um "sinal positivo" para se unir à Aliança posteriormente.

No último domingo, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi inflexível sobre sua rejeição à adesão da Ucrânia: "Estaríamos em guerra com a Rússia, se fosse o caso".

Os ministros das Relações Exteriores da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) iniciaram uma reunião na Noruega nesta quinta-feira (1º) para buscar um área de acordo sobre a delicada adesão da Ucrânia, antes da cúpula da aliança marcada para julho em Vilnius, na Lituânia.

A menos de um mês do encontro de cúpula, o consenso ainda parece distante e nenhum ponto foi resolvido, em uma situação que gera temores de fracasso, especialmente entre os líderes lituanos, anfitriões do encontro.

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Em Oslo, as discussões centram-se nas garantias de segurança que a Otan pode oferecer à Ucrânia até que a adesão ao bloco transatlântico se torne uma realidade.

Na abertura da reunião, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, destacou que é necessário "estar vigilante para que a história não se repita (...). Portanto, devemos agir para oferecer à Ucrânia garantias de segurança para o pós-guerra" contra a Rússia.

O principal integrante da Otan, os Estados Unidos, se opõe atualmente a que a aliança forneça tais garantias à Ucrânia, disse à AFP um ministro, que pediu anonimato.

A Otan ofereceu recentemente estas garantias à Suécia, um país que formalmente entrou com um processo de adesão, mas enfrenta o veto de outro ator central da aliança, a Turquia.

- Expectativas da Ucrânia -

Assim, o principal elemento de divisões dentro da Otan é a busca por uma expansão mais ampla para o Leste, incluindo a Ucrânia.

Enquanto isso, a Ucrânia não se preocupa em esconder suas enormes expectativas. O próprio presidente, Volodimir Zelensky, disse esperar "uma mensagem muito clara" de que a Ucrânia fará parte da Otan no final da atual guerra com a Rússia.

Uma fonte diplomática francesa, entretanto, apontou que "existem linhas divergentes entre certos aliados".

"A Ucrânia quer um roteiro claro, a confirmação de uma trajetória. A perspectiva de adesão não está em questão. Mas hoje não é realista, porque a Ucrânia pode ativar o artigo 5 no dia de sua entrada", disse a fonte.

Esta cláusula de defesa coletiva obriga todos os aliados a participar no caso de um ataque contra um deles. Isso significaria que a Otan poderia se envolver em uma guerra aberta com a Rússia.

O chefe da diplomacia de Luxemburgo, Jean Asselborn, disse nesta quinta-feira que "a Otan fará 75 anos e nunca houve adesão de um país em meio a um conflito armado, porque isso poderia levar a recorrer ao artigo V do tratado".

Se isso acontecer, acrescentou, estaríamos enfrentando uma "guerra entre a Otan e a Rússia".

- Renovação e nível de gastos -

Mas o encontro de Oslo, na Noruega, tem pela frente outros assuntos extremamente delicados, como o veto da Turquia à adesão da Suécia, a eventual renovação do mandato de Stoltenberg e o nível de gastos militares.

Nomeado secretário-geral da Otan em 2014, o norueguês de 64 anos já teve o mandato renovado três vezes. Seu sucessor deveria ser um europeu e vários países da UE desejam a nomeação de uma mulher.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que terá a última palavra, receberá a primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen, potencial candidata, no dia 5 de junho.

Enquanto isso, Stoltenberg anunciou que visitará a Turquia "em um futuro próximo" para discutir com o presidente Recep Tayyip Erdogan o veto do país à adesão da Suécia à Otan.

"Estou confiante de que a Suécia será um membro (da Otan) e estamos trabalhando para que isso aconteça o mais rápido possível", disse ele nesta quinta-feira.

A difícil questão dos gastos militares é outro tema a ser discutido em Oslo. Em 2024, os aliados prometeram destinar 2% do PIB de cada país à defesa, mas em Vilnius a ideia é fazer com que esses 2% não sejam um máximo, mas um piso mínimo.

Apenas sete países alcançaram e meta e a Dinamarca está longe de cumprir sua parte do esforço coletivo.

A Finlândia será, a partir desta terça-feira (4), o membro número 31 da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), uma ampliação que dobrará o tamanho da fronteira da aliança com a Rússia, país que prometeu responder à adesão de Helsinque.

Com a entrada da Finlândia, uma consequência direta da invasão russa ao território da Ucrânia, a Otan passa a ter 1.300 quilômetros de fronteira direta com a Rússia.

O país apresenta à Otan um contingente de 280.000 soldados e um dos maiores arsenais de artilharia na Europa.

O Kremlin afirmou que este é um "novo agravamento da situação", já que a ampliação da Otan é um "ataque a nossa segurança e aos nossos interesses nacionais. Isto nos obriga a adotar contramedidas".

A Finlândia terá sua bandeira hasteada nesta terça-feira na explanada da sede da Otan em Bruxelas, o que vai estabelecer de maneira simbólica o processo de integração à instituição.

No ano passado, após a invasão da Rússia ao território da Ucrânia, os países da Otan convidaram formalmente Finlândia e Suécia a aderir de maneira total à aliança.

A Suécia ainda precisa negociar, já que sua candidatura de adesão é vetada no momento por Turquia e Hungria.

"Há pouco tempo era impensável que a Finlândia fosse um membro (da Otan) e agora é um membro pleno. Isso é algo histórico", afirmou nesta terça-feira o secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg.

Com a adesão de Helsinque, "estamos removendo o espaço para erros de cálculo na Rússia sobre a disposição da Otan a proteger a Finlândia e isto torna a Finlândia mais segura", acrescentou.

Nesta terça-feira, a Finlândia seguirá a cuidadosa coreografia que marca a entrada de um novo país membro da aliança.

O ministro finlandês das Relações Exteriores entregará formalmente os documentos de adesão ao secretário de Estado americano, Antony Blinken, cujo gabinete é o guardião do tratado fundacional da Otan.

Em seguida, a bandeira da Finlândia será hasteada entre as da Estônia e França, no pavilhão especial na sede da Otan em Bruxelas.

- Mais Otan -

A adesão formal da Finlândia à Otan significa que o país está automaticamente protegido pelo famoso Artigo 5 da aliança, que considera um ataque a um dos países membros um ataque contra todos os integrantes.

Durante décadas e apesar de sua história de tensões com a Rússia, a Finlândia optou por ser apenas um país associado da Otan, mas a ofensiva da Rússia na Ucrânia convenceu o país a abandonar sua política de não alinhamento automático e buscar a proteção da aliança.

Stoltenberg afirmou na segunda-feira que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou a invasão da Ucrânia "com o claro objetivo de ter menos Otan. Mas receberá em troca exatamente o oposto".

A data de adesão da Finlândia "é realmente um dia histórico, um grande dia para a aliança", disse Stoltenberg.

A Suécia, no entanto, terá que esperar para ver sua bandeira hasteada na sede da Otan.

A Turquia resiste a autorizar a adesão da Suécia porque este país concede refúgio a líderes curdos suspeitos de participação na tentativa frustrada de golpe de Estado de 2016.

Em janeiro, o governo turco reagiu com fúria à decisão da Suécia de permitir que manifestantes extremistas de direita organizassem um protesto diante da embaixada da Turquia em Estocolmo, onde queimaram um exemplar do Alcorão.

Os países da Otan programaram uma reunião de cúpula em julho na Lituânia. Os diplomatas da aliança esperam que o encontro marque a entrada da Suécia na organização.

Nesta terça-feira, Blinken publicou no Twitter uma fotografia ao lado do chefe da diplomacia sueca, Tobias Billstrom, e escreveu que a "Suécia está pronta para aderir à Otan".

A Finlândia se tornará, na terça-feira (4), o 31º membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), e sua bandeira será hasteada na sede desse bloco em Bruxelas — anunciou o chefe da aliança militar, Jens Stoltenberg, nesta segunda.

"Amanhã (terça-feira) daremos as boas-vindas à Finlândia como 31º membro", disse Stoltenberg em entrevista coletiva às vésperas de uma reunião ministerial que marcará a entrada do país nórdico na aliança transatlântica.

O processo de adesão da Finlândia — destacou o funcionário norueguês — foi "o mais rápido na história moderna da Otan", e sua conclusão amanhã "tornará a Finlândia mais segura, e a Otan, mais forte".

Na terça-feira, o representante da Finlândia deve entregar formalmente os documentos de adesão ao secretário de Estado americano, Antony Blinken, cujo escritório é o guardião do tratado de fundação da aliança militar.

No ano passado, no contexto da invasão russa da Ucrânia, a Otan convidou Finlândia e Suécia, formalmente, a aderirem à aliança transatlântica. A candidatura sueca ainda é alvo de veto por parte da Turquia, embora a posição esteja sendo disputada em intensas negociações.

Nesta segunda-feira, a enorme plataforma onde estão hasteadas as bandeiras dos 30 países-membros da aliança já exibia o mastro que receberá a da Finlândia na cerimônia de terça-feira.

Em sua coletiva de imprensa, Stoltenberg afirmou que o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou a invasão da Ucrânia "com o claro objetivo de ter menos Otan. Mas ele receberá exatamente o contrário em troca".

A adesão da Finlândia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) adiciona um poderoso exército à aliança e uma peça estratégica que pode ajudar a defender melhor o flanco oriental de um possível ataque russo, dizem autoridades e analistas.

Quando o presidente Vladimir Putin lançou sua ofensiva contra a Ucrânia em fevereiro do ano passado, um dos argumentos apresentados foi que ele precisava impedir a expansão contínua da Otan em direção às suas fronteiras.

No entanto, 13 meses depois, a decisão da Finlândia de ingressar na Otan significa que a aliança agora dobra sua fronteira com a Rússia, em um movimento que muda o equilíbrio militar do Báltico para a região do Ártico.

"Agora a Finlândia precisa da Otan, mas a Otan também precisa da Finlândia diante de uma Rússia mais agressiva", disse Jamie Shea, ex-funcionário da Otan e membro associado do grupo de pesquisa Chatham House.

Para a Otan, será "mais fácil defender-se coletivamente contra a Rússia, agora que tem acesso ao território finlandês e às capacidades que a Finlândia traz para a mesa".

Os estrategistas da Otan procuraram durante anos uma maneira eficiente de defender seus três membros bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia) de um possível ataque russo.

A preocupação centrou-se no corredor de Suwalki, uma faixa de 65 quilômetros entre o enclave russo de Kaliningrado e Belarus, e de onde um ataque fulminante poderia interromper os contatos entre esses três aliados bálticos e o resto da Otan.

Assim, a adesão da Finlândia poderia ajudar a Otan a dominar a região do Mar Báltico e - como Helsinque fica a menos de 70 quilômetros da capital da Estônia, Tallinn - fornecer uma nova rota para reforços.

"A adesão da Finlândia fortalecerá a defesa avançada da Otan e contribuirá para a dissuasão", disse o ministro da Defesa da Estônia, Hanno Pevkur, à AFP por e-mail.

No entanto, ele alertou que "a importância do corredor de Suwalki para a Otan permanece, já que Belarus se tornou um distrito militar de fato da Rússia", insistindo que a aliança ainda precisa seguir em frente com planos para fortalecer os países bálticos.

- Vantagens e vulnerabilidades -

Ao norte, ter a Finlândia na Otan ajudará a aliança a defender a estreita faixa de território norueguês ligada à Rússia, onde Moscou poderia ter realizado um ataque, disse o analista Jan Kallberg.

Pesquisador do Centro para Análise de Políticas Europeias, Kallberg acrescentou a importância da Finlândia para a Força Aérea.

"Até agora, as Forças Aéreas da Otan contavam com alguns aeródromos noruegueses que poderiam ser atacados no início de um conflito. A Finlândia adiciona mais bases e pistas de pouso", disse ele.

Acrescentar 1.300 quilômetros adicionais à sua fronteira terrestre com a Rússia também inevitavelmente traz vulnerabilidade, e descobrir como defendê-la representará um desafio para os estrategistas da Otan.

Mas com os militares da Rússia atolados na Ucrânia, analistas dizem que provavelmente levará anos para que Moscou reconstrua sua capacidade de ameaçar essa fronteira.

Por enquanto, espera-se que a Finlândia siga o exemplo de sua vizinha Noruega e opte por não ter forças aliadas da Otan permanentemente estacionadas em seu território.

"A Finlândia é um dos poucos países europeus que nunca parou de se preparar para uma possível guerra", disse Minna Alander, pesquisadora do Instituto Finlandês de Assuntos Internacionais.

Enquanto outros exércitos da Europa Ocidental diminuíram após a Guerra Fria, a Finlândia manteve um modelo de recrutamento criado a partir da amarga experiência da invasão da União Soviética em 1939.

"Isso agora dá à Finlândia uma força de guerra de até 280.000 soldados e uma reserva total de 870.000", acrescentou.

A adesão iminente da Finlândia destaca uma lacuna que ainda precisa ser resolvida para a Otan: a adesão da vizinha Suécia, cujo pedido de adesão é bloqueado por Turquia e Hungria.

Depois da declaração do presidente russo, Vladimir Putin, no sábado, 25, quando disse que pretendia enviar armas nucleares táticas para Belarus, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) chamou sua retórica nuclear de "perigosa e irresponsável" neste domingo, 26.

A porta-voz da Otan, Oana Lungescu, disse que a organização está vigilante, monitorando a situação de perto. "Não vimos nenhuma mudança na postura nuclear da Rússia que nos leve a ajustar a nossa. Estamos comprometidos em proteger e defender todos os aliados da Otan", garantiu.

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Oana falou que a Rússia tem constantemente quebrado os compromissos internacionais de controle de armas e, recentemente, suspendeu sua participação no novo tratado nuclear New Start. "A Rússia deve voltar a respeitar (os tratados) e agir de boa fé", declarou.

Belarus é uma ex-república soviética localizada na fronteira com a Ucrânia e principal aliada da Rússia na região. O tipo de armamento descrito por Putin tem potencial destrutivo inferior às bombas normais, no entanto, ainda pode provocar danos em larga escala.

Putin disse à TV estatal que a decisão não é diferente do que os estadunidenses fazem há anos. "Não é nada anormal. Os americanos fazem isso há décadas: mandam armas nucleares táticas para o território de seus aliados há muito tempo", falou.

Segundo o líder russo, o presidente de Belarus, Alexander Lukachenko, apoia a decisão.

Outras críticas e alertas

O chefe do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia, Oleksiy Danilov, afirma que o acordo de Putin compromete a estabilidade da vizinhança e irá transformar Belarus em "refém nuclear". Este é "um passo para a desestabilização interna do país", publicou em sua conta no Twitter.

Danilov alerta que a medida maximiza o nível de percepção negativa e rejeição pública da Rússia e de Putin na sociedade bielorrussa.

A decisão de Putin também foi criticada por Mykhailo Podolyak, outro conselheiro sênior do presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski. "Putin é muito previsível", disse em tuíte, apontando que ao declarar o envio de armas nucleares táticas para Belarus, o presidente russo "admite que tem medo de perder e tudo o que pode fazer é assustar com táticas".

A líder da oposição bielorrussa, Sviatlana Tsikhanouskaya, também se posicionou. Ela escreveu em sua conta no Twitter que a medida russa viola diretamente a Constituição do país.

A líder ainda apontou que a decisão de Putin contradiz a vontade do povo bielorrusso. "Este desenvolvimento inaceitável torna Belarus um alvo potencial para ataques preventivos ou de retaliação", complementou.

Sviatlana pede que a comunidade internacional exija que a Rússia "pare com essa implantação ameaçadora". A líder também defende a retirada imediata dos militares russos no país e pede o fim da "participação de Belarus na agressão russa contra a Ucrânia".

Embora Putin tenha feito ameaças nucleares ou aumentado a retórica nuclear após a invasão total da Ucrânia, esta é a primeira vez desde os anos 1990 que Moscou cogita colocar armas nucleares em outro país, fora do território russo.

A Polônia planeja enviar caças Mig-29 de fabricação soviética à Ucrânia, tornando-se o primeiro país da Otan a fornecer aviões de guerra ao país. O anúncio foi feito ontem pelo presidente polonês, Andrzej Duda, e os quatro primeiros caças devem chegar nos próximos dias.

Até agora, os governos ocidentais haviam rejeitado enviar caças à Ucrânia, como vinha insistindo o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, por temer a escalada das tensões entre Otan e Rússia.

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"Inicialmente, vamos entregar, nos próximos dias, quatro aeronaves totalmente operacionais para a Ucrânia. Outros dispositivos estão em manutenção e serão entregues depois", afirmou Duda. Ele especificou que a Polônia tem cerca de 15 caças MiG, herdados na década de 90 da Alemanha Oriental.

Com o aumento gradual da sofisticação e da letalidade das armas enviadas à Ucrânia, a discussão sobre caças de combate deixou de ser tabu entre os governos ocidentais. Se por um lado o americano Joe Biden recusou a ideia, por outro, na Europa, França, Reino Unido e Suécia se mostraram abertos a ela. A Rússia respondeu com ameaças de retaliação política e militar.

Fabricação soviética

O MiG-29 é um caça utilizado em combate aéreo, criado no início da década de 70 na então União Soviética. Ele se mantém operacional até os dias de hoje na Força Aérea russa, assim como em países para onde foi exportado. Mas, em razão de seu elevado custo de manutenção, a Rússia e países aliados, como a Hungria, tentam se livrar de seus caças.

O armamento padrão do MiG-29 é constituído de um canhão interno com 150 munições, além de seis estações para armamentos sob as asas, para mísseis de curto alcance. O caça também é capaz de realizar ataques utilizando bombas e foguetes não guiados. Apesar disso, o MiG-29 não foi tão bem sucedido em combates reais, como na Guerra do Golfo e na guerra entre Eritreia e Etiópia, em 1999.

Os caças que a Polônia entregará à Ucrânia serão substituídos por aeronaves sul-coreanas FA-50 adquiridas recentemente e, posteriormente, por F-35s americanos.

Ao longo de 12 meses, os países ocidentais não só aumentaram as promessas de ajuda militar, com as dezenas de tanques que despacharam à Ucrânia, como também enviaram centenas de veículos blindados, sistemas de defesa aéreos, drones, armas de longo alcance e muito mais.

Receber caças, na visão de Kiev, seria o próximo passo. A relutância do Ocidente, segundo analistas, se explica pelas dificuldades técnicas e principalmente pela escalada que o conflito pode ganhar. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS; COM RENATA TRANCHES)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente russo, Vladimir Putin, acusou os países membros da Otan de participação no conflito na Ucrânia com o fornecimento de armas a este país e insistiu que o Ocidente deseja destruir a Rússia.

"Estão enviando dezenas de bilhões de dólares em armas à Ucrânia. Isto é realmente participação", afirmou Putin em uma entrevista ao canal Rossiya-1 exibida neste domingo.

"Isto significa que estão participando, embora de forma indireta, nos crimes executados pelo regime de Kiev", disse Putin.

O presidente russo considera que os países ocidentais "têm apenas um objetivo: separar a ex-União Soviética e sua parte principal, a Federação Russa".

"Só então eles talvez nos aceitem na chamada família de povos civilizados, mas apenas separados, cada parte de modo separado", acrescentou.

Putin concedeu a entrevista à margem de um evento patriótico organizado na quinta-feira em Moscou, na véspera do aniversário de um ano do início da ofensiva militar russa contra a Ucrânia.

Na entrevista, o presidente russo reiterou seu apelo por um mundo multipolar e afirmou que não tem dúvida de que isto vai acontecer.

"Agora que as tentativas (dos Estados Unidos) de reconfigurar o mundo à sua própria semelhança - após a queda da União Soviética - levaram a esta situação, somos obrigados a reagir", concluiu.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta terça-feira (21) a suspensão do "New Start", último tratado sobre a redução de arsenais nucleares ainda em vigor com os Estados Unidos.

Esse acordo foi assinado em abril de 2010, pelos então presidentes Dmitri Medvedev e Barack Obama, e foi prorrogado pela última vez em fevereiro de 2021, limitando a 1,55 mil o número de ogivas nucleares de cada país.

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O tratado também previa inspeções diretas e troca de informações entre as duas potências, mas Putin afirmou que não pode permitir que técnicos americanos visitem as instalações nucleares russas enquanto os EUA tentam "impor uma derrota estratégica" a Moscou na Ucrânia.

"Vamos suspender o tratado, mas não nos retiramos", declarou o presidente em seu discurso sobre o estado da nação. Putin também pediu que o Ministério da Defesa fique de prontidão para eventuais testes de armas nucleares, porém prometeu não usá-las primeiro.

"Mas se os Estados Unidos o fizerem, precisamos estar prontos", acrescentou. Ao longo de 1h45 - um de seus discursos mais longos ao Parlamento -, o chefe de Estado garantiu que a Rússia atingirá seus objetivos na Ucrânia, voltou a acusar o presidente Volodymyr Zelensky de encabeçar um regime "neonazista" e denunciou que Kiev queria se armar com bombas nucleares.

"Não tínhamos dúvidas de que eles tinham operações prontas para o Donbass em fevereiro [de 2022]. Eles fizeram a guerra começar, nós apenas usamos a força para frear a guerra", justificou Putin.

O presidente ainda afirmou que a Rússia queria uma "solução pacífica", mas foi "enganada" pelo Ocidente. "O objetivo do Ocidente é levar a Rússia a uma derrota estratégica, querem nos eliminar para sempre. Não percebem que a própria existência da Rússia está em jogo", salientou.

Putin também disse que é "impossível" derrotar o país no campo de batalha e que Moscou "não está em guerra contra o povo da Ucrânia".

Em reação ao discurso, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, declarou que é "absurda" a ideia de que a Rússia esteja sujeita a "qualquer forma de ameaça militar da parte da Ucrânia ou de quem quer que seja".

Já Mikhailo Podolyak, conselheiro de Zelensky, disse que Putin demonstrou "sua irrelevância e sua confusão". "Ele não tem soluções e não as terá", acrescentou. Por sua vez, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, afirmou que "ninguém atacou a Rússia". "Eles são os agressores", ressaltou.

Da Ansa

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, alertou nesta segunda-feira (13) que a Ucrânia utiliza um volume de munição superior à atual capacidade de produção da aliança militar.

"O ritmo atual do gasto de munições da Ucrânia é muitas vezes maior que o nosso ritmo atual de produção (...) Isto coloca nossas indústrias de defesa sob pressão", disse Stoltenberg em uma coletiva de imprensa em Bruxelas.

De acordo com o dirigente, este é um "fato concreto" em que a OTAN está atuando.

"Estamos cientes disso há algum tempo e começamos a fazer coisas. Não estamos apenas sentados sem fazer nada. Estamos trabalhando duro (...) para aumentar nossa produção", comunicou.

A primeira medida foi iniciar "uma revisão extraordinária de nossas reservas. Com essa informação, vamos ver cada aliado individualmente e então poderemos firmar contratos com a indústria".

Stoltenberg ainda acrescentou que é possível encontrar "alguma capacidade não utilizada" para impulsionar a produção.

Os ministros de Defesa da Otan terão uma reunião em Bruxelas na terça-feira (14) para discutir sobre o fornecimento de armas às forças ucranianas. O ministro da Defesa ucraniano, Oleksi Resnikov, vai participar e apresentar detalhes sobre as necessidades de suas tropas para enfrentar a ofensiva russa.

Na semana passada, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, pressionou aliados da OTAN para que forneçam caças à seu exército, uma perspectiva vista com cautela por todos os lados.

Nesta segunda-feira, Stoltenberg disse que a entrega de aviões será objeto de negociações na terça-feira, mas acrescentou que ainda "levaria tempo e as prioridades de curto prazo são as munições e armas prometidas".

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, no cargo desde 2014, não pretende estender seu mandato — informou a Aliança Atlântica neste domingo (12).

Em março de 2022, após a invasão russa da Ucrânia, a cúpula da Otan decidiu prorrogar o mandato de Stoltenberg até 30 de setembro de 2023.

À época, seu nome era cogitado para assumir o Banco Central da Noruega, mas ele renunciou à posição.

"O mandato do secretário-geral, Jens Stoltenberg, foi prorrogado três vezes e ele prestou serviço por um total de quase nove anos", declarou a porta-voz Oana Lungescu.

"O mandato do secretário-geral chega a seu fim em outubro deste ano, e ele não tem intenção de solicitar outra prorrogação de seu mandato", acrescentou a porta-voz.

O ex-primeiro-ministro norueguês, de 63 anos, assumiu o cargo em 1º de outubro de 2014 e liderou a Aliança em várias crises internacionais.

Os principais líderes da União Europeia (UE) e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) prometeram, nesta terça-feira (10), fortalecer o apoio à Ucrânia e aprofundar sua cooperação.

Há anos, ambas têm como objetivo aprofundar sua relação, apesar dos temores de que um papel europeu reforçado na defesa possa minar a aliança militar liderada pelos Estados Unidos.

"Devemos continuar reforçando nossa parceria entre a Otan e a UE. E devemos fortalecer ainda mais nosso apoio à Ucrânia", disse o secretário-geral da aliança militar, Jens Stoltenberg, em entrevista coletiva conjunta.

A presidente da Comissão Europeia (braço executivo da UE), Ursula von der Leyen, expressou sua convicção de que "a Ucrânia deve obter todo equipamento militar que possa administrar para defender a pátria".

“Isso significa, claro, sistemas avançados de defesa aérea, mas também outros tipos de equipamentos militares avançados, desde que seja necessário para defender a Ucrânia”, completou.

Desde o início da ofensiva da Rússia contra a Ucrânia, os países da UE e da Otan enviaram bilhões de dólares em equipamentos e armas para as Forças Armadas ucranianas, o que lhes permitiu enfrentar a guerra.

Estados Unidos, Alemanha e França anunciaram sua disposição de também fornecer veículos blindados, mas o governo ucraniano agora pede tanques pesados modernos.

Nesse sentido, Stoltenberg antecipou que representantes do bloco terão uma reunião com o ministro ucraniano da Defesa, Oleksiy Reznikov, na próxima semana, para discutir "exatamente quais tipos de armas são necessários e de que forma os aliados podem fornecê-las".

Stoltenberg acrescentou, porém, que "não se trata apenas de agregar mais sistemas, mais plataformas, mais armas, mas também de garantir que as plataformas e armas que já fornecemos funcionem como deveriam".

A guerra na Ucrânia levou UE e Otan a impulsionarem uma maior cooperação entre as duas instituições. Como consequência desse conflito, outros dois países do bloco europeu - Suécia e Finlândia - iniciaram o processo de adesão à aliança transatlântica.

Hoje, 21 dos 27 países da UE também são membros da Aliança Atlântica.

Em uma declaração conjunta, as duas organizações ressaltaram que a Otan continua sendo o pilar central da segurança europeia, deixando de lado as tentativas da UE de aumentar sua autonomia em matéria de defesa.

"Nossa declaração deixa claro que a Otan continua sendo a base da defesa coletiva e continua sendo essencial para a segurança euro-atlântica", completou Stoltenberg.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, alertou nesta terça-feira (29) que a Rússia pretende usar o inverno como uma "arma de guerra", no início de uma reunião da aliança militar que pretende intensificar a ajuda à Ucrânia para recuperar sua rede elétrica devastada.

Durante a reunião ministerial da Otan na Romênia, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, deve anunciar uma ajuda financeira "substancial" à Ucrânia, país que se prepara para enfrentar o inverno (hemisfério norte) sob a ofensiva russa.

Uma fonte do governo dos Estados Unidos observou que o governo do presidente Joe Biden reservou US$ 1,1 bilhão para gastos em redes elétricas na Ucrânia e na vizinha Moldávia, que sofre os efeitos da devastação.

Uma feroz campanha de bombardeios de mísseis russos dizimou drasticamente a infraestrutura de energia da Ucrânia e deixou milhões de pessoas no escuro.

Stoltenberg afirmou que "a mensagem de todos nós será que devemos fazer mais" para ajudar a Ucrânia a reparar sua infraestrutura de gás e eletricidade, bem como fornecer defesa aérea para ajudar a Ucrânia a se proteger melhor.

O chefe da Otan disse esperar que a Rússia realize mais ataques à rede elétrica da Ucrânia e alertou que a Europa deveria "estar pronta para mais refugiados".

"A Rússia, na verdade, está falhando no campo de batalha. Em resposta a isso, agora ataca alvos civis (...) porque não pode ganhar território", disse Stoltenberg na abertura da reunião da aliança transatlântica.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, deve se reunir hoje com seus homólogos da Otan para pedir mais armas e assistência para lidar com os ataques russos.

Os ataques às infraestruturas civil e energética "obviamente foram planejados para tentar congelar os ucranianos até que se rendam", disse o ministro das Relações Exteriores britânico, James Cleverly, acrescentando: "Não acho que eles terão sucesso".

- 'Mantenham a calma e enviem tanques' -

Os membros da Otan já enviaram bilhões de dólares em armas e equipamentos - médicos ou de telecomunicações - para a Ucrânia, mas o país pede mais recursos de defesa aérea, tanques e mísseis de longo alcance para repelir as forças russas.

No entanto, está evidente a crescente preocupação com o declínio acentuado e quase esgotamento dos estoques estratégicos, especialmente de munições, em vários países da Otan após os envios para a Ucrânia.

O ministro das Relações Exteriores da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, disse que as exigências aos ministros da Otan eram simples, resumidas no slogan "Mantenham a calma e enviem tanques".

Fontes da Otan insistem que a reunião em Bucareste mostrará a unidade da aliança transatlântica em seu apoio à Ucrânia. No entanto, a aliança não deve avançar com o pedido de adesão da Ucrânia ao bloco.

Stoltenberg insistiu que a "porta está aberta" para novos membros, mas acrescentou que o foco por enquanto é ajudar a Ucrânia contra a ofensiva russa.

Para além da guerra na Ucrânia, os ministros da Otan devem fazer um balanço dos progressos nas adesões da Finlândia e da Suécia, já ratificadas por 28 dos 30 países membros, mas ainda suspensas enquanto se aguarda o sinal verde da Turquia e da Hungria.

Os ministros das Relações Exteriores da Suécia, Finlândia e Turquia se reuniram à margem da reunião, mas o governo turco minimizou as esperanças de um avanço rápido.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) abriu nesta terça-feira (5) as portas para dois novos aliados nórdicos, Suécia e Finlândia, mas o sucesso do processo dependerá da Turquia, que aguarda o cumprimento de acordos para retirar seu veto.

Em uma cerimônia reservada, os embaixadores dos países da Otan iniciaram formalmente o processo de ratificação da adesão de suecos e finlandeses, com a assinatura dos protocolos na sede da aliança, em Bruxelas.

"É um bom dia para Suécia e Finlândia. E um bom dia para a Otan", disse o secretário-geral da poderosa aliança militar, Jens Stoltenberg.

O norueguês declarou ainda que a assinatura dos protocolos "marca o início do processo de ratificação" dos pedidos de adesão.

A entrada da Suécia e da Finlândia - dois países que tinham uma política de associação com a aliança - representa um evidente fortalecimento estratégico da Otan na região do Ártico, em um cenário de agravamento das tensões com a Rússia.

O processo de adesão de suecos e finlandeses, no entanto, está sob uma espessa nuvem de incerteza devido à posição da Turquia, que ameaça exercer seu direito de veto.

O chanceler da Finlândia, Pekka Haavisto, agradeceu o "apoio da aliança à adesão" e disse que espera um "rápido processo de ratificação".

A ministra das Relações Exteriores da Suécia, Ann Linde, declarou que a "assinatura dos protocolos de adesão é um passo importante para nossa integração plena. A próxima fase será o processo de ratificação em cada um dos países aliados".

Quando Suécia e Finlândia anunciaram a intenção de aderir à Otan, a Turquia - integrante crucial da aliança militar - anunciou seu veto.

- Pressão turca -

A Turquia alega que a Suécia oferece refúgio a pessoas que o governo considera "terroristas" e, além disso, os dois países adotam sanções contra Ancara por sua participação militar na Síria.

Durante a reunião de cúpula da Otan na semana passada em Madri, a Turquia aceitou permitir a assinatura dos protocolos, mas apresentou uma série de exigências aos dois países para retirar o veto de forma definitiva.

Depois da assinatura dos protocolos nesta terça-feira, a adesão deve ser ratificada nos Parlamentos de cada um dos 30 países da aliança, de forma unânime.

O presidente turco, Recep Teyyip Erdogan, anunciou que, caso Finlândia e Suécia não cumpram o que foi acordado em Madri, seu governo efetivará o veto, o que inviabilizaria todo o processo

Erdogan disse que a Suécia se comprometei a extraditar para a Turquia cidadãos turcos apontados como "terroristas" pelo governo de Ancara. O número de pessoas solicitadas pode chegar a 73.

"Um memorando de entendimento entre Suécia, Finlândia e Turquia foi assinado. E vamos honrar o entendimento", disse a chanceler Linde, antes de acrescentar que eventuais extradições devem seguir o caminho legal de seu país.

Pouco depois da cerimônia, a primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, anunciou no Twitter que pediu ao Parlamento de seu país para votar a ratificação da adesão nesta quarta-feira.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) foi criticada por Moscou e Pequim nesta quinta-feira, 30, após classificar a Rússia como "ameaça direta" e dizer que a China impõe "sérios desafios" à estabilidade global. A China acusou a Otan de "atacar maliciosamente e difamar" o país. Segundo a missão chinesa na União Europeia, a Otan "alega que outros países impõem ameaças, mas é a Otan que está criando problemas ao redor do mundo".

Ao encerrar uma reunião de cúpula em Madri, a capital espanhola, a Otan fez um grave alerta de que o mundo mergulhou numa perigosa fase de competição entre grandes potências e ameaças variadas, que vão de ataques cibernéticos a mudanças climáticas.

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Líderes da Otan também fizeram convites formais a Finlândia e Suécia para aderir à aliança, depois de superarem a resistência inicial da Turquia. Se a filiação dos dois países nórdicos for aprovada pelos 30 integrantes da aliança, a Otan passará a ter uma nova fronteira de 1.300 quilômetros com a Rússia. Fonte: Associated Press.

A China representa um desafio à segurança e aos interesses da Otan com suas "ambições declaradas e políticas coercitivas", afirmaram os 30 aliados da Aliaça Atlântica em seu novo Conceito Estratégico, divulgado nesta quarta-feira (29) em sua cúpula de Madri.

"As ambições declaradas e as políticas coercitivas da República Popular da China desafiam nossos interesses, segurança e valores", sustenta o documento que deve orientar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) nos próximos anos.

A China "emprega uma ampla gama de ferramentas políticas, econômicas e militares para aumentar sua presença global e projetar poder, mantendo ao mesmo tempo a opacidade sobre sua estratégia, intenções e desenvolvimento militar", argumenta a Aliança.

O documento também sustenta que a China "procura controlar setores tecnológicos e industriais, infraestruturas críticas e materiais estratégicos e cadeias de suprimentos. Utiliza sua influência econômica para criar dependências".

A Otan também acusa Pequim de trabalhar com a Rússia para minar a ordem internacional.

"O aprofundamento da parceria estratégica entre a República Popular da China e a Federação Russa e suas tentativas de minar a ordem internacional (...) são contrários aos nossos valores e interesses", sentencia a Aliança.

Com a sua inclusão no Conceito Estratégico, a Otan orienta pela primeira vez seu olhar para a força crescente de Pequim, embora o secretário-geral da Aliança, Jens Stoltenberg, tenha dito que "a China não é um adversário".

"Mas é claro", acrescentou, "temos que levar em conta as consequências para a nossa segurança quando vemos que a China investe pesadamente em poder militar moderno, mísseis de longo alcance ou armas nucleares, e também tenta controlar infraestruturas estratégicas, por exemplo o 5G", a rede de última geração.

John Kirby, conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, lembrou que "o Conceito Estratégico não é atualizado desde 2010, e o mundo era muito diferente naquela época".

Refletindo esta evolução da Aliança, a Coreia do Sul e o Japão participam pela primeira vez de uma cúpula da Otan.

A Otan prometeu nesta segunda (27) aumentar drasticamente o número de tropas que mantém em "alto nível de prontidão" em resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia. De acordo com o secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg, o número de soldados em alerta máximo deve saltar de 40 mil para 300 mil nos próximos meses.

O anúncio do líder da Otan ocorreu às vésperas de uma reunião de cúpula da aliança, em Madri, desta terça-feira (28) até quinta (30), que deve definir aspectos importantes do posicionamento da Otan sobre a Ucrânia e o futuro da parceria entre os países-membros. Stoltenberg classificou a etapa como a "maior revisão de defesa e dissuasão coletiva desde a Guerra Fria".

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Mudança

Transformar a força de resposta rápida da Otan, que conta com cerca de 40 mil soldados, é apenas uma das maneiras pelas quais a aliança pretende responder à invasão da Ucrânia pela Rússia. De acordo com os planos, a aliança também transferirá estoques de munições e outros suprimentos para o Leste Europeu, uma transição que deve ser concluída em 2023.

Em Madri, os aliados discutirão ainda planos para reforçar as fronteiras com Belarus e Rússia, delinear um novo modelo de força, anunciar financiamentos e publicar um "pacto estratégico" para os próximos anos, de acordo com diplomatas da Otan.

Na última vez em que a aliança publicou esse tipo de documento estratégico, em 2010, os laços com a Rússia eram mais amigáveis. A versão mais recente "deixará claro que os aliados consideram Moscou como a ameaça mais significativa e direta", disse Stoltenberg.

Suécia e Finlândia

Os países da Otan também debaterão os pedidos de adesão de Suécia e Finlândia. Até agora, a Turquia bloqueou as propostas dos países, acusando ambos de abrigar grupos "terroristas" - como os turcos se referem aos separatistas curdos.

Tanto Stoltenberg quanto a primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, disseram na semana passada que tentariam convencer a Turquia a mudar de ideia e aceitar a entrada dos dois países antes da cúpula de Madri.

Ontem, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, confirmou reuniões tanto com Magdalena quanto com o presidente finlandês, Sauli Niinisto. Stoltenberg, porém, tratou de reduzir as expectativas de um acordo. "É muito cedo para dizer que tipo de progresso podemos alcançar", disse.

Exigências

Erdogan exige o fim do bloqueio da exportação de armas suecas e finlandesas para a Turquia, em vigor desde a intervenção militar turca no norte da Síria, em outubro de 2019, o endurecimento da legislação antiterrorista da Suécia e a extradição de várias pessoas que Ancara descreve como terroristas.

A cúpula de Madri deve ser dominada pela guerra da Ucrânia. Apesar do compromisso da Otan com a defesa dos ucranianos, a aliança pretende oferecer apenas ajuda não letal, já que seus membros não querem arriscar um confronto direto contra a Rússia.

A presença da Otan no Leste da Europa, perto da fronteira da Rússia, era justamente a razão alegada pelo presidente russo, Vladimir Putin, para invadir a Ucrânia, em fevereiro. Portanto, o aumento do efetivo não deve ser bem recebido em Moscou, muito menos a notícia de que os membros da alianças ampliaram seus gastos militares.

Tensão

De acordo com números divulgados esta semana pela Otan, os gastos com defesa entre seus 30 membros devem aumentar 1,2% em termos reais este ano, a taxa de crescimento mais lenta em oito anos sucessivos de incremento.

Em 2022, nove países devem ultrapassar a meta de 2% do PIB em gastos militares, liderados pela Grécia, com 3,76%, e EUA, com 3,47%. O Reino Unido ocupa o sexto lugar, com 2,12%, um gasto ligeiramente abaixo dos dois anos anteriores. A França gastará 1,9% do PIB e a Alemanha, 1,44%. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Exército ucraniano anunciou, neste domingo (19), que conseguiu frear os ataques russos perto da cidade de Severodonetsk, no leste do país, palco de intensos combates durante semanas nesta guerra que, de acordo com a segundo a Otan, poderá durar "anos".

"Nossas unidades conseguiram frear o assalto na região de Toshkyvka", declarou o Exército ucraniano no Facebook.

"O inimigo se retirou", acrescentou a corporação.

Serguii Gaidai, governador de Lugansk, região onde fica Severodonetsk, classificou como "mentiras" as declarações, segundo as quais a Rússia controla toda localidade.

"É verdade que eles controlam a maior parte da cidade, mas não completamente", frisou.

Em Severodonetsk, há mais de 500 civis, incluindo 38 crianças, entrincheirados em uma fábrica de produtos químicos para se protegher dos bombardeios, relatou Gaidai, acrescentando que a planta voltou a ser atingida por ataques aéreos nas últimas horas.

Há vários dias, tenta-se estabelecer um corredor humanitário para sua retirada, sem sucesso. Russos e ucranianos acusam um e outro por sua instalação ainda não ter sido possível.

De Moscou, o Ministério russo da Defesa afirmou, neste domingo, que "a ofensiva contra Severodonetsk está sendo realizada com sucesso".

"Unidades da milícia popular da República Popular de Lugansk, apoiadas pelas Forças Armadas russas, libertaram a cidade de Metolkin", a sudeste de Severodonetsk, relatou o ministério à imprensa.

- "Não há lugar seguro" -

Depois de fracassar em sua tentativa de tomar Kiev no início da ofensiva, em 24 de fevereiro passado, o objetivo da Rússia agora parece ser assumir o controle total da bacia de mineira do Donbass, composta pelas regiões de Lugansk e Donetsk. Desde 2014, esta região já é parcialmente controlada por separatistas pró-Rússia apoiados por Moscou.

"Não há lugar seguro", admitiu o governador em uma entrevista à AFP, de Lysychansk, na região de Lugansk. Os russos "bombardeiam nossas posições 24 horas por dia", descreveu.

"Tem um ditado que diz: você tem que se preparar para o pior, e o melhor virá", diz Gaidai. "Claro que temos que nos preparar", reitera o funcionário, que teme que os russos cerquem a cidade e bloqueiem as estradas que garantem o abastecimento.

Com uma população de cerca de 100.000 habitantes antes da guerra, apenas 10% permanecem em Lysychansk.

E, na cidade, tudo e todos parecem estar se preparando para combates nas ruas: os soldados cavam buracos e colocam arame farpado; a polícia coloca carros incendiados para parar o trânsito; e muitos moradores que ainda estavam lá decidem, enfim, ir embora.

"Largamos tudo e vamos embora. Ninguém pode sobreviver a um ataque desses", lamenta a professora de história Alla Bor.

- "Não vamos dar o sul para ninguém" -

Neste domingo, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, manifestou sua determinação de continuar resistindo no sul, após uma visita às cidades de Mykolaiv e Odessa no sábado.

"Não daremos o sul para ninguém. Vamos recuperar tudo. O mar será ucraniano e será seguro", prometeu, em um vídeo publicado no Telegram, após retornar para a capital do país, Kiev.

"Estão confiantes e, olhando nos olhos deles, é óbvio que não duvidam de sua vitória", acrescentou Zelensky, referindo-se às suas tropas.

Seu otimismo diverge, no entanto, do panorama sombrio apresentado pelo secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg. Em entrevista publicada neste domingo pelo jornal alemão Bild, ele avalia que a guerra pode durar "anos" e, por isso, os países ocidentais devem se preparar para um apoio duradouro à Ucrânia.

"Temos de estar preparados para que isso dure anos", afirmou Stoltenberg.

"Não devemos esmorecer em nosso apoio à Ucrânia, mesmo que os custos sejam altos, não apenas em termos de apoio militar, mas também no aumento dos preços da energia e dos alimentos", completou.

"As perdas são importantes, muitas casas foram destruídas, a logística civil foi afetada, e há muitos problemas sociais", admitiu Zelensky.

"Pedi que as pessoas que perderam seus entes queridos recebam uma maior assistência. Vamos reconstruir tudo o que foi destruído. Os mísseis russos são menores do que a vontade de viver do nosso povo", declarou.

Mykolaiv tinha meio milhão de habitantes antes da guerra e segue sob controle ucraniano, mas fica perto de Kherson, uma região praticamente ocupada pelos russos.

Além disso, está localizada na estrada para Odessa, o maior porto da Ucrânia. Esta última também está sob controle ucraniano e no centro das negociações, pois há milhões de toneladas de grãos ucranianos bloqueados ali. A Rússia, que controla esta zona do mar Negro, argumenta que as águas estão minadas.

burs-bl/es/mb/tt

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