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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou neste sábado em postagem no X, antigo Twitter, sobre a morte de Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos. A menina havia sido baleada no Rio de Janeiro na noite de quinta-feira (7) durante abordagem da Polícia Rodoviária Federal.

"Morreu hoje a pequena Heloisa dos Santos Silva, de 3 anos, atingida por tiros de quem deveria cuidar da segurança da população. Algo que não pode acontecer", afirmou o presidente em publicação no X (antigo Twitter). "Não há o que console. Meus sentimentos e solidariedade aos pais e demais familiares."

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Como mostrou o Estadão/Broadcast, parentes da vítima afirmam que agentes da PRF abriram fogo contra o veículo da família, atingindo Heloísa na cabeça e na coluna. Além dela, estavam no carro o pai, a mãe, a irmã de 8 anos e uma tia.

O Ministério Publico Federal pediu, por meio da Procuradoria do Rio de Janeiro, a prisão preventiva dos três agentes da PRF envolvidos no caso. A Justiça Federal ainda não se manifestou sobre o pedido.

Mais cedo, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, reproduziu no X uma nota da PRF sobre o caso, e evitou comentar. "Reitero que o processo administrativo foi instaurado no mesmo dia da ocorrência. Minha decisão só pode ser emitida ao final do processo, como a lei determina. Também já há inquérito oolicial na Polícia Federal, que será enviado ao MPF e à Justiça", escreveu.

O advogado-geral da União, Jorge Messias, lamentou a morte de Heloísa e defendeu que o caso seja apurado com rigor. "Determinei à Procuradoria-Geral da União que acompanhe imediatamente o caso para avaliar eventual responsabilização na seara cível", afirmou, também por meio do X.

Com a morte de Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, neste sábado (16), subiu para 11 o número de crianças mortas a tiros só este ano no Estado do Rio de Janeiro, a maioria por bala perdida, de acordo com a ONG Rio de Paz, que acompanha os casos de crianças mortas por armas de fogo, em operações policiais, nas favelas do Rio desde 2007. Esse número já é quase o triplo do ano passado, quando foram registrados quatro casos, segundo o levantamento.

Heloísa havia sido baleada no Arco Metropolitano do Rio de Janeiro, na região de Seropédica, Baixada Fluminense, na noite de quinta-feira, 7, durante abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A criança estava dentro do carro da família quando foi atingida pelo tiro. Um dos disparos atingiu a coluna e a cabeça da criança. Heloísa ficou internada por quase 10 dias, mas não resistiu.

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Segundo parentes da vítima, agentes da PRF abriram fogo contra o veículo da família, atingindo Heloísa na cabeça e na coluna. Além dela, estavam no carro o pai, a mãe, a irmã de 8 anos e uma tia.

O Ministério Público Federal (MPF), por meio da Procuradoria do Rio de Janeiro, pediu a prisão preventiva dos três agentes da PRF envolvidos na morte. Conforme o MPF, o pedido de prisão foi feito nos autos da investigação criminal aberta para apurar a ação da PRF durante a abordagem. A Justiça Federal ainda não se manifestou sobre o pedido de prisão formulado pelo MPF.

Em 2023, o Instituto Fogo Cruzado registrou 19 crianças baleadas na Região Metropolitana do Rio - 8 morreram. Desde 2007, a ONG Rio de Paz registra 102 vítimas, de 0 a 14 anos, grande parte delas negras e pobres.

Para o fundador da ONG Rio de Paz, Antonio Carlos Costa, vários fatores contribuem para a morte de meninos e meninas em tiroteio.

"O despreparo do policial, a falta de supervisão, a impunidade. Raramente esses policiais são punidos, a cultura policial brasileira, e o estímulo dado pela própria sociedade, que celebra a guerra e ignora o drama das famílias das vítimas", diz.

Em nota, a PRF informou que se solidariza com a família de Heloísa e que sua Comissão de Direitos Humanos está acompanhando a família para acolhimento e apoio psicológico. A corporação também abriu investigação sobre o caso.

Na semana passada, a PRF informou ter aberto procedimento para investigar o caso. Além disso, o ministro da Justiça, Flávio Dino, disse nas redes sociais que mandou acelerar a revisão de protocolos da PRF.

O Estadão entrou em contato com a assessoria de imprensa da Polícia Civil e também da Polícia Militar do Rio para comentar os dados e aguarda retorno.

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