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Três anos depois de vender a maior parte de suas operações no Brasil para o Bradesco, o HSBC está planejando reconstruir sua presença no País, de acordo com planos de John Flint, novo presidente do banco. Segundo reportagem publicada pelo Financial Times, citando fontes com conhecimento no assunto, o executivo quer recolocar o maior banco europeu no "modo crescimento" e, para isso, a diretoria do banco estaria discutindo o reforço das operações de investimento, com sede em São Paulo, para reconquistar os clientes empresariais brasileiros.

Para continuar a assessorar e financiar clientes empresariais internacionais de grande porte, o HSBC manteve cerca de 80 pessoas no seu banco de investimento no País após vender suas operações deficitárias, por R$ 5,2 bilhões, em 2015. De acordo com pessoas próximas ao banco, a cláusula de não competição com o Bradesco expira em breve, em 2019. Com isso, o banco sediado em Londres abre caminho para reforçar a atuação ao País. A ideia, de acordo com as fontes ouvidas pelo Financial Times, é elevar a equipe para 200 pessoas ou mais, a fim de tentar conquistar clientes menores, com foco mais local.

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O banco europeu não tem planos de voltar a trabalhar como banco de varejo no país. HSBC e Bradesco não comentaram.

Com carreira de 29 anos no banco, Flint assumiu a presidência do HSBC em fevereiro e tenta revigorar a instituição. Durante a gestão anterior, de Stuart Gulliver, o banco registrou queda de receita em cinco de sete anos, fechou 100 subsidiárias e reduziu o número de países em que atua de 88 para 67.

De acordo com reportagem do Financial Times, o plano de reforçar a atuação no País teria surgido após a eleição de Jair Bolsonaro para presidência do Brasil. O político vem buscando atrair os investidores internacionais e a comunidade de negócios, com promessas de reformas econômicas liberais ortodoxas. (Com agências internacionais). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os clientes do HSBC vão migrar definitivamente para o Bradesco no próximo dia 10 de outubro, apurou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Na próxima semana, o banco enviará um lote de correspondência aos 5 milhões de clientes do banco inglês com informações para acesso via internet banking, celular, caixas eletrônicos e cartão de débito, fora o de crédito que será encaminhado na sequência.

A mudança de marca das 851 agências do HSBC para Bradesco, conforme fonte, ocorrerá entre 8 e 9 de outubro. O mesmo vale para os 4.400 caixas eletrônicos e 4.250 postos de atendimento em empresas.

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O braço do banco de investimento Bradesco, o BBI, já ocupa a antiga sede do HSBC, na Avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo, e não mais a avenida Paulista, como antes, diz uma fonte. O Bradesco deve passar a contabilizar os números do HSBC em suas demonstrações financeiras a partir do terceiro trimestre.

O HSBC Brasil é a maior aquisição da história do Bradesco. Custou R$ 16 bilhões e agregou cerca de R$ 175 bilhões em ativos ao banco, aproximando a instituição de seu principal rival, o Itaú. Desde 1943, o Bradesco fez 48 aquisições entre bancos, financeiras e seguradoras. Após adquirir o HSBC, porém, ficou proibido, como parte do acordo que fez para obter o aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), concedido em junho último, de comprar qualquer instituição financeira que atue no Brasil no prazo de 30 meses. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do HSBC, criada para investigar contas não declaradas de brasileiros na Suíça, foi encerrada nesta quarta-feira, 25, sem indiciamentos. Segundo a Agência Brasil, o relatório aprovado, realizado pelo senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), apenas pede celeridade nas investigações, conduzidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, sobre supostas práticas de evasão de divisas.

Para o relator, a falta de indiciamentos não indica fracasso da comissão, pois ela agendou o tema e fez com que órgãos de Estado acelerassem o processo de investigação. Ferraço afirmou que os culpados não foram indiciados por causa da dificuldade de órgãos, como a Secretaria de Tecnologia e Informação (Prodasen) e a Polícia Federal, em examinar arquivos criptografados e encaminhados pela Justiça francesa.

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Em voto em separado, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor do pedido que criou a CPI, sinalizou que o relatório de Ferraço foi insuficiente, pois deveria prever uma apuração dos dirigentes do HSBC no Brasil e da lista com os nomes de mais de 10 mil correntistas brasileiros na Suíça.

Após mais de um ano de funcionamento, o relator disse que a continuidade dos trabalhos da comissão poderia significar um desperdício de dinheiro público.

Foi registrado no início desta sexta-feira (15) a explosão de quatro caixas eletrônicos do banco HSBC de Boa Viagem, na Avenida Domingos Ferreira, Zona Sul do Recife.

De acordo com a Polícia Militar, a equipe chegou ao local após a ação dos criminosos, que levaram valores não estimados, e não houve prisões. As investigações ficam por conta da Polícia Civil.  

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O Sindicato dos Bancários informou que esta ação foi semelhante aos demais casos de explosão de terminais eletrônicos. "Os criminosos chegam pela madrugada, utilizam materiais modernos e realizam ação rápida, levando os valores", explica o diretor da organização, João Rufino.

Além disso, o Sindicato ainda pede atenção da Secretaria de Defesa Social (SDS) para a segurança dos bancos no estado e a realização de um trabalho de investigação para identificar essas quadrilhas. "É preciso identificar esses grupos visto que alguns vêm de outros cantos do país e realizam ações tanto aqui quanto em outros estados do Nordeste", explica. 

A CPI do HSBC voltou atrás na decisão de quebrar os sigilos fiscais e bancários de clientes investigados por denúncias de operações irregulares no banco da Suíça. Ao todo, seis pessoas foram beneficiadas com a "desquebra" de sigilos.

O acesso aos dados havia sido decidido na sessão de CPI do dia 30 de junho. Ao todo, 17 pedidos haviam sido apreciados. A reunião do colegiado desta quinta-feira, 16, foi marcada extraordinariamente após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter autorizado a comissão a quebrar os sigilos dos correntistas suspeitos.

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Um dos beneficiados foi o empresário Jacob Barata, além de três integrantes de sua família. Barata é conhecido como o "Rei dos Ônibus" do Rio. Segundo informações obtidas por meio do vazamento de dados bancários da instituição financeira e divulgadas pelo blog do jornalista Fernando Rodrigues, do UOL, Jacob mantinha US$ 17,6 milhões em uma conta conjunta com sua mulher Glória e seus filhos.

O empresário Jacks Rabinovich, que era sócio do grupo Vicunha, também foi beneficiado pela decisão da CPI. Ele é um dos brasileiros com mais de US$ 50 bilhões em contas no HSBC. A última "desquebra" foi a de Paula Queiroz Frota, da família cearense de Edson Queiroz, que também mantinha contas no banco.

As decisões foram apoiadas pela maioria dos integrantes da CPI, a começar pelo presidente da comissão, senador Paulo Rocha (PT-PA) e pelo relator, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES). O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que é vice-presidente do colegiado, se posicionou contra a medida.

Em outra ofensiva para esvaziar os trabalhados da CPI, o senador Blairo Maggi (PR-MT) questionou a necessidade da comissão no momento em que o plenário do Senado discute um projeto de Randolfe que trata da regularização de recursos de brasileiros que mantêm no exterior dinheiro ou patrimônio não declarados à Receita Federal. "Não acho que é correto a gente fazer as duas coisas ao mesmo tempo: oferecer uma banana, melhor dizendo, uma bala em uma mão e o chicote na outra", afirmou Maggi.

O colegiado também não aprovou um requerimento para que a CPI fosse à França ouvir Hervé Falciani, responsável pelo vazamento dos dados do caso que ficou conhecido como SwissLeaks. A comissão deve fazer apenas uma teleconferência com Falciani.

A presidente mundial do banco Santander, Ana Botín, confirmou na terça-feira, 7, que o banco espanhol entregou proposta de compra dos ativos do HSBC no Brasil, conforme antecipou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Em resposta ao pedido de esclarecimentos feito pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre o interesse na aquisição do HSBC Brasil, o Santander Brasil informou na terça-feira que "continua analisando oportunidades de investimento que estejam em consonância com a sua estratégia de negócios". A instituição afirmou, porém, que não foi "alcançado, até o momento, qualquer compromisso vinculante a respeito".

Segundo fontes de mercado, o Bradesco também fez uma oferta vinculante, na última fase da disputa, cujo prazo terminou na segunda-feira. Em resposta à CVM sobre o interesse na aquisição de ativos de varejo do HSBC Brasil, o banco disse que "continua avaliando as oportunidades de negócio que estejam alinhadas com sua estratégia de crescimento, especialmente aquelas de maior relevância, que possam agregar valor aos seus acionistas".

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Já o Itaú Unibanco não deixou claro se o banco fez proposta vinculante. Em comunicado, em resposta a questionamento da BM&FBovespa, diz apenas que o Itaú "continua analisando potenciais operações que agreguem valor aos nossos acionistas".

O HSBC anunciou no mês passado sua intenção de vender seus ativos no Brasil e na Turquia, mantendo apenas uma estrutura pequena para atender clientes corporativos. A venda da unidade brasileira, avaliada em cerca de US$ 5 bilhões, faz parte de um processo de reestruturação do banco britânico, que pretende se expandir na Ásia.

Hoje o HSBC é o sétimo maior banco no Brasil, de acordo com dados do Banco Central. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A CPI do HSBC aprovou nesta terça-feira, 30, a quebra de sigilo fiscal e bancário de 16 brasileiros suspeitos de manter contas irregulares no banco com sede na Suíça. Entre eles, estão dois ex-diretores do Metrô de São Paulo investigados no caso do cartel de trens, Paulo Celso Mano Moreira e Ademir Venâncio de Araújo.

Ambos são acusados de improbidade administrativa pelo Ministério Público do Estado e teriam aberto contas no banco suíço na época em que estavam na diretoria da estatal.

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O colegiado, porém, rejeitou três requerimentos, como o que pedia a quebra de sigilo de Dario de Queiroz Galvão Filho, um dos empreiteiros presos na Operação Lava Jato. O empresário Benjamin Steinbruch, da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), também foi poupado.

A aprovação da quebra de sigilo gerou debate na CPI. Senadores questionaram o uso do artifício, já que o colegiado ainda não teve acesso aos dados oficiais da investigação e se baseia em informações divulgadas pela imprensa. O senador Ciro Nogueira (PP-PI), por exemplo, defendeu que a decisão era "uma temeridade e uma precipitação" e que só tinha como objetivo criar um fato político para a CPI.

Diante da polêmica, os senadores optaram por não apreciar 27 requerimentos para que CPI pudesse pedir mais esclarecimentos antes de decidir pela quebra de sigilo.

A concentração bancária no Brasil vai aumentar entre as cinco maiores instituições caso uma nacional adquira a unidade do HSBC no País, afirmou o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal. Entre os dez maiores, porém, não deve ter mudanças, conforme ele, uma vez que o britânico já integrava tal grupo.

"A indústria bancária é concentrada em todo o mundo, porque tem economias de escala importantes. No Brasil, a concentração bancária não é muito diferente de outros mercados emergentes, embora seja maior que em países avançados", avaliou ele, em entrevista exclusiva ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, durante o CIAB 2015, evento voltado para tecnologia bancária.

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Dependendo de quem leve a operação, a concentração bancária no Brasil ficará ainda mais evidente, pois cinco instituições deterão 69% dos ativos totais do sistema nacional ou R$ 5,2 trilhões, conforme dados do Banco Central. Pelo parâmetro internacional Índice Herfindahl-Hirschman (IHH), que mostra a concentração pelo critério de contas correntes, o Brasil tem concentração regular. O indicador fechou dezembro em 0,1376, muito acima, porém, do visto em dezembro de 1994, de 0,0905, segundo o BC. O IHH é um índice que vai de zero a 1. Conforme os critérios adotados internacionalmente, resultados de 0 a 0,10 indicam um mercado não concentrado. Já entre 0,10 e 0,18 mostra concentração regular e acima de 0,18 aponta um mercado com alta concentração.

Embora não comente a venda do HSBC em si, Portugal disse que independente da concentração em um determinado segmento, há concorrência em determinadas necessidades como, por exemplo, na contratação de um crédito para um projeto de infraestrutura, cujos recursos podem ser captados via o mercado de capitais. "O mercado de capitais, o de seguros, o bancário podem atender uma mesma necessidade, por isso, competem entre si", explicou o presidente da Febraban.

Sobre as explicações dadas pelo executivo-chefe do HSBC, Stuart Gulliver, durante reunião com investidores, na semana passada, para a saída do Brasil, Portugal disse que não foram críticas, mas comentários sobre as características do País como, por exemplo, o fato de ser uma economia mais fechada. "São características que estamos tentando mudar. O mercado brasileiro continua muito atraente e com potencial de crescimento. A saída do HSBC é mais por problemas específicos do banco do que do País", analisou Portugal.

Bradesco

Também presente no Ciab, na semana passaada, o vice-presidente executivo do Bradesco, Maurício Minas, respondeu, ao Broadcast, que o banco continua avaliando oportunidades, quando questionado sobre a venda do HSBC no Brasil. Não comentou, porém, o estágio das negociações nem se o Bradesco é favorito para levar o ativo.

Depois de fazer a oferta não-vinculante (que não exige a compra do ativo pelo preço oferecido) maior, de cerca de R$ 10 bilhões, segundo fontes, o banco passou para a segunda fase da disputa ao lado de Itaú Unibanco e Santander. Neste estágio, os interessados têm acesso a uma maior gama de informações e têm de fazer uma oferta vinculante. Analistas e executivos citam o Bradesco como o favorito já que comprar o HSBC significaria praticamente eliminar a distância entre ativos com seu principal concorrente, o Itaú, desde que foi feita a fusão com o Unibanco.

Mais cedo, em conversa com analistas no Rio de Janeiro, o diretor de Relações com Investidores do banco Itaú, Marcelo Kopel, se negou a comentar um possível interesse na compra do HSBC no Brasil.

Os bancários do HSBC estão apreensivos quanto a manutenção dos seus postos de emprego com o anúncio do encerramento de parte das suas atividades no Brasil. 

De acordo com Alan Patrício, diretor do Sindicato dos Bancários e funcionário da empresa, a assistência a esses trabalhadores têm sido buscada na Câmara dos Deputados, Senado, Banco Central e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). 

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O apelo é para que os 22 mil funcionários no país, sendo 300 somente em Recife, tanto do HSBC quanto da financeira Losango – que desde janeiro deste ano foram incorporados como bancários -  tenham a garantia dos seus empregos independente do rumo que a companhia queira tomar, seja ela de venda ou fusão de instituições. 

Na capital pernambucana, existem oito agências e uma superintendência. Em forma de protesto, a agência localizada na Avenida Agamenon Magalhães, área central da cidade, está de portas fechadas, a exemplo de outras espalhadas pelo país.  

“Nossa intenção é mostrar que estamos atentos ao desdobramento desta situação e queremos manter nossos empregos. Caso seja informado que haverá demissão em massa, iremos decretar greve”, conclui Patrício. 

A assessoria do HSBC Holdings confirma o anúncio feito hoje (6) sobre a pretensão de vender a sua operação no Brasil, mas pretende manter sua presença no país para atender os clientes corporativos de grande porte em suas necessidades internacionais. 

Em nota, ela explica que o banco está em processo de venda e não encerramento das suas atividades. Os serviços também estão sendo realizados normalmente e, mesmo após a venda, eles serão mantidos para seus clientes. 

Quanto à questão da continuidade dos negócios, o documento afirma que o HSBC está se empenhando em realizar uma transição suave e coordenada com seu potencial comprador.  

Veja a nota na íntegra:

"O HSBC Holdings confirmou esta manhã no seu Investor Day, em Londres, que pretende vender a sua operação no País, mas planeja manter presença no Brasil para atender aos clientes corporativos de grande porte em suas necessidades internacionais. 

O HSBC Brasil está em um processo de venda e não de encerramento de suas operações no País. O banco segue operando normalmente e, mesmo após a venda, seguirá prestando serviços aos seus clientes.   

O HSBC está empenhado em garantir a continuidade do negócio e uma transição suave e coordenada para um potencial comprador. HSBC Brasil é parte da HSBC Holdings, uma das maiores instituições financeiras mundiais, com 2,6 trilhões de dólares em ativos e mais de 51 milhões de clientes em 73 países."

Um novo plano estratégico anunciado pelo HSBC foi anunciado nesta terça-feira (9) e na ocasião foi anunciada a saída do banco do mercado brasileiro e turco até 31 de dezembro de 2016. O objetivo da medida é a redução de custos, com isso, serão mais de 50 mil funcionários demitidos por todo o mundo. 

De acordo com publicação na Folha de São Paulo, um comunicado foi enviado para a Bolsa de Valores de Hong Kong antes mesmo de ser divulgado o seu novo plano de investimentos que consiste na redução de custos de US$ 5 bilhões e um resgate de 10% sobre o patrimônio líquido até 2017.

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A empresa irá realizar, no Brasil, um corte de 10% dos seus funcionários, o que soma entre 22 e 25 mil pessoas. Já na Turquia também são somados 25 mil trabalhadores demitidos. 

No país, o banco britânico possui 853 agências e possui como clientes principais os de alto poder aquisitivo. Faz parte do grupo HSBC a financeira Losango que financia compras na agência de turismo CVC, nas lojas Colombo e Hering. 

Com a chegada dos espanhóis no comando do Santander, em 2007, o britânico não conseguiu concorrer. Chegou a tentar vender sua financeira, mas não obteve resultado positivo. O Bradesco e Itaú são os principais interessados em adquirir a carteira do HSBC no Brasil. 

Autoridades do governo brasileiro obtiveram autorização para ter acesso à base de dados, sob a guarda do governo francês, do caso Swissleaks. O caso envolve contas bancárias de 6,6 mil brasileiros da filial do HSBC Private Bank em Genebra, instituição que por sua vez efetuava transferências secretas para contas em paraísos fiscais.

Com a autorização dos franceses, uma equipe do Ministério da Justiça, da Polícia Federal e do Ministério Público desembarca no início de junho, entre os dias 3 e 5, para realização de uma reunião "pericial" dos documentos. In loco, os representantes dos órgãos brasileiros poderão tomar conhecimento da base dos dados e do método de extração elaborado pelos franceses. Também poderão realizar análises dos documentos. Somente após se tomar conhecimento dos procedimentos adotados e que será possível se ter a confirmação de que os documentos poderão ser trazidos, ou não, para o País.

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"O Brasil dá mais um passo numa cooperação eficiente com a França e agora passa a fase de conhecimento dos dados referentes a esse caso. Tem se mostrado eficiente a articulação entre o Ministério Público Federal, Receita e Ministério da Justiça", afirmou à reportagem o secretário nacional de Justiça, Beto Vasconcelos. O acesso aos documentos foi pedido pelo governo brasileiro no final do último mês de março. No final de abril, integrantes dos três órgãos estiveram em Paris onde realizaram uma série de reuniões com as autoridades francesas no intuito de dar celeridade no acordo bilateral. Na ocasião, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que as empresas serão o foco das investigações.

O caso Swissleaks foi revelado em 2008 e envolve 106 mil clientes do banco oriundos de 203 países que, entre 2006 e 2007, mantinham depósitos da ordem de US$ 100 bilhões na filial de Genebra. Entre os correntistas há cerca de 8 mil brasileiros, que tinham, numa estimativa preliminar, mais de R$ 7 bilhões ocultados da Receita Federal. Uma futura distribuição dos dados para a Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado, que também investiga o caso, ainda depende de um pedido formal do colegiado e decisão da Justiça francesa.

Questionado na tarde desta terça-feira, 5, pelo senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) se o HSBC tem planos de deixar de operar no Brasil, presidente do HSBC Brasil, André Guilherme Brandão, disse que não é a primeira vez que existem rumores nesse sentido, mas não negou efetivamente a possibilidade de saída do banco do País.

"Não é a primeira vez que há rumores de HSBC deixaria o Brasil. Os últimos rumores se originaram a partir de um comentário do presidente-executivo do HSBC, Stuart Gulliver. O Brasil não teve resultados positivos recentemente e HSBC avalia como reverter processo", respondeu, em depoimento na CPI do HSBC, comissão formada no Senado para investigar eventuais irregularidades nas contas mantidas por brasileiros na Suíça.

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Em fevereiro, Gulliver avaliou que as operações no Brasil e no México teriam resultados abaixo do esperado pelo grupo HSBC, o que abriu espaço para especulações.

Como informou nessa segunda-feira, 4, o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, há bancos avaliando a operação no Brasil do HSBC, sendo que Bradesco e Santander lideram as apostas como possíveis candidatos, segundo fontes. O banco inglês estaria sendo assessorado pelo Goldman Sachs e estabeleceu junho como o prazo para envio de propostas, quando tradicionalmente o HSBC realiza sua reunião estratégica. O objetivo seria concluir a venda da operação, avaliada em US$ 5 bilhões por bancos de investimento, em agosto deste ano, de acordo com fontes.

Na CPI, Brandão ainda negou que os rumores da saída do banco no País tenham qualquer vínculo com os vazamentos do caso "SwissLeaks". "Não há relação entre o SwissLeaks e o comentário do presidente mundial sobre operação brasileira", completou.

O presidente do HSBC Brasil, André Guilherme Brandão, reconheceu nesta terça-feira, 5, que o episódio de vazamento de dados de contas abertas no banco na Suíça entre 2006 e 2007, conhecido como "SwissLeaks", sem dúvida é desgastante, mas avaliou que se trata de um assunto antigo que não tem tido impacto financeiro para a instituição no País.

"Nossos clientes entendem que se trata de um caso antigo e não temos sofrido impacto financeiro, mas não é prazeroso ter a nossa marca associada a um caso como o SwissLeaks", disse o executivo em apresentação na CPI do HSBC, comissão formada no Senado para investigar eventuais irregularidades nas contas mantidas por brasileiros na Suíça.

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Em resposta aos senadores, Brandão alegou que regras de sigilo bancário impedem que o grupo confirme ou negue existência de contas supostamente detidas por brasileiros na Suíça. "Posso garantir que ninguém no Brasil tem acesso a informações sobre contas na Suíça. O HSBC Brasil não participa da abertura de contas fora do País nem recebe informações sobre esses processos", afirmou. "Nem o presidente do HSBC na Suíça pode falar abertamente sobre contas abertas no banco, devido às leis do sigilo bancário", argumentou.

Brandão confirmou que o HSBC suíço manteve um escritório de representação no Brasil entre 2002 e 2007 para a "prospecção de clientes", função que passou a ser realizada pelo próprio HSBC Brasil desde 2007. Segundo ele, a atividade consiste apenas em orientar potenciais clientes a procurarem o banco na Suíça, sem tomar conhecimento se essas contas são de fato abertas no país europeu.

Em audiência pública da CPI do HSBC no Senado, o delegado federal da Divisão de Repressão a Crimes Financeiros Wilson Rodrigues de Souza Filho, responsável pela apuração do caso chamado Swissleaks, disse que a Polícia Federal só tomou conhecimento de supostas contas irregulares na Suíça pela imprensa em fevereiro, quando foi aberto inquérito policial.

O delegado informou que apesar das investigações ainda estarem em fase preliminar, a apuração é considerada prioritária pela PF. "O nível de prioridade é altíssimo", afirmou. Segundo o delegado, a autoridade brasileira ainda aguarda a cooperação do governo francês. Só a partir dessa troca de informações financeiras será possível aprofundar as investigações.

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Ele também informou que o Conselho de Controle de Atividade Financeira (Coaf) encaminhou 63 relatórios de inteligência financeira, mas disse que ainda não poderia compartilhar os dados. Nesta quinta-feira, 30, a PF investiga se houve evasão de divisas e possível crime de lavagem de dinheiro de correntistas brasileiros.

Audiência também conta com a participação do advogado e professor de Direito Financeiro Heleno Torres. O advogado revelou que há cerca de US$ 500 bilhões de brasileiros em contas no exterior, seja de origem lícita ou ilícita. Ele ressaltou que é preciso romper as barreiras do sigilo bancário e construir novos padrões de Fisco internacional. De acordo com ele, o Brasil vem atualizando os acordos de troca de informações tributárias, mas disse que é preciso aprimorar a Receita Federal.

A comissão foi instalada em março para investigar irregularidades em contas do banco. Há a possibilidade de mais de US$ 100 bilhões, de contas de cerca de 100 mil clientes de diversas nacionalidades, terem sido ocultados do Fisco dos respectivos países. Entre os correntistas, há cerca de 8 mil brasileiros que tinham, numa estimativa preliminar, mais de R$ 7 bilhões.

Requerimentos

Durante a sessão, os senadores também aprovaram alguns requerimentos, entre eles o que pede o envio de comunicado à Procuradoria-Geral da República informando a existência da CPI, o que requer o compartilhamento de informações remetidas pelo Ministério Público francês ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal com a CPI, a solicitação de informações às 342 pessoas listadas pelo COAF e o convite para ouvir Hervé Falciani, ex-empregado do HSBC e conhecido por ser uma espécie de Edward Snowden do sistema bancário. Falciani teria descoberto o sistema de evasão de divisas em 2008.

A próxima audiência da comissão será no dia 5 de maio, onde é esperado presidente do HSBC no Brasil, Guilherme Brandão. O requerimento inicial para Brandão era de convocação, mas foi transformado em convite.

O perito em informática Hervé Falciani, denunciante do caso Swissleaks, revelou ao jornal O Estado de S. Paulo que pretende colaborar com as investigações sobre correntistas brasileiros envolvidos em ocultação e lavagem de dinheiro em paraísos fiscais. O engenheiro foi autor do vazamento de informações do HSBC Private Bank, em 2008, e desde então colabora com o Ministério da Justiça e com magistrados da França na identificação dos responsáveis por fraudes fiscais. Uma equipe da Procuradoria-Geral da República está em Paris em busca de informações do governo francês.

Falciani já colabora com a administração de países como Islândia, Índia e Argentina, e buscou contatos no Brasil por meio de organizações não-governamentais, como a Tax Justice Network - a colaboração nunca avançou. "Precisamos de um contato oficial da administração brasileira. É preciso que o governo nos peça para ter acesso a todas as informações disponíveis", disse Falciani. "A partir desse contato, nós vamos ajudá-los."

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Segundo Falciani, empresas e correntistas do Brasil são os maiores clientes dos chamados Private Banks, com frequência vinculados a escândalos de ocultação, lavagem e repatriamento de dinheiro originário de corrupção, de evasão fiscal e do crime organizado.

Além da Receita Federal, a Procuradoria tem interesse em identificar os correntistas que possam ter ocultado contas e recursos no exterior.

Por isso, os procuradores brasileiros começam hoje uma série de encontros com autoridades do Ministério Público e do Ministério da Justiça da França em busca de colaboração nas investigações do caso.

A equipe é integrada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e pelo secretário nacional de Justiça, Beto Vasconcelos. Os dois têm agenda oficial na manhã desta segunda-feira, 27, quando a comitiva se encontrará com o embaixador do Brasil, José Maurício Bustani. À tarde, os magistrados participarão de um seminário sobre colaboração internacional na luta contra o terrorismo. A principal reunião acontece amanhã, quando os procuradores terão encontro com autoridades da Corte de Cassações, do Ministério Público Financeiro e do Ministério da Justiça da França.

Escândalo

O escândalo Swissleaks veio a público pela primeira vez em 2008, mas durante sete anos em momento algum a Receita Federal solicitou ao governo da França acesso à lista de correntistas. A situação só mudou em março, depois que o jornal Le Monde e o Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo (CICJ) começaram a revelar parte dos nomes de 106 mil clientes de 203 países que, entre 2006 e 2007, mantinham depósitos da ordem de US$ 100 bilhões que transitaram pela filial de Genebra do HSBC Private Bank. Em relação ao Brasil, 8,6 mil clientes teriam um total de US$ 7 bilhões em 6,6 mil contas bancárias da agência suíça.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o Secretário Nacional de Justiça (SNJ), Beto Ferreira Martins Vasconcelos, viajarão à França na próxima semana para tratar de um acordo de cooperação entre os dois países sobre o caso HSBC. O Brasil pretende ter acesso à relação de brasileiros que mantêm contas no HSBC suíço a fim de verificar a existência de crimes financeiros, como sonegação e evasão fiscal.

Vasconcelos e Janot embarcam no fim de semana para Paris e lá terão encontros com autoridades francesas entre a segunda-feira,27, e a quarta-feira, 29, para tratar de um acordo de cooperação assinado pelos dois países no início de abril.

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O Brasil espera ter acesso à relação de correntistas brasileiros que mantêm contas correntes no HSBC suíço. A decisão do governo brasileiro de pedir acesso às informações por meio da França se deu porque o ex-funcionário do banco HSBC Hervé Falciani entregou ao governo francês uma base de dados sobre as contas numeradas. O mesmo caminho foi seguido por países como Argentina, que já obteve informações sobre seus correntistas.

Após a obtenção das informações, o Ministério Público Federal poderá abrir investigação para apurar a prática de eventuais crimes. Além da colaboração entre os ministérios públicos dos dois países, a Receita Federal brasileira também firmou um acordo com seu contraparte na França para obter mais dados.

Senadores abriram uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o caso HSBC. Representantes da comissão estiveram reunidos recentemente com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e com Janot para pedir que os dados obtidos junto ao governo francês possam ser compartilhados com a Comissão.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, recebeu nesta quinta-feira, 16, membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do HSBC para tratar da colaboração entre a Pasta e a comissão formada no Senado para investigar irregularidades nas contas mantidas por brasileiros na Suíça. "Há um desejo profundo e sincero do Ministério da Justiça de compartilhar dados com a CPI, respeitando termos do tratado da França", disse o ministro.

A CPI foi criada para investigar irregularidades praticadas pelo banco HSBC na abertura de contas na Suíça, em que mais de U$ 100 bilhões foram possivelmente ocultados do Fisco de mais de 100 países, entre eles, o Brasil. Há uma estimativa de que haja cerca de 8 mil brasileiros entre os correntistas com um saldo total de R$ 7 bilhões.

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Para apurar eventuais irregularidades, foram firmados dois acordos entre Brasil e França. Um deles, conduzido Ministério da Justiça e pela Procuradoria-Geral da República (PGR), visa apurar a parte criminal. Há ainda uma cooperação entre as Receitas dos dois países para o compartilhamento de dados, mas que se restringem a questões fiscais e não podem ser repassados a outros órgãos.

Como desdobramento do acordo firmado pela Pasta, o secretário Nacional de Justiça, Beto Vasconcelos, viajará ainda este mês à França junto ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para obter os dados de correntistas brasileiros que mantêm contas no HSBC na Suíça por meio da colaboração com o governo francês.

Na conversa com senadores, Cardozo se comprometeu a compartilhar, assim que estiver com os dados, as informações dos correntistas com a CPI. "Da nossa parte, achamos muito importante que a CPI receba todas informações que recebermos, para realizar os trabalhos de investigações naquilo que for necessário para esclarecer todos os fatos", disse o ministro, acrescentando ainda que disponibilizará agentes da Polícia Federal para contribuir com as investigações da CPI. O ministro ponderou, contudo, que o compartilhamento das informações tem de respeitar os critérios estabelecidos no acordo de cooperação com a França.

Participaram do encontro de hoje o presidente da CPI, o senador Paulo Rocha (PT-PA), o vice-presidente, Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), o relator, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), além do senador José Medeiros (PPS-MT). Ao fim do encontro, Rocha disse que foi combinado com o Ministério que "chegue ao Estado francês a ideia de que as CPIs, pela nossa constituição, têm posicionamento e prerrogativa judiciais". A intenção do senador é que esse argumento possa ajudar no compartilhamento de informações obtidas pelo governo brasileiro na França à CPI. "É fundamental que essa relação com o Mistério da Justiça pela mesa da CPI possa criar as condições de que a CPI avance nas investigações", disse.

No fim de março, os senadores que compõem a CPI também estiveram reunidos com Janot na PGR, e receberam um compromisso do Ministério Público Federal de obter as informações que forem compartilhadas com o órgão pela França.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga eventuais irregularidades de brasileiros no HSBC da Suíça aprovou nesta quinta-feira, 9, um requerimento determinando à Receita Federal o compartilhamento do que o órgão já descobriu envolvendo 129 pessoas.

A lista elaborada pelo autor do requerimento, senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AC), é composta por empresários e personalidades, como Benjamin Steinbruch, da CSN; o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga Neto; e os empresários Vittorio Tedeschi e Ettore Reginaldo Tedeschi. Além do compositor Tom Jobim, o apresentador Ratinho e a escritora Zélia Gattai.

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Os listados por Randolfe são proprietários de contas numeradas na sede do HSBC de Genebra, o que é apontado como uma solução para esconder a posse dessas contas.

A CPI ouve nesta quinta o ex-secretário da Receita Everardo Maciel, que classificou a Suíça como "paraíso fiscal". "É meio óbvio que quem não coloca o nome numa conta numerada tem alguma coisa a esconder", disse, ressaltando que "o Fisco não saberia quem investigar" nos casos de contas numeradas.

A lista com os nomes foi divulgada por um ex-funcionário do banco na Suíça, com as movimentações realizadas entre 2006 e 2007. O caso revelou dados de 6.606 contas detidas por 8.677 brasileiros no HSBC no país europeu.

O relator da CPI, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), disse que cabe à Receita cobrar 27,5% de Imposto de Renda de contas não declaradas e aplicar multa de até 75% sobre impostos devidos - punição pode subir para 150% sobre recursos oriundos de crimes no Brasil, como corrupção.

Maciel considerou que não cabe à Receita resgatar os recursos nas contas suíças, o que depende de acordo jurídico entre o governo brasileiro e Genebra. Ele apontou como "via do entendimento" um resgate a partir de acordo entre a Receita e os donos das contas.

A "repatriação espontânea", segundo o ex-secretário, a partir de pagamento das multas listadas por Ferraço, levaria o Brasil a uma difícil batalha jurídica com Genebra para reaver eventuais recursos de origem ilegal que tenham sido depositados no HSBC.

Três desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo, um deles aposentado, além de um ex-procurador-geral de Justiça do Rio e uma ex-defensora pública-geral de Pernambuco, aparecem na lista de brasileiros que mantinham contas sigilosas no HSBC da Suíça. A informação foi divulgada na quarta-feira (1º)  pelo O Globo. Ao jornal carioca, parte dos citados negou ter contas na filial suíça do banco.

Em 2006 e 2007, quando a lista foi revelada pelo ex- técnico de informática do HSBC Hervé Falciani, o desembargador Jaime Queiroz Lopes Filho, da 36ª Câmara de Direito Privado do TJ paulista, estava ligado a duas contas numeradas - em que o titular não aparece -, segundo o jornal. A primeira aberta em 1997 e fechada dois anos depois e a segunda com data de abertura em 1998. Esta última tinha saldo de R$ 131,1 mil quando a lista vazou. A O Globo ele afirmou "desconhecer por completo a existência das contas".

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Paulo Eduardo Razuk, desembargador da 1.ª Câmara de Direito Privado do TJ paulista, aparece na lista ligado a uma conta aberta em 1994 e fechada dez anos depois. No período do vazamento da lista o saldo era zero. Razuk foi procurado por meio da assessoria do tribunal, mas não foi localizado.

O desembargador aposentado Ney de Mello Almada, que deixou o TJ paulista e atua hoje como advogado, tem seu nome ligado a uma conta aberta em 1992 que no período do vazamento da lista possuía US$ 263.922. Almada negou a O Globo ter conta em Genebra. "Deve ter algum engano", disse ao jornal carioca.

Carlos Antonio da Silva Navega, que chefiou o Ministério Público do Rio entre os anos de 1987 e 1991, aparece na lista como tendo três contas na Suíça, todas zeradas quando houve o vazamento das informações. Em nota, Navega afirmou que "jamais abri ou mantive isoladamente ou em conjunto com qualquer pessoa, conta corrente no HSBC da Suíça". Segundo o ex-procurador-geral, os bens de sua propriedade no exterior, entre eles conta corrente, são devidamente informados na declaração de Imposto de Renda.

Chefe da Defensoria Pública pernambucana entre 2010 e 2014, Marta Maria de Brito Alves Freire tem seu nome vinculado a uma conta de seu marido, o advogado Marcos Freire Filho. Aberta em 1996, a conta tinha saldo de R$ 1,016 milhão em 2006/2007, quando a lista de correntistas do HSBC da Suíça foi revelada.

Em nota, Marta Maria confirmou que são seus a data de nascimento e o endereço que constam nas fichas do banco, mas negou que tivesse a conta citada. Ela disse estar "surpresa e indignada" com a citação na lista. A ex-defensora-geral afirmou que está "rigorosamente em dia com suas obrigações fiscais". A lei brasileira não proíbe contas no exterior, mas criminaliza quem não declara os valores à Receita e ao Banco Central. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-deputado federal Márcio Fortes, integrante da direção nacional do PSDB e ex-presidente do BNDES, é um dos mais de 8 mil brasileiros da lista de correntistas do HSBC na Suíça vazada por um ex-funcionário do banco, no escândalo conhecido como Swissleaks. Autoridades investigam se houve crime na abertura e manutenção dessas contas.

A lista de políticos divulgada ontem pelo portal UOL e pelo jornal O Globo inclui entre os correntistas com valores depositados no HSBC o vereador do Rio Marcelo Arar (PT) e o empresário Lirio Parisotto, segundo suplente no Senado do atual ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB-AM). Nenhum dos três declarou as contas suíças à Justiça Eleitoral quando disputaram cargos eletivos.

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Um dos fundadores do PSDB, Fortes tem 70 anos, é empresário da construção civil e presidiu a João Fortes Engenharia, construtora criada por seu pai, João Fortes, em 1950. Segundo a reportagem do UOL e do Globo, o tucano abriu duas das três contas da lista em 1991, quando presidia o Banerj, banco estatal fluminense. Elas foram encerradas em 2003 e 2004, mas nenhuma consta da declaração de bens entregue ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) em 1998, quando Fortes se elegeu deputado.

A terceira conta foi aberta em 2003 e tinha US$ 2,4 milhões entre 2006 e 2007, período ao qual a lista do Swissleaks faz menção. Essa conta bancária também não consta da declaração entregue na campanha de 2006.

Fortes foi presidente do BNDES na gestão José Sarney, entre 1987 e 1989. Depois de ajudar a fundar o PSDB, assessorou o primeiro candidato tucano à Presidência, Mário Covas. Em 1994, foi eleito deputado pela primeira vez com a maior votação do Rio para a Câmara.

Fortes teve participação importante na arrecadação financeira das campanhas do PSDB à Presidência em 1994, 1998 (vencidas por Fernando Henrique Cardoso) e 2002 (José Serra).

O empresário não atendeu às ligações do jornal O Estado de S. Paulo feitas para o seu telefone celular. Sua secretária informou que Fortes está fora do País, mas poderia responder perguntas por e-mail. As respostas não chegaram à reportagem até esta edição ser concluída. Ao Globo e ao UOL, o tucano disse acreditar que as duas primeiras contas foram abertas no período em que prestou serviço para uma instituição sediada na Suíça. Sobre a terceira conta, afirmou desconhecê-la.

Outros casos

O vereador Marcelo Arar, que é radialista e promotor de eventos e teve seu nome vinculado a duas contas conjuntas no HSBC da Suíça, também não atendeu ao Estado. Um assessor disse que ele não poderia dar entrevista porque se recupera de cirurgia bariátrica. Uma das contas de Arar estava com saldo zerado na época que os dados foram compilados e a outra tinha US$ 247,8 mil. O petista negou a existência das contas ao Globo e ao UOL.

Dono da Videolar, fábrica de materiais plásticos, Lirio Parisotto foi incluído pela revista Forbes como um dos bilionários brasileiros. A lista do Swissleaks liga o suplente de senador a cinco contas, com saldos de até US$ 45,9 milhões. Ao Globo e ao UOL, o empresário disse, via assessoria de imprensa, ter declarado todo seu patrimônio à Receita Federal e ao Banco Central, mas não apresentou documentos que comprovem a informação.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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