Tópicos | Hugo Lloris

O atacante Kylian Mbappé foi escolhido pelo técnico Didier Deschamps como novo capitão da França. Durante os últimos dez anos, a faixa esteve a maior parte do tempo no braço do goleiro Hugo Lloris, que se aposentou da seleção francesa após o vice-campeonato da Copa do Mundo do Catar, no final do ano passado. Lloris disputou quatro Mundiais e é o jogador com mais partidas por sua nação.

A escolha de Mbappé para vestir a braçadeira já vinha sendo especulada pela imprensa francesa, mas só foi confirmada publicamente por Deschamps nesta terça-feira, em entrevista ao canal de televisão TF1. "Kylian atende a todos os critérios para ter essa responsabilidade. Tanto dentro do campo quanto na convivência com o grupo, por ser um elemento um elemento aglutinador entre os jogadores", disse.

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O treinador também afirmou que Antoine Griezmann será a segunda opção para a função. O atacante do Atlético de Madrid foi capitão recentemente em setembro do ano passado, na ausência de Lloris e do zagueiro Raphael Varane, que também anunciou a aposentadoria da seleção após o Mundial.

Aos 24 anos, Mbappé já teve a experiência de ser capitão vestindo a camisa do Paris Saint-Germain, pois é o segundo na hierarquia do treinador Christophe Galtier. O dono da braçadeira no clube francês é o zagueiro Marquinhos, da seleção brasileira.

Em seu primeiro jogo desde a derrota para a Argentina na final da Copa do Catar, a França enfrenta a Holanda às 16h45 (de Brasília) desta sexta-feira, pela primeira rodada das eliminatórias da Eurocopa. Na próxima segunda, encara a Irlanda.

O goleiro Lloris, do Tottenham, anunciou nesta segunda-feira, em entrevista ao jornal francês L'Equipe, sua aposentadoria da seleção francesa. Menos de um mês atrás, ele esteve em campo vestindo a faixa de capitão durante a final da Copa do Mundo do Catar, na qual foi derrotado pela Argentina. Quatro anos antes do vice-campeonato, viveu a maior alegria representando sua nação ao celebrar o título mundial na Copa da Rússia, em 2018.

A decisão de parar de jogar pela seleção não significa que a aposentadoria como jogador esteja próxima. O objetivo dele é justamente ter a oportunidade de ter uma carreira mais duradoura. "Ter sido o goleiro da França por 14 temporadas e meia é algo sólido, mas também mentalmente exaustivo. Eu espero que me dar um pouco tempo vai me permitir continuar jogando em alto nível pelos próximos anos", afirmou

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Aos 36 anos, Lloris é o goleiro com mais jogos disputados em Copas do Mundo. Participou de quatro edições (2010, 2014, 2018 e 2022) e jogou 20 partidas. A vigésima foi justamente na decisão de dezembro contra os argentinos, ocasião em que superou o alemão Manuel Neuer, dono de 19 aparições em Mundiais.

Durante a disputa no Catar, o goleiro francês também se tornou o jogador com maior número de jogos pela seleção nacional. Desde sua estreia em 2008, durante um amistoso contra o Uruguai, defendeu a França em 145 partidas, três a mais que o ex-defensor Lilian Thuram, campeão da Copa de 1998 e detentor da marca antes do início do último mundial.

Com o fim da carreira na seleção, as ambições de Lloris estão totalmente concentradas no Tottenham. "Eu quero continuar a jogar, a viver este esporte como eu sempre fiz, e talvez essa decisão me ofereça melhores condições físicas com meu clube. Nos próximos quatro ou cinco meses, com o Tottenham, eu quero viver coisas fortes, terminar o Campeonato Inglês dentro do top 4, fazer algo relevante na Liga dos Campeões e também na Copa da Inglaterra", disse.

"Esse sucesso não é apenas de um simples esporte". O alerta é de Hugo Lloris, capitão da seleção campeã do mundo e o quarto goleiro na história a levantar a taça mais cobiçada do planeta. Em uma conversa com o Estado e um pequeno grupo de jornalistas franceses, o jogador deixou claro que espera que a vitória de um time repleto de filhos de imigrantes terá um impacto importante, em um momento em que a França e a Europa vivem um debate sobre quem é merecedor de ser cidadão e o como lidar com o fenômeno da imigração.

Em uma seleção francesa que é em parte o espelho da nova sociedade europeia, com imigrantes, Hugo Lloris é o representante de uma parcela de classe alta do país. Filho de banqueiro de Mônaco e uma advogada de sucesso, ele cresceu longe da periferia de Mbappé. Mas sabe do papel que seu time hoje tem, em um debate sobre identidade e sobre quem pode ou não permanecer na Europa. 78% dos jogadores da seleção francesa tem origens estrangeiras - 50% deles são muçulmanos.

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"O futebol tem um poder enorme sobre a sociedade", disse. "É difícil ainda de entender o que ainda pode ocorrer em termos de impacto (pela conquista da Copa do Mundo). Mas vimos um pouco do que isso pode ser capaz de acontecer quando, depois do jogo contra a Bélgica, um povo todo se uniu", disse. "Foi incrível ver um povo unido atras de um símbolo, de uma bandeira, que era a da França", afirmou.

A conquista, porém, ocorre em um momento de tensão social. Marine Le Pen, que hoje usa a seleção para comemorar as cores da França, já deixou claro no passado que questionava a presença de "estrangeiros" no time. Segundo ela, seria difícil exigir um compromisso de jogadores que "tem outro país no coração". Em 2010, quando o time francês fracassou na Copa do Mundo e jogadores e comissão técnica entraram em choque em pleno torneio, não foram poucas as vozes que insinuaram que o problema estava relacionado com a presença de "estrangeiros" no grupo.

Críticos também alertam que colocar no futebol a responsabilidade por superar as feridas da sociedade não é a solução. Vinte anos depois de Zinedine Zidane vencer pela primeira vez a Copa do Mundo, o racha social e o debate sobre a imigração apenas se aprofundou e movimentos de extrema-direita ganharam força.

Hugo Lloris prefere dar atenção ao que a conquista pode representar. "Podemos estar orgulhosos. Por trás desse sucesso, não está apenas um simples esporte. É também o sucesso da França. Todos os franceses se sentem identificados com esse time", declarou.

O goleiro campeão também falou sobre o controle emocional de um time jovem em momentos difíceis da Copa do Mundo. "Às vezes precisamos fazer prova de inteligência e é isso que fizeram nossos jogadores. Claro, os mais velhos estavam também ali para ajudar e me incluo nesse grupo", disse o capitão de 31 anos. "Os mais velhos estão presentes para assumir suas responsabilidades e falar as coisas certas", insistiu.

Para ele, dos sete jogos disputados pela França, a final foi a mais tensa e difícil. "Sabíamos que seria assim", disse. "Perdemos uma final diante de nossos próprios torcedores, em 2016 na Eurocopa contra Portugal. Isso foi muito duro. Mas mostramos caráter. Para voltar dois anos depois, em uma competição ainda mais forte e ganhar, e vencer, isso mostra que o futebol francês tem recursos, que está muito forte", comemorou.

Hugo Lloris ainda deixa claro que a história dessa equipe, agora campeã, não terminou. "Trata-se de um time muito, muito jovem", completou.

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