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A prefeitura de São Paulo monitora quatro tripulantes de um voo vindo da Índia que chegou nessa terça-feira (15) a São José dos Campos. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, a tripulação foi submetida a testes rápidos antes de desembarcar, e não apresenta sintomas da Covid-19.

Os tripulantes passaram por testes para identificar a contaminação pelo novo coronavírus antes de embarcar na Índia e de fazer escala em Cuba. Todas as testagens deram negativo. Antes da aterrissagem, o avião fez ainda uma escala no Aeroporto de Cofins, em Minas Gerais.

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Eles são os únicos passageiros, e vieram ao Brasil apenas entregar o avião em São José dos Campos. Os tripulantes serão monitorados até o próximo sábado (19), quando está previsto o retorno à Índia.

Variantes

Estudo feito pela prefeitura indicou que até a última segunda-feira (14) não havia registro de circulação da variante B.1.617 (indiana) na capital paulista. De acordo com o levantamento feito a partir das amostras rastreadas, mais de 90% dos casos de coronavírus na cidade são da variante P1 (Manaus).

Todas as segundas-feiras são feitas as análises de 250 amostras de testes positivos para covid-19 de toda a cidade. A partir desse material, os instituto Butantan e Adolfo Lutz fazem o sequenciamento genético do vírus para identificar quais são as variantes em circulação no município.

A troca de e-mails entre a diplomacia brasileira, chancelaria indiana e representantes de farmacêuticas do país asiático expõe o senso de importância atribuído à compra da hidroxicloroquina para o tratamento da Covid-19 no País. De acordo com documentos que estão em posse da CPI da Pandemia no Senado, o governo Jair Bolsonaro (sem partido) fez esforços incomuns para acelerar a compra do medicamento sem eficácia comprovada contra a doença. As informações são do Estadão.

A postura proativa do Executivo, que demorou pouco mais de dois meses para responder aos contatos da Pfizer, responsável por uma das vacinas imunizantes contra o novo coronavírus, é registrada nos mais de 54 e-mails trocados entre março e junho do ano passado. As mensagens foram enviadas pelo ministro-conselheiro da Embaixada no Brasil na Índia, Elias Antônio de Luna Almeida Santos, segundo na hierarquia do posto diplomático.

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“Estamos acompanhando esta questão com muita atenção”, destacou em um e-mail de 31 de março ao diretor de uma empresa fornecedora de hidroxicloroquina. Em outro, o articulador brasileiro pediu “a maior urgência possível” a um representante de uma farmacêutica sobre o preenchimento de documentos.

Em um sábado, dia 11 de abril de 2020, Gaurav Kumar Thakur, secretário para América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores da Índia, escreve a Santos para oferecer uma carga de “50 lakhs” (unidade de medida indiana, equivalente a 100 mil) de comprimidos de hidroxicloroquina já prontos. Em menos de oito horas, um funcionário do Itamaraty respondeu que “o governo brasileiro demonstrou interesse na oferta”.

“Independentemente dessa generosa possibilidade que o governo da Índia está abrindo ao Brasil, nós reiteramos que continuamos a buscar as permissões de exportação para a matéria-prima de hidroxicloroquina que permitirá aos fabricantes brasileiros produzirem para si quantidades adicionais de comprimidos de hidroxicloroquina”, devolveu Santos às 20h40 (no horário local) do mesmo dia.

Na sequência, a noite do domingo, 12 de abril daquele mesmo ano, é marcada por mais uma mensagem: “Se você pudesse fornecer os detalhes até amanhã de manhã ficaria muito grato, para que possamos iniciar contatos diretos com eles”, enviou Elias Antônio de Luna Almeida Santos, cobrando agilidade do colega indiano.

Envolvimento do Planato

A postura ágil do Itamaraty não se resumiu aos funcionários da embaixada, ainda de acordo com os documentos. Em um e-mail que tinha Santos entre os destinatários, T.C Reddy, diretor de uma farmacêutica indiana, sugeriu a empresários brasileiros que, sutilmente, “pressionassem Bolsonaro” a falar com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, para liberar com maior rapidez a carga de hidroxicloroquina.

“Gentilmente pressione o presidente do seu país [Brasil] também para falar com o nosso primeiro-ministro para permitir importações por motivos humanitários para o fornecimento de remédios para brasileiros que sofrem de pandemia coronavírus”, afirmou T.C. Reddy em 6 de abril.

O apelo do presidente a Modi, no entanto, já teria ocorrido dois dias antes, como o próprio Jair Bolsonaro postou em sua conta no Twitter: “Nossos agradecimentos ao primeiro-ministro da Índia @narendramodi, que, após nossa conversa por telefone, liberou o envio ao Brasil de um carregamento de insumos para produção de hidroxicloroquina”.

Mesmo após a Sociedade Brasileira de Infectologia publicar, em 20 de maio do ano passado, um informe no qual assegurada que os “estudos com ou hidroxicloroquina não mostraram eficácia no tratamento farmacológico de covid-19 e não devem ser recomendados de rotina”, as negociações pela droga continuaram. Quinze dias depois, no dia 5 de junho, Santos enviou e-mails a duas empresas indianas para saber o preço, quantidade e prazo para a entrega de difosfato de cloroquina, um dos componentes ativos do medicamento.

 

 

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teria atuado para favorecer empresas privadas na compra de cloroquina, medicamento sem eficácia comprovada para o tratamento da Covid-19. De acordo com informações publicadas na manhã desta quinta-feira (10), pelo jornal O Globo, a suposta interferência é apontada em um telegrama secreto, classificado como “urgentíssimo”, que está em posse da CPI da Covid no Senado.

No documento, Bolsonaro, através do Ministério das Relações Exteriores, faz um apelo ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, para que o país acelere a exportação de insumos para a fabricação de hidroxicloroquina no Brasil. O presidente chega a citar nominalmente as empresas EMS e Apsen ao pedir que a Índia liberasse o envio dos produtos.

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Apesar da bula da cloroquina indicar o uso do remédio para malária, lúpus e artrite reumatoide - a partir de prescrição médica - a ligação telefônica transcrita no documento tem início com Bolsonaro deixando claro o objetivo do contato.

“Entrarei diretamente no assunto. Embora não haja, por ora, divulgação oficial, temos tido resultados animadores no uso de hidroxicloroquina para o tratamento de pacientes com a COVID-19. Gostaria, por isso, em nome do governo brasileiro, de fazer um apelo ao amigo Narendra Modi para que obtenhamos a liberação de importações de sulfato de hidroxicloroquina feitas por empresas brasileiras”, afirma Bolsonaro, de acordo com a transcrição feita pelo Itamaraty obtida pelo O Globo.

Sem referenciar as fontes que trouxeram embasamento para as afirmações sobre a eficácia do remédio, o presidente continua: “O sucesso da hidroxicloroquina para tratar a Covid-19 nos faz ter muito interesse nessa remessa indiana. Estou informado de que um carregamento de 530 quilos de sulfato de hidroxicloroquina está parado na Índia, à espera de liberação por parte do governo indiano. Esse carregamento inicial de 530 quilos é parte de uma encomenda maior, e foi comprado pela EMS”.

Em seguida, menciona outro laboratório responsável pela produção de cloroquina no Brasil: “Adianto haver, também, mais carregamentos destinados a uma outra empresa brasileira, a Apsen. Este, como eu dizia, é um apelo humanitário que submetemos a nosso prezado amigo Narendra Modi, e que, se atendido, poderá salvar muitas vidas no Brasil.”

A ligação teria sido feita para Modi no dia 4 de abril, e divulgada nas redes sociais do presidente brasileiro no mesmo dia. As postagens, contudo, não revelaram que o contato envolvia empresas privadas. No dia 9 do mesmo mês, Bolsonaro teria feito outra ligação, desta vez para agradecer ao primeiro-ministro pela liberação da droga.

EMS e Apsen

Ainda de acordo com O Globo, as empresas beneficiadas diretamente pela atuação do presidente são comandadas por empresários bolsonaristas. Renato Spallicci, presidente da Apsen, declarou voto em Bolsonaro em 2018, e tinha várias postagens nas suas redes sociais em defesa do governo. Nesta quarta-feira (9), ele foi convocado a prestar depoimento na CPI da Covid-19. Já o CEO da EMS, Carlos Sanchez, já foi recebido por Bolsonaro para reuniões no Palácio do Planalto e participou, recentemente, de um jantar com empresários realizado em São Paulo, ocasião na qual o presidente foi ovacionado.

A Índia registrou nesta quinta-feira (10) mais de 6.000 mortes provocadas pela Covid-19, após uma revisão expressiva do balanço no estado de Bihar (nordeste) para as últimas 24 horas, o que alimenta as suspeitas de que o número de vítimas no país é muito mais grave.

De acordo com os dados do ministério indiano da Saúde, 6.148 pessoas faleceram nas últimas 24 horas, o que elevou o total de óbitos no país a quase 360.000, o terceiro maior do mundo.

Na quarta-feira, o país registrou 2.219 mortes e 92.596 contágios em 24 horas.

O estado de Bihar aumentou o número de mortos e adicionou 4.000 falecimentos, para quase 9.500 vítimas fatais, depois de revisar os registros de óbitos, segundo as autoridades.

A justiça do estado de Bihar exigiu uma auditoria dos registros após acusações de que o governo ocultava a magnitude da crise ao minimizar os casos de covid-19 e os falecimentos.

Especialistas suspeitam que os governos de outros estados também tentaram minimizar os balanços durante a segunda onda epidêmica, que atingiu a Índia com força no fim de março. O país chegou a registrar 400.000 casos e mais de 4.500 mortes por dia no fim de maio.

Como os registros são mal administrados em períodos normais, muitos especialistas consideram que o número de mortes na Índia pode ser muito superior, inclusive com mais de um milhão de mortes, o que seria o balanço mais grave do planeta.

As suspeitas são reforçadas pelo fato de que a taxa de mortalidade em outros países, como Brasil e Estados Unidos, é muito superior à registrada na Índia.

O recorde mundial anterior de mortes em 24 horas, segundo o balanço da AFP, era de 5.527 nos Estados Unidos, em 12 de fevereiro, mas este número foi consequência de uma revisão que elevou uma contagem precedente.

Quando a profissional da saúde Neelam Kumari bate à porta em uma aldeia indiana, os moradores às vezes fogem com medo de que ela queira vaciná-los contra a Covid-19.

Enquanto a onda devastadora de infecções diminui nas cidades indianas, a pandemia mortal está varrendo as zonas rurais empobrecidas do país, onde a ignorância e o medo reinam soberanos.

"Muitas pessoas em minha aldeia não querem ser vacinadas, temem morrer", diz à AFP Kumari em Dhatrath, um vilarejo com pequenas habitações de dois andares no estado de Haryana, onde búfalos perambulam pelas ruas.

"Um morador ficou tão bravo que bateu em um trabalhador (da saúde) que tentava convencê-lo a receber a vacina", conta.

Apenas 15% das pessoas nas áreas rurais, em comparação com 30% nas cidades, receberam pelo menos uma dose da vacina na Índia, apesar de dois terços das infecções ocorrerem no campo, de acordo com uma análise do jornal The Hindu.

As mensagens antivacinas se espalham na internet ou em aplicativos como o WhatsApp. Rumores de que a rede 5G causava covid-19 levaram ao ataque de várias torres no estado de Haryana.

"As pessoas nem fazem mais o teste porque acham que o governo vai declarar que são positivas, mesmo que não sejam", afirma Shoeb Ali, médico da cidade de Miyaganj, no estado de Uttar Pradesh, no nordeste do país.

- Vacinas mortais -

Os temores persistem, apesar do testemunho dos cadáveres das vítimas da covid-19 nos rios e covas rasas.

Na aldeia de Nuran Khera, em Haryana, os habitantes recusam-se a ser vacinados, apesar de reconhecerem que em muitas casas houve casos de febre e sabem de mortes.

"Mesmo depois da abertura do centro de vacinação aqui, ninguém quer" a injeção, garante à AFP Rajesh Kumar, morador de Nuran Khera, de 45 anos.

"Não vou ser vacinado porque tem muitos efeitos colaterais, as pessoas ficam doentes depois de serem vacinadas”, acrescenta.

Em outros estados surgiram histórias de pessoas pulando em rios ou fugindo na mata para evitar as equipes de saúde.

Hom Kumari, profissional da saúde do vilarejo de Bhatau Jamalpur, no estado de Uttar Pradesh, diz que é impossível convencer alguns moradores.

"O que dizer a alguém que diz 'se eu tiver que viver, farei isso mesmo sem vacina'?"

O coronavírus tem sido um duro golpe para a economia indiana e os moradores estão mais preocupados com as contas, afirma Rajib Dasgupta, especialista em saúde comunitária.

"É extremamente difícil comunicar por que a vacinação é importante", ressalta.

Alguns especialistas dizem que a Índia deveria aplicar as lições aprendidas com sua campanha de vacinação contra a pólio nos anos 2000. A campanha teve sucesso depois que os líderes comunitários se envolveram para explicar aos pais que a vacinação era segura para seus filhos.

Da mesma forma, líderes religiosos em Uttar Pradesh foram recentemente chamados para encorajar seus seguidores a se vacinarem contra o coronavírus.

Navneet Sing, responsável pela imunização no distrito de Jind, em Haryana, constatou que a comunicação pessoal ajudou quase 70% das pessoas com mais de 45 anos a se vacinarem em Kalwa e nas comunidades vizinhas.

Em Kalwa, a profissional da saúde Sheela Devi conta que ficou nervosa quando seu nome foi colocado na lista de vacinação, mas se sentiu mais calma quando o médico local recebeu uma dose.

Agora vai de porta em porta para convencer as pessoas.

"Estão gradualmente se convencendo de que, mesmo que contraiam o vírus após serem vacinados, não precisarão de hospitalização. Eles podem tomar remédios e se recuperar em casa", diz Devi à AFP.

Na Índia, uma mulher teve parada cardíaca durante próprio o casamento, vindo a falecer. Mas a cerimônia continuou após as famílias decidirem que a festa não podia parar, tendo assim o noivo casando com a irmã da noiva. O fato aconteceu em Samaspur, cidade do estado de Uttar Pradesh.

Segundo a agência de notícias indiana IANS, a mulher se chamava Surbhi e sofreu um infarto após receber o símbolo do casamento hindu, uma guirlanda, do noivo Manjesh Kumar. Mesmo encaminhada até uma assistência médica, a noiva não resistiu e faleceu.

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O nome da irmã mais nova de Nisha foi sugerido e, em comum acordo, as famílias decidiram que a cerimônia deveria continuar. O corpo da noiva foi mantido em uma sala ao lado de onde a festividade acontecia e foi cremado posteriormente.

Tio da noiva, Ajab Singh falou sobre o sentimento a IANS: "Nunca testemunhamos emoções tão confusas. A tristeza pela morte dela e a felicidade do casamento ainda não foram assimiladas", resumiu.

As razões para o acontecimento podem ter sido as tradições indianas, já que geralmente a família da noiva recebe um dote assim que o casamento é realizado. A família do noivo também pode ter tentado evitar que fosse mal vista, por participar de um casamento inacabado.

O governo da Índia alertou no sábado (5) que o Twitter deve obedecer imediatamente às novas regulamentações de mídia social do país, que os críticos dizem dar ao governo mais poder para policiar o conteúdo online.

O Twitter está envolvido em uma batalha tensa com o governo indiano. A empresa alega que o governo do primeiro-ministro Narendra Modi tenta silenciar as críticas, incluindo a condução da pandemia do coronavírus.

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Em uma carta ao Twitter, o Ministério de Eletrônica e Tecnologia da Informação disse que as novas regras entraram em vigor em 26 de maio, mas o site até agora não cumpriu as exigências. O ministério pediu ao Twitter que tratasse a carta deste sábado como um aviso final, caso contrário, a empresa "será responsável pelas consequências", informou a agência de notícias Press Trust of India.

A carta não detalhou quais consequências o Twitter pode enfrentar e não houve nenhum comentário imediato do Twitter.

No mês passado, a empresa disse que estava preocupada com a segurança de sua equipe na Índia, dias depois que a polícia indiana visitou seu escritório em Nova Delhi, porque rotulou um tweet de um porta-voz do partido governante como "mídia manipulada".

As novas regras exigem que as plataformas da Internet, como Facebook e Twitter, apaguem o conteúdo considerado ilegal pelas autoridades e ajudem nas investigações policiais, incluindo a identificação dos responsáveis pelas "informações maliciosas".

Condenado há seis anos no presídio de Meerut, em Utar Pradexe, no Norte da Índia, o detento Ashish Kumar recusou a liberdade condicional e pediu para continuar atrás das grades por medo da Covid-19. Com mais de 335 mil mortes pela pandemia no país, ele afirmou que se sente mais seguro dentro da prisão.

"Se eles saírem, eles não terão acesso fácil a comida e a atendimento de saúde, o que eles conseguem dentro das prisões", descreveu o Diretor Geral do sistema penitenciário da Índia, Anand Kumar.

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Além de Kumar, outros 21 prisioneiros no estado indiano declararam que preferem seguir encarcerados, segundo publicação do Indian Express.

O país sofre com altos índices de transmissão e tenta controlar a cepa B.1.617, que pode ser responsável pela recente aceleração de casos e já foi identificada no Brasil. A Índia é o segundo país com mais casos e já notificou 28.307.832 infectados, atrás apenas dos Estados Unidos, e 335.102 óbitos.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro começaram nesta terça-feira (1º) a monitorar, nos aeroportos da capital, passageiros que tenham passado pela Índia. O objetivo é evitar a disseminação da variante indiana do novo coronavírus no estado, depois da confirmação de um homem que, tendo viajado para aquele país, ingressou no Rio contaminado com a nova cepa.

O monitoramento envolverá vigilância 24 horas e testes de antígeno para detectar a Covid-19 em passageiros que cheguem pelo Aeroporto Internacional Tom Jobim/Galeão e pelo Santos Dumont e que tenham passado pela Índia.

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Caso o teste seja positivo, esses passageiros serão isolados em um hotel do Rio, onde serão monitorados, e realizarão o teste RT-PCR. As amostras serão encaminhadas para sequenciamento genômico, para que se identifique a variante do coronavírus.

O homem que testou positivo para a variante indiana é um morador de Campos, no norte do estado, e está sendo monitorado no Rio. As pessoas que tiveram contato com ele e que chegaram da Índia também estão sendo acompanhadas pelas vigilâncias municipal e estadual. Segundo a Secretaria Estadual, até o momento não houve outra confirmação de contaminação pela nova cepa.

Rasheeda Jaleel vive com um dos piores medos que uma mãe pode ter, o de não conseguir alimentar os sete filhos, consequência da nova onda de coronavírus que deixou sua família e milhões de indianos na indigência quase total.

A mulher de 40 anos, seu marido Abdul Jaleel, de 65, e os filhos se alimentam apenas uma vez por dia.

"Quando temos fome ou sede, me sinto totalmente impotente e angustiada: Como vamos sobreviver assim?", pergunta à AFP em seu pequeno apartamento de Délhi enquanto prepara o pão para sua única refeição do dia.

"Nos viramos com o que meu marido consegue ganhar. Se não é o suficiente, não como para poder alimentar as crianças", afirma.

Nas últimas oito semanas, o coronavírus provocou 160.000 mortes na Índia, onde os hospitais estão sobrecarregados e muitas empresas interromperam as atividades.

Além da pandemia, outra crise se aproxima, advertem os analistas, com o aumento da desnutrição entre a população mais pobre da Índia, que já foi muito afetada pela primeira onda de covid-19 em 2020.

"A crise é dupla para os pobres. Existe uma crise sanitária, mas também uma crise de renda", afirma à AFP Anjali Bhardwaj, da organização Right to Food Campaign.

"Houve uma grande crise de saúde (...) e muitos tiveram que gastar as economias de toda a vida para pagar pelos cuidados de seus familiares", explica.

Quase 230 milhões de indianos caíram na pobreza em 2020, ou seja, precisaram viver com menos de 375 rupias (5 dólares) por dia, segundo um estudo da Universidade Azim Premji de Bangalore.

Apenas em abril o país registrou a perda de mais de 7,3 milhões de postos de trabalho, segundo o Centro de Acompanhamento da Economia Indiana.

"Muitas pessoas caíram na pobreza ano último ano, se endividaram e foram obrigadas a economizar em comida", afirmou à AFP o professor associado Amit Basole, um dos autores do estudo. "A segunda onda está chegando com uma situação já precária", explica.

Abdul Jaleel, trabalhador da construção civil, ficou sem emprego quando as obras foram interrompidas pelo confinamento em Délhi. Depois se tornou condutor de "riquixá".

Atualmente ganha 100 rupias por dia, antes 500.

"Inclusive em alguns dias eu não ganho nada. Como pais, temos que chegar ao fim do mês de alguma maneira, seja mendigando, pedindo emprestado ou roubando", afirma. "Não temos escolha".

- "Círculo vicioso" -

Durante o primeiro confinamento, 100 milhões de pessoas perderam o emprego na Índia. Quase 15% não conseguiram trabalho até o fim de 2020, apesar do fim das restrições, segundo o estudo da Universidade Azim Premji.

E muitos que encontraram trabalho foram obrigados a aceitar salários menores, o que os deixou mais vulneráveis na segunda onda.

Se calcula que 100 milhões de indianos - incluindo a família Jaleel - não têm o cartão de racionamento do governo que dá acesso à ajuda alimentar, segundo Anjali Bhardwaj.

Sua organização faz um apelo para que os necessitados recebam ajuda alimentar, mesmo sem o cartão.

A pandemia derrubou anos de esforços na luta pela redução da pobreza. E os especialistas temem que muitas pessoas continuarão em dificuldades mesmo depois do fim das restrições.

"O temor é um economia deprimida durante muito tempo porque a demanda continuará parcial pela queda do poder aquisitivo induzido pela crise do emprego", disse Amit Basole.

"As pessoas estão presas no desespero", afirma à AFP Sunil Thakur, de 50 anos, que perdeu o emprego em um hotel durante o confinamento.

O governo de Minas Gerais confirmou, nesta sexta-feira (28), a identificação de um paciente infectado com a cepa indiana do coronavírus, em Juiz de Fora. O homem, que está internado no Hospital Santa Casa de Misericórdia, se deslocou de carro de São Paulo até o município mineiro.

Segundo comunicado oficial, ele teve contato apenas com sua esposa, que está assintomática e segue sendo monitorada e em isolamento domiciliar.

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Registrada pela primeira vez na Índia, em dezembro de 2020, a mutação B.1.617 já foi identificada inicialmente nos Estados do Maranhão, onde foram diagnosticados seis tripulantes de um navio cargueiro vindo da África, e São Paulo, em um paciente que teria viajado ao país asiático.

Na quarta-feira (27), a Secretaria Estadual de Saúde (SES) do Rio informou que um passageiro que veio da Índia e testou positivo para a cepa indiana do SARS-CoV-2 está em quarentena. Segundo o órgão, todas as pessoas que tiveram contato com o caso estão sob monitoramento.

Em um templo hindu, os sacerdotes invocam a clemência da deusa do coronavírus com a esperança de acabar com o surto da Covid-19 na Índia, onde quase 320.000 pessoas já morreram desde o início da pandemia.

Duas efígies da "Corona Devi" (deusa em hindi) chamam a atenção no templo Kamatchipuri Adhinam de Coimbatore, no estado de Tamil Nadu, duramente afetado pela onda de coronavírus que abala o gigante asiático desde março.

O templo hindu permanece fechado para os fiéis pelo impacto da epidemia em Coimbatore, uma cidade de 2 milhões de habitantes que sofreu mais de 1.000 mortes.

Os "bramanes" - sacerdotes hindus - vão todos os dias ao templo com os braços cheios de oferendas que são depositadas aos pés das imagens, uma delas de madeira e a outra de pedra, antes de se juntarem aos cantos que invocam a clemência da divindade: "Deusa Corona, por favor, acabe com o vírus e salve a população".

"No passado, tivemos templos consagrados (aos deuses) da varíola, da varicela, da peste", declarou Anandbharathi K., que dirige o templo Kamatchipuri Adhinam.

"Nós veneramos o vírus sob a forma de uma deusa e pedimos todos os dias para que ela amenize os efeitos da doença", acrescentou.

O número de contágios parece diminuir em grande parte da Índia após semanas de confinamento, mas o país de 1,3 bilhão de habitantes, traumatizado pela ferocidade da doença que lotou os hospitais e esgotou as reservas de oxigênio e medicamentos, teme uma nova onda tão ou mais virulenta que a atual.

"Nem os médicos são capazes de superar a magnitude da situação, então nós recorremos à fé e à divindade como último recurso", declarou Anandbharathi.

Os "bramanes" realizam seus rituais dedicados à "Corona Devi" 48 dias antes de levarem as efígies para um rio próximo, onde as mergulham como uma "oferenda de paz".

A Secretaria estadual de Saúde (SES) do Rio informou que o passageiro que veio da Índia e testou positivo para a cepa indiana do SARS-CoV-2 está em quarentena. Segundo o órgão, todas as pessoas que tiveram contato com o caso estão sob monitoramento. Todo eventual deslocamento é acompanhado pelos órgãos de vigilância sanitária de Campos de Goytacazes, no norte fluminense, do Rio e da própria SES, afirma nota divulgada na noite desta quarta-feira (26).

O texto informa ainda que todas as pessoas que tiveram contato com o passageiro infectado foram contatadas e orientadas a observar quarentena e a comunicar às autoridades sanitárias a ocorrência de qualquer sintoma.

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A secretaria ainda avalia, junto com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a possibilidade de criar barreiras sanitárias para os voos domésticos. As barreiras para os voos internacionais são de responsabilidade do Ministério da Saúde.

A nota lembra ainda que todos os protocolos de segurança devem ser mantidos, como uso de máscaras e distanciamento social.

O ciclone Yaas, a segunda tempestade a afetar a Índia em menos de duas semanas, tocou o solo nesta quarta-feira (26), no estado de Odisha, costa leste do país, e provocou duas mortes em Bengala Ocidental.

"O centro do potente ciclone Yaas está a 50 quilômetros ao sul-sudeste de Balasore, em Odisha", informou no Twitter o serviço meteorológico indiana. O fenômeno atingiu a região às 3H30 GMT (0H30 de Brasília).

O governo de Bengala Ocidental anunciou que duas pessoas morreram na passagem do ciclone.

"Uma foi arrastada pelo mar e outra morreu no desabamento de sua casas no distrito de Midnapore Oriental", disse Mamata Banerjee, primeira-ministra do estado.

O departamento meteorológico indiano anunciou a previsão de ventos de até 185 km/h e advertiu para o risco de aumento de até três metros do nível do mar.

Mais de 1,2 milhão de pessoas que vivem ao longo da costa do Golfo de Bengala foram retiradas de suas casas, de maneira preventiva, na segunda-feira e terça-feira.

As autoridades de Calcutá, a capital de Bengala Ocidental, ordenaram o fechamento do aeroporto internacional durante a maior parte da quarta-feira.

O aeroporto de Bhubaneswar, capital de Odisha, também interrompeu as atividades.

"Cada vida é preciosa", disse o primeiro-ministro de Odisha, Naveen Patnaik, que pediu à população que "não entre em pânico" e permaneça afastada da costa.

Quase 4.800 funcionários das equipes de emergência foram mobilizados nos dois estados ameaçados, informou a Força Nacional de Resposta a Desastres.

Odisha e Bengala Ocidental estão gravemente afetados pela segunda onda de coronavírus, que matou na Índia mais de 120.000 pessoas nas últimas seis semanas e mais de 300.000 desde o início da pandemia.

Alguns dos ciclones mais violentos da história da Índia foram formados no Golfo de Bengala, incluindo um que matou 500.000 pessoas em 1970 na região que depois conquistou a independência da Índia e se tornou Bangladesh.

O ciclone mais letal registrado em Odisha matou 10.000 pessoas em 1999.

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal investiga a possibilidade de um passageiro que chegou a Brasília vindo da Índia estar contaminado com a versão B.1.617 do vírus que causa a covid-19, conhecida como 'variante indiana'. Além do Distrito Federal, também há suspeitas de infecção pela nova cepa no Ceará, no Pará e no Rio de Janeiro - além do Maranhão, onde já há casos confirmados de infecção pela mutação.

O caso do Distrito Federal foi detectado primeiro pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde, e depois confirmado pelas autoridades locais de Brasília. O passageiro é brasileiro mas mora na Índia, segundo o secretário de Saúde do DF, Osnei Okumoto. Ele veio para o Brasil a passeio, em um avião no qual havia uma pessoa diagnosticada com a variante indiana. O homem também fez escalas no Rio de Janeiro e no aeroporto de Guarulhos (SP) antes de chegar ao Distrito Federal.

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Segundo Okumoto, o homem está isolado em casa. Ele foi visitado por profissionais da secretaria de Saúde do DF, que o examinaram e colheram material para um teste do tipo RT-PCR. O homem está assintomático, e os resultados do teste para determinar se ele está contaminado ou não devem sair nesta terça-feira, dia 25.

Até o momento não há registro de casos da variante indiana em Brasília, segundo o governo do Distrito Federal comandado por Ibaneis Rocha (MDB). Por ora, o governo local não aplicará qualquer barreira para tentar evitar a chegada da nova variante.

No sábado, o Ministério da Saúde anunciou medidas para tentar conter o espalhamento da variante indiana da covid-19 no País. A pasta despachou 600 mil unidades de testes de antígenos para o Maranhão, onde já existem casos confirmados. O Estado também receberá 300 mil doses adicionais das vacinas da Pfizer e da AstraZeneca para reforçar a vacinação em alguns municípios, como Paço do Lumiar, Raposa e São José de Ribamar, além da capital São Luís. Além disso, haverá barreiras sanitárias em aeroportos, rodoviárias e algumas rodovias.

Ao todo, seis tripulantes de um navio cargueiro vindo da Malásia foram identificados com a 'variante indiana' no Maranhão, no fim da semana passada. Um deles está internado na UTI de um hospital privado de São Luís - os demais estão em quarentena no próprio navio. Ao menos 100 pessoas tiveram contato com os tripulantes infectados. Elas serão testadas e monitoradas, segundo o secretário de Saúde maranhense, Carlos Lula. O Ministério da Saúde disse estar ajudando no rastreamento dos contatos e no monitoramento dos infectados. O navio estava fretado pela mineradora Vale para o transporte de minério de ferro.

A variante B.1.617 parece possuir características que a tornam mais transmissível que outras cepas do coronavírus. Esta característica pode ter contribuído para o recente aumento de casos na Índia, local onde acredita-se que a nova cepa tenha surgido. Por causa destas características, ela foi classificada como uma "variante de preocupação global" pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Monitoramento

O Distrito Federal não é a única unidade da federação em que há suspeitas de infecção pela nova variante do coronavírus. Possíveis situações de contágio são investigadas em pelo menos outros três Estados: Rio de Janeiro, Ceará e Pará.

No Rio, a prefeitura de Campos dos Goytacazes está acompanhando o caso de um morador que voltou da Índia neste sábado, dia 22. Ele estava no país a trabalho, e já teve o diagnóstico de Covid-19 confirmado por um teste RT-PCR - ele desembarcou no aeroporto de Guarulhos. Ele está apresentando sintomas, como dor de cabeça e rouquidão. O homem está isolado e amostras estão sendo sequenciadas para saber se ele se contaminou com a variante indiana ou não.

Depois do Maranhão, o segundo Estado a investigar suspeitas da nova variante foi o Ceará. Trata-se de um cidadão indiano, tripulante de um navio mercante, que estava no porto de Pecém, na Região Metropolitana de Fortaleza. Ele testou positivo para a doença, sem contudo apresentar sintomas da doença. Uma amostra foi enviada para sequenciamento genético, de modo a determinar de qual variante se trata.

No Pará, a Secretaria de Saúde investiga dois casos suspeitos de infecção pela nova variante, no município de Primavera, a 193 quilômetros da capital Belém. Os pacientes teriam vindo do litoral do Maranhão. Eles já estão em isolamento, e amostras extraídas dos dois foram enviadas para serem sequenciadas no Instituto Evandro Chagas.

A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) investiga dois casos suspeitos de infecção pela variante indiana B.1.617 do coronavírus no município de Primavera. Os pacientes teriam visitado o litoral do Maranhão, onde a cepa foi identificada na semana passada, antes de apresentarem os sintomas. É o terceiro Estado a notificar investigações - o Ceará também apura uma contaminação.

Primavera fica a 193 quilômetros de Belém. A secretaria informou que os pacientes já estão em isolamento, e amostras de ambos foram encaminhadas para sequenciamento no Instituto Evandro Chagas.

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Para tentar conter a entrada da variante indiana da Covid-19 no Brasil, o Ministério da Saúde anunciou no sábado (22) a implementação de barreiras sanitárias em aeroportos, rodoviárias e grandes rodovias. O governo também prometeu enviar testes rápidos de antígeno ao Maranhão para que sejam usados em estratégias de bloqueio. Outras 2,4 milhões de unidades serão destinadas aos demais Estados, com foco principalmente em áreas de fronteira e terminais com grande fluxo de passageiros - a distribuição deve ser definida hoje em reunião com secretários municipais e estaduais de Saúde.

Ontem, mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participou, sem máscara, de ato com motociclistas e provocou aglomeração no Rio, o ministro Marcelo Queiroga viajou ao Maranhão para entregar os 600 mil testes de detecção da covid-19. Em São Luís, Queiroga se reuniu com o governador Flávio Dino (PCdoB), desafeto de Bolsonaro, e pregou integração no trabalho de combate à doença.

"Vamos trabalhar juntos, de forma articulada, para prover a segurança necessária, para transmitir à população o que ela precisa: confiança nos seus gestores, confiança no ministro, no secretário estadual de Saúde, no secretário municipal de Saúde, porque estamos trabalhando juntos pelo povo do Brasil", afirmou Queiroga, sem fazer qualquer menção ao ato promovido mais cedo pelo presidente.

Para tentar reduzir o risco de propagação da nova cepa, o ministro informou ainda que o Maranhão receberá 5% a mais de doses de vacinas. Os imunizantes serão utilizados nas cidades de São Luís, Raposa, São José de Ribamar e Paço do Lumiar, que compõem a Ilha de São Luís. Dino destacou que manterá "diálogo administrativo" com o governo federal e os municípios.

Queiroga e Dino também sobrevoaram o navio MV Shandong da Zhi, que está isolado e no qual houve registro dos seis primeiros casos da variante.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) anunciou na noite do sábado, 22, que investiga dois casos suspeitos de infecção pela "variante indiana" B.1.617 do coronavírus no município de Primavera. Os pacientes teriam visitado o litoral do Maranhão, onde a cepa foi identificada na última semana, antes de apresentarem os sintomas.

Primavera fica a cerca de 193 quilômetros da capital Belém e, de acordo com a Sespa, os dois pacientes estiveram em Porto de Itaqui, no litoral maranhense, antes de contraírem o vírus. A secretaria informa que eles já estão sendo monitorados e em isolamento, e que as amostras de ambos foram encaminhadas para sequenciamento no Instituto Evandro Chagas.

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Na véspera, o governo do Ceará já havia informado que também investiga a suspeita de um caso do coronavírus pela cepa B.1.617. O paciente, que está em Fortaleza, voltou de uma viagem à Índia no último dia 9.

O primeiro caso de infecção pela B.1.617 no Brasil foi registrado na quinta-feira, 20, em um tripulante que chegou ao Maranhão depois de ter embarcado na África do Sul. De acordo com o secretário de Saúde do Estado, Carlos Lula, seis amostras analisadas pelo Instituto Evandro Chagas confirmaram a nova cepa em pacientes a bordo do navio MV Shandong da ZHI.

No sábado, o secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, participou de uma reunião online com o ministro Marcelo Queiroga para propor barreiras sanitárias no acesso à capital paulista. O objetivo é atuar na entrada de pessoas provenientes do Maranhão e da Argentina, nos aeroportos, rodoviárias e rodovias para evitar a circulação da nova variante indiana da Covid-19 na capital.

O Ceará monitora um casos suspeito da variante B.1.617 do coronavírus, que surgiu na Índia. O Estado informou, na manhã desta sexta-feira (21), que havia sido notificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a suspeita no início da semana. O paciente, que está em Fortaleza, voltou de uma viagem à Índia no dia 9 de maio.

Segundo a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), o paciente de 35 anos fez dois exames RT-PCR nos dias 10 e 11 de maio e ambos deram positivo. Uma semana depois ele repetiu o exame e o resultado foi negativo. O colega de empresa que o acompanhou durante a viagem também fez testes para identificar a infecção por coronavírus nos dias 10 e 12 de maio e os resultados foram negativos.

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A secretaria informou que todos os viajantes que chegam ao Ceará oriundos de países com circulação de variantes devem cumprir quarentena de 14 dias, o que está sendo respeitado pelos viajantes e monitorado pela pasta. A Fiocruz está fazendo o sequenciamento genômico para determinar se o homem foi infectado pela variante indiana. A Sesa disse que está acompanhando o processo.

Casos no Maranhão

Na quinta-feira (20), o Maranhão confirmou os primeiros casos da variante indiana no Brasil. Os pacientes estão a bordo do navio MV Shandong da ZHI, procedente da África do Sul. Ao todo, 15 tripulantes da embarcação testaram positivo para a covid-19 e pelo menos seis foram infectados pela cepa B.1.617. Um deles está internado na UTI em um hospital privado de São Luiz.

O navio está ancorado a 50 quilômetros da costa e ainda não tem permissão para atracar no porto maranhense. Todos os tripulantes estão isolados em cabines individuais.

Cepa pode ser mais transmissível

A variante B.1.617 foi classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma "preocupação global" porque pode ter capacidade de transmissão maior do que a cepa original do vírus. No entanto, a instituição ressalta que as vacinas protegem contra "todas as variantes" do coronavírus.

Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro decidiu proibir voos internacionais com origem ou passagem pela Índia, país onde a cepa foi inicialmente identificada. A proibição se soma a restrições da mesma natureza relativa a voos do Reino Unido e África do Sul.

O governo do Maranhão confirmou na quinta-feira (20) os primeiros casos de Covid-19 no País relacionados à variante do coronavírus B.1617, originária na Índia. Na sequência, a Prefeitura de São Paulo anunciou que quer acompanhar o trânsito de pessoas nos aeroportos, rodoviárias e rodovias da cidade, com objetivo de monitorar a circulação das novas variantes do coronavírus.

O diagnóstico inicial no Nordeste foi de um indiano de 54 anos que deu entrada em um hospital da rede privada em São Luís há uma semana. Ele era um tripulante do navio MV Shandong, da ZHI.

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A Secretaria de Saúde do Maranhão confirmou que outros tripulantes, diagnosticados com covid-19, também têm a variante indiana. Em postagem nas redes sociais, o secretário de Saúde do Estado, Carlos Lula, afirmou que as seis amostras analisadas pelo Instituto Evandro Chagas confirmaram a nova cepa. No entanto, apenas um dos homens, em estado grave, está em São Luís, internado em um hospital privado. Outros dois receberam alta e voltaram ao navio e 14 foram diagnosticados e permaneceram a bordo por estarem com sintomas leves ou estarem assintomáticos.

"Vale lembrar que a equipe que atendeu a tripulação se deslocou por via aérea, foi testada antes e depois da ação e permanece em isolamento", disse ele. "Informo, ainda, que já iniciamos a vacinação dos profissionais da área portuária."

O navio, com bandeira de Hong Kong, saiu da África do Sul no dia 21 de abril e chegou ao Maranhão no dia 8 de maio. Está ancorado na área de fundeio do Porto de São Luiz, foi colocado em quarentena e não recebeu autorização para atracar.

São Paulo

A estratégia de monitoramento e bloqueio prevista pela Prefeitura da capital paulista será nos moldes de outras ações realizadas no início da pandemia, segundo o secretário da Saúde, Edison Aparecido. "Queremos oferecer os profissionais da saúde da cidade para acompanhamento das variantes que estão circulando em uma atuação conjunta com o Ministério da Saúde e com a Anvisa", disse ao Estadão. A secretaria já procurou o governo federal e o ministro da Saúde, "Ele (Marcelo Queiroga) disse que seria muito importante haver uma estratégia comum."

"Já fizemos esse trabalho ano passado, com as pessoas que vinham da Europa", c0ntinuou Aparecido. O principal objetivo dessas ações, segundo o secretário, "é ganhar tempo para prepararmos o sistema de saúde para um eventual enfrentamento de uma nova variante".

Em 14 de maio, o governo federal já havia decidido proibir voos internacionais com origem ou passagem pela Índia. A situação é considerada crítica na região ao menos há três semanas e outros países já haviam adotado restrição semelhante, como os EUA no dia 4.

Pouco se sabe

Especialistas alertam que os governos federal e local devem adotar barreiras sanitárias e ações de testagem. A variante indiana foi classificada pela OMS como "de interesse". Mas é diferente daquelas identificadas inicialmente no Reino Unido, Brasil e na África do Sul, consideradas "variantes de preocupação".

"Nós ainda sabemos muito pouco sobre essa variante", disse a imunologista Ester Sabino, da USP, uma das responsáveis pelo sequenciamento do vírus no Brasil. "Mas vivemos em um mundo globalizado: qualquer nova variante, em qualquer lugar do mundo, pode chegar aqui como chegou a pandemia que começou em Wuhan."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo do Maranhão confirmou nesta quinta-feira (20) o primeiro caso de Covid-19 provocado pela variante do coronavírus B.1617, originada na Índia. Ela foi identificada em um indiano de 54 anos que deu entrada em um hospital da rede privada em São Luís na sexta-feira (14). Ele era um tripulante do navio MV Shandong da ZHI, embarcação que veio da Índia.

A notícia foi dada pela Secretaria de Comunicação (Secom) após coletiva de imprensa realizada nesta manhã com o secretário de Saúde do Maranhão, Carlos Lula. Mais informações sobre medidas preventivas e de contenção ainda serão divulgadas pela pasta.

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A suspeita de que o paciente poderia ter a nova cepa surgiu após o homem apresentar sintomas de coronavírus e dar entrada na rede hospitalar. No primeiro comunicado, divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde (SES) no domingo, a pasta informou que foi alertada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)

Segundo as informações divulgadas, um teste já havia confirmado o diagnóstico, mas ainda não havia sido identificada qual cepa do coronavírus causou a doença. Uma amostra do vírus foi enviada ao Instituto Evandro Chagas, em Belém, no Pará, para realizar o sequenciamento genômico.

'Preocupação Global'

Médicos e cientistas têm demonstrado preocupação com a variante indiana B.1617, que teria capacidade de transmissão maior do que a cepa original do vírus. Ela foi classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma "preocupação global".

Nesta última semana, o governo Jair Bolsonaro decidiu proibir voos internacionais com origem ou passagem pela Índia, país que enfrenta uma crise decorrente de uma alta recorde de casos e mortes por covid-19. A proibição se soma a restrições da mesma natureza relativa a voos do Reino Unido e África do Sul.

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