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A construtora São José, responsável por erguer um prédio de luxo no Itaim-Bibi, zona sul da capital paulista, sem permissão da Prefeitura, assumiu a culpa pela irregularidade anteontem em reunião no Ministério Público de São Paulo. Convocado pelo MP-SP, o encontro serviu para deixar claras as condições que levaram ao embargo do empreendimento, no número 1.246 da Rua Leopoldo Couto de Magalhães Júnior, região da Avenida Brigadeiro Faria Lima.

Segundo a construtora, o primeiro alvará de aprovação do projeto - e não da obra - foi expedido pela Prefeitura em setembro de 2015, na gestão Fernando Haddad (PT). Em 2019, no governo Bruno Covas (PSDB), a São José comprou R$ 64 milhões em Cepacs, certificados imobiliários leiloados pelo Município que são obrigatórios a interessados em construir em áreas com regras urbanísticas específicas, como a região da Faria Lima.

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Mas a São José, conforme relatado ao MP-SP, usou os Cepacs adquiridos em 2019 para regularizar outro empreendimento, a poucos metros do prédio embargado. Apesar da decisão, ciente da irregularidade, a empresa começou a erguer o St. Barths, de 20 andares, com apartamentos de 382 m² e 739 m², em dezembro daquele mesmo, sem o alvará de execução de obra.

Ao assumir a culpa, reforçando que não agiu com a intenção de desobedecer à lei, já que seguiu o projeto aprovado em 2015, a São José também assegurou ao MP que o caso em questão é pontual. Também ressaltou que nenhuma das unidades foi vendida, o que tem "causado prejuízos".

FISCALIZAÇÃO À PROVA

Foi justamente para não ter mais prejuízos que a São José resolveu pôr a fiscalização da Prefeitura à prova. A empresa admitiu que não comprou mais Cepacs no último leilão, em 2021, já na gestão Ricardo Nunes (MDB), porque os valores estavam superiores ao de mercado. Disse também não ter certeza se poderia regularizar a obra com a compra. Ou seja: assumiu o risco.

O MP abriu inquérito para investigar o caso, após o Estadão revelar a irregularidade em fevereiro. Em seguida, a Controladoria Geral do Município instaurou sindicância e abriu processo contra a construtora e três fiscais. No fim de maio, a CGM disse estudar pedido de demolição do prédio.

A empresa diz confiar em uma solução conjunta por meio das tratativas com o Ministério Público e a Prefeitura. Sem Cepacs para comprar, a solução para a São José e o St. Barths é tentar que o MP intermedeie um acordo com a Prefeitura ou que a Câmara apresse a votação do projeto que revisa a Operação Faria Lima, permitindo novos leilões.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em encontro com militantes do PT no Itaim Paulista, zona leste de São Paulo, o pré-candidato do partido à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, insinuou que a recuperação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva incomoda os adversários. "Ele está muito bem, para o desespero de alguns, mas para a alegria de todos nós", disse, referindo-se a seu último encontro com Lula na sexta-feira passada (23).

Além de criticar a atual gestão por não fazer parcerias com o governo federal, Haddad disse que esta eleição será uma oportunidade para a alternância de poder na maior cidade do País. "A alternância deve acontecer quando um governo é mal avaliado. O que temos de fazer em São Paulo é substituir a atual administração", pregou.

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Haddad disse aos militantes que, no encontro com Lula, o ex-presidente ressaltou que a candidatura do petista vai crescer nos próximos meses. Durante seu discurso, ele defendeu o governo Dilma Rousseff e criticou a gestão municipal por não aceitar os recursos provenientes dos programas federais. "Esses direitos estão sendo sonegados (da população)", afirmou.

Haddad passou o dia no extremo leste da capital e fez questão de incluir na agenda um encontro com 11 padres numa casa paroquial do Itaim Paulista. Segundo o próprio pré-candidato, o assunto foi a atuação comunitária dos religiosos na região. Os temas mais polêmicos, como aborto e kit anti-homofobia, ficaram fora da pauta. "Estamos fazendo esses encontros desde o começo (da pré-campanha)."

 

Prévia tucana

Embora o pré-candidato tenha evitado comentar o resultado das prévias do PSDB, o vereador Chico Macena, um dos responsáveis pela comunicação da pré-campanha petista, não se eximiu de fazer comentários. "Ficou claro que quase metade (da militância tucana) não vê Serra como uma boa alternativa para o PSDB", disse.

Para o vereador, a prévia demonstrou que a militância tem uma visão semelhante à do eleitorado paulistano, que, na avaliação dele, rejeita o ex-governador e não vê nele a chance de renovação na política. "Acho que demonstra que existe uma fadiga do Serra até mesmo dentro do PSDB", completou.

Macena rebateu as críticas dos tucanos de que o PT criou "em laboratório" um candidato e que este teria sido escolhido pelo "dedaço" de Lula. "Não tem dedaço (no PSDB)? O Alckmin retirou dois candidatos e não tem dedaço?", questionou referindo-se à desistência de Bruno Covas e Andrea Matarazzo de participar das prévias.

Neste domingo, o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, ironizou a vitória apertada de Serra na disputa interna. "O importante é ganhar", disse. "Imagino que não tenha sido o melhor resultado para o ex-governador", emendou.

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