Tópicos | Jaqueline Mourão

Demorou 12 anos para ela poder se emocionar com a conquista de uma medalha nos Jogos Pan-Americanos. A medalha de bronze de Jaqueline Mourão no mountain bike teve um brilho dourado de quem, aos 43 anos, se superou. "Conseguir esse pódio depois de tanto tempo e realizar esse sonho é muito gratificante", disse, bastante emocionada. Já no masculino, o favorito Henrique Avancini foi prata, prejudicado por um pneu furado em sua bicicleta.

No Pan de 2007, no Rio, Jaque era a favorita a levar o ouro na prova. Mas ficou na quarta posição. "Acho que ainda não caiu a ficha. Eu perdi a medalha no Pan de 2007, no Rio, quando era favorita e fiquei no quarto lugar. Isso foi muito difícil. Toda essa volta, dez anos longe desse esporte, foi muito emocionante. Consegui voltar depois de 12 anos e realizar esse sonho é muito gratificante", disse a atleta

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Aquela decepção só serviu de combustível para ela se esforçar ainda mais e alternar competições de verão, como no ciclismo, e na neve, como no esqui cross-country, onde se aperfeiçoou e chegou a disputar quatro edições dos Jogos Olímpicos de Inverno. No meio de tudo isso, ainda ampliou sua família.

"Ser mãe só me ajudou. Me tornei mais forte e mais feliz. A Jaque de 2007 era mais impulsiva, mais nervosa, e hoje tenho essa maturidade que me ajudou a ser uma pessoa mais plena, mais feliz e mais equilibrada. Esses anos no esqui cross-country, enfrentando temperaturas de 20 graus abaixo de zero, dificuldades enormes, foi moldando meu corpo. Eu saí da atleta exótica para a atleta que se bobear pode ganhar. Isso e me fez chegar aqui de uma maneira diferente", contou ao Estado.

Por causa da idade, e praticando modalidades altamente físicas, Jaque tem um cuidado extra com sua preparação. "Sou atleta desde os 15 anos de idade, faz parte da minha vida me cuidar. Faço prevenção de lesão para o corpo aguentar e monitoramento do treinamento para não me queimar. Ainda tenho duas modalidades, não larguei a neve, então preciso estar associando essas duas e acho que uma ajuda a outra, até mentalmente", diz.

O bronze no Pan de Lima dará um grande ânimo para ela na corrida olímpica. Hoje ela já deixa a capital peruana para disputar etapas da Copa do Mundo de mountain bike. "Estou liderando a classificação nacional para Tóquio. O Brasil está em 15.º lugar, até a 21.ª nação classifica, então tenho um trabalho muito grande, de muita viagem, para tentar pontuar para o País", explica a atleta da equipe Sense Factory Racing.

Mas a possível disputa do ciclismo em Tóquio não será sua última missão. Ela quer disputar os Jogos de Inverno de 2022, em Pequim - esteve nas quatro últimas edições. "Vou tentar pontuar novamente para tentar classificar para lá, que acredito que será a última Olimpíada da carreira, fechando com chave de ouro. Aí serei talvez a única pessoa a estar na Olimpíada de verão e inverno no mesmo lugar", conclui, citando os Jogos Olímpicos de verão de 2008.

Jaqueline Mourão foi confirmada oficialmente, nesta terça-feira (4), como porta-bandeira do Brasil na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, marcada para a próxima sexta, no Estádio Fisht, na Rússia. O anúncio foi feito pelo presidente da Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN), Stefano Arnhold, durante cerimônia de boas-vindas ao país da Olimpíada.

Esquiadora, que competirá no cross country e no biatlo em Sochi, Jaqueline Mourão será a primeira brasileira a disputar três modalidades diferentes em Olimpíadas. Esta será a quinta participação de sua carreira. Antes de se garantir como atleta do Brasil em Sochi, a atleta esteve nos Jogos de Atenas/2004 e Pequim/2008, nos quais competiu no mountain bike, e também marcou presença na Olimpíada de Inverno de Turim/2006 e de Vancouver/2010, ambos no esqui cross country.

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Embora ela tenha conseguido o discreto 18.º lugar em Atenas/2004 como seu melhor resultado olímpico, Jaqueline Mourão escreveu seu nome no esporte olímpico nacional como a mulher brasileira com mais participações em Jogos, ao lado de Fofão (vôlei) e Formiga (futebol), que também foram a cinco edições. Os recordistas gerais são Hugo Hoyama, Rodrigo Pessoa e Torben Grael, com seis cada um.

Escolhida como porta-bandeira, Jaqueline será a primeira atleta a competir pelo Brasil nestes Jogos de Sochi. Ela estará na prova do sprint (7,5km) no biatlo neste domingo, antes de participar do sprint de 1,2km no esqui cross country na próxima terça. Depois, finalmente no dia 14, fecha sua participação no biatlo individual, de 15km.

O Brasil terá em Sochi uma delegação recorde em sua história em uma edição de Jogos de Inverno, com 13 atletas ao total. Além de Jaqueline, defenderão as cores do País na Rússia as snowboarders Isabel Clark e Josi Santos, do esqui aéreo, Isadora Williams, da patinação artística, Jhonatan Longhi e Maya Harrisson, do esqui alpino, Leandro Ribela, do cross country, Edson Bindilatti, Edson Martins, Fábio Gonçalves e Odirlei Pessoni (todos do bobsled masculino) e Fabiana dos Santos e Sally Mayara (bobsled feminino).

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