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Uma noite de muito forró abriu a temporada de shows do 22º Festival de Inverno de Garanhuns no Palco Guadalajara. Com a programação toda voltada a prestar uma homenagem a Luiz Gonzaga no centenário do seu nascimento, o FIG colocou muita gente para dançar em sua primeira noite, com shows de Mourinha do Forró, Família Gonzaga, Elba Ramalho, Dominguinhos e o Projeto Viva Gonzagão.

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Quem abriu a série de apresentações foi o cantor e zabumbeiro Mourinha do Forró, às 21h. Em seguida, a Família Gonzaga - projeto capitaneado por Joquinha Gonzaga, sobrinho de Gonzagão, com a participação de Sérgio Gonzaga, Maria Lafaiete e Daniel Gonzaga, filho de Gonzaguinha e neto de Luiz Gonzaga - trouxe o legado musical e genético do Rei do Baião para o palco, cantando grandes sucessos do autêntico forró. "Estamos tentando resgatar tudo aquilo que aprendemos com Luiz Gonzaga, a gente se reuniu para isso", afirmou Joquinha, que também falou do grupo "Os Novos Gonzagas", formado na década de 1970, como um precedente ao grupo atual.

A próxima a se apresentar foi a cantora Elba Ramalho. Com sua energia e carisma habituais, ela conquistou o público que já lotava a Praça Guadalajara. Elba conversou com o LeiaJá antes de subir ao palco, e falou da importância não só da figura de Gonzagão, mas da força do ritmo que ele disseminou pelo Brasil: "O forró venceu. Eu sempre digo (olhando para o céu):'Seu Luiz, o senhor venceu'. A semente foi muito fértil. Quando eu cheguei no Rio ninguém sabia o que era o Nordeste, mas hoje eu canto no Sao João de Brasília, de Minas Gerais e vejo a galera inteira cantando as músicas de Luiz Gonzaga, de Dominguinhos. E o público jovem", pontuou a cantora. 

Em seguida, o mestre Dominguinhos trouxe sua sanfona e sua sonoridade a Guadalajara. Considerado o maior herdeiro musical do Rei do Baião e responsável por trazer uma sonoridade mais refinada ao forró, Dominguinhos foi humilde ao falar do assunto. "Tive a oportunidade de desfrutar da bondade de Gonzaga de me fazer o herdeiro musical dele, mas os herdeiros de Gonzaga são muitos e eu sou dos mais velhos, talvez por isso tenha alguma primazia. Mas todos estão no mesmo patamar", afirmou o músico. No palco, o músico, que é de Garanhuns, agradeceu emocionado: "É muito bom poder tocar na sua terra e ter esse carinho maravilhoso".

Para finalizar a grande homenagem, um projeto especial, o Viva Gonzagão, reuniu diversos artistas para revisitar o repertório de Luiz Gonzaga com arranjos atualizados. Um a um, artistas como Herbert Lucena, Terezinha do Acordeon, Cristina Amaral, Gennaro, Nadia Maia e Petrúcio Amorim, entre outros, entoaram canções de diversas fases da vida musical do Rei do Baião. Debaixo da tradicional e incessante garoa, muitos casais ainda dançavam forró às 2h30 da manhã. É o caso de José Pedro e Claudete Conceição, que vieram da praia de Suape, no Cabo, município do litoral sul de Pernambuco, para conferir a abertura do FIG. Afirmando não se cansar de ouvir algumas músicas serem repetidas por praticamente todos os artistas que passaram pelo Palco Guadalajara nesta quinta, Claudete diz que "Luiz Gonzaga é a tradição. Sua músicas são como hinos", afirmou.

Nesta sexta (13), começam os shows em todos os outros palcos do FIG 2012: Pop, Forró e Instrumental.

Um dos mais importantes músicos da história brasileira, Luiz Gonzaga completaria 100 anos em 2012 se estivesse vivo. A data tem inspirado inúmeras homenagens e revisões da obra deste mestre, que ficou conhecido pela alcunha de Rei do Baião, ritmo que popularizou a partir da década de 1940. Neste fim de semana, o imaginário e o mercado da música de Gonzaga são temas de um seminário realizado pela Secretaria de Cultura de Pernambuco na sexta (25) e no sábado (26).

O primeiro dia da programação é dedicado ao imaginário que cerca a obra de Luiz Gonzaga e terá a participação do pesquisador Felipe Trotta, do Jornalista José Telles e de Joquinha Gonzaga, sobrinho do Rei do Baião, com mediação de Carlos Carvalho. Já no sábado (26), o foco é o mercado da música de Gonzaga. Participam Charles Gavin, ex-baterista da banda Titãs que atualmente se dedica a pesquisar e resgatar a história da música brasileira por meio dos discos de vinil, o radialista e cantor José Sergival e o colecionador da obra de Mestre Lua, Paulo Vanderlei, com mediação de Sérgio Cassiano.

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Toda a programação é gratuita e acontece em dois lugares: o auditório do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), no bairro da Boa Vista (dia 25), e no auditório do Museu do Estado, no bairro das Graças (dia 26). Não há necessidade de cadastro prévio.

Serviço

Seminário Luiz Gonzaga e a Invenção do Forró
Sexta (25), das 14h às 17h
Auditório do Iphan (Rua Oliveira Lima, 824 Boa Vista)

Sábado (26), das 14h às 17h
Auditório do Museu do Estado (Avenida Rui Barbosa, 960 Graças)

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