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No próximo dia 20, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI),  José Elito, irá à Câmara dos Deputados para esclarecer os motivos da espionagem, protagonizada pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), a diplomatas estrangeiros de pelo menos três países. A realização da audiência pública conjunta foi aprovada, nesta quarta-feira (6), nas Comissões de Fiscalização e Controle e de Relações Exteriores e Defesa Nacional, atendendo a requerimentos assinados pelo líder do DEM na Casa e presidente estadual do partido, deputado Mendonça Filho, e pelo deputado Claudio Cajado (BA). O diretor-geral da ABIN, Wilson Trezza, também participará da audiência pública.

“Não podemos aceitar que o governo brasileiro condene os outros governos com relação à ações de suposta de espionagem e pratique dentro do território brasileiro o mesmo expediente. Sabemos que a atividade de defesa exige uma ação de proteção e resguardo do interesse nacional, do próprio governo brasileiro, mas isso não pode ser um motivo para que tenhamos atuação na área de espionagem ilegal, o que seria inaceitável moralmente e inconstitucionalmente em um país democrático como o nosso”, disparou Mendonça.

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De acordo com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o caso não se assemelha a violação de direitos efetuada nas espionagens dos Estados Unidos (EUA). “Vejo situações completamente diferentes e qualquer tentativa de confundi-las me parece equivocada”, declarou o ministro, que não está entre os convocados para participarem da audiência na Câmara.

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, José Elito Siqueira, minimizou nesta quarta-feira, 30, o episódio revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo no domingo, 27, de que a direção da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) decidiu recomendar a aposentadoria do agente 008997, sem abrir sequer uma sindicância para apurar o caso, apesar de suspeitas de que o servidor pudesse ter passado informações a um espião norte-americano. Para o ministro, o caso é um "problema administrativo normal".

Questionado por repórteres se a presidente Dilma Rousseff teve conhecimento do fato, Elito respondeu: "Isso é problema meu. A presidente Dilma tem problemas muito mais importantes para cuidar. Qualquer grande estrutura do País tem problemas isolados, e foi um problema administrativo normal"

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As declarações de Elito foram feitas após participar de cerimônia em homenagem a servidores no Palácio do Planalto. O posicionamento do ministro do GSI vai em sentido contrário ao do ministro-chefe da Secretaria-Geral, Gilberto Carvalho, que qualificou nesta quarta o episódio como "grave".

Conforme revelou o jornal, o caso foi abafado na Abin, para evitar desgaste. Integrantes da agência temem que o espião norte-americano que manteve contato com 008997 possa ter obtido uma lista de informantes infiltrados na comunidade árabe da Tríplice Fronteira.

"Não vamos especular, tratar assuntos passados. A gente não tem que especular. São assuntos de suas instituições, não são assuntos especulativos, então a gente não pode nem deve comentar", desconversou Elito, destacando que o agente tinha 35 anos de serviço e que a "aposentadoria é um desejo de cada um".

De acordo com o ministro, há um ano e meio a Abin teve um problema com um servidor que estava vendo senhas da estrutura da própria agência. "Quem viu aquilo foi a própria Abin, que chamou a Polícia Federal, fez o flagrante, (o servidor) foi preso, demitido de qualquer serviço público e está respondendo a um processo criminal. É um problema de Justiça, de lei, então se aplica as leis, seja ele, seja esse que vocês levantaram ou não como qualquer outro. A gente cumpre a lei e é o que fizemos. Não tem diferença", disse o ministro.

Oposição

Para o deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP), causa "estranheza" que colaboradores do governo Dilma serviram a um núcleo de espionagem em parceria com os Estados Unidos e o GSI tenha optado por varrer o episódio para debaixo do tapete, depois das denúncias de um esquema de espionagem da Casa Branca no Brasil.

"São dois pesos e duas medidas", avaliou o deputado, dizendo que era necessário a abertura de sindicância para apurar a conduta do agente da Abin. Nogueira defende a convocação do ministro Elito para prestar esclarecimentos no Congresso Nacional.

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