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Após uma hora e meia do começo dos trabalhos da CPI, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) iniciou a leitura da proposta de relatório da CPI. Inicialmente, o relator esclareceu que após reuniões nessa terça-feira (19), os senadores acordaram por algumas alterações na proposta inicial.

Entre as alterações estão a retirada de indicação de crime de homicídio — conforme “argumentos técnicos e indiscutíveis do senador Alessandro Vieira” (Cidadania-SE) — e de genocídio contra indígenas.

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"Em seu lugar, a comissão decidiu que indiciaríamos o presidente da República, Jair Bolsonaro, por mais um crime contra a humanidade, desta vez contra indígenas. Retiramos também o nome do pastor Silas Malafaia da relação daqueles cujos indiciamentos serão propostos pela CPI para continuidade da investigação no Poder Judiciário e Procuradoria-Geral da República", disse.

No relatório, Renan Calheiros aponta também que a CPI da Pandemia colheu elementos de prova que demonstram que o governo federal foi omisso e optou por agir de forma não técnica no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, "expondo deliberadamente a população a risco concreto de infecção em massa". O senador diz que ficou comprovada a existência de um gabinete paralelo, a intenção de imunizar a população por meio da contaminação natural, a priorização de um tratamento precoce sem amparo científico de eficácia, o desestímulo ao uso de medidas não farmacológicas.

Paralelamente, acrescenta Renan, houve deliberado atraso na aquisição de imunizantes, em evidente descaso com a vida das pessoas: "Com esse comportamento, o governo federal, que tinha o dever legal de agir, assentiu com a morte de brasileiras e brasileiros".

Imunidade de rebanho

Durante a apresentação do relatório, Renan afirmou que o governo federal deu ênfase em proteger e preservar a economia, bem como incentivar a manutenção das atividades comerciais. O senador destacou uma propaganda oficial do governo que dizia "o Brasil não pode parar". 

"Visando atingir a imunidade de rebanho pela contaminação, o governo federal, em particular o presidente Jair Messias Bolsonaro, com o uso da máquina pública, de maneira frequente e reiterada, estimulou a população brasileira a seguir normalmente com sua rotina, sem alertar para as cautelas necessárias, apesar de toda a informação disponível apontando o alto risco dessa estratégia", pontuou. 

De acordo com Renan, outra bandeira levantada pelo governo foi a defesa "incondicional e reiterada" do uso de cloroquina e hidroxicloroquina, bem como de outros medicamentos.

"A opção levada a cabo sobretudo pelo chefe do Executivo federal contribuiu para uma aterradora tragédia, na qual centenas de milhares de brasileiros foram sacrificados e outras dezenas de milhões foram contaminados", criticou o senador.

Renan Calheiros também ressalta a falta de articulação do governo federal com os estados, o Distrito Federal e os municípios no combate à pandemia. Segundo o relatório, faltou planejamento nas ações de aquisição de insumos estratégicos e na elaboração de planos tático-operacionais. No relatório, o senador reforça que o governo federal editou normas que evidenciam uma estratégia de propagação do vírus.

*Da Agência Senado

O relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55/2016, mais conhecida como a PEC do Teto dos Gastos Públicos, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), recomendou a aprovação da matéria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). No relatório, lido na manhã desta terça-feira (1º), o peemedebista afirma que vai manter o texto aprovado na Câmara dos Deputados, justificando que a proposta “não altera preceitos constitucionais”.

O relator também afirmou que os gastos para saúde e educação, ponto mais crítico da matéria, estariam assegurados pela PEC. “Em relação à saúde, o novo regime fiscal elevará o piso em 2017, de 13,7% da Receita Corrente Líquida para 15%”, observou. Para a educação, afirma ele, também haveria garantia da manutenção do piso constitucional, o qual é fixado para 2017 em 18% da arrecadação de impostos. “Também não estarão sujeitas ao teto o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação Básica (Fundeb)”, emendou.

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Na visão do peemedebista, a crise enfrentada pelo país tem causas complexas e exige a contenção dos gastos públicos. Para o senador, a fixação do teto de gastos prevista na PEC seria medida equilibrada e de menor risco. “Sem reformas, a tendência do Brasil é a estagnação ou crescimento mínimo. Nesse cenário, não haverá recursos para financiar programas sociais, a inflação tenderá a aumentar, prejudicando os mais pobres, e a geração de empregos será substancialmente menor”, ponderou Oliveira. 

No relatório, o senador rejeitou a emenda apresentada pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que condicionava a entrada em vigor da PEC a sua aprovação em referendo autorizado pelo Congresso Nacional. Uma consulta pública no site do Senado apontou que mais de 80% da população é contrária ao texto. 

A PEC do Teto propõe um novo regime fiscal para o país, em que o aumento dos gastos públicos anuais estejam limitado pela inflação do ano anterior. 

Pedido de vistas

Após a leitura do relatório os senadores que integram a CCJ pediram vista coletiva da PEC 55/2016, o que adiou a votação da matéria. Senadores da oposição protestaram contra encerramento da reunião sem a votação de requerimento para discussão da PEC do Teto de Gastos, com isso o presidente da comissão deferiu requerimento para realização de uma audiência pública sobre o assunto.

*Com informações da Agência Senado

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