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Temendo desgaste eleitoral com a reforma da Previdência, o presidente do INSS, Leonardo Gadelha, decidiu antecipar sua saída do governo. O executivo, à frente do órgão desde julho de 2016, deve ser exonerado do cargo, a pedido, nesta quarta-feira, 29. No lugar dele, deve ser nomeado Francisco Paulo Soares Lopes, atualmente assessor da Presidência da Dataprev, empresa pública vinculada à Secretaria de Previdência Social.

Como mostrou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, em 7 de novembro, Gadelha já tinha dito a aliados que deixaria o cargo para disputar uma vaga de deputado federal nas eleições de 2018. Pela legislação, ele só precisaria deixar o posto em abril. No entanto, decidiu antecipar a saída para evitar desgaste com a reforma da Previdência. Ele tinha sido indicado para o cargo pelo líder do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE), também responsável pela indicação do substituto de Gadelha.

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O presidente do INSS será o primeiro integrante da equipe econômica do presidente Michel Temer a deixar o governo por causa das eleições do próximo ano. Além dele, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente do BNDES, Paulo Rabello, podem disputar a Presidência da República em 2018. O primeiro é filiado ao PSD, enquanto Rabello, ao PSC.

Preocupação

Na área técnica do governo, há uma preocupação de que as negociações políticas de autoridades da área econômica para candidaturas em 2018 atrapalhem a votação das medidas econômicas para garantir o Orçamento da União de 2018 e as reformas, principalmente a da Previdência, principal aposta do governo. Ou pior: que haja flexibilização das propostas de olho em apoio futuro nas eleições.

O temor também é de que o pacote vire alvo de políticos, inclusive da base, principalmente num cenário de maior crescimento e retomada dos empregos, esperado pela equipe econômica e por analistas para o segundo semestre do ano que vem. As medidas são essenciais para a estabilização fiscal e manutenção do processo de retomada do crescimento.

A Câmara dos Deputados analisa uma proposta que estabelece os termos e as condições para convocação de uma assembleia nacional constituinte revisional a ser dedicada, exclusivamente, à revisão dos dispositivos constitucionais que tratam das regras de representação política. O texto em discussão é a Proposta de Emenda à Constituição 276/13, do deputado Leonardo Gadelha (PSC-PB). 

O autor da PEC lembra que a reforma política tem sido adiada pelo Congresso. Para ele, a convocação de uma assembleia constituinte revisora poderá resolver esse impasse. “A sociedade brasileira parece convicta do esgotamento do atual modelo de representação política, e clama, há tempos, por uma reforma constitucional”, diz Gadelha.

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Eleição dos revisores
Pelo texto da PEC, na data da primeira eleição geral subsequente à aprovação desta emenda, serão eleitos 256 membros da assembleia, que deverão ser escolhidos pelo mesmo sistema já utilizado na definição dos deputados federais. Os constituintes, no entanto, ficarão inelegíveis para qualquer outro cargo pelo prazo de oito anos.

O prazo de funcionamento da assembleia será, improrrogavelmente, de um ano. A aprovação das propostas, que deverão se limitar aos temas inicialmente previstos, será por maioria absoluta em dois turnos de votação.

Referendo popular
A promulgação das propostas aprovadas ocorrerá apenas após elas confirmadas por referendo popular. “Como forma de suprir eventuais alegações de deficit de legitimidade da assembleia, entendemos imprescindível condicionar a promulgação da emenda revisional à aprovação em referendo popular, assegurado à população o mais amplo esclarecimento de seu conteúdo”, afirma Gadelha.

Serão objeto da revisão constitucional, exclusivamente, os dispositivos dos capítulos da Constituição que tratam dos “Direitos Políticos e dos Partidos Políticos” e do “Poder Legislativo e do Poder Executivo”. O deputado declarou: “Convém esclarecer que serão respeitadas as limitações ao poder de reforma previstas na Constituição Federal, também conhecidas como cláusulas pétreas: a forma federativa de Estado; o voto secreto, direto, universal e periódico; a separação dos Poderes; e os direitos e garantias individuais”.

Tramitação
A PEC deve passar pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e por uma comissão especial de mérito. Depois, seguirá para o Plenário, onde precisará ser aprovada em dois turnos, com apoio de 3/5 dos deputados em cada um deles.

*Com as informações da Agência Câmara

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