As bolsas europeias operam em baixa, seguindo o fraco desempenho dos mercados acionários de Nova York, que ontem fecharam com as maiores perdas em três semanas, em meio a incertezas sobre a trajetória dos juros nos EUA, a crise da Coreia do Norte e um novo furacão, que já chegou ao Caribe e pode atingir a Flórida nos próximos dias.
O setor financeiro liderou as perdas em Wall Street ontem, após a diretora do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) Lael Brainard afirmar que a instituição precisa ser cautelosa em relação a futuros aumentos de juros até que esteja confiante de que alcançará sua meta de inflação de 2%.
##RECOMENDA##O comentário de Brainard gerou dúvidas sobre a possibilidade de o Fed elevar juros pela terceira vez este ano e alimentou preocupações sobre o setor bancário global, cujas margens ficaram comprimidas durante boa parte da última década num ambiente de taxas de juros baixas.
Na Europa, alguns grandes bancos estão pressionados nos negócios da manhã, caso do inglês Barclays (-1,3%), do espanhol Santander (-0,4%) e do suíço Credit Suisse (-0,3%).
Investidores da região também acompanham a crise na Península Coreana, após a Coreia do Norte ter realizado seu sexto e maior teste nuclear, no último domingo. As provocações entre Pyongyang e Washington continuam, gerando temores de que a "retórica bélica" leve a um conflito armado.
Preocupa também o Irma, um poderoso furacão de categoria 5 que atingiu as primeiras ilhas do Caribe na madrugada desta quarta, com ventos de até 295 quilômetros por hora, e pode chegar à Flórida no fim de semana.
O sentimento de cautela é inspirado ainda pelo Banco Central Europeu (BCE), que amanhã anunciará decisão de política monetária. Muitos analistas, porém, preveem que não será desta vez ainda que o BCE sinalizará quando pretende começar a reverter seu programa de relaxamento quantitativo (QE, pela sigla em inglês).
Às 7h57 (de Brasília), as perdas entre as bolsas europeias eram quase generalizadas. Londres caía 0,68%, Paris recuava 0,27% e Frankfurt cedia 0,07%, enquanto Madri tinha baixa de 0,48% e Lisboa, de 0,37%. A exceção era Milão, que subia 0,29%. No mercado cambial, o euro se fortalecia levemente, a US$ 1,1927, e a libra seguia a mesma direção, cotada a US$ 1,3045. Com informações da Dow Jones Newswires.