Tópicos | Manoel Guimarães

O clima de tristeza e perplexidade predominaram o semblante dos políticos que acompanhavam o pronunciamento do governador de Pernambuco, João Lyra Neto (PSB), sobre a morte do ex- governador Eduardo Campos (PSB), nesta quarta-feira (13). As lágrimas e a sensação de perda para a política estadual e nacional não faltaram aos que se dispuseram a falar sobre o socialista. 

O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, Guilherme Uchoa (PDT), aliado histórico de Campos afirmou ter recebido a notícia com muita tristeza. “Ele era um grande amigo. Ainda não estou acreditando, sempre procurei me espelhar nele  e nos momentos mais difíceis da minha vida ele teve uma solidariedade muito grande”, disse mostrando na mão medicamentos calmantes que precisou tomar para aguentar o dia.

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Uchoa viajará com Lyra no fim da tarde para São Paulo, onde ocorreu o acidente na manhã de hoje. “Fui convidado por Lyra para ir com ele, mas agora estou mesmo é procurando forças para ir visitar Renata. Estou pedindo forças a Deus”, cravou. Segundo o presidente da Alepe, assim como o governo estadual a casa legislativa decretou sete dias de luto sem atividades parlamentares. 

Questionado sobre a importância política de Campos, Uchoa revelou o poder da leitura labial que o ex-governador conseguia ter durante os eventos. “É o maior líder político que já conheci na minha vida. Poucos sabem, mas ele fazia até leitura labial, identificava conversas labiais. Ele estava aqui discursando e conseguia visualizar o que falavam ao redor dele. A política do Brasil vai passar muito tempo para ter um político igual”, finalizou.

Aliado  recente do PSB no estado, o deputado federal e presidente local do PSDB, Bruno Araújo, pontuou a coragem do ex-governador ao fazer política. “Tanto quanto para a família é uma perda para o Brasil. Uma tragédia e uma perda precoce de um político corajoso. De posições muito firmes. Fica um vácuo sim. Não há ninguém da geração de Eduardo Campos com o mesmo tamanho político que ele tinha”, frisou.

Ex-secretário da Casa Civil e da Secretaria Extraordinária da Copa, durante os sete anos da gestão de Campos, Ricardo Leitão afirmou que o Brasil perdeu a oportunidade de ter um grande presidente. “É uma perda enorme. Ele representava a coragem da política e seria um grande presidente. Eduardo era a continuidade da política iniciada por Miguel Arraes”, ressaltou Leitão. 

No voo, Eduardo Campos estava acompanhado de mais seis pessoas. Todas faleceram, entre elas o ex-secretário de Imprensa da Prefeitura do Recife, Carlos Percol, que foi realocado para fazer a assessoria direta da campanha do ex-governador à presidência da República. Assessor de imprensa direto do ex-governador e atual assessor de Lyra, Manoel Guimarães, lembrou emocionado ter perdido cinco amigos na tragédia. “Perdi grandes amigos, Pernambuco perdeu um grande político e o Brasil uma promessa. E na data que não queríamos que acontecesse nada de ruim”, disse lembrando do falecimento do avô de Campos, Miguel Arraes. “Fica uma lição de respeito e amizade. Eu poderia ter estado naquele avião hoje, mas Deus não quis”, finalizou.

 

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