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Neste sábado (22), duas manifestações estavam marcadas para acontecer na Praça do Derby: a Marcha pela Família com Deus pela Liberdade e a Marcha Antifascista. Apesar da baixa adesão de ambos os lados, os grupos permaneceram por toda à tarde no local e chegaram a se confrontar verbalmente diversas vezes. A Polícia Militar estava presente, mas não houve nenhuma intervenção. 

Os membros da Marcha da Família confeccionaram uma faixa com a frase: “O Brasil é verde e amarelo, sem foice e sem martelo” e utilizaram uma caixa de som para realizar seus discursos. Um grupo denominado “Carecas do Brasil – Carecas de Pernambuco” juntou-se à Marcha da Família e também falaram sobre acreditarem na intervenção militar.

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O comerciante e 1º tenente da reserva, Hildernardo Ferreira, afirmou que não se trata de um golpe militar e sim de uma intervenção. “A gente quer que o Brasil fique livre de tanta corrupção e pra isso é necessário a intervenção de um órgão que tenha pulso firme. Nós querermos organizar o país para o povo viver bem”, explicou. 

Quando questionado sobre o homossexualismo e feminismo, o ex-militar comentou que não teria nada contra e acredita que todos têm direito de escolha. “Não sou contra os gays, nem contra comunistas. Tenho amigos gays e comunistas e me dou bem como eles, cada um pode ser o que quiser”.  

Contrário ao dito pelo representante da Marcha da Família, um integrante dos Carecas do Brasil, Widson Arruda, afirmou ser contra os homossexuais e comunistas. “Ser integralista não é um partido, é uma filosofia de vida. Sou contra os gays e acho que são pervertidos e estão acabando com nossas crianças. Eles querem até distribuir informativos sobre ser gay nas escolas, isso é um absurdo”, comentou. 

A pesquisadora Cibele Silveira, de 51 anos, afirmou que não acredita que houve uma ditadura militar em 64. “Eu sou a favor da volta do regime militar. Se tivesse tido tudo isso que eles dizem que teve, não teria um comunista vivo nesse país. Os militares tentaram organizar o Brasil e quando o povo pediu o país – nas Diretas Já, eles entregaram o poder para o povo. Não foi uma ditadura, foi ditamole, isso sim”, pontuou. 

O estudante de medicina, João Paulo, disse que apoia a intervenção, mas não é o momento certo para ela acontecer. “Eu acredito que o Exército é o único que tem pulso para comandar o Brasil. O problema é que nós de direita, somos taxados de monstros. Foi o que fizeram com o Feliciano. Eu mesmo, nunca vi nada, nem vídeo, nem entrevista dele, onde percebesse que ele era racista ou homofóbico”.

Os participantes da Marcha da Família - que iriam percorrer pela Avenida Conde da Boa Vista em direção ao Hospital Militar, localizado na Rua do Hospício, área central do Recife – decidiram não caminhar pelas ruas e alegaram que não o fariam por medo de repressão por parte do outro grupo. 

Marcha Antifascista - o integrante Diogo Ramos, da Frente Independente Popular (FIP), disse que não se sabe quem convocou o evento, mas diversos coletivos estão juntos. “Eu não sei sé é hipocrisia ou leseira das pessoas pensarem em um golpe militar em 2014. Isso é um absurdo”, explica Ramos. Já outro integrante da frente Antifascista, Tiago Silva, a Marcha da Família é um pré-argumento para que se chegue ao golpe. “É como a mesma intervenção que fizeram no golpe de 1964”, conta Silva.

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Por Bárbara Brandão com infomações de Juliana Isola

Neste sábado (22), conservadores irão relembrar a “Marcha da Família com Deus pela Liberdade” em várias cidades do País. O objetivo do ato é homenagear o movimento que ocorreu no dia 19 de março de 1964, contra uma possível ameaça comunista do governo de João Goulart. 

Desta vez o movimento irá protestar contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) e também defende a volta do regime militar. Os organizadores da Marcha também se reunirão no Recife. O encontro será no bairro do Derby, às 14h.

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Grupos contrários a “Marcha” devem estar presentes nos locais para protestar contra os simpatizantes ao regime militar.

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