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A dívida total do Diplomata é de R$ 1,5 bilhão, segundo a Capital Administradora, responsável pela massa falida. Criado nos anos 70, o grupo chegou a faturar R$ 1 bilhão em 2011 e já teve 5,2 mil funcionários. Formado por cerca de 30 empresas, era um dos maiores e mais tradicionais do Paraná.

Após o pedido de recuperação judicial de cinco das empresas (Diplomata, Attivare, Klassul, PaperMidia e Jornal Hoje), em 2012, elas passaram por auditoria feita pela Deloitte, a pedido do juiz Pedro Ivo Lins Moreira, da 1ª Vara Cível de Cascavel.

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Em cinco meses de investigações, a consultoria constatou evidências de fraudes processuais e confusão patrimonial, além de descumprimento do programa de recuperação judicial. Em razão disso, a Justiça decretou a falência. Como as irregularidades envolviam as demais empresas, Moreira estendeu a falência para todo o grupo, que incluía, por exemplo, fábrica de ração, shopping center, supermercado e instituições financeiras.

Segundo a ação judicial, o grupo do deputado federal Alfredo Kaefer - que por dez anos foi filiado ao PSDB, mas neste ano ingressou no PSL - dilapidou o patrimônio das cinco empresas que pediram recuperação, transferindo-o para as demais, consideradas sadias, algumas delas recém-criadas. Também foram detectadas movimentações irregulares de compra e venda de empresas e imóveis, simulação de empréstimos, transferência de propriedade e alteração contratual, entre outras.

O processo cita ainda que, em 2010, quando empresas do grupo já apresentavam problemas financeiros e deixaram de depositar o FGTS de funcionários, o Diplomata doou R$ 1,7 milhão para a campanha de Kaefer ao Congresso.

O grupo Diplomata recorreu da decisão da falência e o processo está no Superior Tribunal de Justiça (STJ), nas mãos do ministro Luiz Felipe Salomão. Constam da massa falida 164 imóveis e 56 veículos.

Decisão arbitrária

O advogado da empresa, Laercion Antônio Wrubel, reclama que o plano de recuperação do grupo sequer foi homologado pela Justiça, que "arbitrariamente" decretou a falência. "O plano previa o pagamento dos débitos trabalhistas em seis meses, mas, com a decisão, ninguém recebeu um centavo até agora." Segundo ele, ao tirar as posses dos bens da empresa e bloquear a conta corrente, "o juiz privou a empresa de seus meios de obter recursos".

Wrubel afirma que a dívida das cinco empresas que estavam no pedido de recuperação judicial era de R$ 400 milhões, valor mais que triplicado após a inclusão dos demais negócios no processo, até porque foram acrescentadas dívidas de planos fiscais, além das correções. O advogado vê a gestão atual da massa falida, que mantém três empresas em funcionamento, como temerária, "pois a receita mal dá para pagar os custos da operação". Ele defende a suspensão da falência e a retomada da recuperação judicial.

O processo do Diplomata é complexo. Segundo a Capital Administradora, há 622 ações vinculadas à falência. O grupo também é objeto de 4.286 reclamações trabalhistas, 245 processos fiscais e 487 ações em juízos cíveis. O juiz Moreira chegou a ser processado pelo Diplomata por calúnia e difamação, mas a ação foi rejeitada. Desde abril, já saíram três decisões favoráveis à massa falida, todas passíveis de contestação. A filha do deputado, Érica Marta Ceccato Kaefer, foi condenada a devolver R$ 290 mil recebidos da Diplomata entre 2008 e 2012, período em que ocupou a função de conselheira fiscal, mas não a exerceu. Ela já recorreu da decisão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Foram arrematadas em leilão judicial, nesta segunda-feira (7) em São Paulo, duas fazendas da Massa Falida "Fazendas Reunidas Boi Gordo S/A", ambas localizadas no Estado do Mato Grosso. O evento foi o primeiro deste gênero a ser transmitido ao vivo no país, veiculado pelo Canal do Boi.

A primeira fazenda a ser negociada foi a Primavera, localizada no município de Poconé (MT), de 822 hectares. Ela foi arrematada por um pecuarista da região por R$ 2,4 milhões. O lance inicial era de R$ 1,380 milhão, com pagamento de 20% no ato e parcelamento em 12 vezes com 1% de juros ao mês.

Já a segunda propriedade, a fazenda Alteza I e II, localizada em Cárceres, também no Mato Grosso, foi arrematada por R$ 1, 410 milhão - com avaliação inicial de R$ 744 mil. O comprador, outro pecuarista do Mato Grosso, realizará o pagamento à vista.

O valor obtido com a venda imóveis será utilizado para o pagamento de cerca de 30 mil credores da Boi Gordo, que pediu concordata em outubro de 2001 e acabou tendo a falência decretada pela Justiça em abril de 2004, deixando um passivo estimado em cerca de R$ 2,2 bilhões em valores da época.

Próximo leilão
No dia 24 de novembro, serão leiloadas a fazenda Realeza localizada em Itapetininga (SP), avaliada em R$13, 925 milhões e a fazenda Vale do Sol II em Salto do Céu (MT), avaliada em R$1, 267 milhão. Todos os valores da avaliação serão atualizados até a data do leilão, com base na Tabela do TJ/SP. O evento acontecerá em São Paulo, na Casa de Portugal (Av. Liberdade, 602 - 3º andar), às 14h.

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