O Brasil já tem garantida a sua primeira medalha nos Jogos Olímpicos de Londres. Neste sábado, pelas semifinais da categoria até 48kg do judô, Sarah Menezes venceu a belga Charline van Snick, por um yuko de vantagem, e se classificou para enfrentar na disputa pelo ouro a atual campeã olímpica, a romena Alina Dumitru, freguesa da brasileira.

Terceira do ranking mundial e segunda cabeça de chave em Londres, Sarah enfrentou na semifinal a belga que está uma posição abaixo dela no ranking. Na base do contra-ataque, conseguiu um yuko na metade da luta e, com experiência, garantiu a vitória pela pontuação mínima.

A final é a primeira do judô olímpico feminino do Brasil. Até aqui, a única medalha das judocas brasileiras foi conquistada por Ketleyn Quadros, bronze na categoria até 57kg em Pequim/2008.

Além disso, Sarah vai atrás de encerrar um jejum de duas décadas sem medalhas de ouro para o judô do Brasil. Desde que Rogério Sampaio venceu em Barcelona (Aurélio Miguel também havia sido campeão em Seoul), o judô brasileiro sempre subiu ao pódio, mas nunca no lugar mais alto. Tiago Camilo e Carlos Honorato chegaram à final em Sydney, mas ficaram com a prata.

Na final, Sarah vai encontrar a romena que surpreendeu ao vencer a atual campeã mundial e líder do ranking, a japonesa Tomoko Fukumi. Só neste ano, Dumitru perdeu para a brasileira na final do Grand Slam de Moscou, durante Grand Slam de Paris e também no Masters de Almaty (Casaquistão). A romena, porém, venceu a brasileira na semifinal do Mundial de Roterdã (Holanda), em 2009.

Medalhista de bronze nos últimos dois Campeonatos Mundiais, em Paris (2011) e Tóquio (2010), Sarah só venceu um Grand Slam no ciclo olímpico, em Moscou, este ano, vencendo Dumitru. Ela, porém, subiu ao pódio com regularidade no circuito, somando duas pratas e quatro bronzes em Grand Slam, três ouros e duas pratas em etapas da Copa do Mundo. Na Olimpíada de Pequim, ela foi eliminada logo na estreia, pela húngara Eva Csernoviczki.

CAMPANHA - Até chegar à semifinal em Londres, Sarah só precisou acertar dois golpes. De resto, contou com punições para as adversárias. Na estreia, ela teve trabalho diante da vietnamita Ngoc Tu Van, apenas a 59.ª do ranking mundial. Conseguiu um yuko logo de início, mas depois apenas controlou para que a rival não golpeasse. No fim da luta, a asiática acabou advertida duas vezes, sofreu o segundo yoko, e viu Sarah só administrar o resultado no fim.

Na luta seguinte, a brasileira voltou a fazer um confronto complicado, diante da francesa Laeticia Payet, 12.º do ranking mundial, e só conseguiu acertar um golpe faltando 19 segundos para o fim da luta. O yuko garantiu a vitória para Sarah.

Nas quartas de final, Sarah encarou a chinesa Shugen Wu, nona melhor do mundo e atual vice-campeã da Ásia. E logo a brasileira pontuou, aproveitando-se de duas advertências para a rival. Nos instantes finais foi a vez de a piauiense ser passiva demais, ser advertida, mas nada que impedisse a vitória.

O governador Eduardo Campos (PSB) entregou, na noite desta quinta-feira (3), a mais alta comenda do Estado, a Medalha da Ordem do Mérito Guararapes, a três ex-adversários políticos. Os homenageados foram o ex-prefeito do Recife, Gilberto Marques Paulo, e dois ex-secretários estaduais do Governo Jarbas/Mendonça, Fernando Dueire (Infraestrutura) e Claudio Marinho (Ciência e Tecnologia). 

Marques Paulo, Dueire e Marinho foram indicados para receber a comenda no dia 30 de dezembro de 2006, penúltimo dia da gestão Mendonça Filho (DEM), mas ainda não haviam sido condecorados. O ex-governador e hoje deputado federal, inclusive, participaria da solenidade, mas não conseguiu retornar de Brasília a tempo. “Estou feliz em dar continuidade a este ato do governador Mendonça. É uma satisfação viver com vocês esse momento de reconhecimento a três pernambucanos que contribuíram de forma dedicada ao serviço público no nosso estado”, afirmou o governador.

Eduardo fez questão de destacar as qualidades de cada um dos três homenageados. Lembrou a amizade do ex-prefeito Gilberto Marques Paulo com o seu pai, o escritor Maximiano Campos, e destacou a dedicação e “largueza política” do homenageado. “Desde a universidade de Direito do Recife você ajudou muitos pobres estudantes em momentos difíceis, onde faltava a liberdade, você estendeu a mão amiga para proteger muitos militantes”. Ele também citou o legado deixado por Cláudio Marinho, um dos maiores incentivadores do Porto Digital. “Você aproximou o ambiente da tecnologia de informação do ambiente do governo, fazendo desse casamento a possibilidade de nascer um cluster que hoje ajuda de forma decisiva o desenvolvimento e a atração de investimentos para o nosso estado”.

Claudio Marinho afirmou que o ato desta sexta-feira “é um dos mais republicanos”. “São duas emoções. Uma da outorga ter vindo de um governo do qual participei (Jarbas e Mendonça) e a segunda de ter recebido das mãos do governador Eduardo Campos que recuperou a história da palavra redemocratização”. Fernando Dueire, que ainda hoje assessora o ex-governador Jarbas Vasconcelos, classificou a atitude de Eduardo como um “gesto largo” e falou da alegria em receber a honraria. “Entre tantos reconhecimentos, o maior deles é aquele que de alguma forma você contribuiu para que materialmente existisse. Isso dá satisfação ao servidor público.” 

A solenidade foi prestigiada pela primeira-dama, Renata Campos, o ex-governador Roberto Magalhães, a presidente do Tribunal de Contas do Estado, Teresa Duere, o presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Uchoa e os secretários estaduais Sileno Guedes e Tadeu Alencar.

Não deu. Nas duas decisões das Olimpíadas Universitárias, onde havia equipes pernambucanas, o Estado saiu derrotado. Aeso, no handebol, e Maurício de Nassau, no Vôlei, não conseguiram levar a medalha de ouro para o Nordeste.

A Instituição de Ensino Superior de Olinda foi derrotada pela Unip-SP por 34x22. Quatro jogadores que atuaram pela seleção brasileira no Pan-Americano de Guadalajara estavam em quadra defendendo o time paulista. "Nosso time tem muita gente nova, falta intercâmbio para os times do nordeste. Além disso é muito difícil jogar contra um time como o da UNIP. Nunca conquistamos o título, mas sempre estamos brigando por medalhas", comentou o jogador Clênio Soares. Pela segunda a Aeso conquista a medalha de prata Jub’s. A primeira foi em 2005, quando os Jogos foram realizados no Recife.

No vôlei, o time da Maurício de Nassau não repetiu as boas atuações anteriores, que levaram os pernambucanos invictos até a final. A Faculdade Politécnica, de Uberlândia-MG, venceu a partida por 3 sets a 0, parciais de 25/19, 25/17 e 25/12. Para o experiente Francismar, não faltou empenho por parte do time de Pernambuco. “Infelizmente não conseguimos o título, mas estamos felizes com que fizemos. Fomos a primeira equipe do nordeste a chegar a final do vôlei nos Jogos Universitários”.

Bronze

As meninas da Aeso conseguiram o terceiro lugar da competição de forma inusitada. O técnico da UniSant’anna-SP não compareceu a partida e por isso foi dado o WxO em favor das pernambucanas que ficaram com a medalha de Bronze.

O basquete feminino da Maurício de Nassau não conseguiu passar pela Unip-SP e volta para o Recife sem medalhas.

Desde 2008, Maria Conceição Paixão sobe no pódio dos Jogos Universitários Brasileiro. Sempre no segundo degrau mais alto. Sempre no lançamento do dardo. Mas engana-se quem pensa que a atleta, de 21 anos, se abate por não conseguir a medalha de ouro.

Neste domingo, em Campinas-SP, Conceição conseguiu a marca de 45m93 logo no primeiro lançamento e liderou boa parte da competição. “Quando fiz mais de 45 metros na primeira tentativa pensei que iria chegar aos 50m rápido”, confessou a atleta que se recupera de lesões nos joelhos e cotovelos.

Além das três medalhas de prata, a estudante do sexto período de Educação Física já conquistou o ouro em outra prova. Em 2010, em Blumenau-SC, Conceição venceu a disputa do salto com vara. Nesta edição a atleta tentará o bicampeonato, além de participar das competições de salto em altura e o revezamento 4x100m feminino.

O Brasil vai disputar duas das quatro finais do judô nesta quinta-feira nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara. Leandro Guilheiro (81kg) e Tiago Camilo (90kg) triunfaram em todas as suas lutas e vão buscar a medalha de ouro nesta noite. Já Maria Portela (70kg) vai disputar o bronze, assim como Mayra Aguiar (78kg).

Dono de duas medalhas olímpicas, Leandro Guilheiro precisou de três vitórias para ir à final. O brasileiro superou o peruano German Velazco, que recebeu quatro punições, o chileno Luis Retamales, por ippon, e, na semifinal, o canadense Antoine Valois, também por ippon. Assim, ao menos igualou o resultado do Pan de 2007, no Rio, quando faturou a prata. Na decisão vai encarar o porto-riquenho Gadiel Miranda.

Tiago Camilo, que também tem duas medalhas olímpicas, se garantiu na final com uma vitória por ippon sobre o mexicano Isao Cardenas. Antes, ele já tinha derrotado, também por ippon, o canadense Alexandre Edmond. Na final, o brasileiro vai lutar contra o cubano Asley Gonzalez e tentará repetir a medalha de ouro conquistada no Pan do Rio.

Medalha de prata no Pan do Rio, Mayra Aguiar venceu a equatoriana Diana Chala por ippon na sua primeira luta, mas perdeu em seguida, pelas quartas de final, para a norte-americana Kayla Harrison. Assim, foi para a repescagem e encarou a mexicana Fabiola Rubacalva e se classificou para a disputa do bronze com uma vitória por ippon.

Maria Portela estreou em Guadalajara com vitória sobre a equatoriana Vanessa Chala, mas perdeu nas semifinais ao ser superada pela colombiana Yuri Alvear. Agora, vai buscar a medalha de bronze na repescagem.

No primeiro dia de competições, Luciano Corrêa conquistou ouro, Rafael Silva ficou com a prata e Maria Suelen Altheman foi bronze. Com os quatro judocas que lutaram nesta quinta-feira garantidos na disputa por medalhas, o Brasil segue com chances de cumprir o objetivo de subir ao pódio nas 14 categorias.

A quinta-feira (1) foi de fortes emoções para a saltadora Fabiana Murer em Daegu, na Coreia do Sul. A brasileira voltou ao estádio onde está sendo realizado o Mundial de Atletismo para participar da cerimônia de premiação da prova feminina do salto com vara, vencida por ela na última terça-feira. Assim, Murer recebeu a medalha de ouro e ouviu o Hino Nacional do Brasil. A saltadora explicou que a euforia pelo título já está contida, mas ressaltou que se emocionou durante a cerimônia.

"É uma emoção muito grande voltar ao estádio para receber a medalha de ouro. Fiquei emocionada. É um momento único, na hora pensei que realmente sou campeã mundial e ouvir o Hino Nacional pela primeira vez foi emocionante. Deixei acontecer. Tive um dia para me tranquilizar. Ontem estava mais eufórica. Cheguei no estádio só para curtir o momento, que foi fruto do meu trabalho", disse em entrevista ao SporTV.

A conquista do título mundial confirmou a excelente fase de Fabiana Murer, que em 2010 já havia se destacado. No ano passado, ela faturou a medalha de ouro no Mundial Indoor, realizado em Doha. Por isso, a saltadora chegará aos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, como uma das esperanças de medalhas do Brasil. Porém, ela ressalta que será preciso muita preparação para subir ao pódio no próximo ano.

"Tenho que começar a descansar a cabeça e pensar que vai começar tudo de novo. Vou iniciar uma nova preparação. Tenho competições pela frente para chegar melhor preparada. Agora é uma nova etapa, pensar passo a passo na técnica e na questão física para chegar ainda melhor", disse.

Na disputa da final do salto com vara, Murer alcançou 4,85 metros e superou a russa Yelena Isinbayeva, que era a principal favorita para vencer a prova. A alemã Martina Strutz, que faturou a medalha de prata, e a russa Svetlana Feofanova, que conquistou o bronze, também participaram da cerimônia de premiação nesta quinta-feira em Daegu.

O técnico Elson Miranda, que também é marido de Murer, se emocionou até mais com a premiação da saltadora. "É uma emoção muito grande. Você só sente quando consegue realizar. A gente sonha em chegar numa competição dessas e nem todo mundo consegue ser campeão do mundo. A Fabiana teve essa oportunidade de sentir isso e ser coroada com essa medalha. É algo grandioso, não dá para dizer o que significa isso", afirmou.