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Diante do crescente número de casos de arboviroses provocadas pelo Aedes aegypti, a Chikungunya já apresenta mais de 15 mil notificações e, destas, 340 confirmações. As pessoas acometidas pela doença, além de sentirem febre alta, apresentam muitas dores em articulações e músculos.

A depender dos casos, é possível que o paciente ministre medicações para aliviar os incômodos causados. “Na fase aguda só é indicado Dipirona e Paracetamol, no máximo, analgésicos opioides – chamados também de analgésicos narcóticos ou de hipoanalgésicos - para os piores casos de dor. Mas na fase crônica está se fazendo muito uso de corticoide, mas apenas com acompanhamento médico”, explica a médica Fernanda Cazzoli.

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Conviver com as dores na musculatura e articulações torna-se uma tarefa complicada, visto que muitas vezes até mesmo realizar tarefas rotineiras se torna um desafio. “A pior parte é acordar e levantar da cama. Parece até artrite. Não conseguia pisar direito no chão, só andava arrastando os pés e a pior parte é que, três meses depois de ter pegado Chikungunya, as dores surgem novamente”, conta a professora Nelma Fonseca.  

Da crença popular às alternativas pela alimentação 

Para conseguir enfrentar as dores, a população tem se apegado até mesmo à cultura popular e métodos alternativos. “O que tem me ajudado muito é a água de alho”, declara a Nelma. A receita é: em uma garrafa colocar dois litros de água e cinco dentes de alho, deixar descansar de um dia para o outro e beber.

Entre os métodos apresentados por quem enfrenta a doença, a utilização de compressas quentes nas regiões doloridas. Além disso, o aumento do consumo de vitamina C (ajuda a fortalecer o sistema imunológico), que pode ser adquirido na ingestão de frutas cítricas como laranja, limão e acerola. Também a vitamina D (combate o cansaço muscular e agiliza o tempo de recuperação) que pode ser conseguido através de cápsulas de vitamina e banhos de sol.

As tentativas de fazer as dores irem embora chegam até nas dependências médicas. “No consultório já fui perguntada se o suco de maçã, limão e inhame resolve porque o paciente viu na TV”, contou a médica. 

Medicina chinesa

Além da força da cultura popular e dos métodos tradicionais de tratamento, a medicina chinesa pode ser uma alternativa para o alívio das dores. “Dentro da medicina chinesa, há várias técnicas que podem ajudar no combate às dores da Chikungunya, como a fitoterapia, massagem, acupuntura e acupuntura auricular”, destaca a terapeuta e enfermeira, Ilsa Carla. 

De acordo com a profissional, o paciente vai para a consulta e é feita uma anamnese para avaliar também a fase do ciclo viral a qual se encontra, a fim de identificar o melhor tratamento. “A medicina chinesa é muito individualizada, por isso, até mesmo a resposta para o tratamento depende de cada organismo”, isso inclui também o tempo e a quantidade de sessões necessárias no processo. 

“A priori, o paciente que possui a doença terá um tratamento voltado a analgesia para amenizar as dores e, simultaneamente, é realizado um trabalho voltado ao fortalecimento do sistema imunológico“, explica a terapeuta que também acrescenta que, como parte da medicina chinesa, orientações são dadas a fim de melhorar a questão da alimentação e ingestão de líquidos, a fim de melhorar todo o processo metabólico. 

Apesar da existência da acupuntura, Ilsa alega que a procura pela técnica por paciente de Chikungunya ainda é baixa. “Acredito que ainda falta um pouco de conhecimento de que o método pode ser usado para tratar os sintomas envolvidos na doença. O método, em conjunto com medicamentos indicados pelo médico, pode ajudar a sanar as dores, pois uma medicina não anula a outra, trabalhamos de maneira complementar".

Ajustar os canais energéticos e equilibrar o Yin e Yan. Esses são alguns dos principais fundamentos da acupuntura - milenar técnica terapêutica embasada na medicina oriental. No Brasil, especialista afirma que ainda há preconceito e ausência de informação da prática da acupuntura, principalmente, quanto ao profissional que pode atuar e realizar os procedimentos, porém resultado atrai mais pacientes.

A presidente do Conselho Regional de Acupuntura dos Estados do Nordeste (CRAENE) e coordenadora do Espaço Shen - Estudos de Medicina Chinesa, Leila Massière, relatou que além de existir muito preconceito há também o desconhecimento das técnicas de acupuntura e quem pode realizá-las. “Na verdade, a acupuntura ainda é muito perseguida. Algumas pessoas acreditam que apenas o médico pode realizar os procedimentos, o quê não é verdade. Qualquer pessoa, que estudou e possui conhecimento das técnicas pode atuar plenamente”, explicou.

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Quanto aos tipos de tratamentos, Leila elencou alguns deles. “A ciência chinesa é repleta de técnicas, cada uma com sua especificidade e ação segmentada para um determinado problema. Existe, por exemplo, o Shiatsu, a massoterapia, a moxa, agulhas, algumas que permanecem no corpo, e a fitoterapia”, apontou. A especialista ainda explicou como a acupuntura funciona, “As agulhas possuem o poder de desencadear uma ‘corrente’ que entra no organismo, agindo nos nervos do corpo, e chega ao cérebro. Além disso, a corrente percorrer os canais de energia, atuando nos órgãos”, falou. 

Em relação à eficácia da acupuntura, Messière afirma que a acupuntura trata praticamente tudo. “As técnicas são excelentes para emagrecer, ansiedade, dores na coluna, enxaqueca, dores menstruais, entre outras. Entretanto, para as doenças infectocontagiosas, os antibióticos são mais recomendados, dependendo do nível da enfermidade. No geral, o ideal é que os pacientes recorram aos dois conhecimentos, até porque é um processo de autoconhecimento do corpo em conjunto com o acupunturista”, aconselhou Leila. Ainda durante entrevista, Messière relatou que a maioria das pessoas procuram a acupuntura depois de ter tentado vários recursos da medicina ocidental. 

O estudante Gilberto Motta, de 33 anos, que sentia fortes dores nos tendões do antebraço e já havia recorrido à medicina ocidental, decidiu experimentar as técnicas do tratamento de acupuntura. Segundo Motta, as seções proporcionaram resultados excelentes e sem a necessidade de ingerir anti-inflamatório. “Quando iniciei o tratamento parei de tomar as medicações e percebi que as técnicas estavam funcionando. Desde então, decidi recorrer sempre às técnicas sempre que estou com dores de cabeça, na lombar e nas costas”, relatou.

A funcionária pública Joanna Lessa, de 30 anos, argumentou que aderiu às técnicas da medicina chinesa por que ela atua na causa do problema e não nos sintomas. “O tratamento é centralizado no equilíbrio das coisas e isso proporcionou um resultado muito positivo para mim. Sem contar que na acupuntura você se sente parte do processo de cura”, defendeu. Ainda segundo a professora, após várias crises de renite, ela aderiu ao tratamento e descobriu que a doença surgiu devido a ansiedade e questões gastrointestinais. 

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